Capítulo 5 - Intrigas e oposições.

O inominável Carl Andrews estava tendo uma manhã movimentada. Foi a Paris e a Hamburgo para feiras de vendas de hipogrifos sangue-puros.

- É preciso manter as linhagens. - explicou ele para Jules Milinight, enquanto observavam os esplêndidos hipogrifos entrando e saindo da enorme arena. – Isso é uma campanha, Jules.

Uma linda hipogrifa estava sendo levada para o centro da arena.

- Aquela é Sail Away. - murmurou o inominável - Eu a quero.

O leilão foi concorrido, mas dez minutos depois, quando acabou, Sail Away pertencia ao inominável Andrews. O telefone celular tocou. Jules Milinight atendeu.

- Alô?

Ele escutou por um momento, depois se virou para o inominável.

- Quer falar com Virgínia Weasley?

O inominável Andrews franziu o rosto. Hesitou por um momento, depois pegou o telefone que Milinight estendia.

- Como vai, srta. Weasley?

- Lamento incomodá-lo, inominável Andrews, mas será que poderíamos nos encontrar? Preciso de um favor.

- Estarei em Londres esta noite, e assim...

- Posso ir encontrá-lo em qualquer lugar. É muito importante.

O inominável Andrews hesitou só por mais um instante.

- Se é tão importante, minha jovem, posso dar um jeito de recebê-la. Partirei para a minha fazenda dentro de poucos minutos. Quer se encontrar comigo lá?

- Seria ótimo.

- Eu a verei dentro de uma hora.

- Obrigada.

Andrews desligou o telefone e olhou para Milinight

- Eu estava enganado a respeito dela. Pensei que fosse mais esperta. Deveria ter me pedido dinheiro antes de Alicia e Draco casarem.

Ele ficou pensativo por um momento, depois seu rosto se desmanchou num lento sorriso.

- Essa não!

- O que é, inominável?

- Acabo de perceber o motivo dessa urgência toda. A srta. Weasley descobriu que está grávida de Draco e vai precisar de uma pequena ajuda financeira. É o golpe mais antigo do mundo.

Uma hora depois, Gina entrava com seu carro no terreno de Dutch Hill, a fazenda de hipogrifos de Carl Andrews. Um guarda esperava diante da casa principal.

- Srta. Weasley?

- Sou eu.

- O inominável Andrews à sua espera. Venha comigo, por favor.

Ele entrou com Gina na casa, conduziu-a por um corredor largo cheio de quadros que piscavam os olhos para Gina e que levava a uma vasta biblioteca, atulhada de livros. O inominável Andrews estava à sua mesa, folheando um livro. Ergueu os olhos e se levantou quando Gina entrou.

- É um prazer tornar a vê-la, minha cara. Sente-se, por favor.

Gina sentou-se. O inominável levantou o livro que tinha na mão.

- Isto é fascinante. Relaciona os nomes de todos os vencedores das corridas de hipogrifos, do primeiro ao último. Aristides, em 1875. Mas tenho certeza que você não veio aqui para conversar sobre hipogrifos. - Ele largou o livro. - Disse que queria um favor.

O inominável especulou como ela iria formular. "Acabei de descobrir que vou ter um filho de Draco e não sei o que fazer. Não quero causar um escândalo, mas... estou disposta a criar a criança, mas não tenho dinheiro suficiente..."

- Conhece Louis Brown? - perguntou Gina.

O inominável Andrews piscou rapidamente, apanhado de surpresa.

- Se eu... Louis? Claro que conheço. Por quê?

- Agradeceria muito se pudesse me apresentar a ele.

O inominável Andrews fitou-a nos olhos, apressando-se em reorganizar seus pensamentos.

- É esse o favor? Quer conhecer Louis Brown?

- Isso mesmo.

- Infelizmente, srta. Weasley, ele não está mais aqui no Ministério. Mudou-se para Phoenix, Arizona.

- Sei disso. Estou partindo para Phoenix pela manhã. Achei que seria ótimo se conhecesse alguém por lá.

O inominável Andrews estudou-a por um momento. Seu instinto lhe dizia que havia alguma coisa naquela história que não compreendia. - "Como Virgínia Weasley sabia que Brown havia ido para Phoenix ?" - Ele formulou a pergunta seguinte com extrema cautela:

- Sabe alguma coísa sobre Louis Brown?

- Não. Só sei que ele é de Londres e está morando em Phoenix agora. Por que? Eu deveria saber algo mais, inominável?

O inominável fez uma pausa, enquanto tomava a decisão. "Ela é muito bonita" - pensou ele. "Louis me deve um favor"

- Não, não há nada o que saber. Darei um telefonema.

Cinco minutos depois, ele estava falando com Louis Brown.

- Louis, sou eu. Carl. Tenho certeza de que você lamentará saber que comprei Sail Away esta manhã. Se você estava de olho nela.

Gina ficou ouvindo, enquanto a conversa se prolongou por mais alguns minutos. Ao final, o inominável Andrews disse:

- Louis, vou lhe prestar um favor. Uma amiga minha vai para Phoenix amanhã e não conhece ninguém por aí. Eu agradeceria se você ficasse de olho nela...

O inominável olhou para Gina e sorriu, antes de acrescentar.

- Até que não é tão feia assim. Mas não fique com idéias escabrosas.

Ele escutou por um instante, tornou a olhar para Gina.

- A que horas seu avião chega lá?

- Não vou de avião. Odeio esses transportes trouxas. Tenho uma chave de portal programada para amanhã. Chegarei lá às duas e cinqüenta.

O inominável repetiu a informação pelo telefone.

- O nome dela é Virgínia Weasley. Vai me agradecer por isso. Agora é com você, Louis. Voltarei a entrar em contato.

Ele desligou.

- Obrigada - disse Gina.

- Há mais alguma coisa que eu possa fazer por você?

- Não. Isso é tudo o que eu preciso.

"Por quê? Afinal, o que Virgínia Weasley queria com Brown?"

O fiasco público com Draco Malfoy fora cem vezes pior que qualquer coisa que Gina poderia ter imaginado. Um pesadelo interminável. Por toda parte para onde ia, Gina ouvia os sussurros.

- É aquela ali. Foi praticamente abandonada no altar.

As fofocas aumentavam a angústia de Gina, a humilhação era insuportável. Nunca mais confiaria num homem. Mas nunca mesmo. Seu único consolo era que algum dia, de alguma forma, faria Draco Malfoy pagar pelo ato imperdoável que cometera contra ela. Não sabia como. Com o inominável Andrews a apoiá-lo, Draco teria dinheiro e poder. "Neste caso, preciso encontrar um meio de ter mais dinheiro e mais poder." - pensou Gina. - "Mas como? Como?"

A cerimônia de posse foi realizada no jardim interno do Ministério da Magia de Londres. Alicia postou-se ao lado de Draco, orgulhosa, observando seu belo marido prestar juramento como vice Ministro de Magia. Se Draco se comportasse direito, a próxima parada seria o cargo de Ministro da Magia, o pai lhe assegurara. E Alicia tencionava fazer tudo ao seu alcance para que nada saísse errado. Absolutamente nada.

Depois da cerimônia, Draco e o sogro sentaram na biblioteca do Ministério. O inominável Andrews correu os olhos pela luxuosa sala e acenou com a cabeça em satisfação.

- Vai se dar bem aqui, filho. Muito bem.

- Devo tudo a você. - declarou Draco, efusivo. - E não esquecerei isso.

O inominável Andrews acenou com a mão para descartar o assunto.

- Não pense nisso, Draco. Você está aqui porque merece. Talvez eu tenha ajudado um pouco, é verdade. Mas deve pensar que isto é apenas o início. Estou na política há muito tempo, filho, e aprendi algumas coisas.

Ele olhou para Draco, esperando.

Respeitoso, Draco murmurou:

- Eu adoraria ouvi-las, Carl.

- As pessoas não entendem direito como funciona o sistema. O importante não é quem você conhece, mas sim o que sabe sobre quem conhece. Todo mundo tem algum segredo enterrado em algum lugar. Tudo o que você precisa fazer é desenterrá-lo e ficará surpreso ao descobrir como os outros terão o maior prazer em ajudá-lo em qualquer coisa que precisar. Constituem uma arma que podemos usar.

O inominável abriu uma pasta de couro, tirou um maço de papéis e entregou a Draco.

- Estas são as pessoas com as quais você vai lidar aqui no Londres. São homens e mulheres poderosos, mas todos têm seu calcanhar-de-aquiles. - O inominável sorriu. - Até o Ministro tem seu calcanhar-de-aquiles. Ele é um ex-colaborados de Voldemort, mas ninguém, além de mim, soube dessa história. E devo acrescentar, que continuarão sem saber se o nosso Ministro for bonzinho.

Draco folheava os papéis, com os olhos arregalados.

- Guarde isto trancado a sete chaves, está bem? É uma mina de ouro.

- Não se preocupe, Carl. Terei o maior cuidado.

- E mais uma coisa, filho... Não pressione demais essas pessoas quando precisar de alguma coisa. Não as quebre, apenas as dobre um pouco. - O inominável fez uma pausa, estudando Draco. - Como você e Alicia estão se dando?

- Muito bem.

Era verdade, num certo sentido. Para Draco, era um casamento de conveniência, e ele tomava o cuidado de evitar qualquer coisa que pudesse perturbá-lo. Jamais esqueceria o que seu deslize anterior quase lhe custara.

- Isso é ótimo. A felicidade de Alicia é muito importante para mim.

Era um aviso.

- Para mim também. - murmurou Draco.

- Ah, outra coisa. Você gosta de Jules Milinight?

Draco respondeu com o maior entusiasmo:

- Gosto e muito. Ele tem sido uma tremenda ajuda para mim.

O inominável Andrews acenou com a cabeça.

- Fico contente em ouvir isso. Não vai encontrar outro melhor. Vou emprestá-lo a você, Draco. Ele pode abrir muitos caminhos à sua frente.

Draco sorriu.

- Fico muito agradecido.

O inominável Andrews levantou-se.

- Tenho de voltar a Washington. Avise-me se precisar de alguma coisa.

- Obrigado Carl.

No domingo, depois da reunião com o inominável Andrews, Draco tentou falar com Jules Milinight.

- Ele está na igreja, vice Ministro.

- Ah, sim. Esqueci. Falarei com ele amanhã.

Jules Milinight ia à igreja todos os domingos com a família e três vezes por semana participava de uma reunião de orações que durava duas horas. De certa forma, Draco o invejava. "Milinight deve ser o único homem realmente feliz que conheço" - pensava ele.

Na manhã de segunda-feira, Milinight entrou na sala de Draco.

- Queria falar comigo, Draco?

- Preciso de um favor. É pessoal. Jules acenou com a cabeça.

- Qualquer coisa que eu puder fazer.

- Preciso de um apartamento.

Milinight correu os olhos pela enorme sala com uma expressão irônica de incredulidade.

- Acha que este lugar é pequeno demais para você, vice Ministro?

- Não. - Draco fitou o único olho de Milinight. - Às vezes tenho encontros particulares à noite. E devem ser discretos. Entende o que estou dizendo?

Houve uma pausa constrangida.

- Entendo.

- Quero um apartamento longe do centro. Pode cuidar disso para mim?

- Acho que sim.

- O assunto deve ficar apenas entre nós dois, é claro.

Jules Milinight acenou com a cabeça, infeliz.

Uma hora depois, Milinight ligou para o inominável Andrews em Washington.

- Draco me pediu para alugar um apartamento para ele, inominável. Com o máximo de discrição.

- É mesmo? Ele está aprendendo, Jules. Pois faça o que ele pede. E cuide para que Alicia nunca descubra. - O inominável pensou por um instante. - Arrume um apartamento em Indian Hills. Algum lugar com uma entrada particular.

- Mas não é certo que ele...

- Jules... Apenas faça.

A solução para o problema de Gina veio em duas matérias separadas no Profeta Corvinal. A primeira era um longo editorial elogiando o vice Ministro Draco Malfoy. A última frase dizia: "Nenhum de nós aqui em Londres que o conhece ficará surpreso quando um dia Draco Malfoy se tornar Ministro da Magia."

Uma notícia na página seguinte dizia: "Louis Brown, ex-residente em Londres, cujo cavalo Lightning ganhou o Derby do Londres há cinco anos, acaba de se divorciar de sua terceira esposa, Jéssica Brown, e agora reside em Phoenix, é o proprietário e editor do Phoenix Star."

O poder da imprensa. Esse era o verdadeiro poder. O Profeta Diário haviam quase destruído Dumbledore uma vez.

E foi nesse instante que a idéia tomou forma.

N/A: Hum, o que será essa idéia??? Estão curiosas para saber? Curiosidade mata! Não morram, leiam os próximos caps dessa fic... Cruzes de onde eu tirei isso? Deve ser o sono só pode... Bem, nesse cap não teremos trechos do próximo cap, simplesmente pq eu ainda não escrevi o cap 6... Bjus e continuem mandando reviews...