Capítulo 12 – O NINHO DE AMOR SECRETO DO MINISTRO MALFOY.

Virgínia Weasley falava ao telefone quando sua secretária entrou apressada na sala.

- Srta. Weasley...

- Estou ocupada, não posso atender ninguém agora e...

- O Ministro Malfoy está na linha três.

Gina fitou-a em silêncio por um momento, depois sorriu:

- Certo.

- Alô?

- Gina?

- Olá, Draco. Ou devo chamá-lo de Sr. Ministro?

- Pode me chamar de qualquer coisa que quiser. - Houve um momento de silêncio. - Gina, preciso conversar com você.

- Tem certeza de que é uma boa idéia?

- Tenho, sim.

- Você é o Ministro. Não posso lhe dizer não, não é mesmo?

- Há um jantar do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos no Ministério na sexta-feira.

Venha, por favor.

- A que horas?

- Oito horas.

- Certo. Estarei aí.


Ela estava deslumbrante num vestido preto, justo no corpo. Havia uma abertura reveladora de 35 centímetros no lado do vestido. No instante em que Draco a viu, as lembranças afloraram.

- Gina...

- Sr. Ministro.

Ele pegou a mão de Gina e sentiu-a úmida. Era um sinal, pensou Draco. Mas de quê? Nervosismo? Raiva? Antigas recordações?

- Estou contente que tenha vindo, Gina.

- Eu também.

- Conversaremos mais tarde.

O sorriso de Gina deixou-o bastante animado.

- Combinado.

Draco passou a noite circulando, deixando os convidados a vontade. Sylvia se encontrava em uma mesa, Gina em outra. Foi só quando a noite estava quase terminando que Draco conseguiu falar a sós com Gina.

- Precisamos conversar. Tenho muita coisa a lhe contar. Podemos nos encontrar em algum lugar?

Havia uma tênue hesitação na voz de Gina:

- Draco, talvez seja melhor se nós não...

- Tenho uma casa em FarmsBellow, a cerca de uma hora daqui. Quer se encontrar comigo lá?

Ela fitou-o nos olhos e desta vez não havia hesitação em sua voz quando respondeu:

- Se você quiser.

Draco descreveu a localização da casa.

- Amanhã, às oito horas da noite?

A voz de Gina saiu agora um pouco rouca:

- Estarei lá.

Na manhã seguinte, de vez em quando, Draco pegava-se pensando no encontro que teria com Gina. "Trate de seduzi-la, meu rapaz... Tem de conquistá-la."

Na noite de sábado, Draco aparatou em FarmsBellow. Sentiu-se muito tentado a cancelar o encontro, mas já era tarde demais. Estou preocupado sem qualquer motivo. "É bem provável que ela nem apareça".

Às oito horas, Draco olhou pela janela e viu o carro de Gina entrar no caminho da casa do inominável. Observou-a saltar do carro e caminhar para a porta. Draco abriu-a. Os dois tinham ficado parados ali, em silêncio, olhando um para o outro. O tempo desapareceu e de certa forma era como se nunca tivessem se separado. Draco foi o primeiro a recuperar a voz:

- Oh, Deus! Ontem à noite, quando eu a vi... Quase tinha esquecido de como você é linda!

Draco pegou a mão de Gina e levou-a para a sala de estar.

- O que gostaria de beber?

- Não preciso de nada. Obrigada.

Draco sentou-se ao lado dela no sofá.

- Tenho de perguntar uma coisa, Gina. Você me odeia?

Ela sacudiu a cabeça, devagar.

- Não. Pensei que o odiava. - Ela sorriu irônica. - De certa forma, creio que foi esse o motivo para o meu sucesso.

- Não estou entendendo.

- Eu queria me vingar de você, Draco. Comprei jornais e emissoras de televisão para poder atacá-lo. É o único homem que já amei. E quando você... Quando me abandonou, eu... Pensei que não conseguiria suportar.

Ela fazia um esforço para conter as lágrimas. Draco abraçou-a.

- Gina...

E no instante seguinte, os lábios se encontraram, trocaram um beijo ardente.

- Oh, Deus... -balbuciou Gina. - Eu não esperava que isso acontecesse.

Draco pegou-a pela mão, levou-a para o quarto. Começaram a despir um ao outro.

- Depressa, meu querido. - murmurou Gina.

E logo estavam na cama, abraçados, os corpos se comprimindo. O ato de amor foi gentil e ardente como fora no início. E aquele era um novo início.

- É tão engraçado... - comentou Gina.

- O quê?

- Todas aquelas coisas horríveis que publiquei a seu respeito. Fiz tudo para atrair sua atenção. - Ela aconchegou-se mais. - E consegui, não é mesmo?

Ele sorriu.

- Eu diria que sim.

Gina sentou-se na cama, fitou-o nos olhos.

- Eu me orgulho muito de você, Draco. O Ministro do mundo bruxo.

- Venho tentando ser um bom Ministro. É o que realmente tem importância para mim. Quero deixar minha contribuição ao mundo. - Draco olhou para o relógio. - Lamento, mas tenho de voltar agora.

- Claro. Eu o deixarei partir na frente.

- Quando tornarei a vê-la, Gina?

- A qualquer momento que quiser.

- Precisaremos ter o maior cuidado.

- Sei disso. E teremos.

Gina continuou deitada, com uma expressão sonhadora observando Draco se vestir. Quando ficou pronto para ir embora, ele inclinou-se e disse:

- Você é o meu milagre.

- E você é o meu. Sempre foi.

Draco beijou-a.

- Telefonarei para você amanhã.

- Tenho certeza que sim, querido.

Draco aparatou apressado para Londres, novamente. "Quanto mais as coisas mudam, mais continuam as mesmas" - pensou ele. – "Tenho de tomar o maior cuidado para nunca mais magoá-la"

Quando chegou ao Ministério se lembrou de ligar para o inominável. O próprio inominável atendeu.

- Alô?

- Sou eu, Draco.

- Onde você está?

- No Ministério. Só telefonei para dar uma boa notícia. Não precisamos mais nos preocupar com aquele problema. Está tudo sob controle.

- Não tenho palavras para exprimir como estou contente por ouvir isso.

Havia um tom de profundo alívio na voz do inominável Andrews.

- Eu sabia que você ficaria satisfeito, Carl.

Na manhã seguinte, ao se vestir, Draco pegou um exemplar do Profeta Diário. Na primeira página havia uma foto da casa de campo do inominável Andrews em Farmsbellow. A legenda por baixo dizia:

O NINHO DE AMOR SECRETO DO MINISTRO MALFOY.

Draco olhou para o jornal, incrédulo. Como ela fora capaz de fazer uma coisa assim? Ele pensou como Gina estava ardente na cama e ele tinha interpretado de maneira errada. Era uma paixão cheia de ódio, não de amor. "Não há a menor possibilidade de um dia conseguir detê-la" - pensou Draco, desesperado.

O inominável Carl Andrews viu a matéria na primeira página e ficou consternado. Compreendia o poder da imprensa e via aquilo poderia lhe custar. "Eu mesmo terei de detê-la" - decidiu o inominável Andrews.

Assim que chegou ao seu gabinete no Ministério, telefonou para Gina.

- Já faz muito tempo. - disse o inominável Andrews, efusivo - Tempo demais. Tenho pensado muito a seu respeito, Sra. Weasley.

- Também tenho pensado a seu respeito, inominável Andrews. De certa forma, devo-lhe tudo o que tenho.

Ele soltou uma risada.

- Não me deve nada. Apenas fui capaz de ajudá-la quando teve um problema.

- Há alguma coisa que eu possa fazer para ajudá-lo agora inominável?

- Não, srta. Weasley. Mas há uma coisa que eu gostaria de fazer por você. Sou um dos seus fiéis leitores, e acho que o Profeta Diário é um excelente jornal. Acabo de constatar que não temos publicado muitos anúncios nele e gostaria de corrigir essa situação. Estou ligado a várias grandes empresas, que fazem muita propaganda. E acho que uma boa parcela deve ir para um jornal como o Profeta Diário.

- Não imagina como fico satisfeita ao ouvir isso, inominável. Sempre podemos aproveitar mais anúncios. A quem meu diretor de propaganda deve procurar?

- Antes que ele procure alguém, acho que você e eu devemos acertar um pequeno problema.

- Que problema?

- Relaciona-se com o Ministro Malfoy.

- É mesmo?

- É uma questão um tanto delicada, srta. Weasley. Disse há poucos momentos que me devia tudo que tem. Agora estou lhe pedindo para me prestar um pequeno favor.

- Terei o maior prazer, se puder.

- À minha maneira, ajudei o Ministro a ser eleito.

- Sei disso.

- E ele está fazendo um excelente trabalho. Claro que isso fica mais difïcil para o Ministro quando é atacado por um jornal poderoso, como o Profeta Diário faz cada vez que ele se vira.

- O que está me pedindo para fazer, inominável?

- Eu agradeceria muito se os ataques cessassem.

- E em troca disso, posso contar com anúncios de algumas de suas companhias.

- Muitos mesmo, srta. Weasley.

- Obrigada, inominável. Por que não me liga de novo quando tiver mais alguma coisa mais interessante a oferecer?

E a linha ficou muda.


Em sua sala no Profeta Diário, Matt Baker lia a matéria sobre o ninho de amor secreto do Ministro Malfoy.

- Quem autorizou isto? - perguntou ele a seu assistente, ríspido.

- A chefona.

- Mas que droga! Não é ela quem dirige este jornal, sou eu!

"Por que aturo essa mulher?" - especulou ele, não pela primeira vez. - "Por trezentos e cinqüenta mil galeões por ano, mais bonificações e opções de compra de ações" - disse Matt a si mesmo, amargurado. Cada vez que ele ameaçava ir embora, Gina o seduzia com mais dinheiro e mais poder. Além disso, e tinha de admitir para si mesmo que era fascinante trabalhar para uma das mulheres mais poderosas do mundo. Ha coisas nela que Matt jamais compreenderia.

Ao comprar o Profeta Diário, Gina dissera a Matt:

- Há uma astróloga que quero que você contrate. O nome dela é Sibila Trelawney.

- Ela é distribuída por nosso concorrente.

- Não me importo. Contrate-o.

Mais tarde, ainda naquele dia, Matt Baker informaria.

- Já verifiquei Sibila Trelawney. Sairia muito caro comprar seu contrato.

- Mas compre assim mesmo.

Na semana seguinte, Sibila Trelawney, passou a trabalhar para o Profeta Diário.

Profeta Diário. Tinha cinqüenta e poucos anos, era baixo, moreno e compenetrado.

Matt ficou perplexo.

Toda vez que Gina tinha uma importante decisão a tomar, Sibila Trelawney a orientava.

No primeiro dia, Matt pusera o nome de Gina no cabeçalho: "Gina Brown, Gran Responsável". Ela olhara e dissera:

- Pode mudar. É Virgínia Weasley.

"Ela está numa viagem do ego" - pensara Matt.

Mas ele estava enganado. Gina decidira voltar ao nome de solteira porque queria que Draco Malfoy soubesse exatamente quem era a responsável pelo que iria lhe acontecer.

Um dia depois de ter assumido o controle do jornal, Gina declarou:

- Vamos comprar uma revista de saúde. Matt ficou curioso.

- Por quê?

- Porque o campo da saúde está explodindo.

Ela estava certa. A revista foi um sucesso imediato.

- Vamos começar a expandir. - disse Gina a Baker. - Encarregue algumas pessoas de procurar publicações no exterior.

- Está bem.

- E há muita gordura por aqui. Livre-se dos repórteres que não estão dando tudo.

- Gina...

- Quero repórteres jovens e famintos.

Quando vagava um cargo executivo, Gina insistia em participar das entrevistas. Escutava o candidato, depois fazia uma única pergunta:

- Como é seu desempenho no golfe?

O emprego muitas vezes dependia da resposta.

- Que tipo de pergunta é essa? - perguntou Matt Baker, na primeira vez que a ouviu. - Que diferença faz como é o desempenho no golfe?

- Não quero aqui pessoas que sejam dedicadas ao golfe. Se trabalham aqui, todos devem ser dedicados ao Profeta Diário.

A vida particular de Virgínia Weasley era um tema de intermináveis conversas no Profeta Diário. Era uma linda mulher, sem compromissos, e até onde qualquer um sabia não estava envolvida com nenhum homem, não tinha uma vida pessoal. Era uma das mais proeminentes anfitriãs da cidade, e pessoas importantes disputavam um convite para seus jantares. Havia rumores de que era uma insone, passava as noites acordada planejando novos projetos para o império Weasley.

Havia outros rumores, mais excitantes, só que não havia como prová-los.

No decorrer do ano seguinte, o Profeta Diário adquiriu um jornal e uma emissora de rádio na

Austrália, uma emissora de televisão em Denver. Sempre que havia uma nova aquisição, os empregados ficavam apavorados com o que poderia acontecer. A reputação de implacável de Gina aumentava cada vez mais.

mas ele a rejeitara.

Era Matt quem falava:

- Posso lhe perguntar uma coisa? – disse Matt - Aquela matéria na primeira página sobre o Ministro Malfoy era mais apropriada a um tablóide sensacionalista. Por que insistir em criticar o Ministro? Dê-lhe uma chance.

Gina respondeu de uma forma enigmática:

- Já dei. - Ela se levantou, pôs-se a andar de um lado para outro. - Recebi a informação de que Malfoy vai vetar a nova lei de comunicações. Isso significa que teremos de cancelar o acordo para a emissora de San Diego e a emissora de Omaha.

- Não há nada que possamos fazer a respeito.

- Há, sim, Matt. Quero removê-lo do cargo. Ajudarmos a pôr na Ministério alguém que saiba o que faz. Matt não tinha a menor intenção de iniciar outra discussão com Virgínia Weasley sobre o Ministro. Ela era fanática no assunto.

- Ele não tem condições de ocupar o cargo e farei tudo o que puder para que seja derrotado na próxima eleição.


- Estamos prestes a transferir nosso correspondente no Ministério. Gostaria de substituí-lo, Mila?

Era uma das posições de maior prestígio nos jornais bruxos. O rosto de Mila se iluminou.

- Claro!

Gina acenou com a cabeça.

- O lugar é seu.

Mila levantou-se.

- Há... Obrigada de novo. Conseguirei mais furos que toda sua equipe junta.

N/A: Décimo segundo capítulo no ar... Espero que tenham gostado do Ninho de Amor Secreto de Malfoy... A Gina foi fantástica! Bjus e até o próximo!