Capítulo 18 - O cerco se fecha

Na manhã seguinte, Mila Bulstrode entrou na sala de Virgínia Weasley.

- Quero fazer a reportagem sobre a morte de Owen. Gostaria de falar com a viúva.

- Mas você é nossa correspondente no Ministério. Não podemos simplesmente tirá-la de lá. E se algo for suspeito?

- Bem, eu faço a matéria e depois volto para o Ministério rapidamente.

- Tudo bem. Designarei uma equipe para acompanhá-la.

Ao final da tarde, Mila e sua equipe pararam diante do prédio de apartamentos em que Owen Cloudmind residia. Com a equipe a seguindo, Mila foi tocar a campainha do apartamento. Era o tipo de entrevista que Mila receava, já era bastante horrível mostrar na televisão as vítimas de crimes bruxos violentos, mas se intrometer na dor das famílias desoladas parecia-lhe ainda pior. A porta foi aberta e Rita Cloudmind apareceu.

- O que vocês ... ?

- Lamento incomodá-la, sra. Cloudmind. Sou Mila Bulstrode, do Profeta Diário. Gostaríamos que nos falasse sobre sua reação ao...

Rita Cloudmind ficou imóvel por um momento, e depois gritou:

- Assassinos!

Ela virou-se e correu para dentro do apartamento.

- Espere aqui.

Mila entrou e foi encontrar Rita Cloudmind no quarto.

- Sra. Cloudmind...

- Saia daqui! Vocês mataram meu marido!

Mila ficou perplexa.

- Como asim?

- Deram ao Owen uma missão tão perigosa que ele me obrigou a deixar a cidade porque... porque temia por minha vida.

Mila fitou-a, consternada.

- Mas... Que reportagem era essa em que ele trabalhava?

- Owen não quis me contar. - Ela fazia um esforço para conter a histeria. - Disse que era... perigosa demais. Uma coisa grande. Falou sobre o Prêmio Pulitzer e...

Rita Cloudmind começou a chorar. Mila adiantou-se e braçou-a.

- Sinto muito. Ele falou mais alguma coisa?

- Não. Apenas disse que eu precisava deixar a cidade e me disse para ir para a casa da minha mãe. Ia conversar com algum... algum empregado de hotel.

- Onde?

- No Monroe Arms.

- Obrigada!


- Não sei por que está aqui, srta. Bulstrode - protestou Jeremy Robinson. - Cloudmind prometeu que não haveria publicidade sobre o hotel, se eu cooperasse.

- Sr. Robinson, o Sr. Cloudmind está morto. tudo o que quero é algumas informações.

Jeremy Robinson sacudiu a cabeça.

- Não sei de nada. .

- O que disse ao sr. Cloudmind? - Robinson suspirou.

- Ele pediu o endereço de Carl Yourdon, meu recepcionista. E eu dei.

- O Sr. Cloudmind foi procurá-lo?

- Não tenho a menor idéia.

- Eu gostaria que me desse esse endereço.

Jeremy fitou-a em silêncio por um momento, tornou a suspirar.

- Está bem. Ele morava com a irmã.

Um instante depois, Mila tinha o endereço. Robinson observou-a deixar o hotel, depois pegou o telefone e ligou para o Ministério.


Chris Colby, o perito em computador do departamento, entrou na sala do auror.

Reese segurando um disquete. Quase tremia de excitação.

- O que conseguiu? - perguntou Reese. Chris Colby respirou fundo.

- Isto vai deixá-lo espantado. Aqui tem uma cópia impressa do que há no disquete.

- Será que essa coisa trouxa vai servir para alguma coisa? Até hoje não vejo nenhuma utilidade para isso.

- Vou lhe mostrar.

O auror Reese começou a ler e uma expressão de incredulidade se estampou em seu rosto.

- Santa Mãe de Deus! - exclamou ele. - Tenho de mostrar isto ao capitão McLagan.

Quando o capitão Joseph McLagan acabou de ler a copia impressa, levantou os olhos para o auror Reese.

- Eu... Nunca vida nada igual.

- Nunca houve nada igual. - declarou Reese. - O que fazemos com isso?

O capitão McLagan respondeu em voz pausada:

- Acho que devemos prender esse sujeito. Owen Cloudmind era um cidadão de bem, um repórter do Profeta Diário. Quando foi morto, ele se encontrava no meio de uma investigação sobre o assassinato de Judd Houston.

E começou a ler novamente, dessa vez em voz alta, as folhas que estavam em sua mão.

- "Tenho motivos para acreditar que o Ministro dos Estados Unidos cometeu pelo menos um assassinato e está envolvido em mais quatro..."

Obtive as seguintes informações de várias fontes. Virgínia Weasley, a proprietária e editora do Profeta Diário, está disposta a jurar que em uma ocasião Draco Malfoy tentou persuadi-Ia a tomar uma droga ilegal chamada Veneno de Mimbletonia.

Quando Draco Malfoy era candidato a vice Ministro do Londres , Pansy Parkiston, uma secretária, ameaçou processá-lo por assédio sexual. Malfoy disse a um colega que teria de conversar com ela. No dia seguinte, o corpo de Pansy foi encontrado no rio Londres . Ela morreu de uma overdose de Veneno de Mimbletonia.

A secretária do então vice Ministro Draco Malfoy,Mirian FriedIand, foi encontrada inconsciente num banco de parque durante a madrugada. Estava em coma

induzido por ter tomado uma overdose de Veneno de Mimbletonia. O Ministério esperava que ela recuperasse os sentidos para descobrir quem lhe dera a droga. Draco Malfoy telefonou para o hospital e sugeriu que desligassem os aparelhos que a mantinham viva. Mirian FriedIand morreu sem sair do coma.

Judd Houston foi morta por uma overdose de ecstasy líquido. Descobri que na noite de sua morte foi dado um telefonema do hotel para o Ministério. Procurei os registros telefónicos do hotel, mas a página para esse dia fora arrancada. Fui informado de que o Ministro se encontrava numa reunião naquela noite, mas descobri que a reunião fora cancelada. Ninguém sabe do paradeiro do Ministro naquela noite.

Paul Yerby foi detido como suspeito do assassinato de Judd Houston. O capitão McLagan informou ao Ministro onde Yerby se achava detido. Na manhã seguinte, Yerby foi encontrado enforcado em sua cela. Ele teria se enforcado com seu cinto, mas quando procurei seus pertences pessoais no Ministério encontrei o cinto, intacto.

Através de um amigo no Ministério, descobri que uma carta de chantagem foi enviada à Ministério. O Ministro Malfoy pediu ao FBI que um perito do Ministério, descobrisse as digitais na carta. A maior parte do texto fora coberta por tinta branca, mas o meu amigo perito foi capaz de decifrá-la com a ajuda de um infrascópio.

As impressões digitais na carta pertenciam a Carl Yourdon, um recepcionista no Monroe Arms Hotel, provavelmente o único que poderia conhecer a identidade da

pessoa que reservou a suíte em que a moça foi morta. Ele viajara para um hotel de pesca, mas seu nome fora revelado à Ministério. Quando cheguei lá, descobri que Yourdon morrerano que parecia ter sido um acidente.

Há ligações demais para que essas mortes sejam apenas coincidência. Vou continuar na investigação, mas devo confessar que estou com medo. Pelo menos registrei tudo isto, caso algo venha a me acontecer."

- Por Merlin! - exclamou Joseph McLagan. - Isso... é horrível! Não posso acreditar.

- Cloudmind acreditava, e é bem provável que tenha sido morto para se impedir que as informações vazassem. O que faremos agora? - perguntou Reese.

- Como perguntar ao Ministro da Magia se ele matou meia dúzia de pessoas? - perguntou McLagan desesperançoso.

- É uma boa pergunta. Vamos jogá-lo em Azkaban?

- Antes de fazermos qualquer coisa... - disse McLagan. - acho que devemos apresentar este texto ao próprio Ministro e lhe dar uma oportunidade de se explicar.

- Enquanto isso, mandarei preparar um mandado para a prisão dele. Devemos estar preparados para tudo. - disse Reese.

- Bem, vou ligar para lá.


Jules Milinight largou o telefone e continuou sentado, em silêncio, pensando no que acabara de ouvir. Levantou-se, atravessou o corredor até a sala de Deborah Kanner, a secretária do Ministro.

- Preciso falar com o Ministro.

- Ele está numa reunião. Se puder..

- Tenho de falar com ele agora, Deborah. É urgente. - Ela reconheceu a expressão de urgência de Milinight.

- Está bem.

Ela pegou o telefone e apertou um botão.

- Lamento interrompê-lo, Sr. Ministro, mas o Sr. Milinight está aqui e disse que precisa vê-lo. - Ela escutou por um momento. - Obrigada.

Deborah Kanner desligou, virou-se para Milinight e avisou:

- Cinco minutos.

Cinco minutos depois, Jules Milinight estava a sós com o Ministro Malfoy no Gabinete Ministerial.

- O que é tão importante, Jules? Milinight respirou fundo.

- Os aurores do Ministério acham que você está envolvido em seis assassinatos.

Draco sorriu.

- Isso é alguma espécie de piada...

- Acha mesmo? Pois eles estão vindo para cá agora. Acreditam que você matou Judd Houston... e Paul Yérby.

Draco empalideceu.

- O quê?

- Sei que é um absurdo. Pelo que disseram, todas as provas são circunstanciais. Tenho certeza de que poderá explicar onde estava na noite em que a moça morreu.

Draco ficou calado. Jules Milinight esperou.

- Pode explicar não é, Draco?

Draco engoliu em seco.

- Não, não posso.

- Mas tem de explicar!

- Jules, preciso ficar a sós...

Saindo do gabinete, Jules Milinight foi falar com o inominável Andrews, que se encontrava no Ministério.

- O que é tão urgente, Jules?

- E... é sobre o Ministro.

- O que aconteceu?

- Os aurores acham que Draco é um assassino.

O inominável Andrews fitou aturdido.

- Mas que história é essa?

Milinight relatou tudo. Quando ele acabou, o inominável Andrews murmurou:

- Mas que filho da puta idiota! Sabe o que isso significa?

- Sim, senhor. Significa que Draco..

- Draco que se foda. Passei anos para por ele no lugar onde o quero. Não me importa o que aconteça com ele. Estou no controle agora, Jules. Tenho o poder. Não vou permitir que a estupidez de Draco o tire de mim. Não vou permitir que ninguém o tire de mim!

- Não sei como pode...

- Não disse que todas as provas são circunstanciais?

- Isso mesmo. Fui informado de que não existe nenhuma prova concreta. Mas ele não tem um álibi.

- Onde o Ministro está neste momento?

- No Gabinete Ministerial.

- Pois tenho boas notícias para ele - anunciou o inominável Carl Andrews.

O inominável Andrews sentou-se diante de Draco no Gabinete Ministerial.

- Estive ouvindo algumas coisas surpreendentes, Draco. Um absurdo, é claro. Não sei como eles poderiam pensar que você...

- Eu também não. Não fiz nada de errado, Carl.

- Tenho certeza de que não fez. Mas e se por acaso se espalhar a notícia de que você sequer foi suspeito de crimes tão horríveis...

Pode compreender como isso afetaria o cargo, não é mesmo?

- Claro, mas...

- Você é importante demais para deixar que uma coisa assim aconteça. Este gabinete controla o mundo bruxo, Draco. Não vai querer renunciar a isto.

- Não sou culpado de nada, Carl.

- Mas eles acham que você é. Fui informado que não tem álibi para a noite em que Judd Houston foi assassinada. É verdade?

Houve um momento de silêncio.

- É, sim.

O inominável Andrews sorriu.

- O que aconteceu com a sua memória, filho? Esteve comigo naquela noite. Passamos a noite toda juntos.

Draco fitou-o nos olhos, confuso.

- Como?

- Isso mesmo que você ouviu. Sou seu álibi. Ninguém vai questionar minha palavra. Mas ninguem mesmo. Vou salvá-lo, Draco.

Houve um longo silêncio.

- O que você quer em troca, Carl?

O inominável Andrews acenou com a cabeça.

- Só algumas coisinhas ínfimas

Draco declarou:

- Não vou fazer nada que eu não queira, entendeu?

Os olhos do inominável Andrews se contraíram.

- O que você disse?

- Vou fazer o que EU quero. O importante, Carl, não é por quanto tempo um Ministro permanece no cargo, mas sim o que ele faz durante seu

mandato.

O rosto do inominável Andrews começava a ficar vermelho.

- Sabe o que está fazendo?

- Sei.

O inominável inclinou-se através da mesa.

- Não creio que saiba. Eles estão a caminho daqui para acusá-lo de assassinato, Draco. Onde pretende negociar seus acordos... em Azkaban? Acaba de jogar toda a sua vida no lixo, seu idiota...

Uma voz soou pelo interfone:

- Sr. Ministro, há algumas pessoas aqui que desejam lhe falar. Os aurores...

- Mande-os entrar.

O inominável Andrews disse, em tom sarcástico:

- Parece que eu deveria me ater a julgar carne de hipogrifo. Cometi um grande erro com você, Draco. Mas você cometeu o maior erro de sua vida. Vou destruí-lo.

A porta foi aberta e o auror Reese acompanhado pelo capitão McLagan, entraram no gabinete. O capitão McLagan murmurou:

- Inominável Andrews...

Carl Andrews acenou com a cabeça bruscamente e saiu da sala. Nick Reese foi fechar a porta. Aproximou-se da mesa.

- Sr. Ministro, é uma situação bastante embaraçosa, mas espero que compreenda. Temos de lhe fazer algumas perguntas.

Draco confrontou-os.

- Já fui informado do motivo da presença de vocês aqui. É claro que nada tive a ver com essas mortes.

- Tenho certeza de que todos ficamos aliviados em ouvir isso, sr. Ministro - disse Joseph McLagan. - Posso lhe assegurar que nenhum de nós realmente acredita que pudesse estar envolvido. Mas foi formulada uma acusação e não temos opção a não ser investigá-la.

- Compreendo.

- Sr. Ministro, alguma vez tomou a droga Veneno de Mimbletonia?

- Não.

Os visitantes se entreolharam.

- Sr. Ministro, se pudesse nos dizer onde se encontrava no dia 15 de outubro, na noite da morte de Judd Houston... Houve um silêncio.

- Sr. Ministro?

- Sinto muito, mas não posso.

- Mas, sem dúvida, é capaz de lembrar onde estava e o que fazia naquela noite?

Silêncio.

- Sr. Ministro?

- Eu... não consigo me lembrar direito agora. Gostaria que voltassem mais tarde.

- Quando? - perguntou Reese.

- Às oito horas.

Draco observou-os saírem. Levantou-se em seguida, foi devagar até a pequena

sala de estar onde Alicia trabalhava, sentada a uma escrivaninha. Ela levantou os

olhos quando o marido entrou. Ele respirou fundo.

- Alicia... Tenho uma confissão a fazer.

N/A: Mais um capítulo, e é com grande tristeza (ou não!!!) que eu digo que esse é um dos últimos capítulos. No próximo ou nos dois próximos apítulos, vamos descobrir quem fez isso com as pobrezinhas das meninas. Bem, para quem tem uma mente ágil, já descobriu faz tempo... Resta saber como ele vai (e se vai) escapar do beijinho do dementador. Bjus e até o próximo!!!