Capítulo 20 - Nenhum plano é completamente perfeito

- Não faça nada neste momento! - ordenou Virgínia Weasley. - Cuidarei de tudo. Volte a me ligar dentro de dez minutos.

Ficou pensando no que acabara de ouvir. Então afinal, Malfoy não tinha assassinado toda aquela gente. Era ela que cega de raiva, tentava incriminá-lo a todo custo... Bem, se não era ele, ela não podia colocá-lo em Azkaban, era uma questão ética.

Pegou o jornal que tinha impresso mais cedo e mandou rasgar e queimar todos os exemplares, afinal aquilo não tinha mais propósito algum.

Sim, tinha raiva dele e muita, só que o senso de ética de seu pai, não a deixava incriminar alguém inocente.


- O que vai acontecer comigo? - perguntou Marianne Yourdon.

- Não se preocupe. Você será protegida. - Mila tomou uma decisão rápida. - Marianne, vamos fazer uma entrevista ao vivo e entregarei a fita ao Ministério. Assim que terminarmos a entrevista, eu a tirarei daqui.

Lá fora, um carro parou rangendo os pneus. Marianne foi até a janela.

- Ah não!

Mila foi postar-se ao lado dela.

- o que foi?

Sime Lombardo saía do carro. Olhou para a casa, depois encaminhou-se para a porta. Marianne balbuciou:

- Aquele... Aquele homem esteve aqui... perguntando sobre Carl... no dia em que Carl foi morto. Tenho certeza de que ele esteve envolvido em seu

assassinato.

Mila pegou o telefone e fez uma ligação às pressas. Gabinete da senhora Weasley.

- Tenho de falar com ele imediatamente.

- Ok.

- Gina, preciso de ajuda e depressa. Tenho uma noticia sensacional. Quero que você me ponha ao vivo agora.

- Para que?

- Não posso explicar agora.

- Bem tenho que falar com uma de minhas emissoras antes e...

- Não há tempo para isso! - explodiu Mila.

Pela janela, Mila viu Sime Lombardo se aproximando da porta.

No caminhão da TV, Vernon MilIs olhou para seu relógio.

- Vamos fazer essa entrevista ou não? Tenho um compromisso.

Dentro da casa, Mila dizia ao telefone:

- É uma questão de vida e morte, Gina. Você tem de me pôr ao vivo. Pelo amor de Deus, faça isso agora!

Ela bateu o telefone, foi até o aparelho de televisão e ligou no Canal Seis, o canal da emissora de Gina.

Estava transmitindo um seriado melodramático. Um homem mais velho falava com uma moça.

- Você nunca me compreendeu de verdade, não é, Kristen?

- A verdade é que eu o compreendo bem demais. E por isso que quero o divórcio, George.

- Existe outro?

Mila seguiu apressada para o quarto e ligou o aparelho de televisão ali.

Sime Lombardo bateu na porta da frente.

- Não abra! - advertiu Mila a Marianne.

Ela verificou se o microfone estava funcionando. As batidas na porta tornaram-se mais altas.

- Vamos sair daqui! - sussurrou Marianne. - Pelos fundos...

Nesse momento, a porta da frente foi arrombada e Sime Lombardo avançou pela sala. Ele fechou a porta e olhou para as duas mulheres.

- É muita sorte ter encontrado as duas juntas...

Desesperada, Mila olhou para o aparelho de televisão.

- Se há outro, George, a culpa é sua.

- Talvez eu seja mesmo culpado, Kristen.

Sime Lombardo tirou do bolso uma varinha e começou a alisá-la.

- Não! - gritou Mila. - Você não pode... Sime ergueu a varinha.

- Cale a boca! Para o quarto... Vamos logo!

Marianne balbuciou:

- Oh, meu Deus!

- Escute... - disse Mila. - Podemos...

- Eu mandei calar a boca. E agora mexa-se.

Mila olhou para o aparelho de televisão.

- Sempre acreditei numa segunda chance, Kristen. Não quero perder o que tivemos... O que podemos ter de novo.

As mesmas vozes ecoavam do aparelho no quarto.

- Eu mandei irem para o quarto! - gritou Sime. Vamos acabar logo com isso!

Enquanto as duas mulheres em pânico davam um passo hesitante na direção do quarto, uma luz vermelha acendeu de repente na câmera no canto. As imagens de Kristen e George sumiram da tela e um locutor disse:

- Interrompemos este programa para transmitir ao vivo um acontecimento extraordinário na área de Wheaton.

A cena do seriado deu lugar na tela à sala de estar da casa dos Yourdons. Mila e Marianne apareceram em primeiro plano, com Sime ao fundo. Sime parou, confuso, ao se ver na tela da televisão.

- Mas... Mas o que é isso?

No caminhão, os técnicos viram quando a nova imagem surgiu na tela.

- Estamos ao vivo! - gritou Vernon Mills.

Mila olhou para a tela e fez uma prece silenciosa. Virou-se para a câmera.

- Aqui é Mila Bulstrode, transmitindo ao vivo da casa de Carl Yourdon, que foi assassinado há poucos dias. Estamos entrevistando um homem que tem informações sobre esse assassinato.

Ela virou-se para Sime Lombardo.

- Muito bem... Pode nos contar o que aconteceu exatamente?

Lombardo estava paralisado, vendo-se na tela da TV, a passar a língua pelos lábios.

- Ei!

Ele ouviu sua imagem dizer na tela: "Ei!" Também viu sua imagem se mover, quando avançou para Mila.

- Mas... O que está fazendo? Que truque é esse?

- Não há truque algum. Estamos no ar, ao vivo. Dois milhões de espectadores nos assistem.

Lombardo viu sua imagem na tela se apressar em guardar a varinha no bolso.

Mila lançou um olhar para Marianne Yourdon, depois fitou Sime Lombardo nos olhos:

- Jules Milinight está por trás do assassinato de Carl Yourdon, não é mesmo?


No Ministério, Nick Reese estava em sua sala quando um assistente entrou correndo.

- Depressa! Dê uma olhada nisso! Eles estão na casa de Yourdon!

O assistente ligou a televisão no Canal Seis e a imagem surgiu na tela.

- Jules Milinight mandou você matar Carl Yourdon?

- Não sei do que está falando. Desligue a porra desse aparelho de televisão antes que eu...

- Antes que você o quê? Vai nos matar na frente de dois milhões de pessoas?

- Essa não! - gritou Nick Reese. - Mande alguns aurores para lá o mais depressa possível!


No gabinete Ministerial, Draco e Alicia assistiam à transmissão, perplexos.

- Jules? - murmurou Draco. - Não posso acreditar!


A secretária de Jules Milinight entrou apressada em sua sala.

- Sr. Milinight, acho que é melhor ligar a televisão no Canal Seis.

Ela fitou-o com evidente nervosismo e tornou a sair. Jules Milinight ficou aturdido.

Pegou o controle remoto e apertou um botão, ligando o aparelho de televisão.

Mila estava dizendo:

- E Jules Milinight não foi também o responsável pela morte de Judd Houston?

- Não sei de nada sobre isso. Terá de perguntar a Milinight.

Jules Milinight olhou para a tela em total incredulidade.

"Isto não pode estar acontecendo! Oh, Deus, não faça isso comigo!"

Ele se levantou de um pulo e se encaminhou apressado para a porta.

"Não deixarei que me peguem! Vou me esconder! Mas ele logo parou. Onde? Onde posso me esconder?"

Milinight voltou devagar para trás da mesa, arriou na cadeira. Esperando.

De repente pegou sua varinha, era a última e mais digna coisa a ser feita. Pensou nas filhas e em toda essa repercussão, mas não teve alternativa.

Apontou sua própria varinha para a cabeça e um jato de luz verde saiu dela, deixando sentado na cadeira com os olhos estatelados. Pelo menos assim, o Ministério não o pegaria.

- Avada Kevadra.


Em sua sala, Virgínia Weasley assistia à entrevista, em choque.

- Não podia ter sido assim, Malfoy. Você estragou completamente meus planos. Ele era perfeito.

" Será ainda mais famosa do que é agora. o mundo inteiro vai conhecer seu nome."

Sim, depois de tanto acusar Malfoy, no dia seguinte, ela seria alvo de brincadeiras no mundo bruxo.

Mas mesmo assim, foi a coisa mais digna a se fazer. Não podia continuar acusando um inocente. Mandaria publicar uma nota de reconhecimento da inocência de Malfoy.


Na casa dos Yourdons, Sime Lombardo lançou um último e frenético olhar para si mesmo na tela da televisão e disse:

- Vou embora!

Ele abriu a porta da frente. Meia dúzia de aurores o esperavam com varinhas na mão. Não podia fazer nada, estava de uma vez por todas encrencado.


Era um dia perfeito. o céu era de um azul claro e profundo, uma brisa fresca soprava nas salas do Ministério.

Eles estavam no Jardim das Rosas, com três dúzias de outros repórteres de televisão e jornal. A câmera do canal seis focalizava o Ministro, que se encontrava num pódio, com Alicia ao seu lado.

O Ministro Draco Malfoy declarou:

- Inominável Carl Andrews. Gostaria de pedir que não interferisse mais em meu mandato e que de uma vez por todas, confesse diante de todos o mundo bruxo que teve sua parcela de participação na morte daquelas pessoas.

- Mas eu não...

- Levem-no. - disse Draco aos aurores.

Podia não ser verdade, mas com aquela declaração, Carl Andrews estava para sempre arruinado

Draco olhou para a multidão, lá estava Virgínia Weasley sorrindo-o como se pedisse desculpas.

Draco sorriu, pedindo desculpas também. Não tinha sido certo o que tinha feito com Gina, mas Alícia era a melhor primeira dama e a melhor companheira que podia ter. Olhou para Virgínia mais uma vez e sentiu seu coração palpitar. Será que ainda a amava? "Não" - pensou olhando para Alícia - "Alícia é tudo que pedi a Merlin."

Olhou novamente para o lugar onde Virgínia se encontrara. Ela já não estava mais lá.

N/A: Acabou... E ae o que acharam? Eu adoreiiiiiiiiiiiiiiiii... Gostei muito desse livro do Sidney, muito mesmo... Bjus e até a próxima... Leiam Nada é Eterno, outra fic minha que está aqui no Bjus e obrigada pelos Reviews... por todos eles!!!