LABIRINTO – Capítulo 4
AUTHOR: Lady K. Roxton
COMMENTS:
Towanda, como aumento de salário, demorou, mas chegou! Espero que não se incomode, mas tive que fugir um pouco do enfoque no labirinto para explicar umas coisinhas muito úteis para o próximo capítulo. Espero que goste.
Pat, aqui está o nosso herói para arrasar!!! Apesar de que o Willzinho é o rei da festa rs... E só podia: ele não convive com outras crianças e herdou o melhor no conjunto psicológico de seus papis. Cuidado com o vício R&M rs...
Rosa, eu fui juntando o q eu mais gosto nos filmes de ação e eu sou abertamente louca pela série de filmes da múmia, bem como os do Indy. E daí veio a inspiração, bem como uma pesquisa básica em livros de esoterismo q vc's nem se deram conta rs...
Camila Geisa, se congelar p/ esperar o Willzinho crescer seria tdb né, mas aí vc teria q passar pela Marguerite. Já pensou q sogra ciumenta ela seria? Rs...
Camilla, o nosso herói gostoso num pode fazer nada além de amparar a Marg. Ele no labirinto se perderia, ninguém pode entrar se não souber seguir as pistas e só o Will ou a Marg poderiam fazer isso, o fofucho se perderia na primeira esquina, tadinho rs... Relaxa, ele vai ter sua cena!!!
Tata, pra te fazer feliz, olha aí todo o poulvo de volta na casa!!! Obrigada pelo elogio, como ficou grande o cap passado, agora vou diminuir, atendendo seu pedido hehehehe (brincadeira) rs...
Bjus a todas vocês, meninas! Desculpem a demora!!! Review, please!!!
..........................*****...........................
Capítulo 4
"Parafraseando uma grade filósofa que conhecemos, este dia não poderia ficar pior!" Verônica já começava a se desesperar após constatar que não havia nenhuma saída da sala sinistra.
"A gente tem que fazer alguma coisa, não podemos ficar aqui esperando sermos esmagados!!!" Finn também começava a se descontrolar também.
Willzinho olhava para a, cada vez menor, sala. Parecia concentrado, os pensamentos distantes. Teria um plano para tira-los dali?
"Vê, e se usássemos as tochas como alavancas para segurar as paredes? Pelo menos ganharíamos algum tempo."
"São muito curtas, Finn. Isso só nos deixaria no escuro e não funcionaria. Detesto admitir, mas parece que não há nada que possamos fazer."
"Tem que ter um jeito de sair daqui, que droga de lugar!" a garota do futuro já estava perdendo a pouca tranqüilidade que lhe restava, tateava urgentemente a parede, às vezes batia para ver se havia alguma cavidade, mas... nada.
...............................*****.................................
O ranger monótono do elevador tomou a atenção de Challenger e Adônis sentados à mesa, tentando engolir um pouco de café. O cientista já imaginara a cena mil vezes antes: Roxton era impulsivo, enérgico e, acima de tudo, amava a mulher e o filho. Que explicação daria a ele? Ninguém tinha culpa do que ocorrera, a não ser a própria Marguerite, se fosse para ser considerado dessa forma, entretanto, ele como cientista e, afinal de contas, "médico da família" que havia se tornado com o passar dos anos, sentia-se responsável por todos.
"Olá! Vocês nem vão acreditar no que aconteceu hoje, um raptor conseguiu comer nossa primeira presa, mas foi bom, acabamos abatendo este belíssimo peru!" Malone foi dizendo levantando o animal pelas pernas. Roxton estava atrás e só então notaram a presença do guerreito avatar.
"Quem é seu amigo, Challenger?" o caçador perguntou já desconfiado, sua arma pronta para atirar ao mínimo movimento.
"Roxton, realmente isso não é necessário. Adônis veio trazer um recado para Verônica, está tudo bem, não se preocupe."
"Desculpe, amigo, mas sabe como são as coisas por aqui" abaixou a espingarda, a testa franzida dando-lhe um ar de homem protetor do lar. "Onde estão todos? Marguerite? Will?" chamou enquanto pendurava sua mochila e as armas, esperando que a qualquer momento eles viessem atender seu chamado. Ned já guardara suas coisas e estava na cozinha preparando a água para depenar a ave.
"Marguerite!" ele gritou mais impaciente dirigindo-se para o quarto deles.
"John, meu amigo, espere, aconteceu algo que precisa saber antes de entrar em seu quarto..." Challenger começou receoso da reação do caçador.
"Do que você está falando? Aconteceu alguma coisa com meu filho? Com Marguerite? Fala logo, Challenger!"
Com a ajuda de Adônis, o cientista contou os acontecimentos da tarde, aos que Roxton ouvia inquieto, sem poder acreditar. Não sabia se sentia raiva de Marguerite por sua imprudência e por deixar o filho deles sair a um lugar perigoso e desconhecido, ou se corria para o lado dela ou se saía atrás de Will. Adônis foi muito eficiente em suas explicações, acalmando-o, para que fosse ver a herdeira e não a deixasse pior do que já deveria estar se sentindo.
Entrou silencioso no quarto, Summerlee virou-se para ver quem era, estava ainda tentando baixar a febre, num esforço praticamente inútil, mas que ele recusava-se a deixar de fazer, queria fazer com que ela pelo menos se sentisse menos mal e com o máximo de conforto possível.
"Deixe-me a sós com ela, por favor" disse bem baixo para não acorda-la.
Assentindo com a cabeça e tocando seu ombro em sinal de apoio, o professor retirou-se. E Marguerite, sentindo aquele cheiro deliciosamente irresistível de seu marido, abriu os olhos procurando-o.
"Pensei que eu fosse ir embora sem me despedir de você" disse com certa dificuldade, porém serena, seu rosto iluminado de maneira angelical.
Tomando as mãos dela, lutava para não deixar transparecer suas emoções e medos, queria dar-lhe segurança e a certeza de que tudo estava bem. Era assim que ele sempre fez e assim deveria continuar sendo. "Marguerite, não fale assim, vai dar tudo certo, Will vai..."
"Nós o subestimamos, John. Sabia que ele pode ler qualquer coisa, como eu? E é tão forte e valente como você. Nós fizemos ele direitinho, não foi?" ela o interrompeu.
"Foi sim, amor. Mas ainda vamos fazer outros, esta casa vai ficar cheia de crianças e talvez tenhamos que nos mudar para um lugar maior. Onde você gostaria de viver?"
"Sinto que quando nosso filho voltar, eu não estarei aqui. Escute bem: cuide dele, não deixe que nada lhe aconteça, agora ele é só seu. E sempre diga que eu o amei muito, como amo você, promete que vai fazer isso?"
"Preste atenção, senhorita Krux, você só vai sair desse quarto comigo e com o Will, nós precisamos de você, o que vamos fazer se nos deixar?"
"Eu amo você demais..." ela conseguiu finalmente dizer e seus olhos azuis, cheios de dor, se fecharam, deixando escorrer uma lágrima pelo delicado rosto.
Roxton chamava por seu nome, tocava o rosto dela, sem largar a mão dela. Challenger e Summerlee ouviram e vieram ver o que estava acontecendo, examinando-a em seguida. "Calma, John, ela não está morta. Mas se não dermos logo a cura, temo que ela não passe de amanhã" Summerlee sentenciou, pedindo que ele se controlasse. Adônis e Challenger o acompanharam de volta à sala.
.........................................******............................. ..........
"Predadores esfomeados, canibais, mistérios, nada disso foi capaz de nos matar e agora um labirinto estúpido vai nos esmagar como baratas e nós não podemos fazer nada!" Finn lamentava-se enquanto assistia às paredes fechando-se sobre eles.
Willian estava em pé, não parecia nervoso ou com medo e não havia dito nada desde que haviam ficado presos, as garotas já quase nem notavam sua presença.
"Willian, alguma idéia? O que a frase da entrada dizia mesmo? Talvez seja a resposta para a saída. Will?" Verônica perguntou em vão, ele agora parecia estar muito distante.
................................*****...........................
"Mamãe, lê uma estória para mim?" Willian já havia vestido seu pijama e Marguerite o cobria. Logo, Roxton apareceu com um copo de leite quentinho.
"Estou tão cansada, meu amor, que tal amanhã bem cedinho?" ela estava sentada a seu lado e pegou o copo de Roxton, que sentou-se na ponta da cama. "Filho, tome seu leite que sua mãe está cansada. E eu posso contar uma estória no lugar dela, não seria legal?"
Marguerite teve que abafar o riso. "Pai, sem ofensas, mas aquela última que o senhor me contou foi, ah sei lá, meio nada a ver!" O casal riu muito do "nada a ver", que referia-se a contos de fada. Marguerite detestava que lessem para Will essas estórias, dizia que eles influíam idéias machistas na cabeça das crianças e não pretendia implantar essas mensagens subliminares na mente de seu filho, assim, selecionava muito bem o que podia e o que não podia ser lido ou contado para seu filhote.
"John! Você andou lendo aqueles continhos para ele, não foi?"
"Ah mas isso foi antes de eles serem proibidos aqui em casa. Will, essa você vai me pagar!" fingiu cochichar para Marguerite não escutar e o menino se divertia com os dois. "Eu já contei aquela do homem que perdeu o nariz por causa do frio? É verdade, isso foi no Himalaia, fazia tanto frio que o nariz dele congelou e tiveram que amputar."
"Por favor, de novo não!" Marguerite e William responderam em coro.
"Está bem, eu vou ler, mas só um pedacinho, já está tarde para estar acordado. Pode ir arrumando a cama para nós, meu bem" Roxton foi saindo, já pensando que noite ainda era uma criancinha de colo para os dois (ele e Marguerite).
Da gavetinha do criado-mudo, ela tirou um de seus livros favoritos, Astrologia Hermética, e começou: "O animal racional (o homem) dirige carros sonhando, trabalha na fábrica, no escritório, no campo, etc., sempre sonhando, Enamora-se e casa-se sonhando. Na vida, raramente está desperto. Vive em um mundo de sonhos e crê firmemente estar acordado. [...] Antes de tudo, torna-se necessário compreender que se está dormindo. Somente quando alguém se dá conta cabal de que está adormecido, entra de verdade no caminho do despertar."
"Mamãe, o que mantém as pessoas presas?"
"A mente, meu anjinho. Ela nos segura bem firme para que não despertemos, mas quando nos liberamos dela, podemos fazer muitas coisas que parecem impossíveis. Mas agora, mocinho, quero ver você dormindo!"
...........................*****.........................
"Will!!!" Verônica e Finn o chacoalhavam. "Você está bem? O que foi?"
"Deve estar com tanto medo que nem consegue se mexer, coitadinho" Verônica pensava.
Parecendo voltar a si, após refletir sobre a lembrança que brilhou durante aqueles instantes, olhos para as garotas e sorriu. "Libertar-se da mente" mumurou baixinho. Fechou aqueles grandes olhos azuis esverdeados que seus pais adoravam e voltou a abri-los: as paredes haviam parado de se fechar. "Tias, vocês viram isso?" Ele se referia às paredes: haviam parado de se fechar, aliás, era como se nunca tivesse saído do lugar.
"Ver o quê?" perguntaram, para elas, tudo ainda estava do mesmo jeito.
"As paredes! Elas pararam, vocês não vêem?"
Entreolharam-se espantadas. Do que ele estaria falando? Teria ficado tão assustado que se recusava a acreditar no trágico fim que se aproximava?
CONTINUA...
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Towanda, como aumento de salário, demorou, mas chegou! Espero que não se incomode, mas tive que fugir um pouco do enfoque no labirinto para explicar umas coisinhas muito úteis para o próximo capítulo. Espero que goste.
Pat, aqui está o nosso herói para arrasar!!! Apesar de que o Willzinho é o rei da festa rs... E só podia: ele não convive com outras crianças e herdou o melhor no conjunto psicológico de seus papis. Cuidado com o vício R&M rs...
Rosa, eu fui juntando o q eu mais gosto nos filmes de ação e eu sou abertamente louca pela série de filmes da múmia, bem como os do Indy. E daí veio a inspiração, bem como uma pesquisa básica em livros de esoterismo q vc's nem se deram conta rs...
Camila Geisa, se congelar p/ esperar o Willzinho crescer seria tdb né, mas aí vc teria q passar pela Marguerite. Já pensou q sogra ciumenta ela seria? Rs...
Camilla, o nosso herói gostoso num pode fazer nada além de amparar a Marg. Ele no labirinto se perderia, ninguém pode entrar se não souber seguir as pistas e só o Will ou a Marg poderiam fazer isso, o fofucho se perderia na primeira esquina, tadinho rs... Relaxa, ele vai ter sua cena!!!
Tata, pra te fazer feliz, olha aí todo o poulvo de volta na casa!!! Obrigada pelo elogio, como ficou grande o cap passado, agora vou diminuir, atendendo seu pedido hehehehe (brincadeira) rs...
Bjus a todas vocês, meninas! Desculpem a demora!!! Review, please!!!
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Capítulo 4
"Parafraseando uma grade filósofa que conhecemos, este dia não poderia ficar pior!" Verônica já começava a se desesperar após constatar que não havia nenhuma saída da sala sinistra.
"A gente tem que fazer alguma coisa, não podemos ficar aqui esperando sermos esmagados!!!" Finn também começava a se descontrolar também.
Willzinho olhava para a, cada vez menor, sala. Parecia concentrado, os pensamentos distantes. Teria um plano para tira-los dali?
"Vê, e se usássemos as tochas como alavancas para segurar as paredes? Pelo menos ganharíamos algum tempo."
"São muito curtas, Finn. Isso só nos deixaria no escuro e não funcionaria. Detesto admitir, mas parece que não há nada que possamos fazer."
"Tem que ter um jeito de sair daqui, que droga de lugar!" a garota do futuro já estava perdendo a pouca tranqüilidade que lhe restava, tateava urgentemente a parede, às vezes batia para ver se havia alguma cavidade, mas... nada.
...............................*****.................................
O ranger monótono do elevador tomou a atenção de Challenger e Adônis sentados à mesa, tentando engolir um pouco de café. O cientista já imaginara a cena mil vezes antes: Roxton era impulsivo, enérgico e, acima de tudo, amava a mulher e o filho. Que explicação daria a ele? Ninguém tinha culpa do que ocorrera, a não ser a própria Marguerite, se fosse para ser considerado dessa forma, entretanto, ele como cientista e, afinal de contas, "médico da família" que havia se tornado com o passar dos anos, sentia-se responsável por todos.
"Olá! Vocês nem vão acreditar no que aconteceu hoje, um raptor conseguiu comer nossa primeira presa, mas foi bom, acabamos abatendo este belíssimo peru!" Malone foi dizendo levantando o animal pelas pernas. Roxton estava atrás e só então notaram a presença do guerreito avatar.
"Quem é seu amigo, Challenger?" o caçador perguntou já desconfiado, sua arma pronta para atirar ao mínimo movimento.
"Roxton, realmente isso não é necessário. Adônis veio trazer um recado para Verônica, está tudo bem, não se preocupe."
"Desculpe, amigo, mas sabe como são as coisas por aqui" abaixou a espingarda, a testa franzida dando-lhe um ar de homem protetor do lar. "Onde estão todos? Marguerite? Will?" chamou enquanto pendurava sua mochila e as armas, esperando que a qualquer momento eles viessem atender seu chamado. Ned já guardara suas coisas e estava na cozinha preparando a água para depenar a ave.
"Marguerite!" ele gritou mais impaciente dirigindo-se para o quarto deles.
"John, meu amigo, espere, aconteceu algo que precisa saber antes de entrar em seu quarto..." Challenger começou receoso da reação do caçador.
"Do que você está falando? Aconteceu alguma coisa com meu filho? Com Marguerite? Fala logo, Challenger!"
Com a ajuda de Adônis, o cientista contou os acontecimentos da tarde, aos que Roxton ouvia inquieto, sem poder acreditar. Não sabia se sentia raiva de Marguerite por sua imprudência e por deixar o filho deles sair a um lugar perigoso e desconhecido, ou se corria para o lado dela ou se saía atrás de Will. Adônis foi muito eficiente em suas explicações, acalmando-o, para que fosse ver a herdeira e não a deixasse pior do que já deveria estar se sentindo.
Entrou silencioso no quarto, Summerlee virou-se para ver quem era, estava ainda tentando baixar a febre, num esforço praticamente inútil, mas que ele recusava-se a deixar de fazer, queria fazer com que ela pelo menos se sentisse menos mal e com o máximo de conforto possível.
"Deixe-me a sós com ela, por favor" disse bem baixo para não acorda-la.
Assentindo com a cabeça e tocando seu ombro em sinal de apoio, o professor retirou-se. E Marguerite, sentindo aquele cheiro deliciosamente irresistível de seu marido, abriu os olhos procurando-o.
"Pensei que eu fosse ir embora sem me despedir de você" disse com certa dificuldade, porém serena, seu rosto iluminado de maneira angelical.
Tomando as mãos dela, lutava para não deixar transparecer suas emoções e medos, queria dar-lhe segurança e a certeza de que tudo estava bem. Era assim que ele sempre fez e assim deveria continuar sendo. "Marguerite, não fale assim, vai dar tudo certo, Will vai..."
"Nós o subestimamos, John. Sabia que ele pode ler qualquer coisa, como eu? E é tão forte e valente como você. Nós fizemos ele direitinho, não foi?" ela o interrompeu.
"Foi sim, amor. Mas ainda vamos fazer outros, esta casa vai ficar cheia de crianças e talvez tenhamos que nos mudar para um lugar maior. Onde você gostaria de viver?"
"Sinto que quando nosso filho voltar, eu não estarei aqui. Escute bem: cuide dele, não deixe que nada lhe aconteça, agora ele é só seu. E sempre diga que eu o amei muito, como amo você, promete que vai fazer isso?"
"Preste atenção, senhorita Krux, você só vai sair desse quarto comigo e com o Will, nós precisamos de você, o que vamos fazer se nos deixar?"
"Eu amo você demais..." ela conseguiu finalmente dizer e seus olhos azuis, cheios de dor, se fecharam, deixando escorrer uma lágrima pelo delicado rosto.
Roxton chamava por seu nome, tocava o rosto dela, sem largar a mão dela. Challenger e Summerlee ouviram e vieram ver o que estava acontecendo, examinando-a em seguida. "Calma, John, ela não está morta. Mas se não dermos logo a cura, temo que ela não passe de amanhã" Summerlee sentenciou, pedindo que ele se controlasse. Adônis e Challenger o acompanharam de volta à sala.
.........................................******............................. ..........
"Predadores esfomeados, canibais, mistérios, nada disso foi capaz de nos matar e agora um labirinto estúpido vai nos esmagar como baratas e nós não podemos fazer nada!" Finn lamentava-se enquanto assistia às paredes fechando-se sobre eles.
Willian estava em pé, não parecia nervoso ou com medo e não havia dito nada desde que haviam ficado presos, as garotas já quase nem notavam sua presença.
"Willian, alguma idéia? O que a frase da entrada dizia mesmo? Talvez seja a resposta para a saída. Will?" Verônica perguntou em vão, ele agora parecia estar muito distante.
................................*****...........................
"Mamãe, lê uma estória para mim?" Willian já havia vestido seu pijama e Marguerite o cobria. Logo, Roxton apareceu com um copo de leite quentinho.
"Estou tão cansada, meu amor, que tal amanhã bem cedinho?" ela estava sentada a seu lado e pegou o copo de Roxton, que sentou-se na ponta da cama. "Filho, tome seu leite que sua mãe está cansada. E eu posso contar uma estória no lugar dela, não seria legal?"
Marguerite teve que abafar o riso. "Pai, sem ofensas, mas aquela última que o senhor me contou foi, ah sei lá, meio nada a ver!" O casal riu muito do "nada a ver", que referia-se a contos de fada. Marguerite detestava que lessem para Will essas estórias, dizia que eles influíam idéias machistas na cabeça das crianças e não pretendia implantar essas mensagens subliminares na mente de seu filho, assim, selecionava muito bem o que podia e o que não podia ser lido ou contado para seu filhote.
"John! Você andou lendo aqueles continhos para ele, não foi?"
"Ah mas isso foi antes de eles serem proibidos aqui em casa. Will, essa você vai me pagar!" fingiu cochichar para Marguerite não escutar e o menino se divertia com os dois. "Eu já contei aquela do homem que perdeu o nariz por causa do frio? É verdade, isso foi no Himalaia, fazia tanto frio que o nariz dele congelou e tiveram que amputar."
"Por favor, de novo não!" Marguerite e William responderam em coro.
"Está bem, eu vou ler, mas só um pedacinho, já está tarde para estar acordado. Pode ir arrumando a cama para nós, meu bem" Roxton foi saindo, já pensando que noite ainda era uma criancinha de colo para os dois (ele e Marguerite).
Da gavetinha do criado-mudo, ela tirou um de seus livros favoritos, Astrologia Hermética, e começou: "O animal racional (o homem) dirige carros sonhando, trabalha na fábrica, no escritório, no campo, etc., sempre sonhando, Enamora-se e casa-se sonhando. Na vida, raramente está desperto. Vive em um mundo de sonhos e crê firmemente estar acordado. [...] Antes de tudo, torna-se necessário compreender que se está dormindo. Somente quando alguém se dá conta cabal de que está adormecido, entra de verdade no caminho do despertar."
"Mamãe, o que mantém as pessoas presas?"
"A mente, meu anjinho. Ela nos segura bem firme para que não despertemos, mas quando nos liberamos dela, podemos fazer muitas coisas que parecem impossíveis. Mas agora, mocinho, quero ver você dormindo!"
...........................*****.........................
"Will!!!" Verônica e Finn o chacoalhavam. "Você está bem? O que foi?"
"Deve estar com tanto medo que nem consegue se mexer, coitadinho" Verônica pensava.
Parecendo voltar a si, após refletir sobre a lembrança que brilhou durante aqueles instantes, olhos para as garotas e sorriu. "Libertar-se da mente" mumurou baixinho. Fechou aqueles grandes olhos azuis esverdeados que seus pais adoravam e voltou a abri-los: as paredes haviam parado de se fechar. "Tias, vocês viram isso?" Ele se referia às paredes: haviam parado de se fechar, aliás, era como se nunca tivesse saído do lugar.
"Ver o quê?" perguntaram, para elas, tudo ainda estava do mesmo jeito.
"As paredes! Elas pararam, vocês não vêem?"
Entreolharam-se espantadas. Do que ele estaria falando? Teria ficado tão assustado que se recusava a acreditar no trágico fim que se aproximava?
CONTINUA...
