Disclaimer: Quando eu for muito rica, vou comprar um Kenshin só para mim! Já mandei reservar… se pedires com muita força, eu digo-te onde o encontrares à venda… ;-)

3. Finalmente Osaka!

Sentamo-nos na esplanada do café, aquela onde tantas vezes em crianças vínhamos deliciarmo-nos com saborosos gelados (sorvetes). Estava vazia e agradeci a Deus por isso. Neste momento a última coisa que quero é misturar-me na multidão.

A vista que se observa da esplanada sempre me fascinou, especialmente a esta hora, pois conseguimos ver o Sol a esconder-se para lá das montanhas que se elevam nos limites da cidade.

Observei o céu tingido por uma alegre paleta de cores. Hoje, tudo ao meu redor parecia ter adquirido uma nova cor, o mundo não parecia o mesmo que eu anteriormente conhecera!

Um jovem empregado veio nos servir. A Megumi encarregou-se de escolher um chá frio para nós, comentando a sorrir "É bom para acalmar os nervos."

Estava melhor, depois de ter partilhado os meus sentimentos com elas. Eram outra vez as minhas confidentes, as minhas amigas, aquelas para partilhar as alegrias e dividir as tristezas… o ombro para chorar quando tudo está perdido.

Elas tinham-se abstido de fazer qualquer comentário, esperavam pacientemente que eu contasse tudo o que tinha acontecido para me fazer assumir os meus sentimentos.

O chá chegou finalmente. O empregado serviu-nos e eu bebi um trago, sentindo o líquido espalhar-se pela minha garganta, escorrer dentro do meu ser.

Chegou o momento, já não tenho mais desculpas.

Olhei para cada uma delas, com determinação. Sei que se privarás de me julgar, apenas estaram ali para me aconselhar e apoiar. Sem mais senãos, comecei.

"Não sei definir um ponto onde possa afirmar que tudo começou. Por isso, acho melhor contar-vos tudo, desde o início. E o inicio foi à uma semana atrás, no dia que partimos para a tão esperada viagem a Osaka…"

---------------Flashback----------------------------------------------------

"Vá lá, faz-me lá esse favor" eu implorei "Por favor fecha-te…"

Mas o maldito fecho não queria executar a sua função. Sentei-me exausta.

"Pronto. Ganhaste. Contente! Bora lá outra vez" disse, reabrindo a mala. Comecei a rever o que levava para a viagem, na esperança de encontrar algo que pudesse deixar.

Comecei a tirar a roupa que tinha acabado de lá meter, depois de dois dias de ponderação. Por fim, lá consegui encontrar umas peças de roupa que não eram tão indispensáveis quanto as restantes e finalmente consegui fechar a minha mala.

"Estava a ver que não era para hoje!" Comentei, feliz, para ninguém em particular. Olhei para o relógio. Estava mesmo em cima da hora, eram quase nove horas.

Olhei para o meu quarto, despedindo-me do meu refúgio.

"É só por uma semana" dei por mim a dizer em voz alta "Em breve regresso!"

Peguei na mala e saí apressadamente. Antes de fechar a porta, olhei novamente para tudo o que deixava para trás. Tudo o que tenho na vida está entre estas quatro paredes.

"Portem-se bem." Disse, antes de fechar a porta. Tenho de parar com esta mania de ficar a falar para o ar… mas sei que é uma forma de procurar afastar o medo de passar uma semana longe da segurança que um lar concede… Mas é apenas por uma semana. Não há motivos para ficar triste por partir uma semana de férias…

Dirigi-me ao café da esquina, onde normalmente encontro a malta (galera). Tinha combinado encontrar-me lá com as raparigas. Já ia bastante atrasada, portanto apressei o passo e entrei naquele ambiente que me é tão familiar, por o frequentar nas horas livres entre as aulas.

A mesa do canto, com grandes bancos corridos, que habitualmente ocupamos, estava vazia. Surpresa olhei ao meu redor, mas não vi ninguém. De repente, braços fortes agarraram-me por trás.

"Oi Jou-chan!" disse a pessoa nas minhas costas.

Virei-me para trás e retribui o abraço.

"Sano, que saudades…" eu disse.

"Começas já com isto, ainda sem teres ido embora?" gozou o meu amigo Sanosuke Sagara.

Eu ri-me. "Estou nervosa Sano, gostaria que também fosses connosco à viagem!"

Um breve trajecto de tristeza fez-se sentir na cara do meu amigo, mas ele rapidamente afastou-o.

"Tu sabes bem que eu gostaria de ir, mas os meus pais…" ele disse.

"Os teus pais ou tu? Se não tivesses feito aquilo, não estarias de castigo…" eu reprimi-o.

"E perder a cara de parvo de Saitou-san a escorregar no pavilhão desportivo! Ahahahahaha! Nunca na vida!"

Eu olhei para ele com uma cara de má, mas por pouco tempo. Não aguentei mais e rebentei a rir com o meu amigo.

"Mas pronto. Tu não vais ficar assim tão mal…" continuei eu " tens um motivo de peso para cá ficares…"

"Quem?" disse sarcasticamente o Sanosuke "A peste da tua prima? Até parece que eu quero alguma coisa com Megu…"

"Eu não toquei no nome dela…" eu disse, rindo-me "Acho que te acabou de cair a boca para a verdade meu amigo".

Entretanto pus-me a uma distância segura dele. Conhecendo-o como conheço, posso afirmar que a vontade dele era simplesmente esganar-me.

"A viagem não será a mesma sem ti. Vou sentir a tua falta…" Eu deixei mesmo escapar estas frases?

"Continuas nostálgica? Não te quero assim rapariga. Quero-te ver com uma cara alegre e que te divirtas pelos dois. E claro, que te embebedes pelos dois…"

"Doido!" eu disse, abraçando-o. "Tenho de ir. A propósito. Viste as raparigas por aqui? Nós tínhamos combinado encontrarmo-nos aqui…"

"Elas já foram embora à bastante tempo." Respondeste-me.

Por alguns segundos fiquei chateada. Elas deviam ter esperado por mim, apesar de eu ter vindo atrasada…

Tu percebeste os meus sentimentos. "Esquece isso." Disseste-me.

Eu ri-me. "Porta-te bem e chateia muito a Megumi!" posto isto dei-te dois beijos carinhosos e saí dali a correr antes de começar a chorar.

Quando estava quase a chegar a porta, ouvi a tua voz "Não te esqueças de me trazer um presente!"

"Ok! Eu prometo trazer-te um bocado de areia da praia e água do mar numa garrafa! E talvez uma pedra ou duas!" gracejei, saindo para o exterior.

Conseguia distinguir o vulto do autocarro parado à frente da escola. Passei pelo meio da multidão à procura do meu grupo. Por fim, encontrei-os. Estavam todos juntos: Kenshin, Misanagi, Sura, Katsu, Hikari, Okita e Sakura. Por perto, estava Tomoe lavada em lágrimas, a despedir-se da família. Também nas despedidas estavam os irmãos Amakusa, Shogo e Sayo.

Dirigi-me ao grupo maior e Misanagi mal me viu veio ter comigo e abraçou-me. "Nem acredito que chegou a hora" comentou ela ao meu ouvido.

Eu sorri para a minha amiga e companheira e ainda abraçadas, juntamo-nos ao resto do pessoal a conversar, como não podia deixar de ser sobre os maravilhosos sete dias de liberdade absoluta que nos aguardavam.

"É melhor começarmos a entrar no autocarro" sugeriu Kenshin.

Acolhemos com satisfação a sugestão, pois o que mais desejávamos era chegar a Oska o quanto antes!

Deixamos a bagagem na mala do autocarro e subimos. Tal como havíamos combinado anteriormente, eu e Misanagi ocupamos o mesmo banco do autocarro, já que cada banco serve para duas pessoas.

Perto de nós sentaram-se os nossos amigos. À nossa frente ia Sura e Sakura. Hikari ia com Sayo. No banco imediatamente atrás de nós, iam os rapazes, Okita e Katsu. Shogo ia mais para trás com o seu grupo de amigos.

Dois bancos atrás de nós iam Kenshin e Tomoe, esta ainda desolada.

"Preparei uns CDs fixes para ouvirmos" comentou Misanagi dando-me um phone, ficando ela com o outro, colocando depois um CD no leitor. Distraímo-nos assim, por cerca de duas horas, ouvindo música e conversando.

A viagem seria demorada, só chegaríamos ao nosso destino depois do pequeno-almoço.

A certa altura, Enishi aproxima-se do nosso banco e começa a conversar animadamente com Misanagi. Conheço-o desde quando tínhamos ambos cerca de cinco anos de idade, mas nunca fomos grandes amigos. Todavia, ele namorou com Misanagi pouco antes de nos as duas nos conhecermos. Apesar de terem acabado, continuavam amigos e eu abstraí-me da conversa, deixando-os falarem livremente.

Eu estava distraída a ouvir música quando Misanagi toca no meu braço chamando a minha atenção e diz: "Vou só ali abaixo com o Enishi. Não demoro."

O autocarro era de dois andares e nós encontrávamo-nos no de cima, logo eu não podia saber o que se passava lá em baixo.

Ao princípio, o facto de Misanagi me ter deixado não me incomodou, mas os minutos passaram e ela não voltou.

Passado cerca de uma hora, o Kenshin veio-me fazer companhia, sentando-se ao meu lado.

"Estás sozinha?" perguntou-me.

Eu sorri-lhe, apesar de o meu coração estar levemente desapontado. Afastei esses sentimentos, Misanagi é minha amiga e eu confio nela. Tentei encontrar segurança e firmeza para lhe responder "Misanagi foi lá em baixo. Daqui a nada está de volta." Será que ele se apercebeu do ligeiro tremor na minha voz?

"A minha companheira adormeceu" ele disse, referindo-se a Tomoe. Então, eu decidi vir dar uma volta e esticar as pernas.

"Eu também começo de estar farta de estar aqui fechada neste autocarro" desabafei.

Ele fez-me uma breve carícia na cara.

"Que estás a ouvir?" perguntou-me.

"Nada de jeito" eu disse. Tinha estado a ouvir o mesmo CD desde que a Misanagi me tinha deixado. O leitor era dela, estávamos a seguir esta jornada juntas, eu não queria mudar o CD sem a sua autorização. Seria admitir que ela me tinha abandonado…

"Estavas a ouvir Avril Lavigne?" ele pegou nos CDs e analisou-os "Queres ouvir antes um pouco de Linkin Park?"

"Pode ser." Eu disse. Não conhecia bem Linkin Park, acho a sua música muito pesada, mas já estava farta de ouvir a música I'm with you (Eu estou contigo), quando na verdade estava sozinha, como poucas vezes estive, pois estava rodeada pelos meus colegas todos. E essa solidão da alma é das piores que pode haver…

"Acho que não é bem o teu estilo de música" ele disse, vendo a minha primeira reacção à música "mas ouve com atenção. No início parece música pesada, mas se reparares, por trás da música estão sentimentos muito poderosos e tristes."

I wanna heal, I wanna feel what I thought was never real

I wanna let go of the pain I've held so long

(Erase all the pain till it's gone)

I wanna heal, I wanna feel like I'm close to something real

I wanna find something I've wanted all along

Somewhere I belong

"É lindo" eu disse. As palavras atrás da música tocaram a profundidade do meu ser, o vazio que eu estava a sentir antes da chegada de Kenshin.

I will never know myself until I do this on my own

And I will never feel anything else, until my wounds are healed

I will never be anything till I break away from me

I will break away, I'll find myself today

"Estás mesmo a gostar?" ele perguntou, desconfiado.

"Sim. É diferente do que costumo ouvir… é tão triste." Eu disse evitando o teu olhar.

"Às vezes, temos de aprender a pôr o passado atrás das costas."

Eu olhei para ti, surpresa. Não sei a razão das tuas palavras, mas tocaram-me. Apesar de nunca o admitirmos, a nossa amizade é profunda. Presenteei-te com um sorriso tímido.

Tu acariciaste novamente a minha face, forçando-me a sorrir. "Gosto mais quando esta face linda sorri!" Disseste.

Posto isto, o único som que reinava entre nós provinha da música, entre nós ligava-nos um silêncio cúmplice e confortável.

Passada uma eternidade, o autocarro parou numa estação de serviço e a Misanagi aproximou-se de nós. Não apresentou desculpas nem justificações, mas com um breve sorriso seu, desculpei-a instantaneamente.

Decidi descer, e ir ao quarto de banho! A fila era enorme, parecia que todas as raparigas do autocarro estavam com a mesma vontade que eu. À minha frente na fila estavam Yumi e Kamatari, duas raparigas da minha turma, que, por acaso, eram só as mais arrogantes que alguma vez conheci.

Olharam para mim de soslaio e começaram a falar em voz baixo, mas isso não me incomodou. Já as conheço à demasiado tempo para isso me perturbar.

"Ei!" disse uma voz atrás de mim. A minha face acendeu-se num enorme sorriso.

"Tomoe-chan! Com que então já tas acordada Onee-chan…" eu disse.

"É. Fez-me bem dormir um pouco. Estava muito nervosa."

Eu passei o meu braço sobre os teus ombros e dei-te um beijo carinhoso na face.

Quando voltamos ao autocarro, vimos o Kenshin e a Misanagi sentados juntos, a conversarem alegremente. Tu convidaste-me para me sentar ao pé de ti e ficamos a conversar um pouco, embaladas pelo movimento do autocarro.

A lua ia alta no céu e era óptimo passar um tempo agradável com a minha Onee-chan. Pusemo-nos a ouvir música suave, muito diferente da que tinha estado a ouvir com Kenshin.

Sayo estava a passear no corredor.

"Oi linda!" Chamei-a. "Senta-te aqui, num banco ao pé de nós!" Como o autocarro era demasiado grande para as cerca de cinquenta pessoas que levava, logo havia imensos lugares vazios, para quem se quisesse deitar e dormir um pouco.

Conversamos as três animadamente. O autocarro estava mais silencioso por volta das 3h. Já não se ouviam vozes a gritar que aguentariam a noite toda a pé, fazendo uma directa.

Por fim o sono também nos apanhou e eu adormeci abraçada a Tomoe.

Dormitei um bom bocado, eram já quase 6h quando acordei. Tomoe ainda dormia ao meu lado mas Sayo encontrava-se já acordada. Um sorriso breve e carinhoso bailava nos seus lábios. "Bom dia" cumprimentou-me.

"Acho que ainda podemos dizer boa noite" respondi-lhe, olhando para a escuridão que ainda nos rodeava. Perspectivei a sua cara cansada "Mas tu não descansaste nada! Dorme um bocadinho." Eu pedi-lhe.

"Eu não consigo dormir aqui no autocarro" respondeu ela. "mas pronto, vou descansar um pouco os olhos." Ela acrescentou, ao ver a minha cara de preocupação.

Querida Sayo… sempre mais preocupada com os outros que com ti própria. Nunca conheci ninguém assim altruísta como tu. Sei que velavas pelo teu irmão, que dormia perto de nós. Inconscientemente repeti o gesto de Kenshin, quando ele me tinha tentado consolar e acariciei levemente a tua face angelical. Agora eu estou aqui para tratar de ti, já que tu não o fazes… :P

Fiquei novamente só. Depois de algum tempo a observar a escuridão a desvanecer-se no ar, para dar o lugar ao dia, e o Kenshin passa no corredor.

"Então fofa, já estás acordada?" perguntou-me.

"Não consigo dormir muito no autocarro. Isto é ligeiramente desconfortável…" eu disse sorrindo.

"E Tomoe, pelos vistos ainda dorme" tu retribuíste o meu sorriso.

"Acho que nem uma tempestade a acordaria. Ela está a dormir profundamente." Eu afirmei, olhando para a rapariga completamente adormecida nos meus braços.

"Oi" disse Misangai, vinda de trás.

"Bom dia" respondi-lhe.

"Para mim ainda é boa noite" disseste "Vou tentar dormir um pouco… Vens?" perguntou Misangai para Kenshin.

Ele acenou que sim e afastaram-se. Vi-os dirigirem-se para o banco onde anteriormente tinham estado e reparei que se enroscavam confortavelmente um no outro, o que me surpreendeu…

Mas o som da voz da minha irmã chamou a minha tenção. Olhei para ela, que ainda estava completamente adormecida. Então ouvi-a novamente. Estava a falar, durante o sono, não sabia que ela fazia isso. Inclinei-me ligeiramente, tentando compreender o que ela dizia.

"Kenshin!" Com que então, minha mana, chamávas por ele nos teus sonhos… E ele ali tão perto e ao mesmo tempo tão inatingível…

Acariciei-te e puxei o cabelo que te escorria para a cara. Amanhecia e tu acordaste com o nascer do sol. Radiante com um grande sorriso na cara.

Conversamos um pouco e depois levantaste-te e antes que eu te pudesse impedir, foste procurar o Kenshin. Não que houvesse nada de mal, mas Misanagi estava completamente adormecida no seu colo.

Tu voltaste para ao pé de mim sorrindo, um sorriso falso que se notava à distância. Mas nos últimos tempos tens andado a fugir de mim, sem partilhares o peso dos teus problemas comigo. "É cansaço." Costumas dizer quando eu te forço a falar. Um dia, em breve, arrancar-te-ei o que te preocupa. Eu sei que a separação com o Kenshin é muito mais ingrata do que o que tu nos queres mostrar e um dia eu obrigar-te-ei a encarar a realidade. Tu precisas de fazer isso para seguires em frente…

Mas não agora. Em vez disso abraço-te, dizendo como foi bom dormir na tua companhia e acordar na tua presença e como eu sinto falta do tempo que costumávamos partilhar juntas. Tu acalmas-te e sentas-te e voltamos a ouvir música.

Estávamos perto do nosso destino, mas antes de lá chegarmos ainda teríamos uma breve paragem para o pequeno-almoço.

Um sol maravilhoso alegrava o dia e foi óptimo senti-lo na pele quando deixamos o autocarro e nos dirigimos para a estação serviço.

Ela tinha uma loja de lembranças enorme e nós não conseguimos resistir-lhe, indo dar lá uma volta. Só depois nos dirigimos à cafetaria para tomar um valente pequeno-almoço.

Encontramos o grupo de rapazes numa mesa e juntamo-nos a eles.

A refeição decorreu num ambiente ligeiro, conversa alegre e despreocupada corria entre nós! Estávamos alegres, a lembrança de estarmos a chegar ao nosso destino era uma constante na nossa cabeça!

Observei a minha manita. Tinha tirado a máscara, agora era alegria verdadeira que lhe marcava na face, agora que estava reunida com Kenshin.

O resto da viagem decorreu rapidamente. O grupo misturou-se todo, os lugares que tínhamos ocupado até então tinham sido abandonados. As expectativas tinham atingido o ponto máximo!

E por fim, Osaka!

A primeira vista da cidade maravilhou-nos. Ao longe a água límpida e azul do mar profundo.

Nós dirigimo-nos para os arredores da cidade, a zona turística, com grandes e esplendorosos hotéis. Passamos a zona dos bares e das grandes discotecas.

Por fim, deixaram-nos numa praça à entrada do hotel.

A comissão organizadora da viagem foi dar entrada no hotel, enquanto nós esperávamos no exterior. Por fim, eles saíram e reúnem-nos.

"Houve um problema. Os quartos que nos arranjaram não são de quatro pessoas como inicialmente tínhamos pensado. Serão de três pessoas, temos refazer os grupos."

Inicialmente estava previsto eu ocupar um quarto com Misanagi, Sayo e Tomoe.

Nós as quatro reunimo-nos e Tomoe diz-nos: "não há problema, ficarei no quarto com Kenshin e Okita".

"Ok." Diz Misanagi, aliviada por o problema se ter resolvido tão simplesmente. Ela dirige-se para a comissão para registrar o quarto e trazer a chave.

Eu vou atrás de Tomoe. Pego-lhe no braço e ela vira-se para trás. Eu digo-lhe, admirada "Vais ficar no quarto dos rapazes?"

Tu pareceste ligeiramente embaraçada. Mas o que é que tu me estás a esconder?

"Bem, éramos muitas só para um quarto…" disseste, fugindo dos meus olhos…

"Mas eles são três. Já tinham o quarto cheio…"

"Oh! O Katsu vai completar outro quarto…" parecias desanimada, sem encontrares uma resposta satisfatória "além disso, para onde é que eu iria? Somos sete raparigas no grupo! Alguma teria que ir para outro quarto, com alguém com quem não nos damos tão bem!"

Tenho de admitir. A tua resposta era convincente. Acho que também preferia dormir no meio dos rapazes do que partilhar um quarto com a Yumi e a Kamatari… mas porque é que tu não consegues admitir que a tua verdadeira razão é o Kenshin?"

Misanagi aproxima-se de nós, sem se aperceber do clima entre nós.

"Kaoru-chan, vamos indo? Já aqui tenho a chave do nosso quarto. É o 416. Ainda temos que subir um bocado."

Eu olhei novamente para Tomoe e acenei-lhe. Só depois permiti que Misanagi me conduzisse para o interior do hotel.

"Quarto 416, aqui vamos nós!" disse Misanagi. Sayo-chan também se tinha juntado a nós. Esperamos que o elevador estivesse vago e subimos ao quarto andar.

Andamos às voltas à deriva, à procura do nosso quarto. Pelos vistos, todo aquele andar estava destinado à nossa escola.

Finalmente encontramos a porta daquele que seria o nosso quarto. Contudo, o cartão que nos tinham dado e que deveria funcionar como chave da porta, parecia não querer executar a sua função.

De repente apercebi-me de um colega nosso que pertencia à comissão que organizara a viagem a passar por nós.

"Ei!" chamei-o. O nosso cartão não funciona.

Ele experimentou-o e verificando que nos tínhamos razão, pediu que aguardássemos enquanto ele ia à recepção ver o que se passava.

Entretanto vimos aproximar-se Tomoe, Kenshin e Okita.

"Então, parece que vamos ser vizinhos" comentaram. "Nós estamos no 414!"

"O nosso cartão não funciona, estão agora a tratar desse assunto."

"Oro! Espero que não demorem muito a tratar do assunto…" disse Kenshin.

"Bem, nós já estamos à espera há um bocadito… mas não devem tardar muito… espero!" Eu disse com um sorriso.

Todos os nossos colegas estavam a dirigir-se aos seus respectivos quartos e a compará-los com os dos seus amigos. Nós fomos até ao quarto dos rapazes, que era também o de Tomoe. Era pequenino e com as três camas individuais todas juntas no seu centro. Ao fundo, tinha uma pequena varanda.

Deixamo-los a desfazer as malas e fomos continuar a espera no corredor.

Por fim, o nosso colega chegou e disse-nos "Houve um problema com o vosso quarto… Vocês vão ter de mudar para o 212."

Definitivamente a viagem não estava a começar bem. Mas, é uma viagem e temos de a aproveitar e transformar todos os maus momentos em bons. Em vez de ficarmos chateadas por termos estado mais de meia hora à espera da chave, para depois ainda termos de descer dois andares, gracejamos com o facto.

O nosso quarto era diferente dos do quarto andar. Ficava numa esquina, do outro lado do hotel. Era maior do que os que tínhamos visto, e tinha as três camas espalhadas pelos cantos do mesmo. Em vez de varanda tinha duas grandes janelas sobre as camas.

Só observando pela janela pudemos observar a configuração do hotel. Ele formava um género de U, e o nosso quarto com janelas, estava virado para os quartos dos nossos colegas do quarto andar que tinham varandas.

Eu peguei no telefone interno do hotel e marquei o número do quarto 414. Atendeu-me o Kenshin e eu pedi que ele fosse até à varanda.

O seu quarto era quase à frente do meu e conseguíamos falar normalmente.

Expliquei-lhe da troca dos quartos e conversamos um pouco, sendo interrompidos pelos nossos companheiros de quarto.

Mas as peripécias não acabaram por aqui. Estávamos nós na janela, quando batem à porta.

Pelo que tínhamos visto anteriormente, todos os nossos colegas estavam no quarto andar, só nós havíamos sido remetidas para o segundo andar devido à troca dos quartos e ninguém a não ser os do quarto 414 sabiam onde nós estavam. Quem poderia ser?

Eu e a Misanagi fomos abrir a porta.

Eram três rapazes, bastante jeitosos. Nós olhamos uma para a outra, desconfiadas.

"Olá!" disseram eles. Nós respondemos ao seu cumprimento. Eles continuaram "Nós ocupamos o quarto à frente do vosso, e vínhamos saber se vocês têm um bocado de body milk que nos emprestem?"

Nós ficamos sem reacção. Acho que eu devia estar com a boca aberta devido à sua ousadia.

O rapaz que tinha falado sorriu. Prosseguiu, dizendo "é para fazer escorregar as mãos" e acompanhou a sua fala com um gesto sensual.

O meu espírito tinha mudado de incrédula para divertida. Não podia acreditar naqueles palhaços. Aquilo parecia-me uma coisa que o Sano poderia fazer…

"Peço imensa desculpa." Eu disse "mas nós ainda nem desfizemos as malas."

"Oh, que pena…" ele disse.

"Vais ter de voltar mais tarde. XAU!" eu disse, fechando a porta atrás de mim.

As minhas colegas estavam a olhar para mim, surpresas.

"Tu és doida, sabias?" disse Misanagi.

"Pensei que já me conhecias antes querida amiga! Isso não é novidade nenhuma!"

Desatamo-nos a rir, acompanhadas por Sayo. Ainda bem que ela não tinha ido abrir a porta, ela é tão altruísta que não se aperceberia das verdadeiras intenções dos rapazes. Não lhes quereríamos dar demasiada confiança se eles fossem sempre assim inoportunos.

"Sabem que mais? Quero ir dar uma volta antes do almoço. Temos de ir conhecer a cidade!" eu disse.

"É uma óptima ideia!" confirmaram elas.

"Vou convidar os rapazes." Eu disse. Peguei no telefone e marquei o número do quarto deles 414, e falei com o Kenshin, fazendo-lhe a mesma proposta.

"Ok. Encontramo-nos na recepção dentro de dez minutos" ele respondeu.

"So, let's go girls!" Eu disse "Bora arrasar por aí!"

Pegamos nas nossas carteiras e abandonamos o nosso quarto.

--------------------Continua----------------------------------------------------------------

Notas da autora: Bem, eu disse que este fic seria confuso, já adivinhando o futuro. Para contar a história tive que pôr um monte de personagens. Espero que vocês as reconheçam, a maioria pertence a RK. Minhas são apenas Hikari e Sakura, mas eu não ofereço-as de bom agrado a quem as quiser pois estou com a sensação que elas irão fazer a vida negra a Kaoru…
A história da viagem irá continuar pelos próximos capítulos… Espero que estejam a gostar!

Obrigada por lerem este fic! Já nee!

Hana Himura: Muito obrigada pelo seu review! Eu adoro o seu trabalho e fiquei honrada por você ter perdido um pouco do seu tempo lendo esta fic super confusa… Bjs e obrigada!

Kenjutsu Komachi: Ainda bem que você tá gostando! A história ainda vai dar muitas voltas, mas sempre K&K, não conseguiria fazer de outro modo! Obrigada por ter deixado um review! Tive lendo sua história e estou amando. Espero que o próximo capítulo saia logo… Bjinhos!

Sayuri-chan86: Fiquei encantada por descobrir que há uma portuguesa lendo este fic! Muito obrigada por teres deixado um review e por todo o apoio… Já dá para ver que este fic está muito inspirado na minha viagem de finalistas, né? E tu? Posso estar enganada, mas pla tua idade deves estar também a acabar o 12ºano. Correram-te bem os exames? Eu vou repetir biologia na 2º fase. Obrigada pelo apoio! Ontem fiquei tão contente ao ver que me puseste na tua lista de favoritos! É um grande voto de confiança! Bjs fofos e obrigada pela força!

Sf-chan: Oi! O seu review me ajudou muito! Eu tenho a história toda escrita na minha cabela, mas tá sendo difícil de sair. Quando você falou no Enishi, o transformou num elo importante da história… muito obrigada. Na viagem nós vamos ver uma Kaoru mais animada, mas a tensão do fic irá ser criada pelo conflito psicológico que Kaoru irá sofrer, porque a última coisa que ela quer é magoar a sua melhor amiga… É uma situação confusa e deprimente e infelizmente, Kaoru irá sofrer muito… mas não deixa de ser Kaoru, você vai ver! Lojas espampanantes são lojas que chamam muito a atenção pelas roupas coloridas e ousadas, aquele tipo de lojas que você olha e se questiona "mas quem é que compra alguma coisa por aqui?" Obrigada por continuar lendo o fic! Bjs doces!