Disclaimer: Eu adoraria poder dizer aqui que o Kenshin me pertence. Mas não posso. Também não direi que pertence ao Nobuhiro Watsuki, ou a grandes companhias como a Jump Comics e Sony Entertainment, O Kenshin pertence única e exclusivamente a Kaoru… e nós gostamos dele assim… =)
Nota da autora: Este capítulo é dedicado a vocês, exclusivamente a vocês que me têm apoiado ao longo dos primeiros capítulos! Foi a pensar em vocês que arranjei força e vontade para o escrever! Espero que gostem!
4. Um dia na praia!
O Verão já se fazia sentir naquele pedaço meridional do Japão. Não era um calor forte, mas era agradável, principalmente para nós vindos de uma cidade do interior, não muito distante de Yamagata.
Como tínhamos pouco tempo antes do almoço, decidimos limitarmo-nos a dar uma pequena volta perto do hotel.
O nosso hotel ficava situado numa grande avenida que desembocava na praia. Esta era atravessada por lojas interessantes e como não podia deixar de ser, pelas lojas apertadas e apinhadas (cheias) de recordações para os turistas ávidos de lembranças.
"Para cima ou para baixo?" perguntou Tomoe, acompanhando a pergunta com o seu riso ligeiro.
Kenshin sorriu, com um rápido encolher de ombros.
"Bem, aqui especados é que não ficamos…" comentou Misanagi.
Mas Sayo resolveu a questão. "Olha que coisa tão gira!" disse, dirigindo-se a uma loja. Nós limitamos a segui-la.
Era uma loja de acessórios femininos. O que lhe tinha chamado a atenção, era uma bonita carteira azul celeste.
As raparigas entraram, maravilhadas. Conseguia perceber os comentários maldispostos dos rapazes atrás de nós.
"Mulheres…" dizia Okita.
"Oro!" A habitual interjeição do Kenshin fez me rir.
Eu esperei por eles e meti-me entre os dois rapazes e rodeei as suas cinturas com os meus braços. Eles retribuíram também o abraço.
"Já a dizerem mal de nós, quando ainda mal saímos do hotel?"
"Então o que é que queres? Para vos aturar…" disse Okita "nós devemos ter feito mesmo muito mal numa vida passada, não é Kenshin?"
Eu comecei-me a rir.
"Nós ficamos aqui à espera." Disse Okita.
"Não vão entrar?" eu perguntei.
"Não, minha linda. Vamos ficar aqui a ter conversas de homem. Por isso, é melhor ires ter com as raparigas." Disse Okita sorridente. Sempre gostaste de me provocar…
"Pensei que para ter conversas de Homem era necessário haver cá homens, com h minúsculo mesmo…" eu respondi.
Tu largaste-me chateado.
"Ai sim?" disseste.
"Eu libertei-me do braço de Kenshin e dirigi-me à entrada da loja. Só aí, voltei-me para trás e desafiei:
"Eu acho é que vocês não têm é coragem de entrar numa loja de acessórios femininos…"
Virei-me rapidamente e entrei na loja. Por algum motivo, conseguia sentir ainda o olhar penetrante do Kenshin ainda nas minhas costas.
Só no seu interior percebi o meu erro. Não era uma loja de artigos femininos como eu pensara, mas de artigos místicos, com coisas variadas.
Sorri de contentamento ao aperceber-me que o meu desafio tinha resultado! Os rapazes cedo me seguiram para o interior da loja.
"Então…" disse Okita provocadoramente atrás de mim "Não temos coragem, é?"
O meu sorriso aumentou. Virei-me para trás, para poder olhar para Okita, mas o meu olhar desviou-se para Kenshin. Havia como uma força a ligar-nos, uma estranha energia que nos impedia de nos afastarmos e nenhum de nós conseguia desviar o olhar.
"O facto de terem entrado não prova nada. Não sei se reparaste mas isto não é uma loja de acessórios femininos." Disse isto com o meu olhar ainda preso ao de Kenshin, a minha voz baixa e no fim já me faltando as palavras. Porque é que eu me estava a sentir tão esquisita? E isso só acontecia com o Kenshin… não sei o que é que está a acontecer.
Felizmente Okita não reparou nisso. Estava muito ocupado observando a loja.
"Tens razão." constatou ele.
Não lhe consegui responder, não tinha forças para isso, observava discretamente Kenshin enquanto fingia observar uns artigos à minha frente. Apercebi-me que às vezes ele olhava para mim estranhamente e eu estava a começar de sentir as pernas bambas… mas o que é que me estava a acontecer? Devia ser cansaço… e o cansaço devia se reflectir na minha cara para o Kenshin me olhar assim daquela maneira… Tinha de ser isso.
Sorri-lhe e com essa resolução tomada, consegui finalmente encontrar forças e vontade para lhe virar as costas. Respirei aliviada quando isso aconteceu.
Apercebi-me então de que um forte cheiro a incenso e flores inundava o ar. Rapidamente descobri a sua origem, de uma prateleira com óleos perfumados à venda. Dirigi-me até lá e peguei num de jasmim. Sempre adorei esse cheiro. Abri o frasco e inalei lentamente.
"Posso?" perguntou o Kenshin. Não o tinha sentido perto de mim. Sem palavras entreguei-lhe o frasco e vi-o inalando cuidadosamente.
"Este aroma faz-me lembrar alguém…" disseste e eu senti a minha face a enrubescer. Essência de jasmim é o perfume que eu sempre uso.
A vendedora veio ter comigo, vendo o meu interesse no artigo. O Kenshin deitou-me mais um olhar antes de se afastar. Ainda bem que o Kenshin se afastara devido à empregada, se ele ficasse perto de mim por muito mais tempo, acho que a minha cara ficaria da cor do seu cabelo…
Mal ouvi o que vendedora disse sobre os óleos. Mas decidi comprá-lo, e para o usar tinha de escolher um queimador de óleos, apesar de ele também se puder usar na água do banho.
Misanagi veio ajudar-me a escolher, mas foi Kenshin que me indicou o queimador que acabei por comprar. Era simples, mas muito bonito, ornado por simples luas dengosas.
Saí daquela loja, um pouco melhor, e o ar fresco do exterior ajudou-me a acalmar. Para meu infortúnio, as raparigas também entraram na loja seguinte.
O Kenshin entrou com Tomoe e eu fiquei um pouco para trás.
Quando entrei, vi Tomoe agarrar num chapéu laranja forte, com flores brancas e colocou-o na sua cabeça redonda de longos cabelos escuros, lisos. Ficava tão engraçado o contraste, que não pudemos evitar rir.
"Não cometas o pecado de colocar esse chapéu no Kenshin, por favor." Disse Misanagi, por entre as gargalhadas.
Não pude evitar senão rir mais fortemente. Um chapéu laranja florido, sobre a linda cabeleira de ruiva de Kenshin… simplesmente não combinava, daria uma autêntica explosão de cores…
"Já agora, porque é que não o experimentas na tua cabeça" respondeu Kenshin. Tão pouco o chapéu vivo ficaria bem em Tomoe devido ao seu cabelo ter uma tonalidade castanha.
O Kenshin pegou no chapéu das mãos de Tomoe e perseguiu Misanagi pela loja, conseguindo finalmente apanhá-la pela cintura e colocar-lhe o dito chapéu na cabeça!
Tal como eu tinha imaginado, a vivacidade do chapéu ficava ridícula em Misanagi. Começamos todos a rir às gargalhadas e ela deixou de se debater contra o Kenshin e juntou-se aos nossos risos.
"Vá lá malta. Não me pode ficar assim tão mal…" disseste.
O Kenshin largou-te e conduziu-te até um espelho.
"Ei! Não me fica mal!" disseste, voltando-te para nós. "Simplesmente… fica ridículo!" e começaste-te a rir com mais força.
Tiraste o chapéu, com gestos lentos, e fizeste um movimento como se o fosses colocar no seu local original, mas em vez disso colocaste-o sobre um Kenshin desprevenido. Ficou apenas alguns segundos na sua cabeça, o suficiente par não conseguirmos parar de rir, até nos doer a barriga.
Quando achamos que já tínhamos dado demasiado espectáculo naquela loja, saímos e prosseguimos rua a baixo, com paragens constantes devido à existência de muitas lojas interessantes…
"Isto é para aprendermos a não sair com raparigas..." comentou Okita.
"É… vocês estão a planear pararem a cada loja que encontram?" ajudou Kenshin.
"Não. Só em algumas…" respondeu Tomoe. Era óbvio que das quatro, ela era a rapariga que mais apreciava este deporto (claro que fazer compras é um deporto! A gente anda e anda, logo faz montes de exercício físico!).
Pouco mais tempo os rapazes aguentaram a fazer-nos companhia.
"Se eu vos disser que estou a morrer de fome, vocês deixam-nos voltar para o hotel?" perguntou Okita.
"Vê-se logo que costumas andar com o Sano…" comentei eu..
"É. Apanhou os seus maus hábitos." Disse Misanagi.
Eu passei o meu braço sobre os seus ombros. Com o outro, chamei Sayo para a minha beira. Ela estava muito calada. Tomoe ia ao lado de Kenshin…
Entramos no hotel e dirigimo-nos para a cantina. Era estilo self-service, com variados pratos para escolher.
A comida, para mim, foi uma surpresa. Tinha um sabor esquisito, um condimento diferente da da minha região. Eu e o Kenshin não apreciamos muito a comida, mas os nossos companheiros até gostaram. A minha sorte foi a sobremesa, que era fruta variada e gelados. Como a cantina era tipo self-service, podíamos comer quantos quiséssemos.
Fiquei admirada com a enorme quantidade de gelados que os rapazes eram capazes de comer! (O Katsu tinha-se vindo juntar connosco) Eu sei que eles eram pequenos, gelados de sobremesa típicos, mas… meias dúzia cada um? É demais…
Nós as raparigas, mais reservadas, contentamo-nos com apenas um…
Por fim, com a barriga mais ou menos cheia, regressamos aos nossos quartos para fazer uma merecida sesta, e deixar que a hora de maior calor passasse.
Por volta das quatro horas e meia reuniu-se o grupo todo (as raparigas – Sura, Sakura e Hikari do quarto 418; os rapazes – Kenshin, Okita, Katsu; e nós – Sayo, Misanagi, Tomoe e Kaoru) e fomos até à praia.
O tempo estava maravilhoso para isso! Como eu adoro sentir o agradável sabor da maresia!
Dirigi-me logo até ao mar, que eu adoro. Misanagi acompanhou-me. A fascinação por água e por nadar é um factor comum entre nós as duas.
Os outros rapidamente se juntaram a nós. O mar estava muito calmo e conseguíamos nadar com facilidade. Ficamos lá a saltar as ondas, enquanto Kenshin tentava trazer Tomoe para ao pé de nós, que estávamos todos juntos numa zona um pouco afastada, atrás do rebentamento das ondas.
Ela não sabia nadar e estava com um pouco de medo. Mas o mar estava manso e o Kenshin consegui convencê-la a vir ter connosco, mas mesmo naquele lugar seguro, ela abraçava-se a Kenshin a cada onda que passava, até adquirir um pouco mais de confiança.
Os meus amigos foram saindo lentamente da água, só permanecendo eu e Misanagi a partilhar aquele momento de felicidade.
Como era bom estar ali, naquela praia, a brincar na água com a minha melhor amiga!
Fizemos desafios de natação, brincamos e divertimo-nos na água. Por vezes alguém vinha tomar um banho e fazer-nos companhia, mas via-se que nós éramos as que mais apreciávamos água: não saíamos dela.
Por fim, exaustas mas principalmente com fome, dirigimo-nos para as nossas toalhas. Colocamo-las juntas e fomos buscar umas bolachinhas para petiscarmos.
"Sabes Misa-chan" é assim que eu a costumo tratar quando estamos a sós "Tou a adorar este tempo que passamos aqui, juntas. Acho que estas férias vamos nos cansar uma da outra."
O teu riso suave inundou o ar.
"Kao-chan, eu também adoro estar aqui a divertir-me com a malta toda, mas principalmente contigo!" disseste isto e colocaste o braço na minha cintura.
"Olha me estas duas" disse o Kenshin "Estão-se para aqui a comer em plena praia…"
Ok, nós estávamos numa posição esquisita, deitadas de costas viradas uma para a outra e com a mão dela a rodear a minha cintura, mas dizer que nós estávamos… bem… como dizer, a curtir uma com a outra… é demais…
"Misanagi, atiro-lhe eu um punhado de areia, ou queres ser tu a ter esse privilégio?" eu perguntei em voz alta.
"Tenho uma ideia melhor" disseste e partilhaste-a ao meu ouvido.
Eu observei a nossa vítima. Estava de pé, a olhar para nós curioso, expectante.
Nós levantamo-nos de um salto e começamos a persegui-lo na praia.
O Kenshin é muito rápido, mas nós tínhamos o efeito surpresa do nosso lado e também o facto de sermos duas… resumindo e concluímos, apanhamo-lo, ou melhor apanhei-o, mas como perdi o balanço…
Exactamente, fomos parar direitinhos no chão.
"Kaoru?" perguntaste assustado por eu ter ficado quieta nos segundos que se seguiram à nossa espalhafatosa queda…
Eu abri os olhos e vi-te ali, qual meu anjo da guarda, sentado à minha beira. Eu comecei a rir.
"Força Misanagi!" Foi tudo o que eu disse, não te dando tempo para te protegeres do nosso ataque.
Com rapidez agarrei nas tuas mãos e Misangai forçou-te a deitares-te. Como isto tinha que ser partilhado, cada uma ajudou a segurar as tuas mãos sobre a tua cabeça, enquanto que com a nossa mão livre te fizemos cócegas nas costelas.
Tu contorceste-te devido à nossa brincadeira.
"E agora, a quem é que voltas a dizer isso?" perguntou Misanagi.
No espaço de um segundo, tudo mudou. Libertaste-te das nossas mãos, apertaste-nos a ambas contra o teu peito nu e com as tuas mãos a circularem a nossa cintura para nos impedires de escaparmos do teu abraço forte como o aço, presenteaste-nos com cócegas na barriga.
"A vocês." Disseste tu simplesmente.
"Kenshin pára…" começamos a implorar. Começávamos a ter dificuldades em respirar… mas tu não nos largaste, levando-nos a atingir o limite das nossas forças, muitas vezes.
Por fim, libertaste-nos, rindo. "Pronto, agora comam-se aí à vontade!"
Eu e Misanagi trocamos um breve olhar, no chão, a tentar recuperar o controlo da nossa respiração: aquele ruivo muito querido iria pagar pelo que nos fez… Que nervos!!!!
Levantamo-nos do chão e voltamos para as nossas toalhas. O Kenshin ria-se a cada olhar maldoso que lhe deitávamos.
Eu e a Misanagi voltamos a entrar na água e aproveitamos o facto de estarmos sozinhas para planear a nossa vingança… tinha de ser forte…
Pouco depois voltamos a juntar-nos ao grupo que conversava animadamente nas suas toalhas.
Apercebi-me que Tomoe estava com Sayo, o que deixava Kenshin deitado sozinho nas suas toalhas conjuntas. Lembrei-me de o facto de ele ser super friorento e…
…bem, se isto fosse um desenho animado teria aparecido um anjo e um diabo à volta da minha cabeça…
"Não!" diria o anjo.
"Fá-lo, fá-lo, fá-lo…" diria o Diabo.
E claro que…
…O Diabo seria mais forte…
…Mas eu não sou muito má…
…limitei-me…
…a deitar-me ao pé do Kenshin…
…correcção: Em cima do Kenshin…
O que significa: molhei-o todo!
Ele virou-se, de forma a que eu caísse sobre a toalha de Tomoe.
"Bem, bem" disseste.
Eu sentei-me e escorri a água gelado do meu cabelo para o teu corpo aquecido pelo sol.
"A vingança é um prato que se come frio" sussurrei ao teu ouvido. Sem desviar o meu olhar dos teus belos e exóticos olhos violetas, levantei-me e juntei-me a Misanagi.
Ela estava em pé enrolada na sua toalha. Eu juntei-me a ela, rindo.
A única coisa que me alertou do perigo que corria, foi do grito de Misanagi "Cuidado!"
Só senti um par de braços a rodearem-me e a pegarem-me ao colo. O meu captor quando se afastou suficientemente do grupo ajoelhou-se na areia e depositou-me na areia.
"Ah, Kenshin! Isso não!" disse eu, rodeando o seu pescoço com os meus braços e agarrando-me fortemente, tentando escapar do meu destino.
Mas não consegui e acabei caída na areia. Depois ele ainda me fez cócegas para me obrigar a rodar sobre mim própria, numa tentava de escapar à sua tortura, o que acabou por me encher completamente de areia, devido a eu estar totalmente molhada por ter acabado de vir da água.
Ele largou-me e eu sentei-me. Olhei para a tua face e estava diferente. O sorriso morreu na minha boca.
"Kenshin?" eu disse, inquisitoriamente.
"Desculpa, eu enchi-te toda de areia…"
Eu comecei-me a rir. Era só isso que te estava a preocupar. Por momentos fizeste-me temer que algo de grave tivesse acontecido.
"Tonto…" eu admoestei-te. "Não te preocupes. Eu vou à água e isto sai logo tudo."
Acariciei o teu joelho e como eu as minhas costas estavam voltadas para o grupo, tapavam a sua visão e eles não conseguiam ver o meu gesto com que eu tentava ressegurar-te, eu queria e precisa de voltar a ver um sorriso espontâneo na tua face…
"Bem, mas eu devo estar mesmo muito mal, completamente cheia de areia, para tu te arrependeres do teu gesto tão rapidamente…" eu disse e sorri. Consegui que o teu rosto se iluminasse com um largo sorriso. "…mas eu só te desculpo Kenshin Himura, se tu entrares na água comigo."
Tu concordaste.
"Então, apanha-me se puderes" eu desafiei-te, enquanto me levantava.
Tu eras rápido, mas ainda estavas ajoelhado no chão. Eu dirigi-me à borda da água e mergulhei no mar, afastando-me da costa. Tu rapidamente seguiste os meus passos e quando já estávamos por de trás da zona de rebentamento das ondas, mas num local onde ainda tínhamos pé, apanhaste-me.
"Cá estamos nós, então…" disseste.
Eu observei ao nosso redor. Estávamos afastados da praia e como tínhamos montado o nosso "acampamento" no areal longe do mar, os nossos amigos não eram visíveis, porque a praia tinha um declive acentuado e fazia tipo uma inclinação. Estávamos sós e por um momento senti um tremor a percorrer o meu corpo. Não era receio, muito menos frio, mas não sei explicar o que era.
Tentei distrair-me e afastar-me novamente de ti, mas tu agarraste-me e eu sentia os nossos corpos juntos, a deslocarem-se unidos como um só corpo, devido ao ligeiro movimento das ondas em formação.
Eu afastei-me um pouco e tu largaste-me. Sem teres tempo para reagires, pus-me às tuas cavalitas nas tuas costas, os meus braços a rodearem o teu pescoço e as minhas pernas na tua cintura.
"Consegues nadar um pouco comigo?" perguntei provocadoramente à tua orelha.
"Claro que consigo. Prende a respiração!" foi tudo o que disseste antes de mergulharmos.
Apesar da tua repentina ordem, aguentei-me o tempo que permanecemos debaixo de água. Quando regressamos à superfície, libertei-te enquanto tentava regularizar a minha respiração.
Eu estava bem mais ofegante que tu, tinha sido apanhada de surpresa, mas não tinha querido deixar que me vencesses, por isso é que não me soltei enquanto nadávamos.
"Estás bem?" perguntaste.
Não pude deixar de sorrir com a tua pergunta. Sempre tão preocupado com os outros… eu acenei com a cabeça.
Uma onda a rebentar alertou-nos do facto de nos termos aproximado da costa. Naquela zona, o impacto da onda a rebentar não nos deixava manter o controlo dos movimentos e corremos o risco de sermos levados pela corrente. Para fugirmos à força do seu impacto, fomos obrigados a mergulhar, apesar de eu ainda estar muito ofegante.
Quando regressamos à superfície tu vieste ter comigo e pegaste no meu braço, colocando-o à volta do teu pescoço.
"Segura-te fofinha" disseste. Eu fiz o que tu pediste e tu levaste-nos para uma zona mais calma e segura.
E eu fiquei ali no teu abraço até que a minha respiração voltou ao normal.
"Desculpa" eu disse.
"Porquê?" perguntaste. Eu encolhi os ombros. Não sabia ao certo do que é que estava a pedir desculpa. Talvez da situação, de ter sido necessário que tu me ajudasses ou talvez da brincadeira… Sei l
"Não tens de pedir desculpa por nada" continuaste "simplesmente tás cansada, tiveste a nadar a tarde inteira, depois de uma viagem tão cansativa e uma noite mal dormida. É normal que agora o teu corpo se ressinta."
Falavas suavemente, enquanto afastavas uns cabelos travessos da minha face. Por fim, deste-me um carinhoso beijo na testa.
"Vamos tentar nadar até à margem?" perguntaste, vendo que eu já tinha recuperado o controlo sobre a minha respiração.
Eu larguei-te, ficando ao teu lado. Tu viraste-te ligeiramente, para que nos pudéssemos olhar de frente um para o outro. Eu pus a minha mão sobre o meu peito. "Já está a recuperar o ritmo normal" eu disse.
O gesto seguinte foi irreflectido e espontâneo. Peguei na tua mão e coloquei-a sobre o meu peito, para sentires o meu ritmo cardíaco. Bem, só que me esqueci de um pequeno pormenor… que não é nada pequeno… eu estava só de biquini…
É claro que não consegui evitar ficar corada, quando senti a tua mão quente sobre a minha pele nua…
Tu deves ter reparado na coloração da minha face (impossível não reparar, principalmente estando tão perto) mas mesmo assim, deixaste a tua mão permanecer no meu peito por breves momentos.
"Bem, não está normal. Mas concordo que tá melhor" disseste. A tua face também tinha uma interessante coloração cor-de-rosa…
"Então, vamos aproveitar a próxima onda grande para nos levar até à praia?" sugeri.
"Ok." Respondeste.
Esperamos alguns momentos, lado a lado, evitando olhar-nos, quero dizer, pelo menos eu tentei evitá-lo e como eu não olhei para ti, não sei se tu estavas ou não a olhar para mim…
"Vem aí uma suficiente grande." Avisaste.
A tua mão procurou a minha e eu segurei-a com força. Mergulhamos com o chegar da onda e a sua força conduziu-nos à praia.
Levantei-me e ainda com as mãos dadas, deixamos que as pequenas ondas banhassem os nossos pés. Perspectivávamos juntos o horizonte, o sol que se aproximava perigosamente do abismo e a alegre confusão de cores que inundava o céu de tons alaranjados.
"Sabes uma coisa" eu disse-te. Tu rodeaste os meus ombros com o teu braço forte e seguro "Tou esgotada!"
"Eu sei. Nota-se fofa…"
Eu coloquei o meu braço sobre a tua cintura e encostei a minha cabeça ao teu ombro. De certa forma parecia certo tu protegeres-me a apoiares-me. Eu procurei refúgio no teu abraço, no calor do teu corpo que eu sentia tão perto do meu.
Senti algo na minha nuca, mais que um carinho, um afago. O que era aquilo? Talvez um beijo? Não sei… mas era reconfortante…
E assim, juntos, subimos a praia, na direcção do restante grupo…
-------------Continua--------------------
NA: bem… estou um pouco
envergonhada… O capítulo saiu bem diferente do que eu inicialmente tinha
planeado, mas acho que seguiu um bom rumo, não é? É tão bom ver estes dois
assim juntinhos…
Eu não conheço nada do Japão. A cidade de Osaka realmente existe, tirei o nome do mapa, mas agora que
tive a ver melhor, reparei que nem sequer fica na costa, apesar de ficar perto
dela. Peço desculpa, espero não ofender ninguém com as minhas descrições
erróneas. Eu limitei-me a transpor uma praia do sul de Espanha para o sul do
Japão e dei-lhe o nome de Osaka. Yamagata
é também uma cidade do Japão, mas fica no Norte.
Peço desculpa mas não vou explicar o uso
do verbo "comer" que acho que está bastante compreensível no contexto
(entre Misanagi e Kaoru). É
um calão usado por cá, onde eu moro, e o único sinónimo que me lembro é curtir…
Respostas individuais:
Lan Ayath: Fico contente sabendo que você não desistiu de ler minha fic. Espero que goste deste capítulo. Acho que já dá para perceber algo, não é? Como é que alguém consegue resistir ao charme de um gajo assim, mesmo ele sendo o namorado da sua melhor amiga? Mas não se preocupe, isto não vai ficar por aqui…
Sf-chan: Então amiga, e agora, que você tá achando desta Kaoru? Já está um pouquinho mais para cima né!?!?!
Sayuri-chan86: Muito obrigada por toda a força! Este capítulo foi escrito completamente por instinto, se o tivesses visto à três dias atrás... não tinha mesmo nada a haver... Obrigada por tudo! Bjs!
