Disclaimer: Se o Kenshin fosse meu, eu não teria motivo para fazer fanfiction com ele…
5. A festa do pijama, da má-língua e do leite chocolatado!
A água quente do chuveiro aquecia o meu corpo exausto e reconfortava-me. Poderia lá ficar séculos, se não tivesse Sayo no quarto à espera da sua vez para tomar banho.
Assim, despedi-me da minha amiga água e saí do chuveiro. Enxaguei-me lentamente e enrolei uma toalha à volta do meu corpo e dirigi-me para o quarto.
Quando lá cheguei, um fluxo de sangue correu para as minhas bochechas tingindo-as de um tom rosado. Não tinha ouvido o Kenshin entrar no nosso quarto.
Ele estava a conversar animadamente com as minhas colegas de quarto, e não me ouviram sair do quarto-de-banho.
"Oi!" eu disse, cumprimentando-os. As toalhas do hotel eram um pouco curtas e a que eu usava, mal chegava a meio da minha coxa.
Dirigi-me para a minha cama, que era logo a primeira e ficava na direcção da janela.
"Oi linda! Se já acabaste, então vou eu tomar banho!" disse Sayo, levantando-se num ápice.
Eu respondi-lhe com um aceno de cabeça, enquanto procurava um creme hidratante no meio das minhas coisas.
Encontrei-o por fim, quando a Sayo já tinha desaparecido. Sentei-me na cama, com uma mão sobre o decote e perguntei "Então e vocês os dois já estão prontos?"
"Yep." Respondeu Misanagi "A sobrevivência é dos mais fortes. Quem chega primeiro, toma banho primeiro e despacha-se mais rápido!"
Eu estava sem saber o que fazer. Depois de uns segundos de indecisão, decidi trocar-me no quarto de banho. Mas o Kenshin percebeu o meu embaraço.
"Bem, vou voltar para o meu quarto. Vocês precisam de se arranjar, né? Telefonem quando tiverem prontas, para jantarmos todos juntos!" ele disse, dirigindo-se para a porta do quarto.
Antes de sair, virou-se para trás e atirou-nos um beijo. "Portem-se…" ele disse provocadoramente, saindo apressadamente do quarto, de forma a que a almofada atirada por Misanagi não o atingisse.
A almofada seguinte foi atirada na minha direcção. Não tinha reparado que continuava a observar atentamente a porta, mesmo depois do Kenshin ter saído.
Divertida, atirei-lha de volta. Depois deitei-me sobre a cama.
"Tou cansada!" eu disse.
Misanagi que ocupava a cama sobre a outra janela, deitou-se também sobre ela, virada para mim, com a cabeça apoiada nas suas mãos.
"Eu tou exausta!" Disseste.
"Bem," comecei eu "Temos de nos recompor se queremos aguentar logo à noite…"
Apesar de eu não o querer admitir, estava bastante entusiasmada pela saída logo à noite. Eu adoro música e gostava muito de saber dançar, por isso, tinha adorado quando fomos à discoteca no aniversário de Misanagi. Foi a única vez que lá entrei, e apesar de não saber dançar, como o Sano disse, para as raparigas era fácil, bastava mexer as nossas curvas e abanarmo-nos… que definição mais estúpida, só podia ser coisa dele.
"Acho que eu não vou hoje!" disseste. "Tou demasiado cansada, acho que hoje não estou em condições de aproveitar convenientemente a noite. Se descansar hoje, poderei aproveitar melhor as outras noites!"
"Oh!" deixei escapar…
Olhei pensativamente para Misa-chan por alguns segundos "Acho que tens razão. É melhor ficarmos a descansar esta noite…"
"Não precisas de ficar só por minha causa!" disseste.
"Não… eu realmente estou exausta…" eu disse, escondendo o meu desapontamento.
Apesar de ambicionar muito as saídas nocturnas, afinal de contas eu estava ali para me divertir, eu tinha muito medo e não queria ir sozinha… bem, eu sei que o resto do grupo vai, mas é diferente sem a Misanagi. Eu confio plenamente nela, sem ela a noite perderia a graça…
Eu levantei-me e dirigi-me ao armário onde tinha colocado a roupa. Escolhi uma saia e uma camisola e voltei para a minha cama, e comecei a vestir-me.
Entretanto a Sayo saiu da casa-de-banho.
"Então, que se passa?" perguntou ela, vendo-nos silenciosas.
Misanagi sorriu-lhe e disse-lhe "Nada. Simplesmente estamos esgotadas. Foi um dia bastante cansativo…"
"É. Por isso esta noite não sairemos" eu disse-lhe. Com um sorriso acrescentei "Hoje ficamos a fazer-te companhia!"
Sayo sempre foi uma rapariga muito reservada. Ela é tão simples e sensível, um amor de pessoa.
Há algum tempo confessou-me que anteriormente ambicionara ser freira, mas tinha desistido da ideia porque um dos seus sonhos na vida é o de formar uma família, coisa que não poderia fazer se fosse freira. Nunca tinha imaginado isso, se ela não me tivesse contado… de qualquer forma, ela é muito devota e tem muita fé em Deus.
Além disso, Sayo não aprecia muito os lugares mundanos como bares e muito menos discotecas. Por causa disso, ela esteve para não vir à viagem, mas eu insisti para ela nos fazer companhia. A viagem seria uma semana agradável, na companhia dos nossos amigos, algo diferente, com certeza que lhe iria fazer bem, mesmo que ela não saísse à noite. E claro que ninguém a poderia obrigar a sair se ela não quisesse. Eu prometi-lhe isso!
Esta tinha sido uma das razões pelas quais eu insisti para que Sayo ficasse no quarto comigo e com Misanagi. A outra é que ela é simplesmente adorável. Nunca conheci ninguém tão altruísta, tão dada…
Ela sorriu "A sério? Que bom… realmente não estava com vontade de passar a primeira noite aqui sozinha. Demoro sempre um pouco a habituar-me a lugares diferentes" confessaste.
Eu sorri. Apesar de tudo, seria uma noite bem passada, na vossa querida companhia. Seria diferente, mas o facto de estarmos ali não implicava que tivéssemos de sair todas as noites…
"Podemos ir dar uma volta, depois do jantar" eu sugeri "será divertido passearmos pela marginal à noite."
As duas concordaram comigo e começamos a fazer planos para a nossa noite "caseira".
Rapidamente acabamos de nos arranjar, tendo depois telefonado para o quarto dos rapazes e das outras raparigas, para ver se eles também já estavam prontos.
Algum tempo depois encontramo-nos na recepção e fomos jantar todos juntos.
A comida não era muito melhor que a do almoço. Tentei comer alguma coisa, mas realmente dava-me a volta ao estômago. Reparei que o Kenshin também pouco comeu.
Transmitimos a nossa decisão aos outros. As raparigas (Sura, Sakura e Hikari) ficaram um pouco chateadas, principalmente com Misanagi. Elas estão habituadas a encontrarem-se nas noites do fim-de-semana, com o Kenshin, o Sano e os outros, como já referi anteriormente.
Nunca saí com eles, excepto, como também já disse, no aniversário de Misanagi. Tive de faltar ao trabalho nessa noite, mas valeu a pena.
Mas o Kenshin concordou com a nossa resolução. "Irá fazer-vos bem descansarem" ele disse "a ti também faria" acrescentou, tocando carinhosamente na cara de Tomoe.
"Achas?" ela disse sorridente "Mas eu não perco a nossa primeira noite cá, nem por nada. Amanhã é outro dia e poderei descansar!"
Era ainda muito cedo quando acabamos de jantar. Decidimos subir para os nossos quartos. Tomoe e os rapazes foram para o quarto andar, queriam ainda arrumar umas coisinhas, ou melhor, a Tomoe queria obrigar o Okita a arrumar umas coisinhas. Não precisava de fazer isso a Kenshin, acho que ele é bem mais arrumado até que a própria Tomoe, para nem falar de mim própria…
As raparigas vieram até ao nosso quarto. Falavam alegremente sobre a noite.
"Vá lá, Misanagi, tens de vir connosco…" diziam.
"Eu estou cansada…" respondia Misanagi, com uma voz que deixava algumas dúvidas.
Por esta altura já estávamos nós no quarto. Tínhamos aberto as cortinas que tapavam as grandes janelas. Na varanda do quarto à nossa frente, mas no terceiro andar, estavam quatro rapazes sentados. Eles aproveitaram e meteram conversa connosco.
"Olá!" disseram "De onde é que vocês são?"
"Perto de Yamagata!" respondeu Sura "E vocês?"
"Nagasaqui!" responderam. "Estamos aqui de férias!"
E começaram a conversar com Sura, as outras também se meteram na conversa e cedo já conversamos todos uns com os outros.
No quarto por baixo dos rapazes de Nagasaki, apareceram duas raparigas na varanda. Olharam-nos através das cortinas, sem abrirem a porta. Pareciam aborrecidas por estarmos a conversar tão alegremente com os rapazes.
"Vocês conhecem as raparigas por baixo de vocês?" perguntou Sura divertida.
"Não." Responderam eles. "Sabemos que são de Hokaiama, mais nada."
Mas pelo olhar que elas nos tinham deitado, percebi que a história estava algures mal contada… mas não disse nada das minhas suspeitas.
Entretanto toca o telefone.
"Estou sim?" atendo.
"Hello!" respondem em inglês.
Eu pensava que seria algum dos nossos colegas, mas eles não nos falariam em inglês. Tapo o bocal e digo para as raparigas "estão a falar em inglês!"
Isso atraiu logo a sua atenção.
"Então responde-lhes." disse Misanagi, divertida.
Eu não costumo praticar o meu inglês, mas dei o meu melhor.
Eram alemães, que, segundo disseram, habitavam no quarto 214. Depois perguntaram-me de onde é que eu era.
"Sou de uma cidade vizinha a Yamagata" respondi-lhes em inglês, o melhor que conseguia, mas parece que não fui muito bem sucedida…
"Sim, nós somos vizinhos!" foi a resposta que eu obtive "Vocês estão no quarto 412 e nós no 414…"
Com isto, eu percebi que dificilmente nos iríamos compreender. Estes alemães são doidos. Despedi-me e voltei para perto das minhas colegas.
Numa varanda perto da das raparigas de Hokaiama, estavam uns rapazes loiros a beber cerveja. Fizeram-nos um brinde. Ah! Então tinha sido assim que os "nossos" alemães nos tinham descoberto…
Parece que Osaka era um dos destinos preferidos dos estudantes para passarem a sua viagem de finalistas (viagem de formatura no Brasil). O hotel estava repleto de jovens! A maioria eram Japoneses com as suas escolas, mas como deu para reparar, também haviam vários jovens de outras nacionalidades.
Misanagi estava numa alegre conversa com uns franceses que habitavam um quarto no canto do edifício. Muitas vezes me esqueço que a minha amiga nasceu na França, e viveu lá por 12 longos anos. Via-se que ela estava contente por ter encontrado seus conterrâneos no hotel.
Eu não percebo nada de francês e não percebia patavina do que eles estavam para ali a falar.
As raparigas decidiram ir até ao seu quarto prepararem-se para a noite e despediram-se de nós.
Antes de saírem, viraram-se para Misanagi "Então, quando estiveres pronta, vai ter connosco ao nosso quarto!"
Eu fiquei admirada com estas palavras. Quando elas saíram do quarto eu perguntei a Misanagi "Então, sempre vais sair esta noite?"
"É, as raparigas estavam a chatear-me…" disseste, como se não fosse nada de mais.
Eu deixei-me cair na tua cama, magoada.
"Mas e os nossos planos? Íamos passar uma noite divertida aqui as três no hotel?"
"Nós vamos ter suficiente tempo para estarmos as três juntas durante esta semana." Disseste, voltando para a tua conversa com os franceses.
A Sayo, que estava na cama ao lado daquela onde eu me encontrava, disse-me "Porque é que não vais também?"
Eu olhei para ela. Eu não lhe faria isso, depois de ter prometido passar esta noite com ela e principalmente depois de ela ter confessado o medo de ficar sozinha. Mas o que me tinha magoado foi que Misanagi não me ter convidado a ir com elas, nem tentado insistir comigo… não esperava isso dela.
Tentei que a minha voz soasse alegre. "Achas? Eu estou demasiado cansada para sair hoje. Além disso, já temos coisas planeadas…" O meu sorriso soava falso…
Sayo retribui-me o sorriso.
"Vamos passear, como tínhamos planeado?" perguntei a Sayo.
"Espera pela Misanagi. Ainda é muito cedo para elas saírem, portanto ela ainda vem dar uma volta connosco, não é?" perguntou Sayo.
O tom alto de voz que ela usou, alertou Misanagi. Ela virou-se para trás. "Estavas a falar comigo?"
Sayo repetiu-lhe a pergunta e ela concordou.
Como é que a Sayo se consegue manter assim tão calma? Eu já estava irritada e impaciente.
Ela pegou numa revista, e pôs-se a ler para passar o tempo. Eu sei que ela está certa, afinal de contas, ainda é muito cedo, mas…
Decidi imitar Sayo e procurei algo para me distrair. Por fim, encontrei o leitor de CDs de Misanagi. Certa que ela não se importaria, peguei nele para ouvir música. Decidi ouvir novamente Linkin Park.
Bom, esta música pesada parece óptima para descarregar os nervos. Deitei-me para trás a estudar as letras destas músicas desconhecidas. Isso distraiu-me por longos minutos. Mal me apercebi que Misanagi estava a abandonar o quarto.
Sentei-me na cama e perguntei a Sayo "Aonde é que ela foi."
"Ela…" tu gaguejaste "Ela foi ao quarto dos franceses."
Por alguns segundos fiquei ali sentada, sem reacção. A tua expressão tentava pedir-me desculpa. Mas porque? Por não a teres impedido? Sei lá… A minha atenção estava focalizada a tentar compreender a acção de Misanagi.
Levantei-me e fui até à janela. De lá, conseguia ver Misanagi sentada na cama dos franceses.
Eu não aguentei mais. Virei-me para Sayo e disse-lhe "Ela está a brincar connosco. E nós não temos de suportar isso!"
Comecei a calçar-me. Depois virei-me novamente para Sayo, que me olhava, surpreendida "Vamos dar uma volta" disse-lhe "se ela não nos respeita, porque é que nós temos de esperar por ela?"
"Mas e a Misanagi?" perguntou Sayo, a medo.
"Já trato disso, não te preocupes." Eu disse.
Já conhecia mais ao menos a estrutura do hotel e observando as varandas consegui descobrir o número do quarto dos franceses, que era o 213.
Saímos para o corredor e dirigimo-nos ao dito quarto. Um dos franceses abriu-nos a porta.
"Misanagi." Eu apenas disse. Pouco percebo de francês, não estava com vontade de tentar falar essa língua caprichosa.
Ela levantou-se e veio ter connosco à porta. Parecia chateada. Reparei que o outro Francês tinha um cigarro e um isqueiro na mão.
"O que foi?" perguntou ela.
O tom de voz dela não me intimidou. Muito pelo contrário.
"Nós vamos dar uma volta." Eu disse simplesmente "Levamos o cartão do quarto. Depois, se quiseres, espera-nos no quarto das raparigas."
Dito isto, virei as costas, e puxei Sayo para ao pé de mim. Deixando Misanagi especada à porta do quarto.
Passado uns momentos, tu perguntaste-me: "E não será perigoso deixar Misanagi sozinha naquele quarto, com uns estranhos?"
"Foi ela que foi para lá, não é? Ela é maior e vacinada, deve ser consciente dos seus actos." Eu disse, sem pensar bem no que dizia e sem ponderar na minha resposta.
Continuava a pensar porque é que ela nos tinha deixado assim. Eu sei que ela às vezes fuma, mas pouco. É apenas um hábito que apanhou nas suas saídas nocturnas. Até o Kenshin fuma no grupo, pelo que eu sei, infelizmente. Mas não vejo razões para ela ir ao quarto dos franceses só para fumar…
Reparei que já tínhamos descido toda a avenida e estávamos quase a chegar à praia.
Eu parei e virei-me para a minha companheira que ia calada.
"Sayo, desculpa-me, por favor… a Misanagi irritou-me e eu acabei por depositar toda a minha raiva em ti!" eu estava sinceramente arrependida "Desculpa! Desculpa por tudo, pela forma como eu me tenho portado e por te ter gritado… desculpa amiga"
Tu apenas me abraçaste.
"Pronto. Estás mais calma agora?" perguntaste.
"Tou." Eu disse com sinceridade.
Paramos por momentos a desfrutar a paisagem que advinha da praia. A noite, qual manto escuro ameaçava rodear-nos. As estrelas, como pontinhos luminosos luziam intermitentes à distância. Uma lua em fase crescente banhava o mar com a sua luz forte, e o seu reflexo podia-se observar na água.
Alguma coisa chamou a minha atenção. Virei-me e descortinei faces conhecidas à distância.
"Olha quem ali vem Sayo!" eu simplesmente disse, sabendo quão satisfeito ela ficaria.
Era Shogo, o irmão de Sayo e os seus amigos. Pararam para falar connosco e cumprimentar Sayo.
Ela ficou muito contente, já não via o irmão desde que tínhamos deixado o autocarro nessa manhã. Soubemos que eles eram os únicos da escola que tinham ficado no terceiro andar e curiosamente no quarto por cima do nosso!
Caminhamos ao longo da marginal enquanto conversávamos. Uma suave brisa marinha brincava com os meus longos cabelos negros e trazia-me o aroma salgado do mar.
Eu pouco participei da conversa. Ainda estava magoada com o que se tinha passado entre mim e a Misanagi. Nós já nos conhecemos há dois anos e durante todo este tempo, só nos chateamos duas vezes, sempre por mal entendidos da parte de Misanagi, pequenas coisas estúpidas mas que Misanagi teve o condão de transformar em grandes histórias…
E nunca ela me tinha irritado assim… nunca…
Mas talvez a culpa tenha sido exclusivamente minha e da minha teimosia. Eu estava magoada por ela não ter insistido para eu sair com ela, enquanto ela provavelmente só estava preocupada comigo e queria que eu descansasse… e essa mágoa que eu guardei, provavelmente fez com que eu exagerasse na questão dos franceses.
E agora, eu estava a ficar preocupada por a ter deixado lá sozinha no quarto deles. Então, sugeri que voltássemos para o hotel.
Sayo passou ligeiramente o seu braço na minha cintura e disse-me "Esquece, vai tudo correr bem. Vais ver que vocês já fazem as pazes."
Eu sorri-lhe, enquanto percorríamos o caminho de volta. A meio da avenida principal, encontramos a Misanagi e o Okita.
"Vínhamos à vossa procura" disse Misanagi "preciso do cartão do nosso quarto para me ir arranjar para a noite."
Foi um pouco fria, mas não se referiu ao que tinha acontecido
"Nós vamos já para o hotel." Eu disse-lhe.
Assim sendo, eles juntaram-se a nós e todos juntos regressamos ao hotel.
Subimos as três juntas até ao quarto que ocupávamos, sempre com um silêncio embaraçado a pairar sobre nós. Simplesmente não tínhamos nada para dizer.
Sayo começou então a conversar animadamente, tentando desanuviar o ambiente entre nós, mas não estava a ser muito sucedida.
Felizmente o telefone veio salva-la daquela situação.
"Tou sim!" atendeu ela.
As suas curtas respostas não me deixavam perceber quem seria do outro lado.
A meio do telefonema, tapou o bocal e virou-se para mim: "É o Kenhsin. A Tomoe não se está a sentir muito bem, está mal disposta e como ele sabe que nós vamos cá ficar esta noite, está a convidar-nos a dormirmos lá…" tu afastaste o telefone ainda mais e acrescente num tom de voz mais baixo "eu não me importava, mas bem, este é o nosso quarto, temos aqui todas as nossas coisas, não é?"
Eu compreendi o que ela queria dizer, então tirei-lhe o telefone.
"Tou, Kenshin! É a Kaoru" eu disse-lhe "olha, nós vamos subir já e ficamos a fazer companhia a Tomoe, mas…" fiz uma breve pausa "nós preferimos ficar no nosso quarto, ok? Nós já subimos e conversamos melhor…"
Como Kenshin concordasse com isto, desliguei o telefone e falei com Misanagi.
"Bem Misa-chan, nós vamos lá combinar as coisas com o Kenshin. Depois leva lá o cartão do quarto, por favor."
O meu tom de voz era apaziguador, e o ok que ela me respondeu, mostrava a sua submissão. Pronto, o episódio dessa noite seria esquecido, passaria incólume, isso era certo…
Eu sorri-lhe uma vez mais antes de sair do quarto e ela retribui-me. Quando cheguei ao corredor, disse simplesmente a Sayo "Não te preocupes, agora ficará tudo bem!"
Subimos por umas escadas laterais que descobrimos e constatamos que nos permitiam poupar tempo, por não termos de percorrer os dois corredores que nos separavam das escadarias principais. Eram mais apertadas que as principais e estavam num canto recôndito e escondido mas compreendi logo que tinham sido uma útil descoberta.
Num instante estávamos à porta do quarto de Kenshin. Batemos e foi ele que nos abriu a porta, com um sorriso lindo nos lábios…
Tomoe estava deitada na cama do meio.
"Então menina…" disse eu, na brincadeira "que foi isso?"
Ela sorriu "É só uma dor de barriga, não tens de te preocupar…"
Eu virei-me para o Kenshin que estava atrás de mim e que era o meu mais fiel apoiante "Eu não disse logo que esta comida devia ser venenosa?"
Sayo sentou-se na cama do fundo, enquanto eu me sentei na primeira cama, dividindo-a com o Kenshin.
"Então, o que é que resolveram?" perguntou ele.
O meu olhar caiu sobre as minhas mãos, por momentos.
"Bem, nós ficamos aqui com a Tomoe um pouco, mas depois vamos dormir para o nosso quarto… afinal é esse o objectivo de cá ficarmos, né?" eu disse com um sorriso.
"Mas assim Misanagi terá de vos acordar quando chegar…"
"Mas se tu pensares bem, será mais fácil se Tomoe…" eu olhei para ela "for antes para o nosso quarto. Afinal de contas, nós somos duas e ela é s
"Não!" respondeu ela categoricamente, sem me deixar terminar a frase. A sua rapidez surpreendeu-me.
"Ela tem razão Kenshin" continuou Tomoe com firmeza "cada uma tem o seu quarto. Não há motivos para andarmos para aqui com trocas."
Ok, eu já tinha notado o desejo de Tomoe em partilhar o quarto com o Kenshin mas… estava a ser um pouco ríspida a falar. Mas ela estava do nosso lado e decidi ajudá-la.
"Bem, nós somos duas, por isso depois de nos retirarmos para o nosso quarto, uma de nós pode vir trazer o cartão do nosso quarto. Como tu levas o do teu quarto, Misanagi só precisa de cá vir buscar o nosso. Assim, ninguém precisa de acordar ninguém."
A minha sugestão fazia sentido e Kenshin acabou por aceitá-la. Entretanto chegou Misanagi e nós partilhamos com ela os nossos planos. Ela concordou.
Pude notar que o clima entre nós estava relativamente melhor.
Os outros também chegaram e ficaram à espera do Kenshin no corredor, enquanto ele fazia as suas últimas recomendações. Depois ele beijou Tomoe na face, despedindo-se também de Sayo e por fim, veio à minha beira e erguendo suavemente a minha face, com a sua mão mal tocando no meu queixo, depositou um beijo carinhoso e um pouco demorado na minha testa.
Eu levantei-me e conduzi-o à porta. Havia tipo um hall entre a entrada do quarto e a porta de saída, cuja parede não permitia ver as camas, muito menos as raparigas lá deitadas.
Ele abriu a porta e eu segurei-lhe a mão. As raparigas tinham já iniciado uma animada conversa, mas mesmo assim eu baixei a voz e sussurrei-lhe "Não te preocupes. Eu cuido bem dela…"
Os seus olhos disseram-me a sua resposta. A sua mão afagou carinhosamente a minha cara. "Eu sei. Por isso é que eu te chamei."
Havia um apelo nestas pequenas palavras ditas num murmúrio. Com a sua outra mão, puxou-me para si, despedindo-se com dois beijos repenicados na minha face.
Eu fechei a porta devagar atrás dele. Depois, silenciosamente voltei para o quarto. O meu olhar encontrou-se com a Sayo, e foi como se as nossas almas tivessem comunicado. Ambas tínhamos compreendido que tínhamos uma missão a cumprir, e pretendíamos dar o nosso melhor.
E o primeiro passo cabia-me a mim…
"Tomoe-chan, agora que estamos aqui sozinhas" eu comecei, receosa, escolhendo delicadamente cada palavra "por favor, diz-nos a verdade… o que é que realmente se passou?"
Ela olhou para nós, admirada. Levantou-se da cada para poder olhar para ambas ao mesmo tempo.
"O que é que queres dizer com isso?"
Eu sabia que ela estava constrangida com a pergunta, mesmo eu, estava pouco à vontade. Não a queria encostar entre a espada e a parede, mas eu sei que um dia isso teria de ser feito, a menos que ela tomasse a iniciativa de me procurar para falar da sua relação com Kenshin.
Decidi uma abordagem directa, estava farta de rodeios, das fugas dela à conversa.
"Tu sabes bem que alguma coisa está mal. E mesmo agora, essa tua dor de estômago, não tem uma origem nervosa?" Eu sei que a Tomoe é muito delicada. No ano anterior, ela teve um esgotamento nervoso, o que nos deixou, a mim e ao Kenshin, muito preocupados! Ela tem realmente uma saúde muito vulnerável…
"Não tem nada a haver com o Kenshin. É só o stress da viagem, e também tou super cansada… e já estou cheia de saudades de casa…"
"Mas como é que vai tudo entre tu e o Kenshin?"
"Vai tudo bem." Respondeste-me com uma voz sumida que me pedia para não te questionar mais.
"Tomoe-chan, a sério, eu estou preocu…"
Ela cortou-me a palavra. "Kaoru, eu já sabia que ia acabar com o Kenshin há muito tempo, ok. É claro que isso me stressa, mas nós estamos bem, percebes? É mesmo aquilo que te disse, estou cansada e com saudades de casa, ok?"
Novamente, o meu olhar cruzou-se com o de Sayo. Ela estava a esquivar-se ao problema, mas nós não podíamos fazer nada contra.
Mudamos de conversa. Tagarelamos sobre tudo e todos, e a conversa acabou por recair na nossa "grande amiga" Yumi, e como ela era má empregada para o seu namorado, Shishio Makoto.
"Sabem uma coisa de que eu sinto mesmo falta!" disse de repente Sayo numa das pausas da conversa. Nós olhamos para ela, sem fazer ideia da resposta.
Ela continuou "Pode parecer disparatado, mas eu bebo sempre uma caneca de leite antes de dormir… sinto mesmo a falta disso…" ela comentou com um sorriso.
"Eu também!" dissemos em simultâneo eu e Tomoe. Depois entreolhamo-nos e desatamos a rir!
"Não seja por isso!" disse Tomoe.
Foi até um dos sacos, encostados a um canto do quarto e tirou de lá pacotes de leites chocolatado, bolachas variadas, pão-de-forma, chocolate para barrar o pão… enfim, coisas suficientes para fazer um festim!
Comemos muito enquanto conversamos, rimos e brincamos! Esquecendo a dor de barriga que tinha sido a razão pela qual ficou no hotel, Tomoe acompanhou-nos e acabamos a noite nos salgados, comendo batatas fritas e afins…
Bem, digamos que tirei a barriga da miséria e vinguei-me da horrível comida de Osaka!
"Vamos fazer um brinde!" sugeriu Tomoe.
Pegamos todas nos nossos pacotes de leite e juntamo-nos.
"A que?" perguntou Sayo.
"À nossa noite!" respondi eu "A esta noite bem passada, a esta maravilhosa festa do pijama! E que se repita por muitas outras noites da nossa vida!"
"Já viram meninas" constatou Tomoe "hoje foi a noite do pijama, da má-língua e do leite chocolatado!"
No meio da nossa festa, toca o telefone.
"Estou!" atende Tomoe. Ela tapa o bocal e vira-se para nós, assustada "não falam…"
Eu tirei-lhe o telefone das mãos e desliguei-o. "Devia ser brincadeira" disse, forçando um sorriso, vendo as caras assustadas das minhas amigas.
Este episódio rapidamente foi esquecido e voltamos à festa… mais ou menos…
Constatamos que já tínhamos comido demasiado e então decidimos começar a arrumar a bagunça que fizemos.
Nisto…
"Knock, knock"
… batem à porta.
A Tomoe aproxima-se e pergunta "Quem é?"
Mas não respondem.
Ela tenta novamente, mas continua sem resposta. Eu aproximo-me dela.
Devagar, abrimos a porta, o suficiente para ver a pessoa.
Era uma loira. Ela olha para nós com uma cara esquisita. Tinha os olhos encavacados e com umas profundas olheiras.
"Hein! Este não é o meu quarto?" pergunta.
Eu respondi-lhe um sonoro "Não" e fechei-lhe a porta.
"Bem" comentou Tomoe "essa rapariga estava mesmo bêbada…"
"Se estava" disse eu.
"Mas aqueles olhos… ela devia também estar ganzada…"
Eu olhei surpresa para Tomoe. Ganzada? Ela está a falar de ganza? Droga?
"Sim" disse Tomoe.
Eu não tinha reparado que estava a pensar em voz alta. Eu sabia que o consumo de droga existia, simplesmente nunca me tinha aproximado desse mundo…
"Knock, knock"
Outra vez a porta?
Desta vez aproximo-me eu primeiro da porta e pergunto quem é. Tal como da primeira vez, ninguém responde.
Eu não estou amedrontada, mas isto está a ser realmente… estranho…
Tomoe vai até à sua mala e quando regressa ao pé de mim, vejo o que ela foi buscar. Era uma pequena adaga, com o cabo maravilhosamente trabalhado.
Eu abro a porta devagarinho, mas não se vê ninguém.
"BUUUUUUUU!!!!!!!!" diz uma figura, saltando para a frente do buraco aberto da porta.
Dá um passo atrás assustado e diz "Ei! Não me mates!"
Desatamo-nos a rir, enquanto Tomoe baixa a sua pequena adaga.
"Soujirou-chan…" eu digo.
Ele sorri. Ao seu lado aparece Shogo, o irmão de Sayo.
Ele encontra a figura solitária da irmã no fundo do quarto e diz "Bem, por isso é que o quarto 212 estava vazio…"
Ficamos a conversar longamente sobre as nossas primeiras impressões de Osaka.
"A vossa televisão funciona?" pergunta subitamente Soujirou.
Eu olhei inquisitoriamente para ele. Que raio de pergunta estúpida para se fazer. Ele riu-se da minha cara.
"Ainda não leste as instruções? As televisões estão bloqueadas, é preciso deixar dinheiro como depósito na recepção para que a possas utilizar." Ele explicou.
A minha cara de Não-acredito-em-ti, desapareceu quando efectivamente a experimentei e ela não ligava.
"Isto significa no-tv enquanto estivermos de férias" eu disse na brincadeira.
"Bem…" disse Soujirou "Vocês talvez, mas nós não. Temos quatro canais!"
"Não acredito!" gozou Tomoe "E vocês não pagaram nada por isso?"
"Nada mesmo… por isso já sabem, se quiserem ver televisão, apareçam pelo nosso quarto" Soujirou disse provocadoramente. O seu sorriso normalizou-se "A sério, se vocês quiserem ver televisão, podem vir connosco até ao nosso apartamento!"
"Vamos lá?" perguntei às raparigas. Eu sei que Sayo está desejosa de passar um tempo com o irmão, eles são tão chegados.
"Vão vocês" disse Tomoe "eu tou um pouco cansada e mal disposta. Fico já por cá…"
Eu deitei-lhe um olhar reprovador. Ela tinha estado tão bem até agora…
"A sério. Quero ainda dar uma arrumadela ao quarto que estes rapazes…"
O quarto estava bem arrumado. Mas de um momento para o outro percebi tudo! Como o Kenshin levou o cartão para abrir a porta do quarto, se Tomoe fosse connosco, não poderia entrar. Claro que ela podia dormir no nosso quarto e ela sabe disso, mas… ela não quer.
"Vão lá, a sério" tentou convencer-nos Tomoe. "Eu fico bem!"
"Não vale a pena" eu disse "já é muito tarde."
Consultei o meu relógio, e vi que já passava da meia noite e meia!
"O tempo passou a correr!" comentou Sayo.
"Aproveitamos a companhia dos rapazes e voltamos para o nosso quarto, é melhor. Fica para outro dia a televisão, tá?" eu disse.
Despedimo-nos de Tomoe.
Eu beijei-lhe a face e disse-lhe "se acontecer qualquer coisa, a mínima que for, telefona para o nosso quarto, ok?" esperei para que ela acenasse, mostrando a sua concordância "Bem, eu já cá volto para deixar o cartão do meu quarto para a Misanagi! Dorme bem!"
Descemos com os rapazes e despedimo-nos deles no terceiro andar. Continuamos até ao nosso apartamento.
Estávamos ambas caladas. Quanto a mim, bem, eu ia a pensar em Tomoe. Preciso urgentemente de fazer alguma coisa pela minha manita. Mas o que?
Puxei e repuxei pela minha cabeça, mas não me surgiu nenhuma ideia. Nada… nada…
Talvez eu deva falar com o Kenshin… não sei…
Talvez não me devesse meter, afinal de contas isto é um problema entre eles… mas eu importo-me com a Tomoe-chan e ela não está bem. Por isso, é meu dever, enquanto sua amiga, tentar ajudá-la.
Chegamos ao nosso quarto. Mesmo sem dizer nada, acredito que Sayo soubesse o motivo da minha preocupação. Também ela estava preocupada com Tomoe.
"Eu levo-lhe o cartão, Kaoru." Disse Sayo "deixa-te estar a descansar."
Eu vesti a minha roupa de dormir, ainda preocupada com Tomoe. Esses pensamentos ainda me perseguiam quando Sayo chegou.
"Ela está bem" disseste "não te preocupes."
Enquanto mudavas de roupa, eu lembrei-me subitamente "Vamos experimentar a nossa tv!"
"Força!" apoiou-me Sayo.
E não é que ela funcionava! Começamos a contar os canais. Um… dois… três… tínhamos dez canais!
"Bom!" eu comecei "Não podemos deixar isto passar incólume…"
Aposto que eu devia estar com um sorriso de orelha a orelha quando peguei no telefone. Marquei o número do quarto dos rapazes e atendeu-me o Shogo.
"Okaeri nasai Shogo-chan! Não querem cá vir ter connosco ver televisão? Temos dez canais, incluindo a mtv!"
Pronto, a minha vingança estava completa. Mas os rapazes, mostrando fair play, não fizeram comentários maldosos e aceitaram o nosso convite!
Apareceram lá e ficaram lá um pouco. Eu deitei-me sobre a minha cama a ouvir a mtv, o Soujirou sobre a de Misanagi e o Shogo sentou-se com a irmã a conversar.
Comecei a tornar-me sonolenta e foi a voz de Shogo que me despertou dizendo: "Bem, daqui a pouco tanto o Soujirou como a Kaoru adormecem. É melhor irmo-nos embora."
Eu sorri, pronta para o contradizer, mas realmente era muito tarde. Shogo beijou a irmã e despedindo-se, os rapazes foram-se embora.
"É hora de ir dormir, não é Sayo?" eu disse-lhe.
Ela apontou para a sua cama "Anda para aqui, conversar um pouco."
Eu deitei-me ao seu lado como ela me tinha pedido, mas não aguentamos muito mais. Eu ouvia a respiração regular de Sayo ao meu lado, indicio que ela havia finalmente mergulhado num sono profundo e reparador.
Eu olhei para a cama de Misanagi. Não conseguia evitar estar um pouco preocupada com ela… e com Tomoe, mas isso é outra história.
Pouco depois das duas da manhã, consegui finalmente embarcar rumo ao mundo dos sonhos…
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NA: Pouco K&K aqui… mas prometo, eles vão aparecer nos próximos capítulos… e para arrasar… ;-) Este capítulo é um pouco diferente, mas tem pequenos pormenores que serão muito importantes para o desenrolar da história… Esperem um pouco e vocês verão!
Respostas individuais:
Sf-chan: Oi linda!Aqui vai mais um capítulo bem fresquinho… é verdade, senti a sua falta no último capítulo… Também não sabia que vocês faziam uma viagem de formatura. Aproveite bem a sua porque essas coisas só acontecem uma vez na vida… é uma semana única e irrepetível. Portugal perdeu, mas temos de ver o lado bom da coisa! Ficamos em segundo lugar, o melhor que alguma vez conseguimos, a Eurocopa foi um sucesso (a UEFA considerou que foi a melhor organização de sempre) e melhor que tudo, os países lusófonos e todas as comunidades portuguesas por todo o mundo se uniram a uma só voz para apoiar Portugal! "Vá lá malta" significa "Vamos galera!". Não se preocupe, quando tiver alguma dúvida é só perguntar, eu tenho todo o gosto em te responder! Eu só conheço Inu Yasha por nome, nunca passou aqui esse anime… :-( Bjs!!
Sayuri-chan86: Oi fofa! Adorei a sua review! Mesmo simpática! Não te preocupes, tenho planos enormes e lindos para o Kenshin e a Kaoru… :-) Bjs fofos!
Kenjutsu Komachi: Oi querida! Não diga essas coisas que me deixa embaraçada… Fico muito contente por saber que você está gostando da minha histórinha… e não se preocupe, ainda vêem aí muitos momentos fofos como esse… Bjs!
