Capitulo 4 – É a vez de Kurama!

O yoko abriu os olhos vagarosamente. Bocejou.

Ele tentou levantar, mas se deu conta de estar preso pelo braço.

Mirra deveria ter se mexido de noite, a ponto de Dinast estar virada para o outro lado. Mirra abraçara seu braço e deveria ter ficado assim a noite toda, pois, Kurama sentia o braço dormente.

- Mirra.

- Hum...Só mais cinco minutinhos...

- Acorda, Mirra.

- Hum? – ela levantou.

Ela esfregou o rosto e acordou a irmã, que balbuciava algo como "Três jardas rasas até o pote de biscoitos".

- Bom dia, dorminhocas. – disse Ku-chan.

- Quê que cê tá falando? Você também acordou agora. – disse Dinast, meio brava por ter sido despertada de seu sonho com a caça ao pote de biscoito mágico.

- É verdade. – reconheceu, Mirra.

- Tá bom, vocês venceram.

- Ainda nem brigamos – sorriu Dinast maliciosamente.

Mirra o encarou com o mesmo sorriso.

- Que cara é essa? O que estão planejando? – perguntou Kurama

- Na nossa cidade natal temos um ritual matinal pra dar sorte. – explicou Dinast.

- Qual?- disse o ingênuo Kurama.

As duas ainda olhavam o yoko desprevenido.

- Pega ele! – gritou Mirra.

As duas pularam em cima de Kurama e começaram a fazer cócegas no yoko.

As risadas de Kurama atraíram a atenção de Shiori, que já se dirigia ao quarto. Ela abriu a porta e se deparou com aquela cena.

- Kurama. Cadê o seu avo? – disse Shiori, sem desviar os olhos das meninas.

- Ele foi de carona pra casa – disse enxugando as lagrimas.

- E quem são suas amigas?

- Bom, essas são as gêmeas: Mirra e Dinast. – as duas fizeram uma reverência- elas passaram esta noite aqui. Desculpe-me não te consultar.

- Bom, como são duas, "acho" que não tem problema. Mas se comportem, hein?- Shiori sorriu e fechou a porta atrás de si.

Mirra fez cara de desentendida:

- Como assim: "como são duas, acho que não tem problema"?

Dinast virou os olhos. Como era ingênua!

Ela puxou a irmã e explicou-lhe um trecho do livro "Os pássaros e as abelhas".

A irmã ficou meio ofendida, mas deixou pra lá.

Depois do almoço os três foram dar uma volta pelo parque.

Kurama as levou a um lugar que adorava ir. Ficava no alto de um morro. Próximo a uma arvore antiga, que tinha um tom misterioso, o que, talvez, fosse o que atraia o yoko.

Os três sentaram debaixo da arvore.

Mirra logo achou um coelhinho silvestre e ficou brincando com ele.

Dinast ficou admirando as flores da arvore, tentando pegar as gotas de orvalho que se formavam em seu interior.

Kurama havia pegado um livro de literatura para estudar para seu teste, que seria daqui a dois dias.

Ele se enfiou por trás do livro e nem viu o tempo passando. Gostava muito de literatura.

Até que Mirra se ergueu a cabeça por cima do livro:

- Quer dar uma volta?

- Talvez depois – disse, com toda a delicadeza do mundo.

Mirra suspirou e desapareceu.

Cinco minutos depois...

Dinast aparece por cima do livro:

- Já acabou?

- Quase.

Mais cinco minutos depois...

Kurama estava quase acabando de ler o livro. Faltava apenas dar uma revisada no seu caderno.

Ele apalpou a grama em busca do caderno que deixara ali. Mas para sua surpresa, ele havia desaparecido.

Kurama olhou me volta, em busca do caderno.

Depois se deparou com as duas, sentadinhas a seu lado. Mirra estava com uma linda flor amarela por cima da orelha e Dinast olhava a flor com insistência.

As duas assoviando.

Suspeito.

- Muito bem. Cadê meu caderno?

- Não sabemos – disseram.

- Quem pegou?

- Ela – disseram as duas, apontando uma para a outra.

Kurama suspirou.

- Se me disserem onde está eu vou passear com vocês.

- Do que está falando? – estranhou Mirra.

- Não vimos nenhum caderno. – disse Dinast.

- Tem certeza?

As duas fizeram sinal de sim com a cabeça.

- Muito bem, eu vou procurá-lo, vocês ficam aqui. – ele fingiu ira para o meio das arvores, mas não passou da primeira.

- Ele já foi? – perguntou Mirra.

- Acho que sim. – disse Dinast.

Mirra retirou a flor amarela da cabeça e a fez voltar a ser caderno.

Kurama se espantou com a habilidade da menina.

- Então, podem transformar coisas em outras? – disse Kurama, reaparecendo.

As duas levaram um baita susto, mas se renderam.

Kurama guardou o caderno à sombra da arvore.

- Como fizeram aquilo?

- Nos controlamos o vento. Conseqüentemente podemos criar fumaça – contou Mirra.

- Fumaça sonífera, venenosa, fumaça de transformação, que foi a que a gente usou... – Dinast ia contando a fumaça nos dedos.

- Fumaça de transformação? – perguntou o yoko.

- É a mais difícil de ser fabricada. – disse Dinast com orgulho de si.

- E como fizeram ela, se é tão complicada?

- Você demorou tanto, que poderíamos ter feito o suficiente pra dar e vender - disse Mirra, meio chateada.

- Certo. Vamos dar um volta, então. Vocês me contam resto no caminho – disse o yoko.

Eles foram andando por entre as arvores. Kurama conhecia aquela floresta como a palma da mão e foi adentrado enquanto contava algumas coisas sobre suas aventuras de yoko.

As duas olhavam fascinadas para ele.

- E você acabou com o general sozinho? – disse Mirra, assombrada.

- É.

- Como? – perguntou Dinast.

- Bom, eu invoquei alguns espinhos venenosos que rasgaram a pele dele. Até hoje eu não sei se ele morreu por falta de sangue ou pelo veneno instantâneo.

Dinast e Mirra se entreolharam.

- Me lembre de morrer sua amiga – disse Dinast.

- Idem – falou Mirra.

E ele continuou andando, enquanto pensava naqueles bons tempos.

Como era divertido retalhar os outros e ainda ficar admirando a cara acovardada de seus subordinados.

Ah, os subordinados...

Poucos sentiam admiração por ele. A maioria fingia senti-lo, mas na verdade tinha medo, apenas medo.

Era bom ser temido e respeitado, como era bom.

Mas também era triste. Como diriam:

"É solitário no topo".

Nunca teve mais que meretrizes querendo ele. Mulheres que queriam apenas sua fama, seu poder, ou talvez um guarda costas.

Mas assim, como Suuichi, ele se sentia bem. Os outros não o tratavam como soberano. Era Minamino. Um jovem estudante, nada mais que isso.

Ele descobriu como era sentir dor. E não escapou de levar uns tapas na "poupança".

No inicio achava ridículo. Mas aos poucos foi se acostumando em não poder matar 24 horas por dia.

Ou de ser querido por mulheres normais.

E o melhor:

Descobrira o que era ter medo, o que era sentir afeto verdadeiro pelas pessoas.

Tudo aquilo era muito bom.

Talvez, ou com certeza, bem melhor que ser temido e respeitado.

Era tedioso apenas estalar os dedos e ter tudo o que mais queria no mundo. Agora ele fora jogado num lugar diferente. Esse mundo era mais cruel e o mais estranho de tudo, era melhor.

Mas foi andando e navegando em suas lembranças que Kurama se deu conta de algo...

ONDE ESTAVAM AS GEMEAS?

Ele chamou pelo nome delas, mas não as achava.

Até que as avistou em uma clareira. Admirando uma excepcional flor que desabrochava lá no alto.

Ele suspirou aliviado. Mas ai sentiu um calafrio.

Ele viu um vulto negro que se aproximava na cautela, pronto para retalhar as youkais.

Ele gritou:

- PARE, HIEI!

Chorem...

O capitulo acaba aqui!

Brincadeira... Obrigado a todos que seguiram com paciencia

esta historia de pirraça...

Beijos para as escritoras de sucesso: Nandinha e Elfa

E para as iniciantes que tem futuro: Myuki e Naiuri

Beijos

Ary Koorime