Capitulo 9 – E lá se vai minha tranqüilidade...
Uma gritaria se erguia no silencio de um império.
- M-Mestre?
- Cale-se, lacaio imprestável! – brandiu o demônio.
Olhos amarelados, pele preta e pegajosa. Magro e alto. De uns seis metros de altura. Humanóide, mas com dois chifres na testa.
- Vocês já localizaram a herdeira da nevoa?
- A-Ainda não senhor, mas...
- Ser repugnante! – ele ergueu a pesada mão e achatou o servo como se achata um mosquito.
De repente um outro lacaio entra correndo.
- Mestre, mestre! Nós achamos uma pista.
- Que pista?
O lacaio se aproximou de um gêiser que estava ao lado do trono do mestre. A fumaça começou a sair devagar, fazendo com que o gêiser parecesse um caldeirão borbulhante.
- Encontramos duas youkais que talvez saibam onde ela está. As figuras de Mirra e Dinast se formaram na fumaça do gêiser.
- Quem são estas? – perguntou o monstro.
- São duas youkais do vento, senhor.
- E o que te faz achar que elas sabem onde a filha da nevoa está?
- O sangue que corre pelas veias delas é o mesmo que corria pelas veias da ladra, filha da nevoa.
- Quer dizer que são parentes?
- Mais precisamente: irmãs, meu mestre.
- Muito bom. E onde elas estão neste momento?
- Em um planeta do Ningenkai, meu mestre: A Terra.
... ... ...
No templo da mestra Genkai...
- Eu digo que sim.
- E eu discordo.
- Você sabe que é verdade, Hiei.
- E você esqueceu uma coisa, garota...
Dinast o olhou, desafiadora.
- Eu não sou um gato!
- Correção: Não era! Agora você é. E todos os gatos se derretem com uma boa coceira no pescoço.
- Mas eu não. Pode me chamar de "Exceção a Regra".
- Tá certo, senhor "Exceção a Regra". Vem aqui e eu te mostro.
- Hn.
O gato levantou e foi até ela.
Ela o colocou no colo. E começou a coçar o pescoço dele.
No inicio ele não sentiu nada, mas com o aprofundamento dos dedos dela em seu pelo negro, ele começou a sentir que o corpo havia paralisado. Sentiu sono, vontade de se esticar ali mesmo.
Mas continuou firme, para mostrar que estava certo.
Mas Dinast era mais do que especialista em gatos. Era também uma menina travessa. Esperta como uma raposa.
Ela começou a afastar a mão dele, sem parar de coçar.
Inconscientemente ele acabou indo junto com a mão dela, até que estivesse tão torto, que acabou por escorregar de seu colo.
- O que vai dizer agora? – falou Dinast, com um sorriso de vitória.
Hiei a olhou com cara de desprezo, como se estivesse brigando com um rato por uma coisa bem estúpida.
Dinast aceitou isso como uma rendição. E foi embora.
Hiei esperou até que ela estivesse totalmente fora de sua vista. Quando já não se via nem a sombra da garota, ele se aproximou do pé da cadeira e começou a se esfregar nela.
A madeira raspando em sua pele provocava um arrepio gostoso, deixava suas patas congelarem, e a tensão vazava.
Até que seu prazer foi cortado:
- O que está fazendo, Hiei?
Hiei desencostou da cadeira e olhou em volta, procurando o emissor. O gato Kurama o olhava com um sorrisinho nos bigodes. Ai, aquele maldito sorrisinho, que já lhe era tão conhecido. Nem na forma gatunica ele agradava
- Nada que te interesse.
- Pelo contrario. Eu estava exatamente procurando algum jeito de me entreter – disse Kurama, com um sorriso meigo.
- Ô, pulguentos! – chamou Yusuke.
Os dois gatos o fitaram.
- Vamos dar uma volta? – falou o detetive.
Mirra foi levando Kurama no colo, e Dinast levou o gato irritado. Yusuke olhava distraído para o chão.
Ele começou a lembrar das palavras de Koema: "Pode cuidar delas?".
Tudo que ele tinha conseguido até agora fora arrumar confusão. Confusão atrás de confusão.
Chegou à conclusão de que depois que se livrasse delas, nunca mais seria babá.
Ele continuou caminhando, sem perceber que acelerava a marcha e deixava as gêmeas e os gatos.
As duas também não notaram que estavam ficando pra trás. Estavam tão entretidas na conversa, relembrando as travessuras que faziam com o pobre Koema.
Até mesmo Hiei estava interessado no assunto. Era difícil imaginar seu antigo "chefe" passando por situações tão embaraçosas.
As duas nem perceberam que estavam sendo seguidas por duas sombras rasteiras.
- São elas?
- São.
- Devemos pegá-las agora?
- E aqueles animais no colo delas?
- Danem-se. A gente faz um churrasco de gato.
- Certo. Vamos nessa.
Eles colocaram as mãos para fora do chão e puxaram elas pelos tornozelos.
- YUSUKE – gritou Mirra, que afundou no chão.
Dinast se agarrou nas pedras que compunham a estrada, mas Hiei acabou escorregando de seus braços.
- HIEI!
Yusuke saiu correndo e agarrou a mão de Dinast.
Mas o chão os sugava com muita força, que ele acabou sendo levado junto.
Eles começaram a cair por um túnel escuro, escorregando.
No meio do caminho, Dinast pode ver Hiei, agarrado as paredes do buraco.
- Sai de baixo! –gritou Dinast
Hiei levou um susto ao ouvir a voz da garota, e ergueu a cabeça pra ver, mas ela o atropelou com tanta velocidade, que ele só tomou consciência do que tinha acontecido, minutos depois.
Os três caíram em uma sala. Um caiu atrás do outro. Dinast caiu primeiro. Hiei caiu em cima dela, de pé como todo bom gato. E Yusuke caiu de cara no chão, plantando bananeira com o pescoço.
Mirra e Kurama vieram rapidamente ao encontro deles.
- Vocês estão bem?
Dinast levantou a cabeça, sonsa.
- Dói alguma coisa?
- Só quando eu respiro – disse Dinast.
Um estalo ecoou pela sala vazia.
Os cinco olharam em direções diferentes, procurando a fonte do estalo.
- Ali em cima! – disse Kurama.
Todos olharam para cima. Vários tubos se abriram na parede, e um gás brilhante e amarelado saiu.
- Que fumaça é essa? – disse Hiei, escondendo o focinho debaixo das patas. Já estava bem traumatizado com fumaças estranhas.
Mirra deu uma boa cheirada no gás.
- Hum, isso é gás sonífero.
Dinast também respirou fundo.
- De boa safra.
As duas cambalearam e caíram no sono.
Yusuke tentou atirar nos tubos, mas estava tão confuso e atordoado que não conseguiu juntar a energia necessária...Desmaiou.
Embora Hiei tentasse ignorar o gás, não podia nem ver mais. Ele começou a fraquejar até cair.
- Hiei! Vamos, não se renda!
Hiei abriu um olho, tentando se manter de pé.
- Resista! – disse Kurama.
- Yoko idiota...Mesmo quando não há saída você ainda vem tentar me animar.
- Mas há saída...
- Talvez para você, mas eu não...Não vou...Suportar... Hiei caiu para o lado.
Kurama se aproximou dele, sua visão também já estava turva. Kurama despencou para o lado oposto.
... ... ...
- Tragam-me as meninas...
- E os outros?
- Prendam os animais nas paredes. E o menino... Deixe ele sobre o gêiser.
- Mas o ar quente vai...
- É esta a intenção...
Uma gritaria se erguia no silencio de um império.
- M-Mestre?
- Cale-se, lacaio imprestável! – brandiu o demônio.
Olhos amarelados, pele preta e pegajosa. Magro e alto. De uns seis metros de altura. Humanóide, mas com dois chifres na testa.
- Vocês já localizaram a herdeira da nevoa?
- A-Ainda não senhor, mas...
- Ser repugnante! – ele ergueu a pesada mão e achatou o servo como se achata um mosquito.
De repente um outro lacaio entra correndo.
- Mestre, mestre! Nós achamos uma pista.
- Que pista?
O lacaio se aproximou de um gêiser que estava ao lado do trono do mestre. A fumaça começou a sair devagar, fazendo com que o gêiser parecesse um caldeirão borbulhante.
- Encontramos duas youkais que talvez saibam onde ela está. As figuras de Mirra e Dinast se formaram na fumaça do gêiser.
- Quem são estas? – perguntou o monstro.
- São duas youkais do vento, senhor.
- E o que te faz achar que elas sabem onde a filha da nevoa está?
- O sangue que corre pelas veias delas é o mesmo que corria pelas veias da ladra, filha da nevoa.
- Quer dizer que são parentes?
- Mais precisamente: irmãs, meu mestre.
- Muito bom. E onde elas estão neste momento?
- Em um planeta do Ningenkai, meu mestre: A Terra.
... ... ...
No templo da mestra Genkai...
- Eu digo que sim.
- E eu discordo.
- Você sabe que é verdade, Hiei.
- E você esqueceu uma coisa, garota...
Dinast o olhou, desafiadora.
- Eu não sou um gato!
- Correção: Não era! Agora você é. E todos os gatos se derretem com uma boa coceira no pescoço.
- Mas eu não. Pode me chamar de "Exceção a Regra".
- Tá certo, senhor "Exceção a Regra". Vem aqui e eu te mostro.
- Hn.
O gato levantou e foi até ela.
Ela o colocou no colo. E começou a coçar o pescoço dele.
No inicio ele não sentiu nada, mas com o aprofundamento dos dedos dela em seu pelo negro, ele começou a sentir que o corpo havia paralisado. Sentiu sono, vontade de se esticar ali mesmo.
Mas continuou firme, para mostrar que estava certo.
Mas Dinast era mais do que especialista em gatos. Era também uma menina travessa. Esperta como uma raposa.
Ela começou a afastar a mão dele, sem parar de coçar.
Inconscientemente ele acabou indo junto com a mão dela, até que estivesse tão torto, que acabou por escorregar de seu colo.
- O que vai dizer agora? – falou Dinast, com um sorriso de vitória.
Hiei a olhou com cara de desprezo, como se estivesse brigando com um rato por uma coisa bem estúpida.
Dinast aceitou isso como uma rendição. E foi embora.
Hiei esperou até que ela estivesse totalmente fora de sua vista. Quando já não se via nem a sombra da garota, ele se aproximou do pé da cadeira e começou a se esfregar nela.
A madeira raspando em sua pele provocava um arrepio gostoso, deixava suas patas congelarem, e a tensão vazava.
Até que seu prazer foi cortado:
- O que está fazendo, Hiei?
Hiei desencostou da cadeira e olhou em volta, procurando o emissor. O gato Kurama o olhava com um sorrisinho nos bigodes. Ai, aquele maldito sorrisinho, que já lhe era tão conhecido. Nem na forma gatunica ele agradava
- Nada que te interesse.
- Pelo contrario. Eu estava exatamente procurando algum jeito de me entreter – disse Kurama, com um sorriso meigo.
- Ô, pulguentos! – chamou Yusuke.
Os dois gatos o fitaram.
- Vamos dar uma volta? – falou o detetive.
Mirra foi levando Kurama no colo, e Dinast levou o gato irritado. Yusuke olhava distraído para o chão.
Ele começou a lembrar das palavras de Koema: "Pode cuidar delas?".
Tudo que ele tinha conseguido até agora fora arrumar confusão. Confusão atrás de confusão.
Chegou à conclusão de que depois que se livrasse delas, nunca mais seria babá.
Ele continuou caminhando, sem perceber que acelerava a marcha e deixava as gêmeas e os gatos.
As duas também não notaram que estavam ficando pra trás. Estavam tão entretidas na conversa, relembrando as travessuras que faziam com o pobre Koema.
Até mesmo Hiei estava interessado no assunto. Era difícil imaginar seu antigo "chefe" passando por situações tão embaraçosas.
As duas nem perceberam que estavam sendo seguidas por duas sombras rasteiras.
- São elas?
- São.
- Devemos pegá-las agora?
- E aqueles animais no colo delas?
- Danem-se. A gente faz um churrasco de gato.
- Certo. Vamos nessa.
Eles colocaram as mãos para fora do chão e puxaram elas pelos tornozelos.
- YUSUKE – gritou Mirra, que afundou no chão.
Dinast se agarrou nas pedras que compunham a estrada, mas Hiei acabou escorregando de seus braços.
- HIEI!
Yusuke saiu correndo e agarrou a mão de Dinast.
Mas o chão os sugava com muita força, que ele acabou sendo levado junto.
Eles começaram a cair por um túnel escuro, escorregando.
No meio do caminho, Dinast pode ver Hiei, agarrado as paredes do buraco.
- Sai de baixo! –gritou Dinast
Hiei levou um susto ao ouvir a voz da garota, e ergueu a cabeça pra ver, mas ela o atropelou com tanta velocidade, que ele só tomou consciência do que tinha acontecido, minutos depois.
Os três caíram em uma sala. Um caiu atrás do outro. Dinast caiu primeiro. Hiei caiu em cima dela, de pé como todo bom gato. E Yusuke caiu de cara no chão, plantando bananeira com o pescoço.
Mirra e Kurama vieram rapidamente ao encontro deles.
- Vocês estão bem?
Dinast levantou a cabeça, sonsa.
- Dói alguma coisa?
- Só quando eu respiro – disse Dinast.
Um estalo ecoou pela sala vazia.
Os cinco olharam em direções diferentes, procurando a fonte do estalo.
- Ali em cima! – disse Kurama.
Todos olharam para cima. Vários tubos se abriram na parede, e um gás brilhante e amarelado saiu.
- Que fumaça é essa? – disse Hiei, escondendo o focinho debaixo das patas. Já estava bem traumatizado com fumaças estranhas.
Mirra deu uma boa cheirada no gás.
- Hum, isso é gás sonífero.
Dinast também respirou fundo.
- De boa safra.
As duas cambalearam e caíram no sono.
Yusuke tentou atirar nos tubos, mas estava tão confuso e atordoado que não conseguiu juntar a energia necessária...Desmaiou.
Embora Hiei tentasse ignorar o gás, não podia nem ver mais. Ele começou a fraquejar até cair.
- Hiei! Vamos, não se renda!
Hiei abriu um olho, tentando se manter de pé.
- Resista! – disse Kurama.
- Yoko idiota...Mesmo quando não há saída você ainda vem tentar me animar.
- Mas há saída...
- Talvez para você, mas eu não...Não vou...Suportar... Hiei caiu para o lado.
Kurama se aproximou dele, sua visão também já estava turva. Kurama despencou para o lado oposto.
... ... ...
- Tragam-me as meninas...
- E os outros?
- Prendam os animais nas paredes. E o menino... Deixe ele sobre o gêiser.
- Mas o ar quente vai...
- É esta a intenção...
