Send me an angel

Meio

Música: Send me an angel, do grupo Scorpions.

Para Lally-dono.

Ficaram em silêncio por um longo tempo antes de finalmente a garota perguntar:

-Já está se sentindo melhor?

O coração de Syaoran pareceu querer sair da garganta na hora de falar. Umedeceu os lábios que estavam secos.

-Quem...?

-Sou a irmã do enfermeiro que cuida de você. Meu nome é Kinomoto Sakura.

-Você...?

-Vou cuidar de você esta noite. – ela falou com um sorriso.

Um outro silêncio dominou o lugar.

-Vai ficar aí por quanto tempo? – ela perguntou, despertando-o dos pensamentos – Já é hora dos pacientes dormirem.

Puxando Syaoran pela mão e conduzindo-o até a cama, ela o fez sentar e voltou para perto do armário, pegando novamente o lençol e desfazendo o nó. Ao virar-se para voltar para perto dele, encontrou-o em pé perto da cama.

-Eu falei que é hora dos pacientes dormirem. Agora, seja um bom menino e... – voltou a pegar na mão dele e o fez sentar na cama – deite.

Assim que ela o soltou, ele levantou-se. Sakura teve que dar um suspiro.

-Puxa... Será que você não entende que deve deitar?

-Não seja estúpida. – ele falou num tom irritado, fazendo Sakura arquear as sobrancelhas – Não sou um moleque pra falar assim comigo.

Um minuto depois, Sakura deu um sorriso e falou:

-Não, não é. Então por que está agindo como um?

Aquilo foi uma bofetada no rosto do rapaz, doendo mais que se levasse uma de verdade. Ficou encarando os olhos verdes e sentou-se na cama depois de receber mais um sorriso dela.

-Por que...? Como você sabia? – ele perguntou num sussurro.

-Sabia do quê?

-Sabia o que eu ia...

-É melhor você deitar... – ela falou, mais parecendo uma mãe falando ao filho – Dormir vai fazer você se sentir bem depois do dia que teve... – ela o fez deitar na cama e cobriu-o com o lençol.

Syaoran não fez menção de se levantar, mas não teve mais coragem de tentar vencer a coragem dos olhos dela. Apenas virou o rosto para o lado, esperando que ela saísse dali.

Escutou a porta fechar e deu um suspiro, perguntando-se como aquela garota o fez sentir-se tão cansado.

-Tenha uma boa noite. – escutou.

Syaoran levantou-se assustado e viu a garota sentada na poltrona, cobrindo-se com outro lençol.

-O que ainda está fazendo aqui? – sentou-se na cama, olhando a garota que tranqüilamente acomodava-se na poltrona.

-Eu já disse: vou cuidar de você esta noite.

-Mas aqui, no MEU quarto?

-Bem... – ela deu um sorriso brincalhão, mas não terminou de falar.

-Aquele armário do seu irmão não dormia aqui comigo! Por que você não faz o mesmo e dá o fora?

Depois de um momento em silêncio, Sakura respondeu:

-Porque você não tentou se matar enquanto ele estava por perto. Agora que ele está longe, eu preciso cuidar de você.

-Quê? – ele falou quase num fio de voz, vendo-a levantar-se de novo e aproximar-se da cama.

-Syaoran? – ela falou como se tentasse adivinhar algo. Viu o rosto dele ficar surpreso e continuou – É o seu nome, não?

O rapaz confirmou com a cabeça. Sakura sentou-se na beirada da cama.

-Você quer falar sobre o que está sentindo? – ela perguntou num tom amigo – Porque eu acredito que esteja sentindo muitas coisas... Pra pensar que morrer resolverá tudo...

-Ou deixará de sentir tudo... – ele completou, amparando a cabeça com as mãos, encolhendo os joelhos para perto da cabeça. Sentiu os braços de Sakura se esticarem e o trazerem para perto dela.

-O que está sentindo, Syaoran? – ela perguntou, pousando o queixo no cabelo dele – Não sou sua amiga, mas posso ajudar...

Minutos depois, Syaoran chorou, ainda escondendo o rosto.

o-o-o

Dois meses depois.

-Está pronto, Syaoran? – Sakura perguntou ao rapaz que terminava de vestir o casaco.

-Agora sim – ele respondeu com um sorriso.

Dois meses depois de se conhecerem, Syaoran e Sakura haviam virado bons amigos. Touya deixara de ser o enfermeiro que o acompanhava e Sakura tomou o lugar do irmão, embora este quase não parecesse ter deixado o cargo por viver constantemente vigiando os dois para evitar o que ele chamava de "problemas" com o "moleque tarado", como ele chamava Syaoran. Sakura se limitou a repreendê-lo, ao que ele replicou que era o que ele achava e nada ia fazê-lo mudar de idéia em deixar Sakura sozinha com Syaoran um dia.

Mas nem Touya faria o rapaz sentir-se de mau humor naquele dia. Finalmente, depois de meses, teria a oportunidade de dar uma volta sozinho fora da propriedade da clínica. Sakura se encarregara de ajudar a fazer um roteiro para que o rapaz pudesse se divertir. Embora não fosse permitido ir com ele, ela queria que fosse uma manhã especial.

-Volte antes do meio-dia. – Sakura falou, entregando o papel – Acho que você não conhece direito esta parte da cidade, mas tenho certeza de que gostará.

-Arigatou. – ele pegou o papel e caminhou ao lado dela até chegarem ao portão da propriedade. Atrás deles iam o doutor Tsukishiro e Touya.

Pararam na saída e esperaram pela aproximação dos dois, conversando enquanto isso:

-Eu pensei que quando chegasse este dia, alguém iria comigo.

-Un-Un. – ela balançou a cabeça – Precisamos dar um voto de confiança aos pacientes, não acha?

Syaoran sorriu.

-Esperamos que se divirta esta manhã, senhor Li. – Yukito falou quando chegou mais perto – Dependendo dos resultados, poderá sair mais vezes daqui por diante.

Syaoran fez uma reverência em sinal de agradecimento, olhando depois para Sakura.

-Até mais tarde.

Estava saindo quando escutou um rosnado de Touya. Era muito divertido escutá-lo emitir esses sons quando Syaoran falava com Sakura de maneira tão íntima.

-Até mais tarde, Li. – ela respondeu, dando um sorriso.

O rapaz deu as costas ao grupo e passou pelo portão da clínica, parando alguns metros depois apenas para visualizar a fachada.

Clow.

Era realmente um nome engraçado para aquele lugar. Um dia ainda perguntaria a Sakura quem "batizou" a clínica.

Voltou a caminhar, olhando o papel que Sakura a havia entregado. A caligrafia era bonita, assim como a garota.

Pare, Syaoran... Não é hora de pensar nisso. É a primeira vez que saía desde que entrara ali e ainda faltavam três meses e duas semanas.

Parou novamente e olhou para trás, conseguindo enxergar as letras garrafais do nome da clínica.

-Três meses e duas semanas... – falou com um suspiro.

Aquele seria um longo tinha. Quando voltasse, teria muitas novidades para contar para ela.

o-o-o

Quase uma hora e meia depois, Li Syaoran sentou-se em um dos bancos do parque da cidade. Estava um pouco cansado de andar e ele teve que admitir que era bem melhor estar no jardim da clínica a estar num calor insuportável daquela parque. Na clínica ele poderia contar sempre com as conversas agradáveis de Sakura a estar sozinho, sentado no banco apenas olhando as pessoas passarem.

Estava entediado.

-E eu esperei dois meses pra ficar assim...

Sakura riria quando soubesse. Bem, ele pelo menos fazia questão de contar só para escutar a risada dela.

Pare, Syaoran... Não é hora para isso.

Na noite em que se conheceram, nunca mais Syaoran pôde sentir-se sozinho. Sakura sempre estava disposta a conversar com ele, contava-lhe casos, histórias do lugar, o porquê de estar ali. Nunca mais tentou um suicídio e às vezes, quando algum paciente novo chegava e começava a se rebelar, Syaoran ia ajudar os enfermeiros a controlar o doente, principalmente depois que um tentou atacar Sakura quando ela fora chamada para ajudar. Naquela noite, Syaoran pôde escutar o grito dela e foi socorrê-la.

A amizade aumentou a partir daí.

Mas... era só amizade?

Syaoran olhou para o céu, encostando a cabeça no encosto do banco e pousando um braço na testa. O céu estava sem nuvens, poucas pessoas estavam no parque, as crianças gritavam a cada nova brincadeira que inventavam.

Se Sakura estivesse lá, seria do feitio dela ir juntar-se aos outros para se divertir no meio das brincadeiras. Ela era uma fonte de amizade, carinho e...

Syaoran, já chega. Sakura era apenas uma...

Ah, dane-se a consciência.

Sakura era a nova coisa que dominava os pensamentos de Syaoran desde que chegara ali. Ela era a amiga que ele nunca teve, a companhia divertida que sempre sentiu falta.

Estava apaixonado.

O rapaz deu um sorriso e um suspiro enquanto fechava os olhos para lembrar-se do sorriso dela.

Respirou profundamente até que sentiu um outro cheiro chegar em suas narinas. Arregalou os olhos e olhou ao redor.

Alguém estava se drogando ali perto.

Um grupo de crianças estava ali. Crianças e adolescentes que deixaram o rapaz chocado ao mostrar-se tão à vontade em um parque, em meio a tanta gente, aplicando seringas no braço e compartilhando entre os mesmos. O pensamento que veio-lhe à cabeça era que, se estivesse entre eles, nunca tocaria numa porcaria que já tivesse sido usada por outros.

A vontade era de ir lá e mostrar a eles o que era certo: cada um usar uma seringa.

Aquele foi outro pensamento que o chocou.

O que diabos estava pensando? Ele tinha que dizer a eles que aquilo era errado. Era ERRADO tudo o que estavam fazendo, não só as seringas quanto ao uso das drogas em si.

Syaoran estava...

-Olhe só aquilo... – uma senhora sentada em um banco perto do dele falou à outra – É melhor chamarmos a polícia pra prender esses arruaceiros...

-Pobrezinhos... – a outra falou com pena.

...tentado

Ficou rígido no banco, as mãos estavam suando para tentar se controlar. Pousou-as nos joelhos e sentiu as pernas trêmulas.

-Pelos deuses... – murmurou, assustado.

Syaoran, pare com isso.

O rapaz deu mais uma olhada no grupo. Mais pessoas olhavam também para eles para criticá-los.

Se for para lá, vai perder tudo o que conseguiu fortalecer em si em dois meses e meio.

A gritaria alucinada do grupo era como um encantamento aos ouvidos de Syaoran.

Sakura não iria gostar de saber que tudo o que fez para ajudá-lo foi jogado fora.

Dando um suspiro profundo, Syaoran levantou-se e foi em direção ao grupo.

o-o-o

Um quarto de hospital.

Outro? Levaram-no de novo para outro hospital?

Syaoran fechou novamente os olhos para tentar lembrar-se do que aconteceu exatamente, antes de se perguntar há quanto tempo estava ali.

Ah, dane-se o tempo também. Estava preocupado com outras coisas naquela hora.

Depois que levantou-se, foi até o grupo, fez amizade com eles, começou a drogar-se usando uma colher e as narinas, depois viu a polícia chegando e...

Sentiu as costas doerem ao tentar mover-se na cama. A causa fora um policial que tentara contê-lo e o atingiu nas costas.

Mas não era a dor nas costas, o problema em que se metera por ter usado drogas de novo e muito menos os sermões que certamente ouviria de Eriol que o preocupavam.

Sakura com certeza estava decepcionada com ele, e isso era o que mais doía no momento.

Como iria olhar de novo para ela, depois de todo voto de confiança que tinha nele?

-Mas que droga... – ele murmurou, sentindo a boca seca.

-Syaoran? – escutou a voz de Sakura no quarto.

Girando o pescoço, mesmo sentindo-o dolorido, o rapaz percebeu a pequena figura de Sakura encolhida no sofá, esta esfregando os olhos como se acabasse de acordar. Era quase parecida como quando discutia naquela vez em que ela insistiu em dormir no quarto dele na tentativa de suicídio, uma cena que certamente nunca esqueceria, como todas as outras em que ela estava.

Observando-a novamente, notou que ela parecia demais cansada e abatida. Percebeu que ela se levantara e depois ia em direção dele para cobrir o lençol, negando-se a encará-lo.

-Sa-Sakura...

-Sim? – ela respondeu numa voz dissimulada.

-Onde...?

-Vou chamar o médico. – ela falou, saindo rapidamente do quarto e fechando a porta sem ao menos olhá-lo.

Depois de um minuto em silêncio, Syaoran murmurou:

-Que grande idiota que sou...

Sentia-se terrivelmente miserável.

o-o-o

Novamente a paisagem passava rápido pelos vidros do carro enquanto Syaoran olhava desinteressadamente para ela enquanto esperava o tempo passar até chegar novamente na clínica. Pelo menos, daquela vez não estava sozinho.

-Senhor Li – Yukito falava ao lado dele -, já está ciente, não?

-Mais seis meses... – o rapaz respondeu num tom vago.

-E só sairá em quatro meses... Se apresentar melhoras.

O rapaz confirmou com a cabeça e continuou olhando a paisagem.

-Sakura pode continuar sendo minha enfermeira? – Syaoran perguntou depois de um momento calados.

O médico deu um suspiro e falou:

-Acredito que sim. Ela pode muito bem se negar a cuidar de você e ficar com outro paciente.

Syaoran nem ao menos podia culpa-la, já que ele fora o causador daquela situação. E estava muito nervoso.

Ficara no hospital durante dois dias. Segundo o próprio Yukito, a polícia ligou para a clínica avisando sobre o paciente (Syaoran) que causou tumulto na praça e passara mal depois de se drogar, indo parar no pronto-socorro público. Depois que Hiiragizawa pagou as despesas e o tirou de lá, no mesmo dia ele foi para a ala hospitalar da clínica Clow, onde ficou sob os cuidados de Sakura durante três dias inteiros. Mas assim que ele acordou, não teve mais a chance de vê-la. Parecia simplesmente que ela o estava evitando... e com razão.

-Chegamos, senhor Li. – Yukito falou.

Os dois tinham acabado de voltar da casa de Eriol, onde Li teve de assinar vários papéis para confirmar novo período em que ficaria ali. O rapaz também teve a oportunidade de ver Tomoyo, que desmanchou-se em lágrimas de saudades assim que o viu, fazendo-lhe mil perguntas de como estava, o que tinha feito e desejando-lhe boa sorte com mais aqueles meses que enfrentaria.

Syaoran e Yukito desceram do carro e o rapaz pegou mais uma mala que trouxera para passar aquele tempo extra na clínica.

Ao passarem pela entrada depois que o carro mandado por Eriol foi embora, Syaoran parou mais uma vez na entrada para olhar a fachada da clínica.

Deu um suspiro e entrou ao lado do médico, não se importando em murmurar o tempo que ficaria ali.

o-o-o

À noite, Syaoran esperou pacientemente pela vinda de Sakura para a inspeção no quarto, já que passara o dia inteiro procurando por uma chance de falar com ela, mas a garota praticamente fugira dele, e ele mais uma vez disse a si mesmo que era com razão. Entretanto, planejava pedir desculpas e... Ele não sabia direito o que falar ainda, mas queria conversar com ela como no dia em que se conheceram.

Finalmente, quase às dez da noite, ela apareceu no quarto, assustando-se ao encontrá-lo ali, já que muitos pacientes, inclusive ele, só se recolhiam às dez e meia.

-Oh... – ela exclamou – Achei que não estava aqui... Quer que eu volte outra hora?

-Iie – ele deu um passo – Eu quero conversar com você.

Sakura resolveu fechar a porta do quarto e voltou as atenções ao rapaz, sorrindo gentilmente.

-Deseja alguma coisa? – ela perguntou.

-Você... Você...

-Sim?

Coragem, Syaoran.

-Você está brava comigo?

A garota arqueou as sobrancelhas, movendo a cabeça que ficou na diagonal.

-Não... – ela falou numa voz pausada – Brava... precisamente, não.

-"Não"?

Sakura voltou-se para sair de novo, parando ao escutar a voz dele:

-Ei, ainda não acabamos! – ele a puxou de volta, largando o braço dela depois de ver o rosto da enfermeira.

Sakura estava chorando.

-Por quê...?

-Eu... – ela enxugou o rosto com as mãos – Sinto muito... Você pode ficar no quarto enquanto eu inspeciono...

-Não é nada disso... – ele se aproximou e enxugou o rosto dela com uma das mãos – Por que está chorando?

Sakura encolheu os ombros e escondeu o rosto entre as mãos. Mal percebeu quando ele a abraçou e a fez pressionar o rosto na camisa dele.

-Sakura, olhe para mim.

A garota ergueu o rosto e Syaoran pôde ver os olhos verdes mais tristes do mundo.

-Por que está chorando, Sakura?

-Você... – ela falou numa voz trêmula – Você me assustou, seu... seu...

Syaoran esperava o maior xingamento do mundo quando teve que conter a vontade de rir ao escutar um mero "bobo" que ela murmurou entre os soluços.

-Eu fiquei tão assustada quando... quando soube o que aconteceu...- ela continuou – Achei que você tinha morrido... – e teve outra crise de choro.

Syaoran a abraçou mais forte, surpreendendo-se ao sentir os braços dela apertando-o tão fortemente na cintura, o que o fez cair no chão com ela.

Mas nem isso fez Sakura parar de chorar.

O rapaz sentou-se no chão e Sakura fez o mesmo, ajoelhada entre as pernas dele, não descolando o rosto do peito dele.

-Nunca mais... – ela soluçava – Nunca mais... use... essas porcarias...

-Sakura...

-Elas não te ajudam mais do que eu posso ajudar! – ela exclamou, batendo furiosamente no peito dele – Nunca mais, nunca mais...!

Os socos eram fracos e ele nem fez questão de pará-la. Quando percebeu que ela estava parando, ele segurou uma das mãos e levantou com a outra o rosto dela.

-Gomen nasai...

-Nunca mais... – ela fechou os olhos para fazer as lágrimas escorrerem.

-Eu prometo que vou parar... desta vez eu vou me esforçar... Mas não chore mais, por favor...

Fez Sakura deitar novamente a cabeça no peito e pousou o queixo no cabelo castanho dela, sentindo o doce cheiro que ele tinha.

-Você... você promete...?

-O quê? – ele perguntou, acordando dos pensamentos que tinha.

-Você vai mesmo se livrar do vício? – ela perguntou, erguendo o rosto para olhá-lo.

Depois de um momento em silêncio, Syaoran falou:

-Se for pra ver você chorando de novo, eu vou fazer o impossível pra sair dessa...

-Syaoran...

-... se você puder me ajudar... e ficar ao meu lado...

Sakura deu um sorriso largo que logo apagou as marcas das lágrimas.

-Eu posso ficar a seu lado... mas se você não se livrar disso, eu não sei se vou agüentar ficar sem... – parou de falar e mordeu os lábios, baixando o rosto para esconder o vermelho.

-Ficar sem o quê?

Sakura sentiu a mão dele no queixo, fazendo-a levantar o rosto.

-Ficar sem... quem, Sakura?

-Ah... – ela não teve forças para falar.

Os dois ficaram se olhando por algum tempo até que escutaram a porta ser aberta abruptamente. Olharam ao mesmo tempo e viram Touya parado na entrada.

-Onii... Onii-chan? – Sakura arregalou os olhos e Syaoran piscou várias vezes para ter certeza se não era a imaginação dele os olhos de Touya estarem emitindo faíscas.

O irmão mais velho da enfermeira, ao ver os dois naquela posição, estalou os dedos de uma das mãos e falou numa voz ameaçadora:

-Seu moleque tarado...

o-o-o

Minna-san, daijoubu?

Primeiramente, mil desculpas pela demora... Eu tive que mudar de cidade, atrasou tudo aqui... Sem contar que queria um tempo para formar direito as idéias para este capítulo. O próximo não vai demorar muito, isso porque estava indecisa quanto aos fatos que seriam deste capítulo ou se eu os colocaria noutro, mas agora já coordenei as idéias e já comecei a escrever o próximo.

Fiquei muito surpresa e feliz com a quantidade de comentários que recebi pela primeira parte! Os leitores de CCS são verdadeiramente atenciosos e gentis. (#faz reverência#) Muito obrigada por todos os comentários que recebi, muito obrigada mesmo!

Este songfic é um pouco triste, não? Eu passei por algo quase, mas só quase mesmo parecido, pois passei por uma época em que tomava alguns remédios que me viciavam e ainda faziam mal... Ninguém percebeu, nem mesmo eu, já que ninguém liga se remédios vão viciar se foram prescritos pelo próprio médico, não? Mas há alguns tipos de medicamentos que se deve tomar cuidado, pois muitos podem até matar um homem em vez de ajudá-lo. Anyway, graças a uma pessoa eu consegui perceber que estavam me fazendo mal e consegui me livrar deles. Hoje eu não mais sofro disso (happy, happy, happy! D) e não gosto de ver ninguém assim também.

Também acredito que um assunto desses não deveria ser um tabu. Há muitos que sofrem desse problema e o que mais deve existir é uma conscientização por parte de todos para que nenhuma das duas partes sofra.

Agradecimentos aos comentários de: Lally-dono, Yukino-chan, Pan-chan, Lan-Lan (...XD), Aya-chan, Pety, Anna Lennox (Não me cace, por favor! ( Sou uma criança inocente que sofre muitas perseguições pelas demoras que provoco! XD), Anygiel, Vivi, Kyhara, Nina, Jully, Kathy, Tici-chan, Yume Rinku, Sakura Li, Hibari-chan, Yayoi, M. Sheldon (eu ainda não li o livro que você indicou, mas assim que tiver uma oportunidade, pode ter certeza de que o farei e lembrarei de você. Seu review foi um dos mais gratificantes que já recebi e fico muito feliz em saber que gostou), Warina-Kinomoto, Akane-chan, Fe-chan (Ai, meu Deus... XD Estou sendo tão perseguida por causa desse fic... XD Não se preocupe: eu não o abandonei e em breve saíra mais um capítulo! Agora estou com ajuda de duas super-auxiliares: Lan-Lan XD e Tici-chan! D Vou terminar alguns fics este mês e voltarei para lá, ainda mais agora que tive umas idéias para o capítulo... #evil smile#) e Kirisu-chan ("-dono"? o.o").

Arigatou especial a Kirisu-chan que me avisou de alguns erros nos nomes de algumas personagens... Irei corrigir os nomes do capítulo anterior depois, mas este aqui já tem as correções. Fui procurar os nomes no mangá e no dicionário, e ainda fiz pesquisa das características de cada um porque não conheço direito a história... (... XD Baka, né? ). O mais engraçado para procurar foi o sobrenome do Eriol, porque eu simplesmente não lembrava como escrevia "azevinho". Fui pergunta pra minha mami e ela respondeu simplesmente que eu fosse procurar numa coisa "nova" que inventaram chamada "dicionário". XD Essa doeu na testa! XDD Anyway, eu corrigi aqui e vou tentar não cometer tantos erros. Se encontrarem mais erros, me avisem, embora a maioria deles seja da formatação que o site provoca, pois se o fic não é inglês, acham que as outras línguas do mundo não devem ter palavras acentuadas. ú.u.

Se alguém puder enfrentar os poderes malignos do site e achar este capítulo digno de um comentário, ficarei muito feliz em recebe-lo.

Tem mais alguém aí? o.o"

Até a próxima!

Kisu no Shampoo-chan.