Cap 1 - Proposta tentadora

Os cavaleiros de bronze foram festejar o niver de Hyoga num karaokê. Todos estavam se divertindo, com exceção de Seiya, que consultava seu relógio de dois em dois minutos, cada vez mais emburrado.
- O quê você tem? - perguntou Ykki - Relaxa, cara, aproveita a farra! Tá a fim de sair pela night mais tarde?
- Não. Eu vou pra casa, Ykki. Fala pra eles que hoje eu não tô legal.
Levantou-se da mesa onde estava e saiu. Caminhava pelas ruas desertas, pensativo. Subitamente, decidiu mudar o caminho. Chegando à mansão, tocou a campainha. Tatsume foi atendê-lo, mal-humorado.
- Não sabe que horas são?

Seiya não lhe deu bola. Entrou na sala, sem ser anunciado. Deparou-se com Julian Sollo, que pra variar tinha ido cortejar Saori. Esta, ao ver Seiya, perguntou:
- Aconteceu alguma coisa, Seiya?
Com uma cara fechada, ele disse:
- Não, eu volto outra hora. Não sabia que você tinha visitas.
- Julian já está de saída, não é mesmo?
Contrariado, o playboy concordou com a cabeça. Depois de se despedir, saiu, deixando Saori e Seiya à sós.
- Por quê você não foi ao karaokê? - perguntou ele, mal-humorado.
- Eu ia, mas Julian chegou sem avisar e fiquei sem graça de dizer que tinha um compromisso.
- Ah, claro. Você tinha que dar atenção pra ele.
- Só não quis ser mal-educada - justificou-se a garota.
- O quê ele queria?
- O de sempre. Disse que não vai desistir enquanto eu não aceitar namorá-lo.
- Esse cara não se toca não?
Pensou por alguns segundos, e impulsivamente exclamou:
- Só vejo uma forma de fazer esse grudento se afastar de você de uma vez por todas!
- Qual?
- Você tem que namorar outra pessoa!
Saori corou levemente.
- Essas coisas não são tão simples assim - explicou ela.
- Você pode fingir que arrumou um namorado!
- Mas, quem aceitaria ser meu namorado de mentira?
- Se você quiser, eu posso fazer esse papel - respondeu ele, com firmeza.
Ela disfarçou sua felicidade, e perguntou:
- Tem certeza? Você faria isso por mim?
- Claro. Vai ser um prazer - em seguida, acrescentou - ver a cara dele quando souber.
Os dois combinaram ir ao barzinho mais badalado do momento, pois seus frequentadores sempre apareciam nas colunas sociais.
Seiya voltou para casa, e passou o resto da noite sonhando com o encontro do dia seguinte. Não imaginava que ela também estava contando os minutos para aquela noite...

Na noite seguinte, Seiya foi buscar a "namorada" na casa dela. Quando a viu, quase perdeu o fôlego: Saori usava um vestido preto muito sexy, bem justo, com um decote V que valorizava ainda mais seus atributos naturais... Estava mais linda do que nunca.
Extasiado, Seiya exclamou:
- Você... está perfeita!
Ela corou.
- Assim você me deixa sem graça...
- Eu não poderia ter uma namorada mais linda... - continuou ele, com um olhar que denunciava suas verdadeiras intenções.
Tentando disfarçar sua alegria, Saori disse:
- É melhor irmos, o motorista já está a nossa espera.

Durante o trajeto, conversaram apenas sobre assuntos banais. Seiya estava quase perdendo a cabeça e confessando que sua proposta era apenas um pretexto pra ficar perto dela. O perfume de Saori o inebriava, com sua delicada fragrância que lembrava baunilha. Precisou cruzar os braços e morder os lábios para não fazer uma loucura. Não sabia qual seria a reação dela se a beijasse.
"Como eu queria que ela me amasse do jeito que eu sou... Posso não ter dinheiro como o Julian, mas faria tudo para vê-la feliz" - pensava o rapaz.
Chegaram ao bar e foram sentar-se à mesa que Saori reservara. Para surpresa de Seiya, o garçom trouxe uma garrafa de champagne. Com a taça na mão, ele perguntou:
- Ao que vamos brindar?
Saori, com um sorriso maroto, explicou:
- Ao nosso "namoro".
Ele também sorriu, e disse:
- À nossa felicidade!
O ambiente, iluminado por pequenas lanternas, os deixava quase na penumbra, e o champagne era ideal para descontrair. A música ao vivo era perfeita para casais apaixonados. Tudo ali contribuía para criar uma atmosfera romântica.
Seiya refletiu. Talvez fosse uma chance única de revelar o que sentia por ela. Começou a dizer:
- Saori, eu...
Nesse instante, um menino de uns 12 anos se aproximou da mesa e perguntou:
- Uma rosa para a dama, senhor?
Seiya pegou o dinheiro e entregou ao garoto. Deu a linda rosa vermelha para Saori, dizendo:
- Pra você...
Ela sentiu o suave aroma da rosa, e agradeceu com a voz um pouco dengosa:
- Obrigada, Seiya...
Enchendo-se de coragem, o cavaleiro pegou a mão de Saori e começou:
- Eu preciso te dizer uma coisa, Saori...

Entretanto, foi interrompido por Julian, que surgira ali e os olhava, surpreso.
- Saori que surpresa agradável encontrá-la aqui! Quer dançar?
Seiya olhou irritado para o rival, e respondeu:
- Não.
- Perguntei pra ela - disse Julian, sem se abalar.
- Eu sou o NAMORADO dela.
- O quê? Não me faça rir! Até parece que a Saori trocaria o melhor partido do país por alguém tão insignificante como você!
Ela se irritou:
- Não repita isso nunca mais! Eu e Seiya estamos namorando, e ele é tudo o que eu sempre quis num homem!
Incrédulo, Julian insistiu:
- Não pode ser verdade... Saori, ele não é ninguém!
- É o homem que eu amo!

Seiya, que até então estava se sentindo humilhado com as palavras de Julian, surpreendeu-se com a ênfase com que Saori afirmara amá-lo. Porém, logo compreendeu que aquilo fazia parte do jogo. Só assim Julian se convenceria de que não tinha nenhuma chance com Saori.
O playboy encarou Seiya com desprezo, e disparou:
- Você só pode estar louca!
Afastou-se, deixando o "casal" constrangido. Ela tentou melhorar o clima, e disse:
- Desculpe, Seiya. Você ouviu tantos desaforos só pra me ajudar!
- Não precisa se desculpar. Tudo o que ele falou é verdade. Alguém como você merece um cara do seu nível.