Obs: a música desse capítulo é How deep is your love, dos Bee Gees (apenas a tradução).
Cap 4 – Prova de amor
Ofendido, Seiya disse:
- Não. Eu tentei lutar contra os meus sentimentos, só que eles eram tão fortes que fui derrotado. Foi por amor que eu suportei humilhações, desconfianças sobre o meu caráter, acusações... Mas você não entende isso, porque não sabe o que é amar!
Dirigiu-se para a porta, e acrescentou:
- Não preciso do seu dinheiro. A única coisa que eu queria de você era o seu amor, mas isso você não pode me dar!
Fechou a porta e desceu as escadas, sentindo seu coração dilacerado.
Quando ia sair, encontrou Julian, que olhou pra ele e disse:
- Foi bom te encontrar. Quero fazer uma proposta.
Pegou um papel do bolso de sua camisa e entregou a Seiya, enquanto dizia:
- Eu ofereço 5 mil dólares pra você desaparecer da vida da Saori pra sempre.
Trêmulo, Seiya rasgou o cheque em pedacinhos. Em seguida acertou um belo soco no olho esquerdo do milionário. Enquanto Julian se contorcia de dor, ele gritou:
- Meu amor não está à venda! Mas seu caminho tá livre, porque eu não quero ver a Saori nunca mais!
Saiu, batendo a porta.
Quando já estava chegando ao portão, ouviu:
- Seiya! Espere!
Olhou para trás e viu Saori. Ela correu até ele.
- Me perdoe por ter duvidado de você! Eu vi quando o Julian ofereceu o cheque e você recusou... Foi a maior prova de amor que eu poderia querer!
Magoado, ele respondeu:
- Posso até perdoar, mas acho melhor me afastar de você...
Triste, a garota revelou:
- O que eu mais queria era ser sua namorada de verdade. Mas agora é tarde...
Seiya olhou para ela, surpreso com aquelas palavras. E ficou mais ainda quando Saori disse:
- A propósito, não foi pra provocar o Julian que eu beijei você...
Afastou-se, desolada. Algumas lágrimas caíam pelo rosto da jovem, que não se conformava por ter perdido seu amor devido a um mal-entendido.
Entretanto, se Seiya realmente a amasse, teria entendido sua reação ao ouvir aquela conversa entre ele e Minu.
o seu amor é profundo?
eu realmente quero saber
porque nós vivemos num mundo de enganações
nos deixando pra baixo quando todos eles deviam deixar nós sermos
nos pertencermos a você e a mim
Ele ficou olhando-a por alguns segundos, hesitante. Saori acabara de confessar que também o queria! Deveria superar seu orgulho ferido e tentar ser feliz ao lado dela?
eu acredito em você
você conhece a porta pra minha alma
você é minha luz em minhas horas de profunda escuridão
você é minha salvação quando eu caio
e você não deve pensar que eu me não importo contigo
quando você sabe que lá dentro eu realmente me importo
e é pra mim que você deve mostrar o quão profundo é o seu amor
A amava sim, mas seu orgulho também era grande! Saori o ofendera, e não seria um simples pedido de desculpas que iria fazer com que ele a perdoasse, não era tão fácil assim. Ele virou-se para ir embora e Saori correu para o quarto, ainda observou Seiya parado diante do portão da mansão e depois de pensar um pouco o rapaz foi embora.
Os dias seguintes foram difíceis. Saori não tinha vontade de fazer nada, já Seiya tentava, em vão, manter-se ocupado para pensar o mínimo nela. Os cavaleiros não sabiam o que fazer, mas parados é que não iriam ficar.
- Temos que fazer alguma coisa... – Shiriu dizia andando de um lado para o outro. Estavam reunidos na mansão. Saori estava trancada no quarto.
- Mas o que podemos fazer? – Shun perguntou, pensativo. – O Seiya não quer vê-la de jeito nenhum...
- Que tal se nós o fizéssemos ter um susto – Hyoga sugeriu com um sorriso.
- Como assim? – Shun indagou erguendo a sobrancelha.
- É uma ótima idéia! – Shiriu exclamou entendendo onde Hyoga queria chegar. Pegou o telefone e discou o número de Seiya. – E vou resolver isso agora!
- Shiriu, você tem que fingir bem! – Hyoga disse, rindo. O amigo apenas fez um gesto dizendo para deixar tudo com ele.
- Seiya! – exclamou assim que o rapaz atendeu o telefone.
- O que houve, Shiriu? – Seiya murmurou, desanimado.
- Você tem que vir até a mansão da Saori e rápido! – Shiriu disse fingindo estar nervoso. Shun e Hyoga começaram a rir, mas logo pararam quando Shiriu lançou um olhar de reprovação. – Ela sumiu!
- Quem sumiu? – Seiya perguntou, exasperado.
- Ora! Quem poderia ser? – Shiriu disse em um tom de censura. – A Saori, lógico! Nós viemos fazer uma visita e não a encontramos em casa! Tatsume disse que não a viu sair e... Seiya? Você está aí? Pronto, ele já está vindo pra cá... – Shiriu disse baixando o fone.
- Acho melhor a gente sumir agora – Hyoga sugeriu, levantando. – Eu não quero nem ver a cara do Seiya quando chegar e descobriu que nós inventamos essa "brincadeira".
- Pois eu queria – Shiriu disse, rindo, imaginando a cara do amigo. – Ele vai querer nos matar...
Enquanto isso Seiya corria que nem um louco para a casa de Saori. E se alguém tivesse a seqüestrado? Não seria a primeira vez... E tudo porque ele não estava lá para protege-la! Era sua responsabilidade! Se acontecesse alguma coisa com ela... Seiya sentia que morreria.
Shiriu, Shun e Hyoga ainda conversavam na sala de Estar quando ouviram um barulho alto da porta de entrada ser batida. Os três se entreolharam, surpresos.
- Ele veio voando! – Shun disse, assombrado.
- Não falei que ia dar certo? – Hyoga disse, rindo.
Seiya correu para o quarto dela. Talvez encontrasse alguma pista do que teria acontecido. Qual não foi sua surpresa ao dar de cara com Saori. Ela estava largada na cama, as janelas do quarto estavam fechadas e o quarto estava um verdadeiro caos. Na mesma hora, ele entendeu que tudo fora armado pelos amigos, seu primeiro pensamento foi de matá-los por lhe dar um susto tão grande. Depois Seiya sentiu-se aliviado por ver que Saori estava bem, e a conhecida sensação de felicidade instalou-se em seu peito ao ver a jovem que tanto amava.
Quando ela percebeu sua presença, ficou muito admirada.
- O que faz aqui? – perguntou.
- Eu... O Shiryu inventou que você tinha sumido, fiquei preocupado e vim até aqui pra descobrir se havia acontecido alguma coisa.
- Ah, é isso - murmurou ela, decepcionada – você só estava cumprindo seus deveres de cavaleiro de Athena... Como pode ver, estou ótima, então já pode ir – disse ela, tentando se levantar. Entretanto, estava muito fraca por não estar se alimentando direito, e sentiu uma tontura. Se ele não a amparasse, teria caído no chão.
No instante em que Seiya a segurou nos braços, os dois se olharam fixamente. Saori percebeu que os olhos castanhos a fitavam de modo terno.
- Não foi por obrigação que vim até aqui... se algo te acontecesse, eu não teria mais motivos pra viver – sussurrou o cavaleiro, apertando-a de encontro ao peito.
Uma lágrima de felicidade deslizou pelo rosto de Saori. Embora tivesse desejado muito aquele momento, pensou que nunca o viveria. Seiya deitou-a na cama devagar, inclinando-se sobre ela. Seus lábios tocaram os dela com suavidade, e em poucos segundos o beijo tornou-se mais intenso.
Ele deitou-se sobre a garota, que estremeceu ao sentir o corpo dele sobre o seu. O modo como Seiya a tocava fazia com que Saori perdesse toda a sua razão e não opusesse nenhuma resistência quando ele começou a despi-la.
No início, ela retribuiu suas carícias timidamente, mas logo se tornou mais ousada, despertando um grande desejo nos dois...
- Tive muito medo de te perder... – confessou ela, deitada sobre o peito de Seiya.
- Por favor, me perdoe por te fazer sofrer... Você teve seus motivos pra reagir daquele jeito.
- Mas eu deveria ter confiado em você, porque eu te amo.
Olhou-a, emocionado.
- Também te amo, Saori-san... E foi por isso que eu sugeri aquele namoro de fachada... afastar o Julian foi apenas um pretexto, porque eu pensava que você nunca aceitaria namorar comigo de verdade.
- Bobinho... – disse ela, beijando-o em seguida.
Os dois esqueceram-se de todo o resto, e aproveitaram para recuperar todo o tempo perdido...
The End
Agradeço à Bianca Potter pela colaboração neste último capítulo.
Obrigada a todos que deixaram reviews.
