Bom, eu vou deixar uma pequena nota antes de começar este quarto capitulo: Agradeço a todas as pessoas que comentaram o fic até agora. Principalmente a minha linda e amada beta Luciana. Muito obrigado mesmo a todos que estão acompanhando e comentaram... E continuem comentando. E só para constar quero dizer que toda a provocação que a Gina inflige no pobre Harry foi ampliada pela minha amada beta.

Surpresas

Harry tropeçou e quase caiu na sua saída da rede de Flu, mas os anos de prática no quadribol permitiram que ele recuperasse o equilíbrio rapidamente e se pusesse de pé. Ele olhou em volta e não viu nenhum de seus amigos. Já estava começando a ficar desapontado quando se lembrou que ia surpreendê-los. Virou-se então para Gui para perguntar onde estavam os seus irmãos mais novos quando viu Molly Weasley, correndo em sua direção.

Ele sentiu o ar deixar-lhe o pulmão quando Molly o abraçou com força exagerada.

- Harry, querido, como você está? – perguntou Molly se afastando um pouco para examiná-lo melhor.

- Estou melhorando – disse ligeiramente embaraçado, esfregando as costelas pelo forte abraço. - E como andam as coisas por aqui? – perguntou mudando de assunto, já que não gostaria de ser interrogado sobre seu estado emocional. Ainda não estava bem, mas sabia que com a ajuda de seus amigos logo estaria bem melhor.

- As coisas estão correndo bem por aqui, Harry – ela sorriu maternalmente. - Ron nos surpreendeu em seus N.O.Ms – emendou orgulhosa. - Tirou muitos "E", e conseguiu tirar dois ótimos em... – ela rolou os olhos para cima, tentando lembrar-se em que matérias tinham sido. – Ah! Sim! Um em Defesa Contra as Artes das Trevas, graças a você, e o outro em Adivinhação, é claro – Harry sorriu, mas Molly continuou a tagarelar. - Recebemos junto com as notas uma carta da direção dizendo que queriam fazer mais uns testes, pois se Ron continuar a estudar Adivinhação com afinco, eles acham que ele pode se tornar um excelente Vidente, pelo talento nato que demonstrou – ela falou tudo rapidamente num só fôlego, deixando Harry impressionado e surpreso, pois ele e Ron já haviam inventado diversas vezes os deveres de adivinhação. - E você? Como foi? – Molly perguntou gentilmente, e Harry pôde sentir o quanto ela estava orgulhosa do filho.

- Bom, eu consegui dois "O". Também em Defesa e outro em Feitiços; e três "E". E me matriculei nas classes que queria para meus N.I.E.M.s – respondeu rapidamente. Estava ansioso para rever e conversar com seus amigos.

- Rony e Gina estão jogando quadribol lá nos fundos, querido. Sua vassoura está no armário. Não quer ir lá jogar com eles? – perguntou Molly percebendo a impaciência de Harry. – Deixe que Gui levita suas coisas até seu quarto.

Harry estava com tanta pressa de rever seus amigos que nem prestou atenção no que Molly dissera no fim. Ele correu assim que ela disse a palavra quadribol, e chegou rapidamente ao barracão onde eram guardadas as vassouras, encontrando a sua Firebolt, guardada e polida, como se nada tivesse acontecido a ela no ano anterior.

O rapaz sentiu um peso no fundo do estômago ao segurar a vassoura, afinal ele havia ganhado a Firebolt de Sirius, mas forçou este sentimento para longe, já que a melhor forma que ele teria de honrar a memória do padrinho seria se divertindo muito com ela, como o próprio gostaria que fosse.

Colocando-a então sobre os ombros ele correu para rever os amigos e voar, sentindo-se novamente livre.

As árvores que cercavam o campo improvisado de quadribol continuavam as mesmas, e Harry já podia ouvir as risadas e os gritos do casal de irmãos. A empolgação aumentava a cada minuto e ele mal podia esperar para estar lá com eles. Pulando em sua vassoura com uma agilidade absurda Harry alçou vôo em direção aos outros dois.

Assim que adentrou voando a clareira Harry viu algo que o fez engolir seco: Gina estava voando a toda velocidade contra Rony. Seus cabelos cor de fogo voavam livremente soltos atrás dela, o sorriso em seu rosto e o brilho nos olhos castanhos e vivos davam a ela uma aparência incrível. Ela segurava a goles com uma das mãos inclinada para trás do corpo, preparando-se para fazer o arremesso. Harry naquele momento entendeu o que Rony quis dizer em sua carta sobre a irmã ser fantástica com uma goles nas mãos, mas tinha certeza que não estava reparando da mesma forma que o amigo no modo "fantástico" de Gina jogar quadribol. Com um pequeno sorriso Harry se lançou de surpresa no jogo dos irmãos.

Ele sentiu a surpresa de Ron, quando passou por ele sem se identificar, o sorriso no rosto de Gina aumentou, e ela se preparou para fintar Harry, mas a leve surpresa e a velocidade superior da Firebolt possibilitaram que o rapaz tomasse a Goles da mão de Gina com um leve puxão de sua mão esquerda. Ele agora estava encarando os amigos. Gina sorria para ele, mas o brilho malicioso em seus olhos indicava que ela havia aceitado o "desafio" de Harry.

- Oi Harry. O que esta fazendo aqui? – perguntou Rony quando finalmente se aproximou do amigo, que ainda segurava a Goles.

- Ao que me parece eu estou jogando Quadribol... E você? – respondeu com um pequeno sorriso que se desfez quando ele sentiu um rápido puxão no braço e viu que Gina havia dado um soco na goles, atirando-a para longe.

- É isto que acontece quando você perde a atenção no jogo Harry – Gina provocou, ao perceber o olhar feio que ele havia dado em sua direção. Então disparou na direção de Rony novamente.

Utilizando-se da alta velocidade de sua vassoura Harry rapidamente alcançou Gina, e quando esta se preparou para fazer o gol, já que Rony estava distraído demais prestando atenção no "duelo" de egos dos dois, Harry tomou a goles da mão da garota.

Ele percebeu o brilho no olhar de Gina e tratou de driblar a amiga, mas ela era realmente muito boa, e conseguiu ir ao seu encalço.

Harry deu um mergulho súbito, e percebeu que Gina continuava a segui-lo. Então, à apenas alguns centímetros do solo ele subiu, saindo da posição de mergulho. Olhou para trás satisfeito com a manobra, pois não sentia mais Gina atrás de si. Porém a alegria durou pouco. Ele sentiu a goles novamente ser atirada para longe, e Gina passou, rindo muito, por ele. Ela havia previsto exatamente o que ele ia fazer após o mergulho e se posicionado à sua frente.

Ela tinha sido muito esperta, mas Harry era muito rápido na Firebolt e um excelente "piloto", e logo alcançou e apanhou a goles, antes que a amiga pudesse chegar até à bola.

Sabendo que não seria fácil passar por ela, Harry resolveu adentrar a área cheia de árvores, mas sentiu que Gina o havia seguido mesmo assim. Após desviar em alta velocidade de algumas árvores e finalmente ter perdido Gina de vista - além de ter ouvidos muitos gritos de preocupação e reprovação de Rony - Harry ergueu a dianteira de sua vassoura e ganhou altitude. Logo estava acima das macieiras e outras árvores ainda mais altas. Ainda assim sentiu Gina pouco atrás dele fazer o mesmo, e vendo que já havia conseguido passar por ela se lançou em alta velocidade contra Ron. Ele viu a concentração refletida na face do amigo. Sabia que Rony havia ganhado muita confiança por ter ajudado a Grifinória a ganhar a taça de quadribol no ano anterior.

Harry fingiu arremessar a goles para o lado esquerdo de Ron, mas este esperou a goles abandonar as mãos do amigo, e então pôde defender o lance. Gina alcançou Harry assim que a bola chegou às mãos de Rony.

Ron atirou a bola para longe e Harry se virou em direção à bola. Ele viu que Gina estava mais perto e que ainda tinha a vantagem do embalo, pois não havia tido que parar para arremessar a goles.

Gina apanhou a bola e se virou em direção aos aros. Harry estava avançando em alta velocidade na direção dela, que fez uma finta para esquerda. O rapaz se preparou para socar a goles das mãos dela, mas a garota deu um giro com a vassoura, ficando momentaneamente de cabeça para baixo, afastando a goles do alcance de Harry. Com um novo giro ela se colocou de novo na posição correta, e Harry, que havia mergulhado para roubar a bola tinha passado batido. Gina aproveitou a abertura e jogou a goles contra o aro do meio. Rony, que estava mais inclinado para o aro da esquerda, teve que chutar a bola para evitar o gol.

Harry mergulhou atrás da goles. Gina ia logo atrás dele. A vassoura de qualidade superior e a grande habilidade de Harry permitiram que ele a capturasse. Saindo rapidamente do mergulho ele conseguiu despistar Gina. Rony não esperava um ataque de baixo e por isto o arremesso de Harry não foi defendido e ele conseguiu marcar um gol no aro do centro. Rony arremessou a bola para irmã, e a partida recomeçou.

Gina tentou repetir a manobra do giro, mas Harry se antecipou a ela e conseguiu tirar a goles das mãos da menina. Ele fingiu que ia dar um mergulho, e quando Gina tentou se adiantar à posição dele, Harry atirou a goles por cima da cabeça da garota e apanhou-a do outro lado. Então, usando toda a velocidade de sua Firebolt, Harry conseguiu deixar Gina para trás e sozinho atirou a goles com toda a força no canto à esquerda de Ron, que não alcançou a bola. Harry fez seu segundo gol.

Gina recomeçou a partida com uma finta para a direita e depois de um giro completo conseguiu finalmente ultrapassar Harry, que havia pensado que ela iria voltar para a esquerda. Gina seguiu a toda velocidade, mas Harry já estava quase a alcançando de novo. A garota então fez um "looping" para despistar Harry novamente, e, escapando dele, pôde fazer um arremesso certeiro, convertendo seu primeiro gol.

Harry capturou a goles e com uma boa avançada para esquerda em alta velocidade passou por Gina. Ele continuou a toda contra seu amigo, mas Rony interceptou facilmente seu arremesso.

Gina recapturou a goles e Harry avançou contra ela. Quando ele estava próximo o suficiente Gina arremessou a goles na testa dele, atordoando-o. Gina aproveitou a chance e avançou contra o irmão. Ron se adiantou para diminuir o ângulo da caçula. Antecipando-se a isto Gina fintou Rony, e, sozinha marcou seu segundo gol.

Harry viu o quanto Gina estava se divertindo com o jogo. Tanto quanto ele. Não se lembrava da última vez em que tinha se sentido tão livre, leve e contente. Era melhor que as partidas de quadribol em Hogwarts. O sorriso no rosto de Gina e o brilho em seus olhos a cada manobra perigosa, a cada finta e a cada gol tornavam o jogo ainda mais gostoso.

Rony havia melhorado bastante e estava conseguindo defender a maioria dos arremessos. Gina era muito boa artilheira, Harry só estava conseguindo compensar isto e ser páreo para ela porque era o melhor dos três em vôo e tinha a melhor vassoura. Após umas duas horas jogando eles desceram das vassouras. Estavam sujos, suados, cansados, famintos, porém extremamente felizes.

- O que houve com seus óculos e o seu cabelo, Harry? – perguntou Ron assim que eles colocaram os pés no chão.

- Lentes de contato – ele apontou para os próprios olhos sorrindo.-aqueles óculos nem serviam mais direito em mim, e o cabelo eu simplesmente não me importei em cortar – respondeu.

- Pois eu gostei muito, Harry – se intrometeu Gina. – seus olhos não deviam ficar escondidos atrás daquele negócio que você chamava de óculos, e seus cabelos estão bem mais legais assim um pouco mais compridos – ela esticou a mão e passou os dedos na ponta dos cabelos de Harry, arrepiando-lhe a nuca.

Harry estranhou um pouco Gina estar elogiando assim sua aparência, mas gostou bastante que a garota tivesse reparado e apreciado as pequenas mudanças.

Ron, Harry e Gina seguiram conversando sobre os N.O.Ms, comentando sobre as notas que obtiveram e os meninos responderam as perguntas de Gina sobre as provas.

- Aonde você esta indo, Harry? – Ron e Gina perguntaram juntos quando Harry já havia passado do segundo andar, em direção ao quarto de Rony.

- Para o quarto do Rony. Preciso pegar uma muda de roupas limpas. Vocês não querem que eu vá jantar suado deste jeito, querem? – respondeu para os dois, como se fosse muito óbvio.

Mas Harry, as suas coisas estão no seu quarto – disse Gina sorrindo e piscando para Rony.

- Meu quarto? – perguntou Harry, levantando uma sobrancelha pra Gina. Rony sorriu.

- Eu acho que agora é minha vez de retribuir a surpresa, Harry – respondeu o amigo, enquanto abria a porta do quarto que pertencia ao Percy. Harry não poderia estar mais surpreso.

O quarto era bem simples, mas um pouco maior que o de Rony. Possuía apenas uma cama, uma mesa - onde a gaiola de Edwiges se encontrava - uma estante vazia e um armário, contra o qual o malão de Harry estava escorado.

- O que achou de seu quarto? – Gina perguntou com um sorriso sincero para Harry. Ele ainda estava boquiaberto.

- Eu achei muito legal, mas e o Perci onde ele vai ficar? – perguntou um tanto quanto embaraçado para os amigos. Rony tomou a frente e respondeu antes de Gina.

- Se um dia aquele babaca puxa-saco voltar com o rabinho entre as pernas para implorar nosso perdão, a gente pensa no que fazer com ele – ele respondeu fazendo uma careta. – Quem sabe ele pode dividir o sótão com o velho vampiro? – deu de ombros. - Mas você é praticamente um membro da família, então este quarto é seu. – respondeu Rony para o amigo. Harry deu um sorriso amarelo e sentiu as bochechas arderam de leve.

- Não fale assim, Ron. Ele é seu irmão. E, de qualquer jeito, eu não quero causar nenhum problema – disse honestamente para o amigo. Rony sacudiu a cabeça e Gina interviu.

- Depois do que aquele imbecil estúpido fez para os nossos pais a gente não considera mais ele como da família. Foi a mamãe que sugeriu que você ficasse com o quarto para ter alguma privacidade. E todos concordaram. Por unanimidade - acrescentou Gina – Por isto aproveite seu quarto – ela piscou o olho para ele, e gesticulou para que ele entrasse.

- Muito obrigado, mesmo – Harry agradeceu aos amigos, e entrou no quarto.

Ele gastou algum tempo guardando suas roupas novas no armário. Também separou os livros e ajeitou-os na estante, com cuidado para esconder os livros que havia comprado na Travessa do Tranco.

Harry pegou uma das calças novas, uma camisa e foi direto para o chuveiro. Estava suado, sujo e cansado. Quando estava chegando ao banheiro viu a porta se abrindo.

Gina saiu calmamente lá de dentro. Estava usando apenas uma toalha rosa e felpuda enrolada em volta do corpo. O pedaço de tecido fofo tapava até o meio de suas coxas.

A visão de Harry correu dos pés descalços, pequenos e delicados, para as coxas brancas com algumas sardas. Continuou subindo, parando mais tempo do que a timidez dele gostaria, no volume dos seios (o que fez com que ele engolisse em seco), sobre os quais viu mais algumas sardas, e foi parar nos olhos castanhos e vivos da garota, que brilhavam muito.

Ele então reparou no pequeno sorriso que se formou no rosto dela enquanto Gina passou por ele, liberando o banheiro para que ele pudesse usar.

Harry ainda virou a cabeça para acompanhar ela andando, observando como ela movia um pouco os quadris, coisa que Gina normalmente não fazia. Pelo menos não que ele tivesse reparado, embora não soubesse como poderia não ter reparado em algo assim. Então sentiu uma pulsação no baixo ventre. Gina continuou andando, até parar na porta de seu quarto, virando-se para ele, e então disse para Harry com a voz doce e melodiosa:

- Harry, depois da janta será que você pode me ajudar com meu dever? – deu um pequeno sorriso, e este aumentou quando ela notou para onde ele estava olhando.

Harry olhou nos olhos de Gina e sentiu a empolgação que a garota estava sentindo devido à reação dele e do seu corpo em relação ao dela. Ele tentou clarear a mente, mas estava sendo muito difícil com ela o encarando com aquele sorriso maroto nos lábios. Ele estava quase prendendo a respiração, com medo de que ela notasse alguma coisa.

Tudo o que ele conseguiu foi dizer um "sim" engasgado, antes de entrar no banheiro praticamente fugido, para não se embaraçar mais. Despiu-se rapidamente e ligou a água fria no máximo, deixando ela correr pelo seu corpo. Sentiu sua respiração voltar ao normal e recuperou o controle de seus pensamentos.

O jantar foi muito barulhento e divertido. Os gêmeos não paravam de falar com Harry e Gina sobre suas novas invenções. Ron tentava fazer perguntas sobre o que a Hermione andava dizendo em suas cartas para Harry.

A Sra. Weasley perguntou pela milésima vez a Gui quando ele ia trazer a namorada para conhecer a família, e o rapaz desconversou, fazendo com que os gêmeos e os outros meninos rissem. Carlinhos e Arthur falavam sobre ataques misteriosos, relatos de pessoas que juravam ter visto criaturas perigosas rondando suas casas. O papo ia bem, até Arthur comentar que eles haviam sido incluídos no testamento de Sirius.

A primeira reação de todos, principalmente de Molly - que pareceu que ia colocar o marido para dormir no sofá, pela careta que fez repreendendo-o - foi de consolar Harry. Este garantiu que estava tudo bem, que não havia se ofendido, que já havia chegado a bons termos sobre o fato, e que se agora os Weasley não tinham mais problemas com dinheiro eles todos deveriam ficar muito felizes.

Então a conversa descambou instantaneamente, ainda sob certo descontentamento de Molly, para o que eles pretendiam fazer com o dinheiro e com a casa no Largo Grimauld. Ao final, chegou-se ao consenso de que iriam continuar vivendo como sempre, só que não iriam mais comprar nada usado e que a casa continuaria a servir como esconderijo para a Ordem da Fênix, e que Gui e Carlinhos poderiam morar nela. Então eles acabaram de jantar, recolhendo-se cada um aos seus afazeres, os gêmeos reclamando muito, pois era a noite deles cuidarem da lavagem da louça e arrumação da cozinha, que mesmo por mágica era uma tarefa extremamente chata.

- Harry, quer jogar um pouco de xadrez? – perguntou Ron, que já havia acabado o seu segundo prato de sobremesa antes que todos tivessem acabado com o primeiro.

- Não vai dar Ron. Eu já prometi que ia ajudar a Gina com o dever dela. – respondeu Harry sorrindo para a amiga.

- Muito obrigado por ajudar a Gina, Harry querido – disse Molly ao ouvir sem querer a resposta do garoto.

- Não tem de quê Sra. Weasley. Ela mesma me pediu ajuda e eu vou ajudar como puder... – respondeu um tanto quanto sem graça, coçando o alto da cabeça.

Após terminarem a sobremesa, um sorvete caseiro de chocolate muito gostoso, Harry seguiu Gina, que estava lhe esperando, até o quarto dela.

O quarto era um tanto maior que o de Ron, mas muito mais organizado. Todos os livros se encontravam na estante, exceto alguns que estavam espalhado sobre a mesa junto com os deveres de Gina. O armário estava bem fechado e não havia nenhuma peça de roupa atirada pelo chão. Além disso, a cama estava bem feita com um cobertor rosa claro, e várias almofadinhas coloridas, em formatos de estrela e coração, espalhadas sobre a cama. Harry também pôde ver diversas fotos dos irmãos de Gina e dos amigos de Hogwarts. Ele prestou mais atenção em uma foto de Gina com o time de quadribol quando havia ganhado a taça no ano anterior, e uma de Gina sozinha, com o belo vestido branco que havia usado no Baile de inverno. Provavelmente ambas tiradas por Colin.

- Harry, você pode me ajudar com este dever de Estudo dos Trouxas? – ela interrompeu momentaneamente os pensamentos de Harry sobre as fotos. - Eu sei que você não fez essa matéria, mas você vive com eles, então talvez você saiba alguma coisa para me ajudar – continuou Gina tomando a atenção de Harry.

- É claro que eu posso Gina. Deixa eu dar uma olhada no que se trata – ele se aproximou dela, olhando sobre o ombro da garota e tentando ignorar o cheiro gostoso de sabonete que ela estava.

Ele leu que o dever constava de uma dissertação de meio metro de pergaminho, comparando os meios de transporte trouxas com os meio de transporte bruxos. Harry sacudiu a cabeça e sorriu.

– Ah! Gina! Isso é barbada. Vai ser bem fácil de fazer – ele disse olhando para ela, que ergueu um pouco o rosto, ficando bem próximo do dele, ainda sobre o ombro dela. - Vamos ver o que você tem pronto? – ele perguntou se afastando um pouco para puxar um banco, e sentar-se perto dela. Gina rolou os olhos para cima.

- Harry, eu não tenho nada pronto. E eu não entendo nada sobre trouxas, tá bom? Então não é barbada nenhuma. Pelo menos não para mim... – disse ela um pouco irritada, e Harry percebeu que ela estava com medo de que a considerasse estúpida ou algo assim. Ele então se aproximou dela novamente, colocando o banco ao lado dela, e, sentando-se olhou dentro dos olhos dela.

- Desculpa Gina. Não tem nada de errado com você. Eu é que às vezes esqueço de que os bruxos tem problemas para entender como os trouxas conseguem viver sem mágica. – disse Harry sinceramente. – Eu mesmo demorei um tempo enorme para começar a entender o mundo bruxo... – completou ele, notando que Gina pareceu ficar satisfeita. E então passou uma hora discutindo com a garota sobre as diferenças nos meios de transporte e como poderiam ser melhorados com mágica, como o Noitibus Andante e os carros do Ministério da Magia. Ás vezes ele se empolgava e fazia desenhos esquemáticos, explicando detalhadamente a Gina sobre congestionamentos e sobre o que se tratava a hora do "rush". A menina ficou fascinada, e não parou um minuto de escrever. O dever chegou a ultrapassar o tamanho requerido.

Enquanto Gina dava os toques finais em sua redação, Edwiges entrou planando suavemente pela janela e pousou no ombro de Harry. Ele removeu as cartas que a coruja carregava e se retirou um pouco para colocá-la na gaiola. Edwiges piou alegremente ao ver o novo quarto de Harry e voou para dentro da gaiola para comer, beber água e descansar um pouco. Mas logo ele se virou para voltar ao quarto de Gina, já que uma das cartas era para ela, mas a menina estava parada à sua porta, encostada no batente.

- E então? Vamos ler as cartas? – perguntou Gina entrando no quarto, encostando a porta e sentando despreocupadamente na cama do amigo.

Harry passou a carta que Hermione tinha escrito para Gina e começou a ler a sua.

Querido Harry,

Espero que você não se importe de eu ter enviado as cartas de Ron e Gina por Edwiges. Eu imaginei que quando ela chegasse a você quando já estivesse na Toca, com o Rony e Gina.

Suas notas foram muito boas, Harry. Você então que mesmo ser Auror, né? Vai fazer as classes de pré-requisito e mais Tratos de Criaturas Mágicas? Eu vou ser sua colega em todas as suas classes menos em Trato - espero que Hagrid não fique magoado por eu ter largado a matéria dele - eu não vou precisar desta matéria para a profissão que eu quero seguir: Eu decidi ser uma medibruxa.

Ah! Minhas notas ficaram assim: Transfiguração, Defesa, Poções, Herbologia, Feitiços e Aritimância eu fiquei com "ótimos", e em História, Astronomia, Runas, Trato, Estudo dos trouxas eu fiquei com "excede expectativas".

Então, o que a Gina me disse é verdade? A Luna está mesmo se oferecendo pro Ron? Que ousadia... Ele fica falando que eu continuo escrevendo para o Vitor, mas a garota praticamente se atira em cima dele e ele se acha com moral para reclamar de mim. Que absurdo... – Harry abriu um sorriso satisfeito pelo ciúme da amiga.

Eu acho que consegui convencer meus pais a pelo menos ir para Toca para o seu aniversário e para ir com os Weasley ao Beco Diagonal. Você viu quantos livros novos nós temos que comprar para nossos N.I.E.Ms? Mal posso esperar para começar a adiantar o estudo deste ano. Estou fascinada com a quantidade de matéria que finalmente teremos que estudar... – Harry rolou os olhos para cima e riu, Gina esticou um pouco o pescoço na direção dele, curiosa.

Com amor,

Hermione.

Assim que terminou de ler Harry começou a rir de verdade. O plano de Gina estava funcionando muito bem, Hermione estava louca de ciúmes. Logo algum deles ia tomar o primeiro passo.

- Bom, o que a Hermione te contou? – perguntou Gina assim que Harry conseguiu parar de rir.

- Na verdade ela comentou sobre as notas delas e de como nós faríamos a maioria das matérias juntos. Mas o mais importante: também reclamou da Luna estar se atirando para cima do Ron – respondeu Harry sorrindo para a amiga, que riu descontraidamente, e debruçou na cama preguiçosamente.

- É. A minha carta foi mais ou menos a mesma coisa... – ela rolou de barriga para cima, olhando para cima para encontrar os olhos verdes de Harry, fascinados com os movimentos que ela fazia. – Hermione está quase no ponto... – ela riu, mas observou o relógio no pulso de Harry e sentou na beira da cama. – Bom, eu acho que já esta na hora de eu ir dormir... – disse Gina, que se levantou, caminhou na ponta dos pés até a porta, mas voltou de repente, como se tivesse esquecido de algo. Então voltou até a cama, ajoelhando-se nela, e deu um beijo levemente estalado no rosto de Harry. – Boa noite, Harry. Você foi incrível me ajudando no dever... Obrigada... – então ela saiu do quarto rapidamente. Harry colocou a mão de leve sobre a bochecha, sem perceber que estava fazendo isso.

Ele passou a hora seguinte esperando que estivessem todos dormindo em seus quartos, prestando atenção nos barulhos da casa diminuindo até que estivesse em completo silêncio, à exceção do vampiro batendo nos canos do sótão. Ele usou suas lentes para ver os quartos, e confirmar se as pessoas estavam dormindo e ao passar os olhos pelo de Gina pensou em como a menina o estava enlouquecendo.

Depois de ter certeza de que era seguro colocar seu plano em prática ele pegou a pseudo-flor de murtisco e o odre, onde estava o sangue de resma e desceu sorrateiramente para a cozinha.

Assim que chegou ao primeiro andar da casa Harry sentiu os cabelos da nuca se eriçarem, e ouviu um barulho de madeira rangendo vindo da escada e também uma sombra desaparecendo.

Harry respirou fundo, pegou uma faca para poder cortar a fruta e, guardando- a deixou sua mente vagar pela cozinha escura. Logo sentiu uma presença ali.

Gina, que havia descido para beber água, estava agora escondida atrás do balcão, e, curiosa, estava tentando espiar o que estava acontecendo. Harry parou alguns instantes, avaliando se deveria ou não prosseguir com o plano, porém confiava em Gina, então decidiu brincar um pouco com a curiosidade da garota e seguiu como se nada tivesse acontecido.

Harry calmamente colocou a pseudo-flor no bolso e seguiu para a sala, sempre prestando atenção se Gina estava acompanhando ele. Então entreabriu a porta da frente, sentindo o ar frio da noite arrepiar-lhe os cabelos do braço por baixo do casaco. Olhou com o rabo de olho para a menina, escondida atrás do sofá e sorriu satisfeito, adentrando a noite estrelada. Harry também pôde ouvir um pequeno gemido resignado de preocupação, mas continuou como se nada tivesse acontecido.

Harry ouviu divertido que Gina ainda o estava seguindo. Satisfeito com a própria brincadeira, rapidamente entrou pelo meio das árvores que levavam ao "campo de quadribol" e, se escondendo atrás de uma delas, esperou até que Gina o ultrapassasse, e então virou o jogo, começando a seguí-la.

Toda vez que Gina ia olhar para trás, Harry rapidamente se escondia atrás de uma árvore.

Quando Gina se virou pela sexta vez, Harry passou pelas árvores sem chamar a atenção da garota e viu o susto que ela teve ao virar para frente e dar de cara com ele.

- Harry! – ela colocou a mão no peito. - O que você esta fazendo? – perguntou ela assim que conseguiu falar alguma coisa. – Você quase me matou desse jeito... – ele riu.

- Bem, eu creio que essa pergunta deva ser minha por direito. Eu é quem estava sendo seguido por uma certa ruivinha... Não que eu possa reclamar... - disse Harry sorrindo para a garota, e quando ela ruborizou, o sorriso no rosto dele aumentou.

- Bem, me parece justo eu responder, mas quero uma resposta também. Eu desci para beber água e vi você apanhando uma faca sei lá por que. Fiquei preocupada, mas me escondi por que achei que você poderia pensar que eu estava espionando e seguindo você...

- Coisa que você nem acabou fazendo... - ele implicou, mas ela desconversou.

- Sério Harry. O que você estava fazendo na cozinha? – Gina refez sua pergunta. Harry respirou fundo e respondeu.

– Eu estou me preparando para quando eu tiver que enfrentar Voldemort novamente, Gina – disse calmamente e de uma só vez, e reparou que Gina nem piscou ao ouvir o nome do bruxo, e ainda sentiu a garota se encher de felicidade ao descobrir que ele confiava nela a tal ponto de partilhar este segredo com ela. Ela ficou olhou para o volume nos bolsos dele.

- E como estas coisas vão te ajudar com o Tom, Harry? – perguntou apontando para os bolsos cheios dele, ansiosa por saber mais. Harry retirou a pseudo- flor do bolso e esticou-a para Gina, que observou-a atentamente.

- Bom, isso é uma fruta. E quando eu comê-la ela vai me proteger ou diminuir o efeito de algumas maldições. A faca era para poder cortá-la. E neste odre – ele mostrou para Gina. - Eu tenho sangue de Resma. E quando eu bebê-lo eu vou...

- Ficar com uma força gigantesca... – Gina emendou, ainda sem tirar os olhos da pseudo-flor. – Eu li "Animais Fantásticos e Onde Vivem, Harry" – ela disse antes que ele se espantasse por ela saber sobre os efeitos do sangue de Resma.

- Mas por que você veio tomá-lo aqui fora? – perguntou Gina que estava se aproveitando da chance e queria conseguir toda informação que pudesse.

- Bom, o sangue de resma vai começar a circular pelo meu corpo, e eu penso que vai ser bastante doloroso. Eu achei que ia ser melhor estar longe para não acordar ninguém lá na Toca... – Gina sacudiu a cabeça.

- Ótimo, Harry. Daí você passa mal sozinho e desmaia aqui no meio do mato, sem ter ninguém para ajudar... – ele ficou um tanto quanto sem-graça. – Você não teve uma idéia das mais geniais... – ele ficou calado, mas ela continuou. – E depois, você não precisa fazer isso. Você não precisa destes poderes, e você não precisa enfrentar o Tom... – disse a última parte com a voz miúda e um tom de preocupação com o amigo.

- Gina você diz isso porque não viu Voldemort duelando contra o professor Dumbledore... – ele fez uma expressão preocupada, passando a mão por entre os cabelos. - Eu vou precisar de cada migalha de poder que conseguir achar para lutar contra ele... – terminou um pouco exasperado com Gina. - Harry você mesmo disse: Tom fugiu de Dumbledore. Deixe o professor cuidar dele... – ela respirou fundo antes de prosseguir. - Harry você não precisa vingar os seus pais... – estava um pouco irritada com Harry por ele não querer ver que ela estava certa. Harry se aborreceu com o que ela disse por último.

- Gina, é por que eu tenho que derrotar Voldemort que meus pais estão mortos agora – Harry gritou, e alguns pássaros noturnos revoaram assustados nas árvores da clareira em que eles estavam conversando.

- Harry, o que você quis dizer com isto? – Gina disse em tom ameno, um tanto quanto magoada, mas percebeu a dor que Harry devia estar sentindo naquele momento. Ele se arrependeu um pouco de ter gritado ao ver que ela havia ficado sentida, então prosseguiu o mais delicado que pôde.

- Gina, a profecia que se quebrou... Dumbledore ouviu o que ela dizia, e ele me contou... – ele estava se sentindo bem por poder tirar um pouco do peso de seus ombros, e por saber que podia confiar em Gina.

- Harry, o que a profecia dizia exatamente? – ela perguntou assustada ao ver tamanha tristeza nos olhos de Harry. Ele respirou fundo e encarou o chão.

- A profecia dizia que a pessoa com o poder para derrotar Voldemort nasceria no final de julho, de pais que escaparam por três vezes dele. A profecia descrevia de forma que poderia ser Neville e eu... – ele encarou a garota por alguns instantes, a luminosidade do céu estrelado deixavam-na com uma aparência angelical. Ele continuou. - mas quando Voldemort me atacou, e me deixou esta marca – disse apontando para a cicatriz em forma de raio – ficou claro para todos que eu era o destinado a derrotar Voldemort. Ele me "escolheu" de certa forma... – Gina engoliu em seco. – Gina... – ele hesitou um pouco. - A profecia também dizia que ou destruo Voldemort, ou ele me destrói... nenhum pode viver enquanto o outro sobreviver... – ao terminar de falar, Harry se sentiu bem mais leve por ter diminuído o peso sobre seus ombros. Mas o alívio dele não se estendeu a Gina, mas ela compreendeu.

- Então é por isto que você acha que precisa destes poderes? – ele sacudiu a cabeça afirmativamente. - Bom eu posso até entender que...

- Você vai me denunciar? – ele a interrompeu preocupado. Gina sacudiu a cabeça, rolando os olhos para cima.

- É claro que não, Harry. Pensei que você me conhecesse bem. Eu não vou contar nada para ninguém, e vou te ajudar no que puder, é claro... – ele sorriu em resposta. - mas você tem certeza que isto é seguro, Harry? – disse Gina se referindo ao sangue de resma.

- É seguro sim Gina. Eu li direitinho sobre isso no "Animais Fantásticos e Onde Habitam". Mas pode ser estranho ou doloroso... – respondeu Harry para a garota.

- Assim é melhor então... E quanto à esta fruta? – ela devolveu a pseudo- flor para Harry. Bem, esta então talvez seja até saborosa... – Gina deu de ombros.

- Tem algum outro livro que você tenha que eu possa ler e te ajudar a encontrar algumas outras coisas que possam servir para você usar contra o Tom? – perguntou Gina sinceramente interessada em ser útil.

- Eu tenho três livros que eu comprei na Travessa do Tranco escondidos atrás dos meus livros da escola e alguns que eu tirei do cofre da minha família estão na minha estante... – respondeu Harry para a garota. – Mas você não precisa se envolver, Gina... – ela torceu os lábios.

-Tarde demais. Eu estou no meio da noite conversando com você no meio do mato. Isso me deixa suficientemente mais do que envolvida. Isso me torna oficialmente sua cúmplice... – ele riu. - Então amanhã eu vou dar uma olhadinha em alguns deles, se você não se importar. – disse Gina sorrindo para Harry, que concordou instantaneamente.

- Você pode pegar os livros que quiser, Gina. Eu não vou me importar nunca... – respondeu sorrindo para a amiga. – Vamos até ali... – ele indicou a parte mais ampla da clareira.

Os dois seguiram calmamente em direção ao local onde haviam jogado quadribol à tarde, para não acordar ninguém na Toca.

Harry sentia que a atenção da garota estava presa nele e não pôde deixar de notar que a camisola curta que a garota estava usando agora mostrava o quanto Gina havia crescido nos cinco anos que Harry não vira a garota de pijamas. Ela devia estar com frio, portanto ele lhe ofereceu o casaco, e Gina agradeceu.

Ele pegou a faca e abriu a pseudo-flor, cortando-a em quatro pedaços. Ele colocou um a um na boca, sob olhar atento de Gina. Sentiu um choque percorrer todo seu corpo, depois teve a sensação de que sua própria mágica estivesse se modificando, e também sentiu sua cicatriz pulsar com poder, colocando a mão na testa.

- Tudo bem? – Gina perguntou preocupada. Ele assentiu com a cabeça. Então os dois se ajoelharam um de frente para o outro.

Harry abriu o odre, olhou para Gina e bebeu todo conteúdo em um só longo gole. A principio ele não sentiu nada diferente, mas passados alguns momentos um calor se espalhou por todo seu corpo e o coração começou a bater com tanta força que parecia estar pronto para sair do peito.

A cada batida mais forte do coração a visão de Harry perdia o foco, parecia como se ele estivesse vendo tudo triplicado. Ele via três figuras de gina, olhando extremamente preocupadas para ele. O calor aumentou e continuou a s espalhar pelo corpo a visão de Harry ficou em tons de rubro sangue e ele se tombou para o lado, no chão, por causa da agonia. Gina se apavorou, e colocou a cabeça dele em seu colo quando ele tombou no chão. Tentou ajudar o garoto como pôde enquanto este se contorcia. Tão súbito quanto começara, o processo terminou, e Harry ficou deitado no colo dela exausto.

- Harry, você está bem? – perguntou quando Harry começou a ofegar e abriu os olhos finalmente.

- Estou - respondeu Harry, mas a resposta, embora não fosse um grito, tinha um tom profundo e forte que ecoou pela clareira, fazendo com que Gina tivesse que levar as mãos às orelhas. – Desculpe por isso... – ele sussurrou, colocando a mão sobre os lábios.

- Você vai precisar aprender a controlar os músculos vocais, Harry... – ela concluiu. Ele concordou.

Harry tentou se levantar, mas quase caiu na tentativa, tinha usado força demais para levantar um corpo com mais massa muscular agora. Harry sentiu que seu equilíbrio estava prejudicado devido a sua nova força.

- Estou bem melhor agora, Gina. – falou novamente, e desta vez a voz não saiu tão forte como antes, apenas um pouco mais profunda do que era antes da poção. – Eu vou ter que me acostumar com esta nova força que corre em meu corpo agora – terminou de falar Harry, que agora estava conseguindo andar normalmente.

- O que houve, Harry? - perguntou Gina muito preocupada com o garoto.

- Quando eu pensei em superforça eu pensei apenas em braços e pernas, mas todos os meus músculos, inclusive o coração, os vocais e o diafragma ficaram com esta nova força. Por isto você tem razão. Eu tenho que me controlar até quando falo, pois meu tom de voz normal agora é um pouco mais potente que antes. Com o tempo eu vou me acostumar a fazer tudo com um pouco mais de delicadeza... – Gina sorriu, mas ele completou. - e só usar minha força para proezas como essa... – disse Harry levantando a garota com apenas um braço, colocando-a no colo, por sobre um dos ombros.

Gina abriu a boca espantada com a força do amigo, e Harry, aproveitando a chance começou a carregá-la em direção à Toca.

Harry Potter, me coloque no chão imediatamente – ela esperneou.

Harry fingiu não ouvir a garota, e acelerou um pouco o passo. Ele notou que seu equilíbrio ainda estava um pouco prejudicado, pois não estava acostumado ainda com a nova força, tanto que em alguns momentos ele ia mais rápido do que estava acostumado e quando ficava um pouco distraído perdia uma pouco do ritmo e ficava mais lento do que era antes de beber o sangue. Ao chegarem a porta Harry colocou Gina no chão e sorriu para a garota. Que cruzou os braços, porém logo o acompanhou nas risadas.

- Harry, você tem que ter cuidado com esta sua nova força – disse Gina massageando o quadril onde Harry a havia pego.

- Desculpa ter machucado você, Gina. Isto nem passou pela minha cabeça. Desculpa mesmo... – disse Harry constrangido para Gina.

- Harry, e da próxima vez que for me carregar assim, me peça permissão – ela emendou um tanto quanto embaraçada.

- Desculpa, eu só quis me divertir um pouco - disse Harry sinceramente. Ela baixou os olhos.

- Eu digo isso para você garantir que haja uma próxima vez... – disse Gina sorrindo e piscando um dos olhos para ele, corando um pouco. Com um beijo na bochecha dele subiu as escadas correndo.

Dois minutos depois Harry conseguiu fechar a boca e recuperar as funções cerebrais. Então subiu as escadas para ir dormir, mas quando passou pela porta de Gina, pôde jurar que estava ouvindo as gostosas gargalhadas da garota.