N/A: Oi, meu povo! Demorei mas voltei!Prometi postar antes, mas nem deu.
Espero ser perdoada, e que nada de mal me aconteça. Hehehe
Agradecimentos:
Rutie Riddle: Bem, foi triste a descoberta, né? Eu sei, mas essas coisas são assim mesmo! A gente se assusta mesmo quando descobre que alguém que a gente ama está escondendo algo! Mas tudo acaba se ajeitando né? Veja se gosta desse cap.
Kika Felton: Como eu já disse pra Rutie, é dureza acontecer essas coisas. Então a gente está aí pra pedir desculpas pelas bobagens! Desculpa qualquer coisa, viu!!
Nathalia: que bom que está gostando. Continue lendo. E me diga o que achou desse cap.
Zack (agora eu escrevi direito??): Bem você já fez uma pedido muito importante sobre o desfecho da fic. Vamos deixar pra chegar mais pra frente e veremos se dará pra atender esse pedido! Ta?
Milazenha: oba! Quem bom que gostou. Então me fala o que achou desse aqui!
Gente então com vocês...
A FIC...
CAPÍTULO 5 – A FUGA E A BUSCA
-Lu, você viu aquela minha blusa azul? – perguntou Gina enquanto terminava de arrumar a mala de sapatos.
-Qual? Aquela que você comprou na semana passada?
-É. Você viu?
-Eu coloquei pra lavar, porque sem querer deixei cair no chão e acabei pisoteando. Mas acredito que já dê pra buscar na lavanderia ainda hoje. Você quer que eu busque? – solícita.
-Não. – disse Virgínia. – Deixa que eu vou. Afinal, amiga, você já fez bastante coisa hoje. Arrumou quase toda minha mala, e deu um jeito nas coisas da casa. Quando isso era minha função. Nunca pensei que fosse ver isso acontecer. – sorriu triste.
-É, mas quem vai fazer as nossas provisões para viagem é a senhorita! Não sou boa na cozinha, sabe disso. Ou teríamos que comer só sapos de chocolate! – brincou tentando levantar o ânimo da amiga.
Viu a grifinória saindo cabisbaixa. Sabia que estava sofrendo mais que ela ou Blaise. Que já estavam sofrendo bastante. Via que estava se esforçando, mas era tão difícil!
Gina foi então. A lavanderia era perto e não valia a pena aparatar lá. Era um fim de tarde chuvoso e escuro. E havia poucas pessoas na rua. Estava usando um casaco tipo sobretudo, que tinha comprado uma vez quando fora viajar hà muito tempo para Alemanha. Usava também óculos escuros e gorro, pra não ser reconhecida tão prontamente.
Não esperava encontrar muitos bruxos num bairro trouxa, mas não custava prevenir. Nunca se esqueceria do que acontecera no último baile que...
Não queria lembrar. Entrou na loja.
-Por favor, eu vim buscar uma blusa azul de malha que chegou esta manhã. – pediu à mulher que estava atrás do balcão.
-Deve ser aquela lá. A senhora tem o cupom de retirada? – já indo buscar a blusa.
-Sim, está aqui. – deu o papel para a outra, pegou o pacote com a roupa. Pagou e saiu.
Normalmente não ia à lavanderia e ninguém a conhecia lá.
A volta estava tão deserta quanto a ida. Parecia noite alta. Estava absolutamente perfeita para um passeio. Aquele clima era gostoso demais. Mesmo antes de se transformar, Gina sempre tivera atração por chuva e noite. Lua e escuridão. Agora essas paixões só fizeram aumentar.
Naquele trecho já não tinha mais nenhum pedestre. E aliviada por não ter sido reconhecida e não ver ninguém por perto, resolveu caminhar mais lentamente. Olhou as vitrines, o céu. Tirou os óculos e deixou que a chuva fina caísse no seu rosto como se fosse afago feito pelos seres escuros. Fechou os olhos.
Quando os abriu outra vez, viu que alguém se aproximava. Era vagamente familiar. E apenas quando chegou perto é que viu. "Draco". Ele pareceu ter percebido o mesmo. E olhava pra frente sem focalizar a antiga namorada. Mas ao passar por ela, Gina soube que precisava se despedir.
-Espera! – pediu. – Deixa-me falar com você! Por favor!
-O que você ainda quer falar comigo? – respondeu com raiva. – Que terminar o seu servicinho sujo? – rude – É isso?
-Não. – respondeu cansada. – Não quero nada. Só... queria ... pedir desculpas. E me despedir de você. Nós estamos indo embora.
Draco por um instante desejou que ela não fosse.
-Adeus. - e antes de ir – Desculpe outra vez. Mas eu te amo muito. Assim mesmo. E não o culpo por sua atitude.
Virgínia não reparou que dos olhos cinzas fascinantes de Draco, uma lágrima, indesejada, brotava cintilante e insistente. Quando ela se foi finalmente, o loiro chorou. E desejou que aquela mulher que ele amava voltasse, o abraçasse, e dissesse que tudo aquilo era um sonho. Um pesadelo. E que tinha acabado.
Quando Gina chegou em casa, encontrou Luna e Blaise assistindo TV trouxa. Uma maravilha que os trouxas inventaram para ficarem bastante tempo abraçando quem se ama. E eles estavam tão lindos! Tão... juntos! O amor deles era tão forte! Nem a morte agora poderia separá-los.
Gina então, resolveu entrar sem fazer barulho. Foi para seu quarto. E lá relembrou todos os momentos passados ao lado de quem tanto amava. Lembrou- se do dia em que o vira pela primeira vez. Ela já tinha uma paixonite pelo Harry Potter, mas quando viu o loiro sonserino, a despeito das más criações dele, não pode deixar de admirá-lo.
Se lembrou do episódio da câmara secreta. No final do seu segundo ano. E que no início do terceiro, ele chegou um determinado dia quando estava sozinha, e ele queria falar sobre o que tinha acontecido. Que sentia pelo pai dele ter feito ela passar por aquilo. E de quando ela contou sobre os pesadelos com Tom Riddle.
Lembrou que na ocasião temeu que ele fosse fazer alguma piada de mal gosto, mas ele simplesmente se sentou do seu lado e começaram a conversar. Falaram sobre todas as coisas, ela sobre seus medos. Ele sobre seus sonhos. Nem pareciam Weasley e Malfoy. Ele era tão diferente quando estava sozinho com ela. E era tão lindo!
Lembrou de quando trocaram o primeiro beijo. Ela tão tímida e ele tão experiente. Lembrou das brigas que tinha com Harry, Ron e Mione. E que resolveram continuar a namorar escondidos. Mas que no quarto ano. Quando ela foi atacada pelo pai dele no departamento de Ministério, e quando ele entrara para "exército da Grande Inquisidora" foi a primeira briga realmente feia.
Draco dizia que não tinha culpa do pai ser o que era. E que ela deveria abandonar os amigos pra ficar do lado dele. Mas mesmo amando o garoto com todas as forças de seu coração, não poderia abandonar o trio. Sua família. Sabia que ele não queria ser um comensal. Mas também sabia que seu pai faria o possível para que ele o fosse.
Então se separaram. E depois da formatura dele, nunca mais o viu. Na Guerra, apenas ouviu falar que ele lutava ao lado da Luz, contra seu próprio pai.
Ela o amava muito, e sabia que não conseguiria amar outra pessoa. E com tantas lembranças. Gina adormeceu sem perceber, mergulhada no passado adolescente que tiveram.
#
Draco Malfoy, após a despedida de Gina, ficou ainda durante um bom tempo naquela chuva, que caia fina sobre seus ombros e seu corpo triste e arrependido.
Em casa, viu as fotos dela. A própria grifinória havia lhe presenteado no tempo do namoro. E outras que tiraram juntos. Outras ainda que Blaise tinha conseguido. Blaise... Ele tinha sido todos esses anos um grande amigo.
Em Hogwarts, haviam sido da mesma casa. A sonserina. Mas como estava sempre com Crabbe e Goyle, não tinha muito tempo para conhecer verdadeiramente ninguém. Mas quando se formara e houve a Guerra. Os antigos amigos ficaram do lado de Voldemort. E ele conhecera Blaise. Se tornaram amigos inseparáveis. Quando resolveu ser medi-bruxo, e foi fazer a especialização em outro país, ainda se correspondiam. Blaise Zanbini , aliás, foi uma das únicas pessoas a darem apoio a ele. Achavam que não tinha o perfil. Por ser sonserino, claro! Mas após a Guerra, e ver tanta desgraça! Percebeu que tinha inclinação para isso. Sempre fora bom em poções e isso foi de grande ajuda. Quando voltou a Londres e foi para o St. Mungus, parecia que nunca tinham estado longe.
-Afinal de contas, se nós fomos tão amigos assim. – resmungou. – Seria justo terminar uma amizade de mais de 10 anos, por uma coisa que talvez não seja tão importante assim? Oras? Talvez eles quisessem me contar, mas eu, na minha habitual arrogância não tivesse permitido.
Se levantou e chutava irritado o que via pela frente.
-Claro! A Weasley por várias vezes tentou me contar! E eu ridicularizava todas as suas tentativas. – e bateu com a palma da mão na testa. – Idiota! E agora ela está lá. Indo embora! E eu vou ter que passar mais dez anos esperando para encontrá-la de novo??? Não mesmo! – gritou. – Não vou perder a mulher que amo novamente!
E aguardou o amanhecer. Iria à casa dela, a beijaria até convencê-la de que merecia perdão. Pediria desculpas por toda idiotice que dissera e fizera. Explicaria que a vida não tinha sentido sem ela. Que não se importava se ela era vampira, e iriam enfrentar o terrível homem de preto.
Estava decidido. Draco Malfoy dormia aliviado agora. Quando acordou, se lavou, vestiu-se. Não comeu, não sentia fome. Estava nervoso.
"E se ela não me perdoar?" – pensou tenso.
Quase desistiu. Mas ao pensar que se não arriscasse nunca saberia. Resolveu que agüentaria o que fosse. Se ela não fosse capaz de perdoar, ainda estaria com a razão. E já ia desanimando outra vez, quando se lembrou da noite que passaram juntos. E nesse momento as dúvidas se tornaram insignificantes diante da grandeza do que sentiram na ocasião. Tinha que tentar. E num supetão, aparatou na entrada do apartamento da Gina. "Sua Gina."
Antes de apertar a campainha, se lembrou que ela estaria dormindo naquela hora. Já que não tinha muito tempo que o sol nascera. Penso em voltar mais tarde. Mas teve uma outra idéia.
Malfoy conhecia os vizinhos de porta. Um deles também era medi-bruxo, e trabalhava no St. Mungus. Tocou lá. E pediu para que eles o deixassem tentar entrar pela varanda. Mas quando explicou que era uma surpresa, e que a amava. Foi imediatamente expulso. Quase aconteceu um duelo bruxo, ou uma briga trouxa.
Foi nesse momento que Draco percebeu o porquê de Gina e os amigos estarem indo embora. Então resolveu que iria junto. Onde quer que ela fosse. Voltou pra casa e arrumou as malas. Só voltou quando tudo estava arrumado. Deixaria tudo para trás. Pediu demissão no hospital. Não explicou os motivos. Apenas... razões familiares. O que não deixava de ser verdade. Gina era sua família agora.
Estava outra vez diante da porta da amada, mas desta vez tocaria a campainha até alguém atender. Não pediria ajuda a mais ninguém. Principalmente que aos que a chamavam de... "monstro!" Nada que pudesse descrever a sua doce Gina. Mas se lembrou que ele mesmo já a chamara assim. Teve medo de novo. E se arrependeu mais uma vez de ter sido tão estúpido.
#
Gina estava dormindo quando a campainha soou desesperada. Ela acordou devagar e se levantou com dificuldade.
"Quem seria a esta hora?"
Não era Luna, nem Blaise. Já que estavam no quarto da amiga.
"Será que é a minha mãe?"
E quando abriu a porta pôde reconhecer com surpresa, a silhueta daquele que amava, e por quem chorara tanto.
-Malfoy??? – exclamou esfregando os olhos, sem acreditar no que eles viam. – Você?
-Gina-eu-vim-aqui-pedir-desculpas-e-dizer-que-eu-te-amo! – disse rápido e sem pausas. – Pronto, falei! – muito satisfeito.
-O quê??
-É, Weasley! Eu quero ir com você! Pra onde você for. E não me interessa se vai viver mais do que eu, ou se essa cidade hipócrita não a aceita. Eu te amo, e quero ficar com você! Posso? – pediu ainda receoso de uma recusa.
-Meu Deus do céu! Meu Merlin! É muita coisa pra mim. Há essa hora. Você está me dizendo que não se importa que eu seja como sou? E que quer ir comigo? – ainda estava de olhos arregalados e o outro ainda estava fora do apartamento.
-É, é isso mesmo! E você se esqueceu de uma parte, EU TE AMO!!!! – gritou a plenos pulmões.
E Gina tampou a boca dele com uma mão, rindo e puxando o homem pra dentro. Fechando a porta atrás deles.
-Pára! Ou você quer chamar a atenção do prédio todo?!
Era a deixa que ele aguardava. A enlaçou pela cintura, criando um clima de sedução perfeito. Beijando-a com desespero, como se fosse a primeira vez. Foram aos tropeções e risadas para o quarto.
Na primeira vez ela estava insegura. Mas agora sabia o que queria e o que fazia. E mais uma vez os dois amantes puderam saborear os corpos um do outros sob uma fina ducha fria, deixando tudo ainda mais sedutor.
#
Luna, ao acordar, foi até a cozinha preparar um lanche para o café. Antes da viagem que seria muito cansativa. Afinal iriam de trem para a cidade onde Blaise nascera. Ficava há quase 24 horas. Era muito longe para aparatar. E não queriam chamar nenhuma atenção, usando um portal. E de trem poderiam viajar protegidos dentro da cabine.
Mas ao chegar na sala, percebeu que havia mais duas malas, que não conhecia. Mas não deu muita importância. Gina tinha saído na noite anterior e poderia ter comprado. Pensou com tristeza na amiga. E foi ver como ela estava. E foi com grande surpresa que percebeu que ela não estava sozinha. Outra pessoa dormia calmamente ao lado dela. E ao reconhecer o cabelo platinado do homem, fechou a porta com cuidado.
Correu para contar a Blaise a descoberta. Que ao saber não se conteve de felicidade. Afinal os dois se amavam e se mereciam. Malfoy era um cara legal. Tinha suas manias, era mal humorado, mas perseverante, batalhador. E amadurecera muito após a Guerra. E a Weasley, era uma mulher invejável. Sabia o que queria e não se deixava abater por uma família tão grande sendo a única mulher numa casa cheia de homens e uma mãe dominadora..
Resolveram então que cuidariam da comida e quando o casal acordasse iriam ajudar na arrumação para a partida. E já que Draco iria com eles, teria que providenciar outra passagem. Urgente!
Gina ao acordar levou um susto, ao ver Draco a seu lado.
-Meu Deus! É real! – disse tocando o rosto pálido com cuidado. – Pensei que fosse mais um sonho! – murmurou abraçando-o.
-Não é um sonho. Eu estou aqui. E quero ficar com você, pro resto da minha vida. Que é tão curta perto da sua.
-Não fale assim! Eu sei que não gosta desse assunto. E eu respeito isso. – falou Gina carinhosamente. Passando a mão na nuca dele provocando-o sem querer.
-Bom. – disse decidida. – Temos que arrumar as coisas para a viagem. Antes que o trem parta. E tenhamos que comprar um avião! – brincou. Mas de repente parou. – Você tem certeza de que quer ir mesmo?
-Claro! – e a beijou. – E se precisar, eu mesmo compro um avião. – beijou mais. – Estou aqui e irei com você para onde for. – disse sério. E logo voltou a beijá-la sem pressa.
#
Gina se levantou com dificuldade. Sentindo um cansaço prazeroso. Ao chegar na cozinha, foi recebida por Luna e Blaise com beijos e saudações.
-Parabéns, moça! Você merece! – falou Luna num abraço apertado.
-É isso aí, Moça! – emendou o outro. – Mas o que você fez? O arrastou pra cá sob a Impérius? – brincou.
-Que nada! Foi feitiço brabo! Feitiço de amor! – entrou o loiro naquela hora. E todos riram.
#
Na estação, as pessoas olhavam para aqueles dois casais desconfiados. Porque usavam casacos longos e óculos escuros de noite. Mas ninguém se manifestou. Estavam em duas cabines vizinhas. Draco lavava o rosto quando Gina estava arrumando as coisas no armário. E de repente fez-se ouvir um grito.
-DRACO!
Ele saiu desembestado do banheiro da cabine, mas não a viu mais. A única coisa que pôde notar foi uma mensagem escrita na parede.
"Ela é minha!"
E assim que terminou de ler, a frase desapareceu. Era o sangue de Gina. E ele sabia disso.
-GINA! GINA, CADÊ VOCÊ? GINA!!!!! – gritava alucinado.
E se ajoelhou e chorou descontrolado. E de repente parou, como se fosse um louco. E saiu da cabine, como um estalo. Lembrou-se dos sonhos que tinha quando era criança. Aqueles onde o malvado homem de preto havia dito que: " A mulher que amava não lhe pertencia!"
"Claro!"
O sonho era como uma profecia. E a jovem que salvava no sonho era Gina. E aquele monstro que estava no sonho, agora tinha levado sua amada. Mas ele não iria desistir. Seria preciso matá-lo. E assim o faria.
"Mas como matar um Vampiro?"
O sonho seria a resposta para tudo.
Continua...
Agradecimentos:
Rutie Riddle: Bem, foi triste a descoberta, né? Eu sei, mas essas coisas são assim mesmo! A gente se assusta mesmo quando descobre que alguém que a gente ama está escondendo algo! Mas tudo acaba se ajeitando né? Veja se gosta desse cap.
Kika Felton: Como eu já disse pra Rutie, é dureza acontecer essas coisas. Então a gente está aí pra pedir desculpas pelas bobagens! Desculpa qualquer coisa, viu!!
Nathalia: que bom que está gostando. Continue lendo. E me diga o que achou desse cap.
Zack (agora eu escrevi direito??): Bem você já fez uma pedido muito importante sobre o desfecho da fic. Vamos deixar pra chegar mais pra frente e veremos se dará pra atender esse pedido! Ta?
Milazenha: oba! Quem bom que gostou. Então me fala o que achou desse aqui!
Gente então com vocês...
A FIC...
CAPÍTULO 5 – A FUGA E A BUSCA
-Lu, você viu aquela minha blusa azul? – perguntou Gina enquanto terminava de arrumar a mala de sapatos.
-Qual? Aquela que você comprou na semana passada?
-É. Você viu?
-Eu coloquei pra lavar, porque sem querer deixei cair no chão e acabei pisoteando. Mas acredito que já dê pra buscar na lavanderia ainda hoje. Você quer que eu busque? – solícita.
-Não. – disse Virgínia. – Deixa que eu vou. Afinal, amiga, você já fez bastante coisa hoje. Arrumou quase toda minha mala, e deu um jeito nas coisas da casa. Quando isso era minha função. Nunca pensei que fosse ver isso acontecer. – sorriu triste.
-É, mas quem vai fazer as nossas provisões para viagem é a senhorita! Não sou boa na cozinha, sabe disso. Ou teríamos que comer só sapos de chocolate! – brincou tentando levantar o ânimo da amiga.
Viu a grifinória saindo cabisbaixa. Sabia que estava sofrendo mais que ela ou Blaise. Que já estavam sofrendo bastante. Via que estava se esforçando, mas era tão difícil!
Gina foi então. A lavanderia era perto e não valia a pena aparatar lá. Era um fim de tarde chuvoso e escuro. E havia poucas pessoas na rua. Estava usando um casaco tipo sobretudo, que tinha comprado uma vez quando fora viajar hà muito tempo para Alemanha. Usava também óculos escuros e gorro, pra não ser reconhecida tão prontamente.
Não esperava encontrar muitos bruxos num bairro trouxa, mas não custava prevenir. Nunca se esqueceria do que acontecera no último baile que...
Não queria lembrar. Entrou na loja.
-Por favor, eu vim buscar uma blusa azul de malha que chegou esta manhã. – pediu à mulher que estava atrás do balcão.
-Deve ser aquela lá. A senhora tem o cupom de retirada? – já indo buscar a blusa.
-Sim, está aqui. – deu o papel para a outra, pegou o pacote com a roupa. Pagou e saiu.
Normalmente não ia à lavanderia e ninguém a conhecia lá.
A volta estava tão deserta quanto a ida. Parecia noite alta. Estava absolutamente perfeita para um passeio. Aquele clima era gostoso demais. Mesmo antes de se transformar, Gina sempre tivera atração por chuva e noite. Lua e escuridão. Agora essas paixões só fizeram aumentar.
Naquele trecho já não tinha mais nenhum pedestre. E aliviada por não ter sido reconhecida e não ver ninguém por perto, resolveu caminhar mais lentamente. Olhou as vitrines, o céu. Tirou os óculos e deixou que a chuva fina caísse no seu rosto como se fosse afago feito pelos seres escuros. Fechou os olhos.
Quando os abriu outra vez, viu que alguém se aproximava. Era vagamente familiar. E apenas quando chegou perto é que viu. "Draco". Ele pareceu ter percebido o mesmo. E olhava pra frente sem focalizar a antiga namorada. Mas ao passar por ela, Gina soube que precisava se despedir.
-Espera! – pediu. – Deixa-me falar com você! Por favor!
-O que você ainda quer falar comigo? – respondeu com raiva. – Que terminar o seu servicinho sujo? – rude – É isso?
-Não. – respondeu cansada. – Não quero nada. Só... queria ... pedir desculpas. E me despedir de você. Nós estamos indo embora.
Draco por um instante desejou que ela não fosse.
-Adeus. - e antes de ir – Desculpe outra vez. Mas eu te amo muito. Assim mesmo. E não o culpo por sua atitude.
Virgínia não reparou que dos olhos cinzas fascinantes de Draco, uma lágrima, indesejada, brotava cintilante e insistente. Quando ela se foi finalmente, o loiro chorou. E desejou que aquela mulher que ele amava voltasse, o abraçasse, e dissesse que tudo aquilo era um sonho. Um pesadelo. E que tinha acabado.
Quando Gina chegou em casa, encontrou Luna e Blaise assistindo TV trouxa. Uma maravilha que os trouxas inventaram para ficarem bastante tempo abraçando quem se ama. E eles estavam tão lindos! Tão... juntos! O amor deles era tão forte! Nem a morte agora poderia separá-los.
Gina então, resolveu entrar sem fazer barulho. Foi para seu quarto. E lá relembrou todos os momentos passados ao lado de quem tanto amava. Lembrou- se do dia em que o vira pela primeira vez. Ela já tinha uma paixonite pelo Harry Potter, mas quando viu o loiro sonserino, a despeito das más criações dele, não pode deixar de admirá-lo.
Se lembrou do episódio da câmara secreta. No final do seu segundo ano. E que no início do terceiro, ele chegou um determinado dia quando estava sozinha, e ele queria falar sobre o que tinha acontecido. Que sentia pelo pai dele ter feito ela passar por aquilo. E de quando ela contou sobre os pesadelos com Tom Riddle.
Lembrou que na ocasião temeu que ele fosse fazer alguma piada de mal gosto, mas ele simplesmente se sentou do seu lado e começaram a conversar. Falaram sobre todas as coisas, ela sobre seus medos. Ele sobre seus sonhos. Nem pareciam Weasley e Malfoy. Ele era tão diferente quando estava sozinho com ela. E era tão lindo!
Lembrou de quando trocaram o primeiro beijo. Ela tão tímida e ele tão experiente. Lembrou das brigas que tinha com Harry, Ron e Mione. E que resolveram continuar a namorar escondidos. Mas que no quarto ano. Quando ela foi atacada pelo pai dele no departamento de Ministério, e quando ele entrara para "exército da Grande Inquisidora" foi a primeira briga realmente feia.
Draco dizia que não tinha culpa do pai ser o que era. E que ela deveria abandonar os amigos pra ficar do lado dele. Mas mesmo amando o garoto com todas as forças de seu coração, não poderia abandonar o trio. Sua família. Sabia que ele não queria ser um comensal. Mas também sabia que seu pai faria o possível para que ele o fosse.
Então se separaram. E depois da formatura dele, nunca mais o viu. Na Guerra, apenas ouviu falar que ele lutava ao lado da Luz, contra seu próprio pai.
Ela o amava muito, e sabia que não conseguiria amar outra pessoa. E com tantas lembranças. Gina adormeceu sem perceber, mergulhada no passado adolescente que tiveram.
#
Draco Malfoy, após a despedida de Gina, ficou ainda durante um bom tempo naquela chuva, que caia fina sobre seus ombros e seu corpo triste e arrependido.
Em casa, viu as fotos dela. A própria grifinória havia lhe presenteado no tempo do namoro. E outras que tiraram juntos. Outras ainda que Blaise tinha conseguido. Blaise... Ele tinha sido todos esses anos um grande amigo.
Em Hogwarts, haviam sido da mesma casa. A sonserina. Mas como estava sempre com Crabbe e Goyle, não tinha muito tempo para conhecer verdadeiramente ninguém. Mas quando se formara e houve a Guerra. Os antigos amigos ficaram do lado de Voldemort. E ele conhecera Blaise. Se tornaram amigos inseparáveis. Quando resolveu ser medi-bruxo, e foi fazer a especialização em outro país, ainda se correspondiam. Blaise Zanbini , aliás, foi uma das únicas pessoas a darem apoio a ele. Achavam que não tinha o perfil. Por ser sonserino, claro! Mas após a Guerra, e ver tanta desgraça! Percebeu que tinha inclinação para isso. Sempre fora bom em poções e isso foi de grande ajuda. Quando voltou a Londres e foi para o St. Mungus, parecia que nunca tinham estado longe.
-Afinal de contas, se nós fomos tão amigos assim. – resmungou. – Seria justo terminar uma amizade de mais de 10 anos, por uma coisa que talvez não seja tão importante assim? Oras? Talvez eles quisessem me contar, mas eu, na minha habitual arrogância não tivesse permitido.
Se levantou e chutava irritado o que via pela frente.
-Claro! A Weasley por várias vezes tentou me contar! E eu ridicularizava todas as suas tentativas. – e bateu com a palma da mão na testa. – Idiota! E agora ela está lá. Indo embora! E eu vou ter que passar mais dez anos esperando para encontrá-la de novo??? Não mesmo! – gritou. – Não vou perder a mulher que amo novamente!
E aguardou o amanhecer. Iria à casa dela, a beijaria até convencê-la de que merecia perdão. Pediria desculpas por toda idiotice que dissera e fizera. Explicaria que a vida não tinha sentido sem ela. Que não se importava se ela era vampira, e iriam enfrentar o terrível homem de preto.
Estava decidido. Draco Malfoy dormia aliviado agora. Quando acordou, se lavou, vestiu-se. Não comeu, não sentia fome. Estava nervoso.
"E se ela não me perdoar?" – pensou tenso.
Quase desistiu. Mas ao pensar que se não arriscasse nunca saberia. Resolveu que agüentaria o que fosse. Se ela não fosse capaz de perdoar, ainda estaria com a razão. E já ia desanimando outra vez, quando se lembrou da noite que passaram juntos. E nesse momento as dúvidas se tornaram insignificantes diante da grandeza do que sentiram na ocasião. Tinha que tentar. E num supetão, aparatou na entrada do apartamento da Gina. "Sua Gina."
Antes de apertar a campainha, se lembrou que ela estaria dormindo naquela hora. Já que não tinha muito tempo que o sol nascera. Penso em voltar mais tarde. Mas teve uma outra idéia.
Malfoy conhecia os vizinhos de porta. Um deles também era medi-bruxo, e trabalhava no St. Mungus. Tocou lá. E pediu para que eles o deixassem tentar entrar pela varanda. Mas quando explicou que era uma surpresa, e que a amava. Foi imediatamente expulso. Quase aconteceu um duelo bruxo, ou uma briga trouxa.
Foi nesse momento que Draco percebeu o porquê de Gina e os amigos estarem indo embora. Então resolveu que iria junto. Onde quer que ela fosse. Voltou pra casa e arrumou as malas. Só voltou quando tudo estava arrumado. Deixaria tudo para trás. Pediu demissão no hospital. Não explicou os motivos. Apenas... razões familiares. O que não deixava de ser verdade. Gina era sua família agora.
Estava outra vez diante da porta da amada, mas desta vez tocaria a campainha até alguém atender. Não pediria ajuda a mais ninguém. Principalmente que aos que a chamavam de... "monstro!" Nada que pudesse descrever a sua doce Gina. Mas se lembrou que ele mesmo já a chamara assim. Teve medo de novo. E se arrependeu mais uma vez de ter sido tão estúpido.
#
Gina estava dormindo quando a campainha soou desesperada. Ela acordou devagar e se levantou com dificuldade.
"Quem seria a esta hora?"
Não era Luna, nem Blaise. Já que estavam no quarto da amiga.
"Será que é a minha mãe?"
E quando abriu a porta pôde reconhecer com surpresa, a silhueta daquele que amava, e por quem chorara tanto.
-Malfoy??? – exclamou esfregando os olhos, sem acreditar no que eles viam. – Você?
-Gina-eu-vim-aqui-pedir-desculpas-e-dizer-que-eu-te-amo! – disse rápido e sem pausas. – Pronto, falei! – muito satisfeito.
-O quê??
-É, Weasley! Eu quero ir com você! Pra onde você for. E não me interessa se vai viver mais do que eu, ou se essa cidade hipócrita não a aceita. Eu te amo, e quero ficar com você! Posso? – pediu ainda receoso de uma recusa.
-Meu Deus do céu! Meu Merlin! É muita coisa pra mim. Há essa hora. Você está me dizendo que não se importa que eu seja como sou? E que quer ir comigo? – ainda estava de olhos arregalados e o outro ainda estava fora do apartamento.
-É, é isso mesmo! E você se esqueceu de uma parte, EU TE AMO!!!! – gritou a plenos pulmões.
E Gina tampou a boca dele com uma mão, rindo e puxando o homem pra dentro. Fechando a porta atrás deles.
-Pára! Ou você quer chamar a atenção do prédio todo?!
Era a deixa que ele aguardava. A enlaçou pela cintura, criando um clima de sedução perfeito. Beijando-a com desespero, como se fosse a primeira vez. Foram aos tropeções e risadas para o quarto.
Na primeira vez ela estava insegura. Mas agora sabia o que queria e o que fazia. E mais uma vez os dois amantes puderam saborear os corpos um do outros sob uma fina ducha fria, deixando tudo ainda mais sedutor.
#
Luna, ao acordar, foi até a cozinha preparar um lanche para o café. Antes da viagem que seria muito cansativa. Afinal iriam de trem para a cidade onde Blaise nascera. Ficava há quase 24 horas. Era muito longe para aparatar. E não queriam chamar nenhuma atenção, usando um portal. E de trem poderiam viajar protegidos dentro da cabine.
Mas ao chegar na sala, percebeu que havia mais duas malas, que não conhecia. Mas não deu muita importância. Gina tinha saído na noite anterior e poderia ter comprado. Pensou com tristeza na amiga. E foi ver como ela estava. E foi com grande surpresa que percebeu que ela não estava sozinha. Outra pessoa dormia calmamente ao lado dela. E ao reconhecer o cabelo platinado do homem, fechou a porta com cuidado.
Correu para contar a Blaise a descoberta. Que ao saber não se conteve de felicidade. Afinal os dois se amavam e se mereciam. Malfoy era um cara legal. Tinha suas manias, era mal humorado, mas perseverante, batalhador. E amadurecera muito após a Guerra. E a Weasley, era uma mulher invejável. Sabia o que queria e não se deixava abater por uma família tão grande sendo a única mulher numa casa cheia de homens e uma mãe dominadora..
Resolveram então que cuidariam da comida e quando o casal acordasse iriam ajudar na arrumação para a partida. E já que Draco iria com eles, teria que providenciar outra passagem. Urgente!
Gina ao acordar levou um susto, ao ver Draco a seu lado.
-Meu Deus! É real! – disse tocando o rosto pálido com cuidado. – Pensei que fosse mais um sonho! – murmurou abraçando-o.
-Não é um sonho. Eu estou aqui. E quero ficar com você, pro resto da minha vida. Que é tão curta perto da sua.
-Não fale assim! Eu sei que não gosta desse assunto. E eu respeito isso. – falou Gina carinhosamente. Passando a mão na nuca dele provocando-o sem querer.
-Bom. – disse decidida. – Temos que arrumar as coisas para a viagem. Antes que o trem parta. E tenhamos que comprar um avião! – brincou. Mas de repente parou. – Você tem certeza de que quer ir mesmo?
-Claro! – e a beijou. – E se precisar, eu mesmo compro um avião. – beijou mais. – Estou aqui e irei com você para onde for. – disse sério. E logo voltou a beijá-la sem pressa.
#
Gina se levantou com dificuldade. Sentindo um cansaço prazeroso. Ao chegar na cozinha, foi recebida por Luna e Blaise com beijos e saudações.
-Parabéns, moça! Você merece! – falou Luna num abraço apertado.
-É isso aí, Moça! – emendou o outro. – Mas o que você fez? O arrastou pra cá sob a Impérius? – brincou.
-Que nada! Foi feitiço brabo! Feitiço de amor! – entrou o loiro naquela hora. E todos riram.
#
Na estação, as pessoas olhavam para aqueles dois casais desconfiados. Porque usavam casacos longos e óculos escuros de noite. Mas ninguém se manifestou. Estavam em duas cabines vizinhas. Draco lavava o rosto quando Gina estava arrumando as coisas no armário. E de repente fez-se ouvir um grito.
-DRACO!
Ele saiu desembestado do banheiro da cabine, mas não a viu mais. A única coisa que pôde notar foi uma mensagem escrita na parede.
"Ela é minha!"
E assim que terminou de ler, a frase desapareceu. Era o sangue de Gina. E ele sabia disso.
-GINA! GINA, CADÊ VOCÊ? GINA!!!!! – gritava alucinado.
E se ajoelhou e chorou descontrolado. E de repente parou, como se fosse um louco. E saiu da cabine, como um estalo. Lembrou-se dos sonhos que tinha quando era criança. Aqueles onde o malvado homem de preto havia dito que: " A mulher que amava não lhe pertencia!"
"Claro!"
O sonho era como uma profecia. E a jovem que salvava no sonho era Gina. E aquele monstro que estava no sonho, agora tinha levado sua amada. Mas ele não iria desistir. Seria preciso matá-lo. E assim o faria.
"Mas como matar um Vampiro?"
O sonho seria a resposta para tudo.
Continua...
