Na segunda-feira de manhã, os gráficos de três doentes de Virgínia tinham desaparecido e ela foi dada como culpada. Na quarta-feira, Virgínia foi acordada às quatro da manhã. Sonolenta, pegou no telefone:
- Doutora Weasley...
Silêncio.
- Alô?... Alô?...
Ouvia a respiração de alguém no outro lado da linha. Em seguida, ouviu um click. Tinham desligado o telefone.
Virgínia permaneceu acordada durante o resto da noite.
De manhã, disse a Kat:
- Ou estou ficando paranóica ou alguém me odeia. - E contou-lhe o que tinha acontecido.
- Às vezes, alguns doentes guardam rancor dos medi-bruxos - disse Kat. - Sabe de alguém que...?
Virgínia lamentou:
- Dúzias.
- Tenho certeza de que não é nada grave. Na certa foi uma brincadeira de mau gosto.
Virgínia desejou poder acreditar nisso.
No final do verão chegou a tão esperada coruja de Harry. Ali ficou à espera que Virgínia chegasse ao apartamento. Quando chegou pegou a carta que estava presa à perninha de Edwiges e esta saiu voando em disparada ao horizonte.
A carta dizia:
Harry estava há muito tempo em uma missão ultra-secreta a serviço do Ministério onde agora trabalhava. Há muito tempo não se viam. Finalmente ele regressaria para junto dela. Gina leu o telegrama incontáveis vezes, ficando cada vez mais animada. Harry! O nome dele evocava um caleidoscópio confuso de recordações excitantes...
FlashBack
Virgínia e Harry tinham crescido juntos. Harry era o melhor amigo de seu irmão, Rony e era seu companheiro em Hogwarts. Nessa época Gina não notava nenhum interesse do garoto, embora ela gostasse dele desde o primeiro dia em que o havia visto na Estação King´s Cross. Harry tinha perdido seus pais e vivera a maior parte da infância com os Dursley, trouxas nojentos que só pensavam no próprio umbigo. Os pais de Gina então, tinham acolhido Harry como o sétimo Weasley e de lá para cá, o laço de amizade entre Harry e Gina só tinha aumentado.
O pai trabalhava no Ministério e a mãe era dona de casa. A Toca, casa onde viviam, era grande e parecia que ia tombar. Mas era feliz naquele lugar, rodeada de seus seis irmãos, de Hermione, uma de suas melhores amigas e de Harry, o amor de sua vida.
Em Hogwarts, Harry e Rony se metiam em várias confusões, mas nunca eram pegos, ou então Dumbledore fingia que não os via, o que era bem mais provável. Dumbledore gostava muito de Harry, Rony, Hermione, e de Gina, lógico. Gostava também dos gêmeos, que embora causassem confusão, eram com certeza os alunos mais engraçados de Hogwarts.
Cada novo dia trazia consigo uma nova aventura para a turma de Harry Potter.
Gina era muito feliz n´A Toca, tinha lá tudo o que precisava em termos sentimentais, mas sabia que um dia, ia ter algo melhor. "Um dia" - prometeu Virgínia a si própria. - "irei viver numa verdadeira casa no meio de uma bonita avenida, com relva verdinha e cerca branca." Virgínia foi uma criança inteligente e o seu cérebro era uma esponja que absorvia tudo. Harry no princípio não se iludia muito com Gina. Ele pensava que era apaixonado por Cho, coisa que descobriria mais tarde não ser verdade.
No sexto ano, começaram a namorar e um dia Harry lhe disse.
- Um dia me casarei com você, Gina.
Eram dois adolescentes sérios, determinados a passar o resto da sua vida juntos.
Gina e Harry se tornaram inseparáveis. Quando estava no sétimo ano, começaram a conversar sobre seus planos futuros. A medicina sempre fez parte dos planos de Gina. Queria cuidar de doentes, dar injeções e receitar poções que fizessem as pessoas ficarem curadas sem dor alguma.
Virgínia gostava muito do pai. Arthur Weasley era o homem mais cuidadoso e generoso que jamais conhecera. Gostava genuinamente das pessoas, dedicando a sua vida a ajudar os que precisassem dele; Transmitiu essa paixão a Virgínia. Apesar das longas horas de trabalho, arranjava sempre tempo para estar com a filha.
A relação de Virgínia com a mãe era algo diferente. Esta era uma bruxa gordinha, baixa e de cabelos extremamente vermelhos. Tinha tantos filhos que era praticamente impossível Gina ter um pouco de sua atenção. Casar com um homem do Ministério que ficava mais tempo fora de casa do que dentro, no início tinha-lhe parecido romântico, mas com o tempo tornou-se dura e amargo. Sua mãe não era mais uma mulher calorosa e meiga e, para Virgínia, parecia estar sempre queixando-se.
"Por que é que você passa tanto tempo fora de casa, Arthur?" - E de muito mais se queixou ela.
No entanto, quanto mais a mãe o criticava, mais Virgínia gostava do pai.
Quando Gina fez dezessete anos, sua mãe apesar de todo o amor que sentia por Arthur, não agüentou mais levar aquela vida e fugiu para bem longe, não sabíamos para onde.
- Ela não vai voltar, não é? - perguntou Virgínia.
- Receio que não, querida. Me desculpe.
- Fico feliz! Não foi isso que quis dizer.
Estava magoada pela a mãe se ter preocupado tão pouco com ela, seus irmãos e com o pai. E tinha acabado abandonando-os.
Esse horrível fato fez com que Gina se aproximasse ainda mais de Harry Potter. Jogavam juntos snap explosivo e xadrez bruxo.
- Estou pensando em trabalhar no Ministério, o que você acha? - confidenciou Harry.
- Acho ótimo, contanto que fique mais tempo comigo do que meu pai com a minha mãe...
- Eu ficarei. Prometo isso. E teremos muitos filhos!
- Muitos não, Harry. Dois está de bom tamanho.
Na noite em que Virgínia fez dezoito anos, a sua perpétua intimidade emocional com Harry atingiu uma nova dimensão. Seu pai havia sido chamado ao Ministério em caráter de urgência, Rony e Hermione haviam saído e seus outros irmãos também não estavam em casa.
Ficaram Harry e Gina sozinhos n´A Toca.
Jantaram e foram se deitar. No meio da noite, Gina acordou com o som de fortes relâmpagos que dariam certamente início a uma tempestade arrasadora. Manteve-se deitada e, à medida que o tempo passava e o som aumentava, começou a sentir medo. A respiração tornou-se mais acelerada. Ninguém sabia quando é que o pai e os outros iriam regressar. Sentou-se. Harry estava dormindo no quarto de Rony. Aterrorizada, levantou-se, abriu a porta do seu quarto e correu para onde Harry estava. Este dormia como um anjo.
- Harry!
Sentou-se e despertou imediatamente:
- Gina? Aconteceu alguma coisa?
- Estou com medo. Posso dormir aqui com você?
- Claro. - Ficaram deitados ouvindo os relâmpagos ensurdecedores.
Em poucos minutos, os relâmpagos começaram a desaparecer.
Harry teve consciência do calor emanado pelo corpo de Gina ali bem perto do seu.
- Gina, acho que é melhor ir você ir para o seu quarto.
Virgínia sentiu a dureza do membro masculino pressionado contra si.
Todas as necessidades físicas que foram se formando dentro deles durante todo aquele tempo de namoro, subiram rapidamente à superfície.
- Harry.
- Sim? - A voz soou rouca.
- Nós vamos nos casar, não é?
- Sim.
- Então não há problema. Certo?
- Certo.
Os sons de Ottery St. Catchpole desapareceram e começaram a explorar e descobrir um mundo que ninguém mais possuía senão eles. Eram os primeiros amantes do mundo e sentiram-se glorificados com tal milagre.
Ao amanhecer, Virgínia foi para o seu quarto e pensou, feliz: "Já sou uma mulher".
De tempos em tempos, Arthur Weasley sugeria que Gina fosse para a Academia bruxa de Medicina em Florence Whitther, cidadezinha ao norte da Inglaterra bem longe de Londres.
- Por que? - perguntava Virgínia.
- Para que você consiga o que sempre sonhou. Ser medi-bruxa, lá é a única Academia de Medicina gratuita da Inglaterra.
- Papai, não quero deixá-lo.
Quando Virgínia fez dezenove anos, vários funcionários do Ministério foram atacados por comensais da morte que invadiam suas casas e lançavam um Avada Kevadra em qualquer um que resistisse. Arthur Weasley então foi aconselhado a ir embora da Toca.
- Não posso, por Merlin. Não posso abandonar o Ministério a essa altura dos acontecimentos.
Quatro dias depois, a Toca foi atacada. Virgínia, seus irmãos e o pai se esconderam em um porão subterrâneo que ninguém sabia como fazer para chegar lá, nem mesmo Gina sabia. Do lado de fora, ouviam o som de feitiços quebrando tudo o que havia na casa.
Virgínia e Rony estavam aterrorizados.
- Vão nos matar!
O pai abraçou todos os filhos:
- Eles não nos farão mal, querida. Não sabem onde estamos.
O pai como sempre tinha razão.
Na manhã seguinte, Arthur Weasley tomou uma decisão. Enviou um coruja ao irmão que morava em Florence Whitther.
Virgínia ficou furiosa quando soube da notícia. Soluçava fortemente quando foi levada para o lugar onde estaria a chave do portal para Florence Whitther.
- Está me mandando embora porque quer se ver livre de mim. - disse chorando.
O pai abraçou-a fortemente:
- Te amo acima de tudo, querida. Vou sentir sempre a sua falta. Mas em breve eu e seus irmãos iremos para Florence e ficaremos juntos de novo.
- Promete?
- Prometo.
Harry também estava lá para se despedir de Virgínia.
- Não se preocupe. - disse à Virgínia. - Irei te buscar ou irei ficar lá com você assim que eu puder. Não posso largar o Ministério na mão logo agora. Vai esperar por mim?
Depois de tantos anos, essa era uma pergunta estúpida.
- É claro que sim.
Quando chegou ao local marcado, lá estava o tio Richard à espera de Virgínia. Esta ainda não o conhecia. Apenas sabia que era um homem de negócios muito rico cuja esposa tinha falecido há já muitos anos. "É o membro da família mais bem sucedido" - dizia-lhe sempre o pai. As primeiras palavras do tio deixaram Virgínia boquiaberta:
- Virgínia, lamento ter de te dizer isto, mas acabei de saber que Arthur foi assassinado por um dos Comensais de Voldemort.
Num só instante, todo o seu mundo desaparecera.
A dor era tão intensa que ela julgou não ser capaz de agüentar. - "Não deixarei que o meu tio me veja chorando" - decidiu Virgínia. "Não deixarei. Não devia ter saído de lá. Vou regressar." No trajeto para casa do tio, Virgínia viu através da janela de um ônibus especial para bruxos, o enorme trânsito da cidade.
- Detesto Florence Whitther.
- Por que, Virgínia?
- É uma selva. É o fim do mundo.
Richard não permitiu que Virgínia regressasse à Ottery St. Catchpole para o funeral do pai e isso a enfureceu.
Tentou que ela compreendesse:
- Virgínia, o teu pai já foi enterrado. Não há motivo para voltar.
Contudo, havia um motivo: Harry estava lá.
Alguns dias após a chegada de Virgínia, o tio sentou-se com ela para falarem do futuro.
- Não tenho nada para conversar. - informou-lhe Virgínia. - Vou ser medi-bruxa.
Aos vinte e um anos Virgínia concorreu a dez Academias de Medicina em todo o mundo e foi aceita por todas elas. No fim, escolheu a de Florence que era gratuita.
Foram precisos dois dias para conseguir falar com Harry, por telefone, no Ministério, onde trabalhava em tempo parcial no Departamento onde seu pai antigamente era chefe.
Quando Gina lhe deu as notícias, ele respondeu:
- Que bom, querida. Falta bem pouco para acabar meu curso de auror. Ficarei algum tempo no Ministério, mas dentro de alguns anos poderemos nos casar.
- Que ótimo!
- Virgínia, estou ansioso para te ver. Se puder me ausentar por alguns dias, você poderia encontrar comigo em Hogsmeade?
Não houve a menor hesitação:
- Sim.
E ambos conseguiram. Passaram juntos três incríveis dias num pequeno hotel de Hogsmeade, chamado Sunny Cove, e foi como se nunca tivessem estado afastados um do outro. Virgínia pensou em pedir a Harry que regressasse a Florence Whitter com ela, mas sabia que seria muito egoísta se o fizesse. O trabalho que ele estava fazendo era muito importante para o Ministério.
No último dia que passaram juntos, quando se vestiam, Virgínia perguntou:
- Para onde será enviado, Harry?
- A missão é ultra-secreta. Não posso dizer.
Abraçaram-se com com força e Gina fechou os olhos. Não queria deixá-lo partir.
Como se lhe tivesse lido os pensamentos, ele disse:
- Nunca irei permitir que você me deixe.
Algum tempo depois, Gina começou a faculdade de medicina e tanto ela como Harry correspondiam-se regularmente. Onde quer que estivesse, Harry conseguia mandar uma coruja a Virgínia no dia do aniversário e no Natal. Próximo do Ano Novo, quando Virgínia estava no segundo ano de medicina, Harry telefonou:
- Virgínia?
- Querido! Onde você está?
- Não posso dizer, mas estou perto de Hogsmeade.
Foi preciso um minuto para que entendesse o significado.
- Quer dizer...?
- Pode encontrar-se comigo em Hogsmeade no Ano Novo?
- Oh, sim! Sim!
Harry atravessou quase metade do mundo para se encontrar com ela e desta vez a magia foi ainda maior.
O tempo parara para ambos.
- No próximo ano tomarei a direção da minha própria equipe no Departamento - disse Harry. - Quando você terminar os estudos, vamos nos casar...
Conseguiram encontrar-se mais uma vez e quando isso não era possível, as cartas preenchiam o tempo e o espaço. Todos aqueles anos trabalhou como chefe do Departamento, tal como o Arthur Wealsey, fazendo o trabalho maravilhoso que eles tinham feito. Agora, finalmente, ele regressaria para ela.
FlashBack
Quando Virgínia leu pela quinta vez o telegrama de Harry, pensou: "Ele vem para Londres." Kat e Honey estavam nos respectivos quartos, dormindo. Virgínia acordou-as:
- Harry chegará em breve! Falta pouco tempo! Estará aqui no domingo!
- Que maravilha - murmurou Kat. - Por que então não me acorda só no domingo? Acabei de me deitar.
Honey reagiu melhor. Sentou-se e disse:
- Que bom! Estou ansiosa por conhecê-lo. Há quanto tempo não o vê?
- Dois anos. - respondeu Virgínia -, mas mantivemo-nos sempre em contato.
- É uma menina sortuda. - suspirou Kat. - Bem, já estamos todas acordadas, mesmo. Vou fazer café.
As três sentaram-se à mesa da cozinha.
- Porque não fazemos uma festa ao Harry? - sugeriu Honey. - - Uma espécie de festa de "Boas-vindas ao Noivo"? - É uma boa idéia. - concordou Kat.
- Vamos torná-la numa verdadeira celebração... com bolo, balões... e até fogo de artifício!
-Faremos aqui o jantar para ele. - disse Honey.
Kat abanou a cabeça:
- Já provei da sua comida. Vamos encomendar comida de fora.
Faltavam ainda quatro dias para o domingo e passaram todo o tempo livre falando da chegada de Harry. Por milagre, as três estavam de folga no domingo.
No sábado, Virgínia conseguiu ir a um salão de beleza. Fez algumas compras e adquiriu, radiante, um vestido novo.
- Fico bem? Acham que ele irá gostar?
- Ficou sensacional! - garantiu Honey. - Só espero que ele te mereça.
Virgínia sorriu:
- Espero que eu ainda o mereça. Vocês irão gostar dele. Ele é fantástico!
No domingo, o elaborado almoço que elas encomendaram estava disposto na mesa de jantar, com uma garrafa de champanhe gelado. Nervosas, as mulheres permaneceram à espera que Harry chegasse.
Às duas horas, a campainha tocou e Virgínia correu para a porta e abriu-a. Ali estava Harry. Com um aspecto um tanto cansado e ligeiramente mais magro. Mas ainda sim era o seu Harry.
N/A: Não tenho a mínima idéia do que eu vou por aqui... Perguntar se gostaram eu não vou... Só vou fazer isso no próximo capítulo... Agora o Harry apareceu.... E no próximo capítulo, vamos ver mais sobre ele... Bjinhus e até...
