Capítulo 9 - As Lembranças de Honey
Os hospitais pareciam ser governados por enfermeiras. Margaret Spencer, a enfermeira-chefe, trabalhava no St. Mungus há vinte anos e sabia onde estavam enterrados todos os corpos - literal e figurativamente. A enfermeira Spencer estava encarregada do hospital e os medi-bruxos que não aceitavam esse fato metiam-se em apuros. Sabia quais eram os medi-bruxos que se drogavam ou bebiam, quais os incompetentes e quais os que mereciam o seu apoio. Sob o seu controle estavam todas as enfermeiras-estudantes, enfermeiras registradas no Ministério e enfermeiras das salas de operações.
Era Margaret Spencer quem as designava para as várias cirurgias e, dado que estas variavam entre indispensáveis e incompetentes, era melhor que os medi-bruxos se dessem bem com ela se não quisessem incompetentes em suas cirurgias. Tinha poderes para designar uma auxiliar de limpeza para assistir a uma complicada remoção renal ou, se simpatizasse com o medi-bruxo, enviar a sua enfermeira mais competente para o ajudar numa simples poção.
Entre os muitos preconceitos de Margaret Spencer, estava a antipatia com medi-bruxas e negros. Achava que mulheres deviam ser enfermeiras e homens, medi-bruxos. Não tinha outra alternativa, ou era assim e pronto ou estaria errado.
E Kat Hunter era uma medi-bruxa negra.
Kat passava um mau bocado. Nada era abertamente dito ou feito e, contudo, a discriminação surgia de maneira demasiadamente sutil para ser apontada. As enfermeiras que mandava chamar não estavam disponíveis e as que lhe eram designadas eram quase incompetentes. Freqüentemente, Kat era enviada para examinar bruxos com doenças venéreas.
Aceitou os primeiros casos como rotina, mas quando lhe foram dados meia dúzia para examinar num único dia, ficou desconfiada.
Num intervalo para o almoço, disse a Virgínia:
-Já cuidou de muitos homens com doenças venéreas?
Por um momento, Virgínia ficou pensativa:
- Acho que um, na semana passada. Um empregado do hospital.
"Vou ter de resolver isto de alguma maneira" - pensou Kat.
A enfermeira Spencer tinha planejado livrar-se da Dra. Hunter dificultando-lhe a vida de tal maneira que esta seria obrigada a desistir, mas não contara com a dedicação ou a habilidade de Kat. Pouco a pouco, Kat foi ganhando a confiança dos colegas com quem trabalhava e dos doentes. Mas a verdadeira oportunidade surgiu devido ao que acabou por ser conhecido no hospital como a famosa chantagem do sangue de porco.
Um dia, durante a ronda da manhã, Kat trabalhava com um residente chefe, chamado Dundas. Encontravam-se junto à cabeceira de um doente inconsciente.
- O senhor Levy sofreu um acidente de automóvel - informou Dundas aos residentes mais novos. - Perdeu muito sangue e necessita de uma transfusão imediata. Neste momento, o hospital não tem sangue suficiente. Este homem tem família mas esta se recusa a doar-lhe sangue. É revoltante.
Kat perguntou:
- Onde está a família dele?
- Na sala de espera das visitas. - respondeu o Dr. Dundas.
- Posso falar com eles? - perguntou Kat.
- Não vai adiantar nada. Já falei com eles. Já tomaram a decisão.
Quando a ronda terminou, Kat dirigiu-se à sala de espera das visitas. A esposa do homem e filhos já grandes encontravam-se lá. O filho vestia um solidéu e trajes rituais judeus.
- Senhora Levy? - perguntou Kat, dirigindo-se à mulher.
Esta levantou-se:
- Como está o meu marido? O medi-bruxo vai operá-lo?
- Sim. - respondeu Kat.
- Bem, não nos peça para doarmos sangue. Atualmente é muito perigoso por causa da AIDS e tudo o mais.
- Senhora Levy - disse Kat -, não se apanha AIDS por doação de sangue. Não é possível... E além do mais só para os trouxas essa doença é fatal. Nós bruxos somos imunes a ela.
- Não me diga! Eu leio os jornais. Sei o que é.
Kat estudou-a por um momento:
- Já percebi isso. Bom, está bem, senhora Levy. Neste momento o hospital não tem sangue suficiente, mas nós já solucionaremos o problema.
- Que bom.
- Vamos dar ao seu marido sangue de porco.
Mãe e filho olharam chocados para Kat:
- O quê?
- Sangue de porco. - disse Kat, alegremente. - Provavelmente não irá lhe fazer mal. - E começou a afastar-se.
- Um momento, por favor! - suplicou a mulher.
Kat parou:
- Sim?
- Eu, am... Dêem-nos algum tempo, por favor.
- Com certeza.
Quinze minutos mais tarde, Kat foi ter com o Dr. Dundas:
- Não tem de se preocupar mais com a família do senhor Levy. Todos eles estão dispostos a doar sangue.
No hospital, a história transformou-se imediatamente numa lenda. Os medi-bruxos e enfermeiras que antes ignoravam Kat, arranjaram uma maneira de falar com ela.
Alguns dias mais tarde, Kat entrou no quarto particular de Tom Leonard, um doente com úlcera. Este comia um enorme almoço que tinha trago consigo, depois de o ter adquirido numa casa de comestíveis muito próxima.
Kat aproximou-se da cama:
- O que está fazendo?
Ele ergueu a cabeça e sorriu:
- Comendo um almoço decente, para variar. Está servida? Há muito aqui.
Kat chamou uma enfermeira.
- Sim, doutora?
- Tire esta comida daqui. O senhor Leonard está sob dieta rigorosa do hospital. Não leu o gráfico?
- Sim, mas ele insistiu...
- Retire tudo, por favor.
- Eh! Espere um momento! - protestou Leonard. - Não consigo comer a papa que este hospital me dá!
- Vai comer, se quiser se livrar da sua úlcera. - Kat voltou-se para a enfermeira: - Leve isto daqui.
Trinta minutos mais tarde, Kat foi chamada ao gabinete do administrador.
- Mandou me chamar, doutor Schober?
- Sim. Sente-se. Tom Leonard é um dos seus doentes, certo?
- Exato. Hoje, à hora do almoço, o peguei comendo um sanduíche de carne muito condimentada com picles e salada de batata, cheia de especiarias, e...
- E tirou o sanduíche das mãos dele.
- Claro.
Schober inclinou-se na cadeira:
- Doutora, provavelmente não deu conta de que Tom Leonard faz parte do quadro supervisor do hospital. Queremos que ele se sinta bem. Percebe o que quero dizer?
Kat olhou para ele e disse, obstinadamente:
- Não, senhor.
Ele pestanejou:
- O quê? Me parece que a maneira de manter Tom Leonard feliz é ajudá-lo a ser saudável. Nunca ficará curado se encher o estômago até rebentar.
Benjamin Schober forçou um sorriso:
- Por que não o deixamos tomar essa decisão?
Kat levantou-se:
- Porque eu sou a medi-bruxa dele. Mais alguma coisa?
-Eu... hum... não. É tudo.
Kat saiu do gabinete.
Benjamin Schober, abismado, manteve-se ali sentado.
- Medi-bruxas!
Kat estava de serviço à noite quando recebeu uma chamada:
- Doutora Hunter, acho melhor vir ao trezentos e vinte.
- Já estou indo.
A doente do quarto 320 era a Sra. Lewton, uma doente cancerosa com cerca de oitenta anos, de aspecto muito fraco. Quando Kat se aproximava da porta ouviu vozes lá dentro, discutindo alto, mas ela entrou no quarto.
A Sra. Lewton estava deitada, cheia de sedativos, mas consciente. O filho e duas filhas encontravam-se no quarto.
O filho disse:
- Acho que devemos dividir os bens por três.
- Não! - afirmou uma das filhas. - Laurie e eu é que cuidamos da mamãe esse tempo todo. Quem tem estado limpando e cozinhando para ela? Nós! Bem, temos direito ao dinheiro dela e...
- Sou tão filho dela como vocês! - gritou o homem.
A Sra. Lewton, indefesa, ouvia.
Kat estava furiosa:
- Com licença. - disse ela.
Uma das mulheres olhou para ela:
-Venha mais tarde, enfermeira. Estamos ocupados.
Kat disse zangada:
- Esta é minha doente. Dou a vocês dez segundos para saírem deste quarto. Podem aguardar na sala de espera. Agora saiam, antes que chame a segurança para os tirar daqui para fora.
O homem começou a dizer qualquer coisa, mas o olhar de Kat fez ele interromper. Voltou-se para as irmãs e gesticulou:
- Vamos conversar lá fora.
Kat ficou vendo os três abandonarem o quarto. Voltou-se para a Sra. Lewton e abanou a cabeça:
- Eles não quiseram dizer isso. - disse Kat, gentilmente.
Sentou-se na borda da cama, pegou na mão da velha e ficou a vendo chorar até adormecer.
"Todos nós estamos morrendo" - pensou Kat. "Esqueceram o que Dumbledore falou: "Um dia todos nós vamos dormir eternamente. O verdadeiro truque é entrar suavemente nesse sono eterno."
Kat estava tratando um doente quando um empregado entrou na sala.
- Há uma chamada urgente para a senhora na secretaria, doutora. Eu sinceramente acho uma tolice usarmos coisas trouxas aqui, mas são ordens da direção.
Kat franziu as sobrancelhas:
- Obrigada.
Voltou-se para o doente, que tinha gesso em todo o corpo e as pernas suspensas por uma roldana:
- Volto já.
No corredor, na área das enfermeiras, levantou o telefone:
- Alô?
- Olá, mana!
- Mike! - Ficou eufórica ao ouví-lo, mas a excitação transformou-se logo em preocupação:
- Mike, já não disse para nunca me procurar aqui. Você tem o número do apartamento se...
- Eh, desculpa. Isto não podia esperar. Tenho um pequeno problema.
Kat sabia o que ia ouvir.
- Pedi dinheiro a alguém para investir num negócio...
- E agora ele quer o dinheiro de volta.
- Sim.
- Quanto Mike?
- Cinco mil galeões.
- O quê? - perguntou Kat embasbacada.
A enfermeira da secretaria olhava curiosamente para Kat.
Kat baixou a voz.
- Posso lhe enviar essa quantia em duas vezes.
- Oh tudo bem. Obrigado.
Kat teria que arrumar esse dinheiro de qualquer jeito. Mike era a única coisa que ela tinha na vida.
O Dr. Isler estava ansioso por trabalhar novamente com Honey. Tinha perdoado seu comportamento absurdo e tinha ficado lisonjeado quando soube da admiração da aluna por ele.
- Qual o problema?
- A doutora Taft, Dr. Schober.
- Doutora Taft? Não compreendo, tenho as melhores recomendações dela.
- E é isso que me deixa intrigado. Com essas melhores notas, ela ter cometido erros tão grotescos. Talvez fosse melhor ligar para o reitor da antiga universidade.
- Tudo bem.
Alguns minutos mais tarde, Schober falava ao telefone com Jim Pearson.
- Liguei por causa de Betty Lou Taft.
Houve um breve silêncio.
- O relatório dela nos diz que ela foi a melhor aluna de sua universidade.
- Exato.
- Poderia ter tido algum tipo de erro neste relatório.
- Não. Com certeza não. O que pode estar acontecendo é ela estar um pouco nervosa com o hospital.
- Obrigado.
- De nada. - A linha caiu.
Jim Pearson ficou ali sentado, odiando-se pelo que acabara de fazer.
"A minha mulher e os meus filhos estão em primeiro lugar." - pensou.
Honey Taft teve a pouca sorte de ter nascido no seio de uma família de bruxos altamente bem-sucedidos. O seu vistoso pai era o fundador e presidente de uma grande empresa de vassouras em Godric´s Hollow. A sua bela mãe era uma cientista de genética e as irmãs gêmeas mais velhas eram tão atraentes, inteligentes e ambiciosas como os pais. Os Tafts encontravam-se entre as famílias mais proeminentes de Godric´s Hollow.
Honey nascera inconvenientemente quando as irmãs tinham seis anos.
- Honey foi o nosso pequeno acidente. - dizia a mãe às amigas. - Eu quis fazer um aborto, mas Fred foi contra. Agora está arrependido.
Onde as irmãs eram espantosas, Honey era vulgar. Onde elas eram brilhantes, Honey era mediana. As irmãs tinham começado a falar aos nove meses. Honey só disse a primeira palavra quase aos dois anos.
- Chamamos ela de "a palerma" - troçava o pai. - Honey é o patinho feio da família Taft. Só que acho que ela nunca irá se transformar num cisne.
Não é que Honey fosse feia, mas também não era bonita. Tinha um aspecto vulgar, com um rosto magro e comprido, cabelo alourado e um corpo pouco invejável.
O que Honey realmente possuía era uma extraordinária e doce disposição, qualidade não muito prezada numa família de pessoas competentes e bem-sucedidas.
Honey lembrava-se que, desde muito cedo, o seu maior desejo era agradar aos pais e às irmãs, fazendo que gostassem dela. Foi um esforço fútil. Os pais estavam ocupados com as respectivas carreiras e as irmãs não tinham tempo para mais nada senão para concursos de beleza e bolsas de estudo. Para agravar a situação, Honey era completamente envergonhada. Consciente ou inconscientemente, a família tinha-lhe incutido uma profunda sensação de inferioridade.
Em Beauxbatons, Honey era conhecida como a Solitária. Ia sozinha aos bailes escolares e festas, sorria e procurava esconder as suas tristezas para não estragar a festa dos outros. Via as irmãs saírem com os rapazes mais populares de Beauxbatons e, em seguida, subia para o seu solitário quarto para se dedicar aos estudos. E evitar chorar.
Nos fins-de-semana e durante as férias de Verão, Honey juntava algum dinheiro cuidando de crianças. Gostava de cuidar de crianças e estas a adoravam.
Quando Honey não estava trabalhando, saía de casa e ia sozinha explorar Godric´s Hollow. E Honey estava sempre sozinha. Não sabia que a sua vida estava prestes a sofrer uma mudança radical.
Honey sabia que muitas das suas colegas tinham encontros amorosos. Falavam constantemente disso em Beauxbatons:
- Você já foi para cama com o Ricky? Ele é o melhor...!
-Joe é o máximo em orgasmos...
- Ontem à noite saí com o Tony. Estou exausta. Que animal! À noite vou sair com ele outra vez...
Honey ali ficava a ouvir as conversas e sentia uma inveja doce-amarga e a sensação de que nunca iria saber como era o sexo. "Quem poderia me querer?" - perguntava a si própria.
Numa sexta-feira, houve um baile em Beauxbatons. Honey não pretendia ir, mas o pai madou especialmente uma coruja:
Sabe, estou preocupado. Suas irmã me disseram que está solitária e que não vai ao baile por não conseguir arranjar um par decente. É verdade?
Assim, Honey se viu no baile sentada no canto habitual, vendo os outros dançar e se divertirem ao máximo. Foi então que aconteceu o milagre.
Roger Merton, o capitão da equipe de quadribol da escola e o rapaz mais popular de Beauxbatons, estava na pista de dança discutindo com a namorada. Estava bêbado.
- Você é um inútil e egoísta! - disse ela.
- E você é uma cabra vadia.
Honey não pôde deixar de ouvir.
Merton a viu olhando para ele:
- O que pensa que está olhando? - perguntou em tom zangado.
- Nada - respondeu Honey.
- Vou mostrar àquela puta! Julga que não lhe mostro?
- Eu... sim.
- Podes ter a certeza. Vamos beber qualquer coisa.
Honey hesitou. Merton estava obviamente bêbado.
- Bem, eu não...
- "timo. Tenho uma garrafa no carro.
- Acho que não devo...
Pegou no braço de Honey e puxou-a para fora da sala.
Ela seguiu-o, por não querer armar uma cena e deixá-lo embaraçado.
Lá fora, Honey tentou se soltar:
-Roger, não penso que seja uma boa idéia. Eu...
- O que é que há... Medo?
- Não, eu...
- Então está bem. Vamos.
Levou-a até ao carro e abriu a porta. Honey manteve-se de pé por um momento.
- Entra.
- Só posso ficar. - disse Honey.
Entrou no carro porque não queria aborrecer Roger. Ele sentou-se ao seu lado.
- Vamos mostrar àquela cabra estúpida, não vamos? - puxou de uma garrafa de uísque trouxa. - Toma.
Honey já tinha provado bebida alcoólica e tinha odiado. Mas não quis magoar os sentimentos de Roger.
Olhou para ele e, com relutância, tomou um pequeno gole.
- Ok! - disse. - É nova em Beauxbatons, hein?
Honey fazia parte de três das aulas dele:
- Não - respondeu. - Eu...
Roger inclinou-se e começou a brincar com os seios dela.
Espantada, Honey afastou-se.
- Eh! Vem cá. Você não quer me agradar? - perguntou.
E essa foi a frase mágica. Honey queria agradar a todos, e se esta era a única maneira de o fazer...
No desconfortável banco de trás do carro de Merton, Honey teve a sua primeira vez e isso abriu um mundo incrivelmente novo para ela. Não sentiu muito prazer com o ato sexual, mas isso não foi importante. O importante era que Merton tinha gostado. Na realidade, Honey ficou admirada com a forma como ele tinha gostado. Parecia que o tinha deixado extasiado. Nunca vira ninguém gostar tanto assim de algo.
"Então é assim que se satisfaz um homem..." - pensou Honey.
Era uma manifestação divina.
Honey não conseguia esquecer o milagre que lhe tinha acontecido. Deitou-se na cama, recordando a dureza do membro de Merton introduzido nela, movimentando-se cada vez mais depressa, e depois os gemidos: "Oh, sim, sim... Merlin, és fantástica, Sally..."
E Honey nem sequer se tinha importado em ser chamada pelo nome da namorada dele. Tinha agradado ao capitão da equipe de quadribol! O rapaz mais popular de Beauxbatons!
"E eu na realidade nem sequer sabia o que estava fazendo" - pensou ela. "Se eu soubesse bem como agradar a um homem..."
Foi então que Honey teve a sua segunda manifestação divina. Na manhã seguinte, Honey dirigiu-se à Pleasure Chest, uma livraria pornográfica de Godric´s Hollow, e comprou meia dúzia de livros eróticos.
Escondeu-os no dormitório e leu na privacidade do seu quarto. Ficou espantada com o que lia. Devorou as páginas de Jardim Perfumado e Kama Sutra, e depois foi comprar mais. Estudou as fotografias excitantes das trinta e sete posições para fazer amor e aprendeu o significado da meia lua e do círculo, da pétala de lótus e dos pedaços de nuvem e a forma de se mexer.
Honey tornou-se perita nos oito tipos de sexo oral, nos caminhos dos dezesseis prazeres e no êxtase dos vários tipos de sexo. Sabia como ensinar um homem a aumentar o prazer. Pelo menos teoricamente.
Honey achou que estava apta a pôr em prática seus conhecimentos.
O Kama Sutra tinha vários capítulos sobre poções afrodisíacas para excitar um homem, mas uma vez que Honey não sabia onde obter Passiflore Idendatum, a erva Sinchronostatus ou Xanthochymus pictorius, inventou os seus próprios substitutos.
Na semana seguinte, quando Honey encontrou Roger Merton na sala de aula, dirigiu-se a ele e disse:
- Gostei muito da outra noite. Podemos repetir?
Só passado um momento, percebeu quem Honey era.
- Oh. Com certeza. Por que não? Os meus pais vão sair à noite. Por que não aparece lá por volta das oito horas?
Nessa noite, quando Honey chegou a casa de Merton levava consigo um pequeno frasco de poção afrodisíaca.
- Para que é isso? - perguntou ele.
- Já te mostro. - respondeu Honey.
E mostrou tudo.
No dia seguinte, Merton contou aos colegas do Beauxbatons tudo sobre Honey.
- Ela é incrível. - disse. - Não imaginam o que ela é capaz de fazer com um pouco de poção afrodisíaca!
Nessa tarde, meia dúzia de rapazes convidaram Honey para sair com eles. Daí em diante, começou a sair todas as noites.
Os rapazes andavam satisfeitos e isso tornara Honey muito feliz.
Os pais dela estavam encantados com a súbita popularidade da filha.
- Foi preciso algum tempo para a nossa filha florescer - disse orgulhosamente o pai -, mas agora ela transformou-se numa verdadeira Taft!
Honey teve sempre notas baixas em poções e sabia que o teste final tinha sido um fracasso. O professor de poções, o Sr. Janson, era solteiro e vivia em Beauxbatons. Uma tarde, Honey foi visitá-lo. Ao abrir a porta do quarto, ficou admirado de a ver.
- Honey! O que fazes aqui?
- Preciso da sua ajuda. - respondeu ela. - O meu pai vai me matar se eu ficar reprovada. Trouxe algumas poções que eu não consigo fazer e pergunto se pode me ajudar.
Ele hesitou um momento:
- Isto não é normal, mas... Muito bem.
O senhor Janson gostou de Honey. Não era como as outras meninas da sua turma. Estas eram ásperas e indiferentes, enquanto Honey era sensível e dedicada, sempre pronta a satisfazer. Desejou que ela tivesse mais aptidões para poções.
Janson sentou-se no sofá ao lado de Honey e começou a explicar as misteriosas complexidades das poções.
Honey, na verdade, não estava interessada nas poções. Enquanto o professor falava, Honey foi se aproximando cada vez mais dele.
Começou a respirar para cima do pescoço dele e, sem perceber o que estava acontecendo acontecer, o Sr. Janson parou por um instante.
Ficou espantado a olhar para Honey:
- O que você está fazendo?
- Desejo você desde o primeiro momento em que o vi - respondeu Honey. Abriu a bolsa e retirou um pequeno frasco de poção.
- O que é isso?
-Já lhe mostro...
E mostrou tudo.
Honey obteve nota máxima em poções...
Não foram somente os acessórios que Honey utilizava que a tornaram popular, mas também os conhecimentos que obteve de todos os livros antigos sobre erotismo que leu. Ela satisfez os parceiros com técnicas que eles nem sequer sonhavam, que tinham milhares de anos e estavam há muito esquecidas. Deu um novo significado à palavra "êxtase".
As notas de Honey melhoraram substancialmente e, de um momento para o outro, tornou-se ainda mais popular do que as irmãs quando andavam em Beauxbatons. Honey foi convidada para jantar no Private Eye e no Bombay Bicycle Club, bem como no Ice Capades, em Godric´s Hollow. Os rapazes a levaram para esquiar no Cedar Cliff e saltar de pára-quedas no aeroporto Landis.
Os últimos anos de Beauxbatons foram igual e socialmente bem sucedidos. Uma noite, ao jantar, o pai disse:
- Em breve irá terminar Beauxbatons. Está na hora de pensarmos no seu futuro. Já sabes o que pretendes fazer da tua vida?
Ela respondeu de imediato:
- Quero ser enfermeira.
O rosto do pai ficou vermelho:
- Quer dizer medi-bruxa!
- Não, pai. Eu...
- Você é uma Taft. Se quer seguir medicina, será uma medi-bruxa. Estamos entendidos?
- Sim, pai.
Quando disse ao pai que queria ser enfermeira, Honey dizia a verdade. Gostava de cuidar das pessoas, de ajudar e alimentar. Ficou assustada com a idéia de se tornar medi-bruxa eser responsável pela vida dos outros, mas sabia que não podia desapontar o pai.
" Você é uma Taft."
Mesmo que as suas notas não fossem suficientemente boas para ingressar na faculdade de medicina, a influência do pai era, dado que se tratava de um dos principais contribuintes da Faculdade de Weinschesville. Reuniu-se com o reitor, Dr. Jim Pearson.
- Está me pedindo um grande favor - disse Pearson -, mas vou dizer o que vou fazer. Vou admitir Honey numa base experimental. Se no fim de seis meses julgarmos que não está qualificada para continuar, teremos de mandá-la embora.
- É justo. Ela irá surpreender você.
Ele tinha razão.
N/A: Hum, descobrimos coisas surpreendentes sobre a Honey nesse capítulo... Ela sempre consegue o que quer, não? Melhores notas... hum, agora eu to entendendo o porquê disso tudo... Bjinhus e até o próximo... Obrigada pelos reviews...
