Retração: "Eu não possuo os direitos sobre Saint Seiya, ou sobre qualquer de seus personagens. Todos os direitos cabem ao Masami Kurumada, criador e desenhista do manga series. Apenas os utilizo para a redação de fanfics."
Desejo de uma Deusa
Capítulo 1 - O desejo
"Muito cuidado com o que desejas, jovem reencarnação de Athena. Nem tudo que queremos é o melhor para nós". Estas palavras repetem-se continuamente no pensamento de Saori Kido, como uma espécie de maldição, desde que ganhou um amuleto especial. Era um colar de ouro com um pingente feito de uma pedra escura, quase preta, que poderia realizar o seu mais íntimo desejo.
Sentada em sua cama, ela olha fixamente para o colar, "como esse colar pode realizar meu desejo?", pensa ela guardando-o na gaveta de seu criado-mudo. Há poucos minutos o sol trazia seus raios para iluminar o quarto que ela dividia com Seiya, agora seu marido. Este ainda dormia num sono muito profundo, esparramado na enorme cama da deusa.
"Ele realmente dorme pesado! Nem se mexe..." pensou ela acariciando os seus cabelos revoltos. Como de costume, seus dedos engalham no emaranhado de fios castanhos, ficando presos nele. Tão bem presos que nem um puxão brusco resolve o problema, era necessário cortar a mecha que lhe prendia os dedos. "Caramba! Desse jeito ele vai ficar careca antes do tempo... hu huh... Mas eu não tenho culpa se ele não penteia os cabelos! E como sou esperta, tenho sempre em mãos uma boa tesoura que resolve o problema direitinho...", pensou ela cortando a tal mecha presa, e com uma imensa vontade de rir do estrago que fazia nos cabelos do marido toda a manhã. De tanto corta-los de um lado só, estavam desiguais.
Ela se levanta da cama e parte para o banheiro, onde tomará um banho frio, pois não há chuveiro elétrico. São medidas de contenção de gastos. Apesar de muito rica, Saori não gosta de desperdiçar seu rico dinheirinho, para ela um níquel economizado vale por muitos anos. No banho, ela aproveita que não tem ninguém para escutar, passa a conversar sozinha, diz ela que é um esporte, porém ela o faz para não pagar um ouvinte...
- O que será que quer dizer, "tenha cuidado com o que desejas"? Não consigo imaginar uma resposta... AAAAHHH!!! Eu mato o Seiya! Ele usou todo o meu creme de massagear os cabelos! Droga!! Justo o importado... - ela acaba de encontrar um frasco de um litro de creme, meio brega por sinal, completamente vazio na prateleira. - Bem, voltando. O que eu realmente quero?! Uma filha, mas acho que um colar não vá me ajudar nisso... Então por que ganhei este presente dele? Hum... talvez não seja nada demais...
Ela termina o banho e volta para o quarto, encontrando seu marido se olhando no espelho.
- O que aconteceu Seiya? - ela perguntou.
- Não sei. Mas parece que a cada dia quando acordo, tenho perdido um monte de cabelos!! E o pior não consigo nem encontra-los pelo quarto! Cabelos não desaparecem, hein?
- Não, não desaparecem. Deve ser impressão sua. Apresse-se que à noite, você viaja para o Japão. Encontro-lhe na sala de jantar, para o desjejum. - disse ela ao sair pela porta.
"Grande bosta, ir até o Japão só para ver se aqueles pirralhos da fundação estão bem! Era só telefonar para lá!" pensara ele, enquanto saía do quarto para o desjejum na sala de jantar. Saori já o aguardava. Ela estava diferente, mantinha uma expressão meio enigmática no rosto, com um leve ar de tristeza.
- O que há, Saori? Você parece triste. - perguntou ele percebendo o estado de espírito da esposa.
- Hã?! Não... não há nada. Só estou meio triste por ainda não ter tido uma filha. Você sabe que preciso deixar uma herdeira para tomar conta do Santuário e tomar a frente o posto de reencarnação de Athena. Todos os cavaleiros cobram isto de mim. - ela respondeu com um olhar perdido no tempo.
- Mas... nós temos tentado isso! Se ainda não conseguimos uma filha é porque ainda não é para conseguir! Porém... Não fique assim. Corta-me o coração vê-la assim, principalmente porque hoje terei de viajar.
- Não precisa se preocupar comigo. Estarei bem. E não se esqueça de mandar lembranças para sua irmã Seika lá na Fundação e para o Shun também.
- Tudo bem. Não esquecerei. Mas, hoje não é o jantar de reunião com os outros cavaleiros e o Grande Mestre? - ele perguntou pondo um enorme pedaço de torrada na boca.
- É, é o jantar com os cavaleiros de ouro e com o Grande Mestre. E... Seiya não ponha a torrada inteira na boca... é falta de educação!!
- Hum... Eu sei... nhoc nhoc! - falando de boca cheia.
..........................
O dia transcorreu normalmente. À noite, faltando apenas uma hora para o vôo de Seiya, Saori se despede do marido, e como faz todas as noites em que fica a sós, recolhe-se no Templo de Athena para meditar. Tudo estava ao seu gosto, limpo e organizado, e com uma decoração que lembra templos gregos arcaicos. Algumas estantes de livros, uma mesa com muitos papéis em cima, um pequeno altar com uma imagem da Deusa Athena, e num canto perto de uma enorme varanda por onde entravam raios de lua e se via as muitas estrelas no céu, havia uma chaise-longue branca com almofadas de cetim branco. Aliás todas as cores da sala do Templo eram claras e puxam para o branco, talvez para que combinassem com os inseparáveis vestidos brancos de Saori.
Ela debruçou-se sobre a varanda para se refrescar na brisa que a noite trazia após um dia quente e seco. Voltou para dentro da sala e procurou por um bom livro para ler. Apesar de seu jeito meio bobo, ela assim como a deusa da sabedoria, gostava de exercitar mente quando permanecia no seu templo.
Notou que algo lhe incomodava. Passou a mão pelo decote do vestido e pegou o amuleto, que curiosamente estivera o dia inteiro em seu vestido.
- Mas... o que isso está fazendo aqui? - perguntou para si mesma. - Tenho certeza absoluta que o guardei na cabeceira da cama pela manhã! Não era para estar aqui! - ela segurava o colar nas mãos. O relógio marcou oito horas da noite, anunciando o jantar de reunião na Sala do Grande Mestre, a hora de aturar aqueles cavaleiros arrogantes e machões. – Não! Já está na hora do jantar! Hum... acho que vou por este colar para o jantar. Combina com o meu lindo vestido branco! – fechou sua sala e saiu do templo.
..........................
Os ruídos de gargalhadas, de pessoas falando alto podiam ser escutados a léguas de distância. "Ah! Meus educados cavaleiros... tsc tsc..." pensou Saori entrando na Sala e percebendo a cara de cada cavaleiro tendo que se calar e fazer-lhe uma reverência. Ao olhar para alguns sentiu-se por um segundo corar as bochechas, e sentimentos antes sufocados renasceram ao toque dos seus lábios em sua mão. Tais sentimentos esquecidos desde a Batalha de Hades, há dez anos atrás. Como de costume ninguém notou diferença na sua tez, e o jantar começou sem maiores problemas.
Estavam sendo discutidos assuntos ligados a administração do Santuário, queixas, denúncias de abuso de autoridade por parte do Grande Mestre, e pedidos de aumento de salário... Tudo qual ela sempre teve de resolver nesses encontros, banais e chatos por sinal. E o que ela sempre quis foi algo diferente.
- Athena, dessa vez não vamos nos demorar com os assuntos burocráticos. Temos outras coisas a... comemorar! – falou Shion, o Grande Mestre que foi ressuscitado e perdoado. Ela precisaria de alguém que já conhecesse aqueles cavaleiros.
- Comemorar? O que quer dizer com isso, Shion? – ela perguntou curiosa.
- A Senhora não sabe? Não acredito! – ele retrucou.
- Não, não sei. E não estou gostando deste mistério todo. Vamos, conte-me logo!
- Bem, assim faremos uma surpresa... – ele sorriu levemente. E ordenou as servas que trouxessem o presente. – Agora comemoraremos, Athena, O SEU ANIVERSÁRIO!
- Meu aniversário?! Mas... hoje é dia nove... É o meu aniversário! – diz ela muito envergonhada. – Muito obrigado, cavaleiros.
- E não é só isso! Mandei preparar um bolo especialmente para a ocasião! – completou Shion.
- Um bolo? Ah... não precisava... gast...
- E para comemorar, as servas irão servir taças de vinho para todos, e uma bela taça de champanhe para ti, Athena. – as servas serviram as bebidas, mas Saori recusou o champanhe. Todos olharam para ela com espanto por causa da recusa, mas... – Não quero esta taça. Sirva-me vinho, serva. Quero comemorar com estilo este ano!
Após várias garrafas de vinho vazias, muita conversa jogada fora, e é claro, as piadinhas dos mais engraçados, coloriram a noite de comemoração. Shion, o mais velho, embora com aparência de novo, recolheu-se primeiro aos seus aposentos. Talvez nem conseguisse dormir com o barulho dos mais novos, mas estava cansado demais para continuar na festa.
Os outros cavaleiros, reuniram-se no carro de Shura para terminar a noite numa boate que funcionava perto do Santuário. Restando apenas, na suposta festa de 23 anos de Saori, os mais fiéis a Athena, Miro, Kanon e Shaka. Fiéis a deusa, dentro das possibilidades de cada um. Shaka não gosta de badalação, portanto seguiu para o seu templo, a sexta casa. Lá ele faria o que costuma a fazer todos os dias, meditar e manter sua mente limpa de qualquer pensamento, nas palavras de Máscara da Morte, ele iria vegetar. Restando na sala apenas Saori, Miro e Kanon. Estes aguardavam a deusa sair da sala, para ir à boate também.
Saori, por sua vez havia tomado mais vinho quanto o seu organismo lhe permitia, sentindo-se extremamente tonta e com sua cabeça rodando. Ela nunca havia se embriagado, embora tivesse agüentado os porres do marido de vez em quando. Ainda sentada em sua cadeira tentou erguer-se, porém viu o mundo rodar mais rápido, voltando ao seu lugar. Ela não compreendia muito bem o que diziam, mas sabia que os dois cavaleiros mangavam de seu estado.
- Ao inferno o que dizem, e parem de rir de mim! Eu estou muito bem, e posso até tomar mais desse vinho... – ela tomava mais uma taça de vinho, num gole só. – Viram, estou muito bem! Posso até me levantar sozinha! – ela levantou e logo caiu na cadeira. – Érr.. foi o salto da sandália que quebrou. – disse envergonhada e após tirar as sandálias altíssimas que usava, voltou a se levantar, mas sem sucesso. Arrancando leves risadas dos cavaleiros que mesmo tendo tomado várias garrafas de vinho nem pareciam sofrer efeito com a bebida.
- Athena, é melhor parar por aqui. Você já se excedeu demais. – disse Miro tomando mais uma taça de vinho da mão dela. Sua mão tocou levemente a mão dela, fazendo-a corar brevemente. Aquele cavaleiro lhe trazia lembranças...
- Não! Dê-me minha taça! Eu quero mais!! – ela protestava pedindo mais da bebida rosada.
- Athena, a bebedeira acaba por aqui. A Senhora já está fora de si. É melhor parar. – falou Kanon com voz forte, embora transformada pelo vinho.
- Não!! A festa é minha! Eu decido quando vai acabar!!! E se... vocês me deixarem sozinha, acabo com os dois! - ela grita impondo sua autoridade.
Os dois se olham e dão de ombros, desobedece-la seria considerado uma traição! Não restando nenhuma alternativa, os dois erguem-la nos braços, e sob os violentos protestos de Saori, eles a levam até o seu quarto. Seria colocar-la no quarto e esperar que o vinho terminasse de consumir as forças, fazendo-a dormir.
Já em sua cama, Saori sentia o peso do colar, que queimava com fogo e atiçava seus pensamentos, fazendo-os cada vez mais sensuais e prazerosos. Encostada na cabeceira, ela pensa: "O que será que acontece comigo? Não consigo tirar os dois dos meus pensamentos. Parece que o vinho liberou certos sentimentos escondidos em meu coração, desde o passado.", enquanto observa os dois cavaleiros saindo de seu quarto. Num gesto rápido, ela põe a mão na barriga e fingi morrer de dor, por causa da bebedeira. Ao ouvir os gritos dela, os dois voltam até o seu quarto, e Miro lhe pergunta:
- O que está acontecendo, Athena? - ele parecia preocupado. Kanon que mais parecia uma muralha, até mudou sua expressão ao vê-la passando mal.
- Quer que chamemos um médico, minha Senhora? Posso correr até a enfermaria e traze-lo até aqui, num instante... - ofereceu-se o cavaleiro de gêmeos.
Sorriu ao ver dos dois preocupados com o seu estado, como se sentisse uma satisfação interior. - Não, não precisa. Acho que está passando.
- Tem certeza, Athena? - perguntou Miro.
- Tenho. Mas, ficarei melhor se os dois não saíssem até que eu dormisse. Algum problema nisso? - ela perguntou com a voz, e a cabeça mais tomada pelo efeito do vinho, ou será do colar...
- Não, não tem problema. Apenas... - os dois responderam em coro, mas pararam quando a viram despir-se de seu vestido branco habitual, para usar uma camisola também branca (os tecidos brancos são mais baratos.), que fica mais transparente quando usada sem acompanhamentos. Pasmos e surpresos com a atitude da reencarnação da deusa, não escondiam seus queixos caídos. No entanto a expressão de Saori mantinha-se inabalada.
- O que foi, cavaleiros? Nunca viram uma mulher trocar de roupa? - perguntou deitando-se novamente em sua cama.
Eles se olharam novamente, não sabiam o que responder. Essa atitude era inesperada. Antes que algum deles pudesse responder, ela voltou a falar: - Kanon, por favor segure minha mão. Sentirei-me mais segura, para dormir.
- ... Sim, minha Senhora. - ele caminhou até a cama dela, e sentou-se na beirada segurando a sua delicada mão.
- Obrigada, meu adorado cavaleiro. Não sei se sabes, mas... - ela voltou a sentir o amuleto do colar queimar e até pesar mais do que o costume. Apenas terminou de falar: - Mas... Desde a batalha de Hades que mantenho um sentimento por você. Não apenas por você, mas por outros cavaleiros também. Vocês se mostraram muito fiéis a mim, naquela batalha. Isso me cativou, hoje eu queria saber se estou certa em pensar desse modo. - sua outra mão erguia-se em direção ao rosto do cavaleiro que mantinha uma expressão curiosa, num misto de surpresa e satisfação. - Não me negues... - ela aproximou o seu rosto do dele, fazendo tocar os lábios num beijo.
Miro assistia a cena, incrédulo, não sabia no que pensar. Sabia, porém que começara a sobrar ali, saindo de fininho em passos lentos. Quando foi interrompido pela voz de Saori: - Aonde pensas que vai, Miro?
- Érr... eu... bem... Acho que vocês querem ficar a sós, não? - falou meio enrolado.
- Também o quero aqui, do meu lado. Venha! - ordenou ao cavaleiro, que mesmo dividido entre o respeito e o prazer, caminhou para perto dela. - Deixe-me experimentar os famosos lábios do cavaleiro de escorpião. - ele se aproximou cada vez mais dela, e gentilmente a pegou nos braços, tocando os seus lábios num sonoro beijo.
Com uma mão, ela desabotoa a camisa do cavaleiro de gêmeos, e com a outra a do cavaleiro de escorpião. Ela encosta-se nos travesseiros, e sente-se beijada por um deles, não sabendo qual. Mãos ásperas invadem sua camisola fazendo-a escorregar por seu corpo alvo. Deixando apenas o amuleto por entre seus seios.
Continua...
..........................
N/A:
Oi! Espero que tenham gostado deste fic. Ele é baseado no livro "As Brumas de Avalon", mais especificamente no final do livro dois. Onde a rainha Gwenhwyfar (esposa de Artur) sob o efeito de um amuleto dado por Morgana, com a finalidade de ter um filho, deita-se com Artur e Lancelote na mesma cama, durante os festejos das fogueiras de Beltane. O amuleto faria com que a Deusa realizasse qualquer desejo seu, aparentemente o de ter um herdeiro, mas não foi bem assim que aconteceu.
Quando li, me lembrei do episódio da saga de Hades, em que Miro briga com Kanon por ele estar junto de Saori (sei que não é bem assim, Miro o julgava traidor.), e ela fica dividida entre os dois. Apartir daí, eu pensei numa versão da história de Camelot, para Saint Seiya. Não sei se ficou bom, mas utilizarei uma linguagem mais polida para não se tornar uma baixaria... Apesar de já ser... huh huh.. Espero pelos reviews!!!
P.S: Não sei se pode ser considerado um lemon, já que não tenho muita experiência neste gênero. Classifico com um leve hentai/yaoi lemon.
Kourin-sama
(uma ficwriter meio maluca e doentia... .)
kourinsamabol.com.br
..........................
