Retração: "Eu não possuo os direitos sobre Saint Seiya, ou sobre qualquer de seus personagens. Todos os direitos cabem ao Masami Kurumada, criador e desenhista do manga series. Apenas os utilizo para a redação de fanfics."

Desejo de uma Deusa

Capítulo 4 - A Punição

Todos os cavaleiros conversavam alegremente na mesa a espera de Athena. Miro e Kanon sentados um em frente ao outro, não se encararam um só segundo, afinal mantinham toda a atenção voltada para a amigável discursão causada por Máscara da Morte.

Desde que todos souberam do presente especial dado a deusa, suas vidas não mais foram as mesmas.

- Bem, cavaleiros eu tenho algo a lhes dizer. - falou Saori, a jovem reencarnação de Athena. - Estou esperando uma criança, e em breve talvez teremos a minha sucessora!

Ao mesmo tempo, como se fossem um só, Kanon e Miro engasgaram-se com o vinho que tomavam. Todos olharam surpresos para os cavaleiros que engasgados mudavam de cor gradualmente.

Saori não se abalou com a demonstração dos dois, apenas ordenou que alguém fizesse algo pelo dois.

- Vamos Camus, seu namorado vai morrer! - falou Máscara da Morte num tom de zombaria.

Camus lançou um olhar frio para Máscara da Morte e não se moveu. Nem ao menos se importou com Miro que estava do seu lado e autorizou Afrodite para que ele desengasgasse o seu namorado.

Após o término da reunião, todos haviam saído de seus lugares e foram cumprimentar a Saori pessoalmente, inclusive os dois.

- Athena, fico muito feliz em saber que ganharás essa criança. Serei sempre fiel a ti. - falou Miro olhando dentro dos seus olhos azuis.

Saori agradeceu. Depois Kanon também a parabenizou, porém sem encara-la. - Os deuses a agraciaram Athena, conte sempre com minha fidelidade.

Alguns minutos depois, ainda na Sala do Grande Mestre onde foi servido o jantar de comemoração. Não havia mais ninguém além de Seiya a Saori. Ele tentava manter-se lúcido após vários copos de vinho.

- O que aconteceu, Saori? - perguntou com a voz trocada.

- Nada demais. Nada... - respondeu com lágrimas nos olhos.

- Como nada se você está chorando? É a gravidez né? Você fica mais sensível...

- Já disse que não é nada! NADA!!! AGORA ME DEIXA EM PAZ!! - gritou com le e desesperou-se ainda mais. Ela saiu correndo da sala aos prantos...

Seiya coçou a cabeça e procurou por mais vinho. "Será que é porque estou bebendo? Não... hic! Esse vinho está muito bom..." - Servas, tragam mais vinho para mim! Hoje vou tomar todas! Serei pai em breve!!

Longe dali, Saori chora sem parar. Parou diante de um penhasco que tem perto do Salão do Grande Mestre e sentou a beira dele.

"Por que... POR QUÊ eles vieram falar comigo!", pensou olhando para o nada. Sentiu alguém lhe tocar a face enxugando uma de suas várias lágrimas. Ela virou o rosto e sentiu os lábios quentes de alguém que conhecia bem.

- Você... - exclamou.

- Eu mesmo, em carne e osso. - falou rindo. Era incrível como ele conseguia manter o bom humor, nas ocasiões mais inesperadas. - Por que está triste? Assim o bebê também se entristece.

Saori olhou para ele, e sentiu-se mais segura, ele passava este sentimento para ela, a acalmava. Observou-o sentar de seu lado, à beira do precipício, sua mão suave e quente tocar a sua, num gesto acolhedor. - Eu triste? Não tenho motivos para isso. - respondeu com ironia.

- Não? Tem certeza? - perguntou. - Mas era isso o que desejavas desde o início!

- É... Mas nem sempre o queremos concretizasse da forma que queremos. - olhou para o espaço, as estrelas, as suas estrelas.

- Mas eu a avisei sobre isso, quando lhe entreguei o colar. Já sabias disso. - ajeitou os cabelos que se mexiam muito com o vento.

Saori olhou para ele que a todo custo colocava os cabelos numa presilha. - Hahhaah.. deixa ele assim! Eu o ajudo a arrumar depois! - ele negou com a cabeça. - Eu já sabia e previa, mas não tenho idéia de quem seja o pai.

Ele a olhou surpreso. - Não!? Ainda não sentiu a energia cósmica da criança? Por ela dá para saber quem é o pai!

- Sério? Nunca pensei nisso.. não sei. - falou.

Ele pousou a mão sobre o ventre dela, e fechou os olhos. Sorriu e falou: - Vai ser uma linda criança. E parecida comigo!

Saori arregalou os olhos e exclamou: - Sua?! Como pode...

- Você sabe como... - respondeu enigmático.

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Alguns dias depois do jantar num bar que fica próximo ao Santuário, Kanon aproveita o resto da tarde de Domingo para refletir sobre sua vida. A bebida o ajudaria a relaxar, já que nos últimos dias ela não tinha sido nada boa.

- Kanon, eu preciso falar com você, cara. - pousou a mão sobre o ombro do cavaleiro. - Tenho que lhe explicar algumas coisas.

Ele tomou um gole do seu uísque, e falou: - O que você quer Miro, não já estragou demais a minha vida?

- Não foi a minha intenção. E também não foi culpa só minha, a Saori também contribuiu muito para sua 'ruina'. - ele puxou uma cadeira e sentou-se na mesa com Kanon. Pediu um drink também.

Kanon o ignorou e continuou a tomar seu uísque solitário. Miro tomou mais um gole e resolveu começar: - Er... Quero que você saiba que ainda continuo sendo seu amigo e...

- Eu não. - respondeu frio.

Miro engoliu em seco e continuou: - Desculpe-me por ter... bem você sabe. Eu estava bêbado e... parecia que tinha uma força sobrenatural agindo em nós naquela noite.

- Você quer dizer a sua safadeza, né? Miro de Escorpião.

Ele sorriu. - Não mereço elogios. Mereço até uns socos.

- Vá pedir para o seu francês, que quase me mata outro dia com os seus ciúmes descontrolados. - franziu as sobrancelhas numa expressão de reprovação.

Miro sorriu novamente, ele adora o jeito sádico do amigo. - É sobre ele que eu gostaria de falar.

- Você agora vai querer que eu vire sua amiguinha para me contar as novidades do seu namorado?! Veja se eu tenho cara para isso.

"Nossa que mal-humor." - Não é isso. Quero que você fale com ele para explicar que não tive culpa em traí-lo. - tomou mais um gole do vinho.

Kanon olhou para ele e disse surpreso: - Você quer que eu morra congelado? Se eu disser isso àquele cabeça oca, ele vai pensar que eu seduzi você! E a Saori também. E você sabe que não foi assim.

- Não! Se o quisesse morto eu mesmo teria feito. - falou sorrindo.

- Isso é que é amigo, não preciso mais ter inimigos. - falou pondo a mão na cabeça, sentindo-se vítima.

- Não exagere. Mas, não é só isso que vim falar. Você acha que o filho que Saori carrega no ventre é meu ou seu?

A face de Kanon obscureceu. - Não sei. Na verdade não sei o que pensar. - tomou o restante do copo de uísque de uma vez.

- Eu também. - fez o mesmo com o seu vinho. - Só sei de uma coisa, quando o Pégaso descobrir teremos que lutar contra ele.

- E se ele morrer no combate contra dois cavaleiros de ouro que é o mais provável, seremos banidos por Athena. É um beco-sem-saída. - pediu mais uma dose ao garçom do refinado bar. - Só saberemos quando a criança nascer. Até lá é esperar.

Miro assentiu com a cabeça. "Ele tinha razão tenho que esperar até lá, eu preferia que não fosse minha.", ficou absortido por alguns minutos e perguntou mais uma vez: - Você faz o que eu pedi? Conversa com aquele teimoso, porque infelizmente gosto muito dele.

- Sim. Eu faço Miro. Agora por favor, eu gostaria de ficar um pouco sozinho, saboreando mais o meu uísque.

- Tudo bem, eu já estava indo embora mesmo. - levantou-se e quase caiu ao ver quem acabara de entrar no bar, o cavaleiro de aquário. - Kanon, ele está aqui!

- Ele quem? - perguntou procurando por todos os lados, até que uma mão gelada tocou-lhe os ombros. - Olá Camus! Você está bem?

O francês sorriu friamente, observou os dois sentados a mesa tomando um drink casualmente como se fossem mais que amigos, olhou para si próprio e enxergou alguém feito de palhaço durante um longo tempo. Pegou a taça de vinho de Miro resfriou-a e bebeu até o final. Olhou para os dois com uma expressão séria, e falou: - Creio que vocês estam melhor do que eu. Nést-vous pás, mes chaveliers?

Miro mudou de cor várias vezes, ele sabia que não terminaria bem, essa amigável conversa. Tomou coragem e falou: - Camus... você não está pensando que eu e o...

- Non! Não estou pensando em nada agora, mon ami...

Miro sorriu. - Que bom então... eu já estava mesmo de saída, e o Kanon quer falar com você Camus, não é mesmo?

- Sim. - respondeu o grego.

Camus arqueou as sobrancelhas e exclamou: - Falar comigo?! Sobre o quê?! - estava visivelmente alterado, entretanto mantinha a todo custo a calma.

Miro acenou para os dois, e levantou-se da mesa devagar. - Tchau! Até outra hora...

- MIRO! Fique aqui. - exclamou Camus mais frio do que nunca. - Quero que você escute o que ele tem a me dizer, porque ao contrário de você eu sou honesto, faço as coisas na cara e não pelas costas.

Miro engoliu em seco e voltou a sentar em seu lugar, pediu uma dose de uísque, que era mais forte que o vinho bebido antes. Ele pretendia permanecer inerte a conversa, que seria muito perigosa.

Camus ajeitou-se na cadeira e falou devagar: - Vamos Kanon, o que é tão fantástico para você me contar assim tão rápido?

Kanon olhou para Miro e Camus tomou mais de seu uísque e começou...

Continua...

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N/A:

Olá! Enfim terminei este capítulo... demorou mas saiu! Peço desculpas pela demora... :P Mas espero que tenham gostado, e o próximo capítulo será o final definitivo... muitas surpresas virão por aí...

Agradecimentos a Camilla, Taty, Mari Marin, Ia-chan, Pipe e Verena/Volpi. Muito obrigada pelos seus reviews! E todas as dúvidas, serão respondidas no próximo capítulo... aguardem!!

Kourin-sama

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