O Basta
"Um jogo bruto, eu diria. E trabalhoso, a curto prazo. Foi inútil alertar a Fred e Jorge que eles deveriam evitar aquele garoto negro de cara feia. Foram braços torcidos e olhos roxos. Um desastre por completo. Decididamente eu não nasci para isso. Não é o que dizem na formação para Técnicos Curandeiros quando nos formamos. Eu não imagino a minha profissão assim e sequer vou continuar com isso. São dois anos de turbulências e sete meses de insatisfações. Se um dia isso foi prazer, hoje é tormento. Para mim não dá mais. É o fim. Foi bom? Sim, mas agora já foi. Tudo tem o seu tempo, e o dos Can teve seu fim. Hasta La vista."
' Basta, David! – Com as portas fechadas ouvia-se os berros do capitão enquato a garota pedia o fim do contrato.
' Não pode ser no fim da temporada, Weasley? – David Jonham suplicava à garota em vão.
' Levante-se, David. Aja como um homem ao menos uma vez na vida! – A garota bradava sorridente com uma mochila nas costas e a varinha em punho. Os cabelos presos num nó e um brilho de triunfo nos olhos. Abriu a porta dupla do Vestiário com um chute e deixou à vista o homem de cabelos pretos embaraçados com as mãos juntas e ódio no olhar.
' Mas Gina, como o time vai continuar sem uma curandeira? – Fred e Jorge a bombardeavam com perguntas e pequenas ameaças ininteligíveis, porém nada era maior do que a vontade de sair dali que o peito de Gina sentia.
' Liguem-me se houver algum problema, sabe? Eu aprendi a usar aqueles aparelhos que papai tanto gosta. – Ao sair pela porta principal do estádio oficial nacional da Escócia, ela arremessou com a ajuda da varinha um papelote pequeno com um número de telefone celular inglês.
Okay, agora já tinha tomado a decisão mais fácil. Pedir a maldita demissão. Só havia um porém: ela não conhecia a Escócia e teria de ficar ali pelo menos por uma semana, até que o agente do time resolvesse pagá-la, como o combinado. Não que fosse fácil encontrar no meio de uma região desconhecida, um hotel bruxo, mas não custaria nada tentar.
A camiseta largada do Chudley Cannons que Gina estava, cada vez mais balançava enquanto ela andava com a mochila nas costas, olhando tudo em volta, em busca de algo conhecido que não fossem propagandas de produtos Trouxas. "Diabos de cidade inútil" ela pensou consigo.
Claro! A estação de trem bruxo que ela havia deixado para trás quando vieram para o estádio. Seria lá que voltaria, e orientação para isso não precisaria, pois entendia bem o mapa que David a entregou quando desceram do trem.
Como diria seu pai: "Quem procura acha." E Gina achou mais do que uma estação. Conseguiu um local para se hospedar por apenas alguns galeões. E agora estava quase paupérrima com o que o maldito informante da estação a havia cobrado para dizer onde o hotel ficava.
