Tributo à inocência
"Meu exemplo, meus valores, meu carinho, minha paz, junto com ele, tudo se foi. Mais um alicerce que eu vejo partir. Como muitas filhas, eu pensei te-lo para sempre, como muitas crianças, eu pensei que ele fosse imortal. Agora, olhando para o que passou, eu deveria ter imaginado que não era. Por tudo o que passávamos juntos. Pelo apoio que eu tive dele. Por tudo o que eu ganhei e tudo o que construí em cima de palavras dele. Por toda a honestidade e justiça que o seu corpo me passava. Pelos ensinamentos de amor, carinho, respeito e humanidade que ele me deu. Pelas brigas e discussões pelo meu bem. Pelos momentos inesquecíveis que o Meu Chão me deu que eu digo que, assim como ele me deu você, com ele indo, muito muda. Com ele não estando mais na próxima ceia. Com menos uma pessoa no meu aniversário, com o débito d'O Pai na minha vida. Junto com todos esses prazeres e quereres que eu vi partir, eu deixo partir aqui a pequena garota que havia dentro de mim. Mudando e crescendo. Indo para o mundo como eu deveria ter ido antes. Seguindo os meus instintos que antes eu escondi. Com a morte, que levou o meu pai, vai levar para longe a pequena Ginevra Molly Weasley, e com a pequena Sardenta, levará você. Porque O Diário não terá mais sentido se não for visto por Ele no fim de cada mês. A Partir de hoje, meu diário, eu te arquivo, te selo e te armazeno como uma lembrança, de um passado infantil que não mais vai estar presente. Agora eu me comunico com ele pelos meus pensamentos. Agora eu tenho ele na minha mente e assim somente. Aquele que eu amo, aquele que eu respeito, e que por muito tempo continuará assim, está agora dentro de mim. Em tributo a Arthur Weasley, Pai, Amigo e Companheiro."
Gina chorava e deixava as lágrimas pingarem na superfície d'O Diário. Sabia que seria a última vez que escreveria. Sabia que não mais teria o seu escoamento de sentimentos, e não mais o queria. Agora ele estaria selado, e aos poucos a Menina Weasley ia sendo deixada para trás. A cada palavra escrita um passo era calculado em sua mente. A cada frase completada era um encanto desfeito. A cada idéia consolidada um sonho ia se desfazendo. Agora, mais do que nunca, apenas o concreto poderia influenciá-la, e o concreto agora era os desejos. O concreto agora era a vontade de mudar e de se desprender do passado.
O apartamento vazio. A lareira sem chamas. Mochila nas costas e Capa Bruxa sobre os ombros. Varinha em punho e Diário no bolso. Aquilo tudo mudaria. Ela agora era simplesmente a Gina, não mais a Pequena Gina, ou a Menina Weasley; agora, mais do que nunca, precisava atender aos seus desejos e vontades, assim como às suas mudanças. Chave entregue, apartamento vazio. Agora o que lhe restava era apenas a Gina Andarilha, que tomaria seu destino rumo ao Lado Negro, e que, em pouco tempo, perderia o olhar inocente que um dia teve, e nunca mais novamente voltará a te-lo novamente, porque quando se muda, é impossível voltar atrás, por mais que se tente, assim dizia seu pai, em mente.
Já fazia um mês desde a morte de Arthur, e já fazia uma Semana que saíra do St. Mungus, agora Gina apenas precisava ter a certeza de que o mudado não voltaria. As roupas antigas foram entregues. Os ideais antigos foram deixados junto com o diário na casa de sua mãe. A inocência se foi com o caixão e o amor ao próximo junto com o tiro disparado pela Louca Trouxa.
Mansão Malfoy era o seu destino, e que fosse logo, pois não queria esperar muito para ter seu destino traçado. Não seria difícil chegar até lá, ela tinha seus métodos, e com parte da herança do pai que fora destinada a si, ela pôde se equipar melhor para assim sobreviver longe das Asas Maternais.
Só precisava avisar a Draco que ela o estaria aguardando em um Bar Trouxa perto dali. Pronto, o recado estava dado, ela só esperava que os Elfos dos Malfoy fossem tão inteligentes e obedientes quanto a família fazia eles parecerem.
' A senhorita lhe espera na mesa 27. – O recepcionista apontou a mesa e Draco se espantou ao olhar.
Gina havia cortado os cabelos na altura do queixo e eles pareciam mais flamejantes do que o normal. Os olhos estavam um pouco mais sensuais e os lábios fortemente delineados por um batom vinho. O corpo da mulher estava vestido por uma túnica preta grossa, que não deixava que o Loiro sequer imaginasse o que por baixo dali haveria.
' Gina? – O Malfoy parou absorto sob os olhos escondidos pelo capuz recém-tirado.
' Olá, Draco! – A Weasley piscou sorridente para o Sonserino e o pediu que sentasse.
Um almoço cordial e um pouco sedutor, e um diálogo bastante esclarecedor fez Draco entender o que a Mudada Weasley queria, embora pouco pudesse acreditar no que pedia.
' Então vamos ver se eu entendi, Weasley? – Saindo do Bar e indo em direção à Mansão Malfoy, o Loiro tentava aceitar a idéia da proposta de Gina.
' Vamos lá, Malfoy. Você consegue. – O sorriso de Gina não era mais o mesmo, não transparecia mais inocência e delicadeza, agora era cheio de malícia e manipulação.
' Você que que eu lhe leve como capturada para a Mansão. Que eu lhe traga comigo à todas as tarefas "pouco ortodoxas" que minha tia e mãe exigirem e quer "aprender" a ser tão cruel como um Comensal, mas não quer ser uma Comensal, é isso? – Os olhos confusos de Malfoy andavam ao lado de Gina e ainda assim focavam o olhar, agora sedutor, da Ruiva.
' Viu como isso é fácil, Malfoy? – A mulher tirou a túnica negra, e por baixo dos panos se mostrou um vestido negro curto e rosado, de um tecido fino e um pouco transparente, que lhe dava um tom todo inocente, malicioso e libidinoso.
A mulher continuava a andar pela rua na qual os dois haviam entrado, e Draco parara um pouco atrás, observando o andar de Gina e absorto em pensamentos de intenções subentendidas.
'O que foi, Malfoy? Perdeu o fôlego? – Gina parou e virou-se para trás, com um movimento rápido que deixou parte das suas coxas aparecendo para o Malfoy Pensativo.
' Não conte com isso, Weasley. – Como nos tempos antigos, ele acelerou o passo e foi até Gina, parou atrás da garota e segurou-a pela cintura, abraçando seu ventre e acariciando sua púbis.
' Malfoy... Não. – A Ruiva segurou as mãos do homem onde estavam e fechou os olhos.
Não era correto, e tudo o que ela queria era aprender a ser menos emotiva. Não custava nada, mas não queria envolvimentos. Não era possível que aquele homem ainda mexesse com seus pensamentos. Não era possível que ele ainda fizesse parte dos desejos que ela tinha arquivados em sua mente. O hálito quente de Draco estava deixando-a louca. Os olhos fechados imaginavam ele a possuindo e os carinhos dos quais precisava. As mãos do Loiro continuavam a insistir em tocar seu sexo. A boca de Malfoy continuava a tocar sua nuca, chupando-a e baijando-a, buscando a excitação e expressão do prazer.
Draco não estava pensando em mais nada. Aquela que um dia fora chamada de pirralha, agora o fazia perder a noção do pudor. As mãos insistiam em, mesmo bloqueadas, correr para a parte interna das coxas da Weasley. O corpo arrastando Gina para a parede, tocando seu pênis na pequena nádega da Ruiva. A boca em contato com a alva e delicada pele do pescoço e nuca da menina, isso tudo o estava deixando louco. Os modos de possessão o estavam enlouquecendo, as imagens que rebolavam em sua mente pareciam os quadris que imaginava ele ser os de Gina.
' Não! – Gina fincou as unhas nas mãos de Draco e afastou-o dela. Mesmo que internamente pedindo, com todas as suas forças, que ele insistisse.
' Draco, o meu interesse é apenas... profissional, estamos entendidos? – A voz arfante de Gina mentiam por ela, que insistia em recompor sua pose.
' Okay, Weasley, isso não irá se... repetir. – O sorriso nos lábios de Draco também mentiam as suas palavras. E assim, caminharam rumo à Mansão Malfoy, com pensamentos libidinosos e intenções secundárias, porém os dois, separadamente, negando os próprios desejos.
Os dois, constrangidos, não se olharam até chegar à Mansão, onde, ao parar nos portões de entrada, Draco lembrou-se de algo importante e com o sorriso malicioso de quem precisa de algo questionou Gina:
' Okay, Gina, eu lhe treino mas... O que eu ganho em troca? – O olhar de Draco para o corpo da Mulher Ruiva parecia dizer por ele. Os olhos pareciam tirar o vestido da Grifinória e tocar-lhe os seios sem permissão ou mãos.
' Malfoy, meu caro, não seja inocente, aos poucos você irá sendo recompensado pelos seus esforços e trabalhos em relação a mim. – Gina iniciara a fala insegura, mas aos poucos, com as mãos de Draco sobre as suas, e passando-a sobre o corpo de Malfoy, diziam por ela o que os dois queriam ouvir.
' Então eu tenho de começar o meu trabalho, não é mesmo, Weasley? – O homem loiro segurou a Ruiva pelos cabelos e puxou a varinha, imobilizando os braços da menina e a impedindo de falar.
Gina não sabia explicar, mas além de concordar com tudo aquilo, ainda sentia prazer em ser subordinada a Draco, que sorrindo malevolamente, selou os lábios dos dois com um beijo agressivo, possessivo e excitantemente curto, porém longo o bastante para os pensamentos se cruzarem e a barreira da dor e do prazer se apaziguarem. Em poucos minutos, estariam entrando, Presa e Caçador, na Mansão Malfoy.
Não foi fácil convencer os Elfos de que Gina era uma prisioneira, muito menos explicar à Narcisa Black a idéia mirabolante que "Draco" havia tido. Mas mesmo sob os olhos de desconfiança da Matriarca Malfoy, o casal pôde ser acolhido dentro do casarão.
' Já que você é minha prisioneira então eu farei tudo como deve ser. – Draco estava levando a garota para o porão de sua Mansão, sorridente e imponente, com ela presa em seus braços e agora, com a boca livre para falar o que bem entendesse.
' Então eu vou ficar presa? Como uma prisioneira mesmo. Só espero que aqui tenha Suco de Abóbora e gelo. – O sorriso da Weasley transpassava maldade e provocação. Andava sem se opor e ainda presa, cantarolava enquanto caminhava para o local de seu cativeiro.
De repente tudo ficou negro; os olhos não enxergavam, mas ainda podia ouvir os seus próprios passos. Ela não gostava nada de não ter o controle do que estava à frente. Alguns sons metálicos eram ouvidos e o habitual gargalhar do Loiro ainda penetrava seus tímpanos. Por alguns segundos teve o ímpeto de desistir daquilo tudo e voltar a ser o que era antes, mas ao vir a lembrança de seu pai em sua mente, a sede de vingança conseguia ser cada vez maior.
' Draco? Malfoy!? – A voz amedrontada de Gina era ecoante onde estavam, e aos poucos ela sentia seu braço ser preso a algum tipo de metal, e por uma fração de segundos se viu sentada em um banco de pedra, olhando apenas pela luz de uma tocha de chama rebolante, o contorno do corpo e rosto de Draco na penumbra.
' Quer um cigarro, Weasley? – O olhar de Draco era escondido pelas sombras, mas de certo estava estreito e gatuno, como sempre. A pequena chama em suas mãos parecia sorrir para a garota a pedido que lhe tocasse os lábios.
' Solta isso, Malfoy! Solta os grilhões! – Irritada e desconfortável, Gina bradava em tom alto com Draco, que por sua vez permanecia com um dos pés em cima do banco onde ela estava sentada e balançava a brasa do cigarro perto do rosto da Weasley.
' Eu creio que você não esteja em condições de querer absolutamente nada, Weasley. – Draco aproximou o rosto do de Gina, e a garota sentiu o hálito mentolado do cigarro que ele fumava pela primeira vez. Curvou o rosto parra longe como se protegesse sua mente dos insultos daquele Aristocrata.
' Saia. De perto. De mim. Malfoy! – A Garota gritava com os dentes cerrados para Draco, enquanto ele insistia em passar a língua pelos ombros dela.
' Não ainda, Weasley. Não ainda. – O garoto apagou o cigarro e jogou no chão. Gina não iria ceder tão cedo aos desejos daquele Malfoy Maldito.
Malfoy tirou os pés de cima do banco e sorriu maldoso. O olhar da Weasley era de apreensão e desejo. Aquilo cada vez mais o impulsionava a agir. Se ela queria mesmo ser uma prisioneira, teria de ceder aos desejos do cárcere, e um dos desejos, pelo menos ali, naquela hora, era possui-la, fosse com ou sem permissão.
Os olhos de Gina pareciam querer fechar diante da cena. Draco estava abaixado na sua frente e dançava com as mãos nas coxas da Ruiva, sorrindo e com os lábios encostando, por vezes em sua perna. As mãos invadiam o interior do vestido dela e aos poucos ela sentia o calor dos dedos de um Malfoy pelo seu corpo. A boca do Loiro insistia em dilacerar suas vestes, enquanto Gina retorcia as algemas e grilhões com um gemido choroso de alguém que se opõe.
Presa à parede por algemas e com os braços acima da cabeça, nada ela poderia fazer senão continuar a gemer de ódio por ter o seu corpo tocado porá alguém que não lhe fora permitido. Por mais estranho que isso possa parecer, quando Malfoy a olhou nos olhos, apenas com o pretexto de arrancar-lhe melhor o vestido, ela viu em seus olhos a segurança, e aos poucos, como se perdesse o medo, fechava os olhos e buscava o prazer nos toques ansiosos do Menino Malfoy.
Agora, nua e em cima de um banco, presa e sem a capacidade de se defender, Gina sentia a adrenalina em seu corpo. A boca de Malfoy explorava o seu ventre com selvageria. Mordidas e fortes chupões que já a estavam enlouquecendo, por um breve momento teve a impressão de querer realmente ser tomada pelo Garoto. As mãos de Draco acariciavam os mamilos e seios de Gina e parecia intensificar os movimentos a cada som emitido pela garota. O hálito dele estava se aproximando, e aos poucos ela sentia as mãos deixando seus seios e abrindo as próprias pernas rapidamente. A boca de Malfoy parecia beijar e afagar sem nenhuma pena ou compaixão a fragilidade do sexo da garota. Ao toque da macia e quente língua do Loiro, as mãos se contorceram nas algemas e os olhos reviraram de prazer. O corpo não resistiu e cede. Malfoy percebeu a diferença, e não mais as pernas dela faziam força oposta, apenas as respirações eram ouvidas, junto ao tilintar das correntes que a aprisionavam.
Na mente de Gina confusões explodiam. A vontade de se soltar dos grilhões e abraçar o corpo daquele Sonserino era tamanha. O desejo de poder também toca-lo sem preocupar-se com princípios ou valores a instigavam. O turbilhão de prazer de sentidos a levavam à insanidade. Enquanto pensava em como agiar a língua de Draco explorava a rosada e fina tez d'entre as suas pernas com voracidade. Parecia que a queria penetrar ali, sem nenhum pudor ou sentimento de culpa.
Os lábios do homem loiro sentiam o gosto levemente salgado do corpo daquela Ruiva Ardente. O cheiro e a maciez do local o faziam cada vez querer mais, e aos poucos começava a perder a compostura do jogo e a se entregar a dar praze àquela Weasley gemente que se contorcia nos grilhões. Ele precisava resistir. E assim o faria, caso contrário em pouco tempo estaria envolvido, e isso não estava definitivamente dentro do script daquele pequeno jogo. A razão ainda sobressaía pelo prazer, e tanto ao ponto de faze-lo afastar o rosto e acariciar as coxas de Gina.
' Agora nós vamos ver quem dá as cartas por aqui, meu bem. – Os gemidos e contorções cessaram. Draco Malfoy voltou à pose anterior, acendeu outro cigarro e com o olhar de maior triunfo possível, piscou para trás, deixando uma Gina excitada e desatinada com o olhar vago acorrentado.
[ Nota do Autor: É complicado escrever uma Fanfic tendo por base os pensamentos feminnos quando se é um garoto, mas com o tempo eu me acostumo. Próximo capítulo em construção. Críticas e sugestões, deixem Reviews. u.u ]
