Capítulo 1 – Encontro

They came for him one winter's night.
Arrested, he was bound.
They said there'd been a robbery,
his pistol had been found.

They marched to the station house,
he waited for the dawn.
And as they led him to the dock,
he knew that he'd been wronged.
"You stand accused of robbery,"
he heard the bailiff say.
He knew without an alibi,
tomorrow's light would mourn his freedom.

Over the hills and far away,
for ten long years he'll count the days.
Over the mountains and the seas,
a prisoner's life for him there'll be.

He knew that it would cost him dear,
but yet he dare not say.
Where he had been that fateful night,
a secret it must stay.
He had to fight back tears of rage.
His heart beat like a drum.
For with the wife of his best friend,
he spent his final night of freedom.

Over the hills and far away,
she swears he will return one day.
Far from the mountains and the seas,
back in her arms is where he'll be.
Over the hills and far away.

Over the hills and,
over the hills and,
over the hills and far away.

Each night within his prison cell,
he looks out through the bars.
He reads the letters that she wrote.
One day he'll know the taste of freedom.

Over the hills and far away,
she prays he will return one day.
As sure as the rivers reach the seas,
back in his arms is where she'll be.

Over the hills and far away,
he swears he will return one day.
Far from the mountains and the seas,
back in her arms is where he'll be.

Over the hills,
over the hills and far away.

(Over the hills and far away – Nightwish)

Eram seis e meia da manhã, um som alto invadia o quarto, onde uma mal-humorada jovem acabara de acordar.

- AOSHI-SAMA VOCE NÃO SABE COMO EU TE AMO! - gritou Kaoru do quarto dela – Para sua informação eu estava tentando dormir!

Kaoru levantou-se e foi a procura do culpado pelo seu mal-humor matinal, abriu a porta do quarto de seu irmão, um som ensurdecedor infestava o ambiente.

- Kaoru-chan, – disse Aoshi em tom de ironia – ao que devo a sua ilustre visita?

- Ah, francamente, abaixe esse som, eu estv.... – mas não pode terminar a frase pois foi surpreendida por um abraça de seu irmão.

- Kaoru-chan vai ficar com rugas se continuar assim.

Kaoru foi até o som e o desligou:

- Porque essa felicidade toda, hein??? – indagou Kaoru, intrigada pelo repentino "ataque" de felicidade de seu irmão.

- Simples, hoje sai o financiamento do meu projeto!

- Tá, tá, mas não precisa fazer todo esse barulho logo de manha, né?

- Você é um saco irmãzinha, vai se arrumar que eu preciso deixar nosso pai no aeroporto antes de te deixar no colégio.

- Quem vai fazer o café??

- Eu, agora vá e não enrole.

Kaoru dirigiu-se a seu quarto e começou a se trocar, olhou pela janela e viu que uma forte neblina a impedia de observar a cidade "Deve estar frio, vou colocar uma blusa a mais", depois de ter colocado o uniforme da escola, Kaoru prendeu seu cabelo em um alto rabo de cavalo e foi para sala tomar seu café-da-manhã.

- Bom dia Kaoru! – falou um senhor que entrava pela sala

- Bom dia papai, dormiu bem!

Kaoru sorriu ao contemplar sua família reunida: Aoshi era seu irmão mais velho, sempre frio e distante, mas não disfarçava a preocupação que tinha com sua irmã; o Pai sempre ocupado, mal parava uma semana em casa; a mãe havia falecido quando ela tinha cinco anos, e desde então quem mais cuidava dela era seu irmão. Kaoru com seus dezessete anos era a caçula da família.

Depois de tomarem o café, todos estavam prontos para sair, Aoshi estava trancando a porta de casa quando Kaoru disse:

- Droga, meus óculos

Retornando a seu quarto olhou para o odiado objeto, desde que perdera uma de suas lentes de contato passara a usar os óculos na escola, mas ainda não tinha se acostumado com eles. "Semana que vem eu busco minhas novas lentes, você esta com os dias contados", sorrindo maliciosamente para o objeto, coloco-o em sua face e foi em direção a porta.

Perto das sete e meia, depois de já terem deixado seu pai no aeroporto, chegaram ao colégio. Aoshi estacionou carro na frente da escola.

- A que horas você vai voltar para casa?

- Acho que só à noite, combinei com a Misao de nós irmos ver um cursinho

- Tudo bem, não se esqueça disso – Aoshi entregou um cachecol para sua irmã. – se cuide, viu.

- Aoshi-chan??

- Fale?

- É bom ver você voltar ao normal – e dando um belo sorriso para seu irmão fechou a porta do carro e dirigiu-se para escola

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Do outro lado da cidade um telefone tocava insistentemente. Um homem encontrava-se jogado no sofá, em meio a uma confusão de livros, pratos sujos e garrafas de sake. "Quem será a essa hora?"

- Alo?

- Kenshin, o que você esta fazendo?

- Ah, Tomoe, eu estava tentando dormir. – suspirou Kenshin desanimadamente, "O que será que ela quer?"

- Já faz mais de meia hora que eu estou tentando ligar para você. Só quero avisar que eu e a Yuki estamos em Tóquio e seria muito interessante se o pai desnaturado dela viesse pelo menos dar um abraço nela.

- Ah, não comece. Não fui eu que fui morar fora do país. Onde vocês estão?

- Vou te passar o endereço, vê se anota direito. – depois de ter anotado o endereço, Kenshin lembrou-se de um detalhe

- Hum, Tomoe. Hoje é o meu primeiro dia no meu novo emprego - disse olhando para o relógio e constatando estar atrasado – Por isso eu acho que só poderei passar aí, depois das cinco.

- Tudo bem, boa sorte. Até mais.

- Até. Mande um beijo para a Yuki.

Kenshin desligou o telefone e começou a olhar a sua volta, "isto aqui esta parecendo um campo de guerra." Começou a juntar os pratos sujos espalhados pela sala "eu deveria parar de dormir no sofá, afinal cama serve para o que?". Vendo a bagunça em que a sala se encontrava desistiu de tentar arruma-la, "eu to atrasado, arrumo isso mais tarde".

Ele fora casado com Tomoe por cinco anos, "mas um dia essas coisas sempre acabam", foi o que disse para si mesmo no dia da sua separação. A relação entre os dois era insustentável naquele ponto, Tomoe se implicava com quase tudo, mas depois que cada um seguiu seu próprio caminho, a relação entre os dois tornou-se uma inesperada amizade. "Jovens não sabem o que fazem". Ainda por cima carregavam uma grande responsabilidade nas costas, chamada Yuki. Por mais que tentassem não conseguiam dar uma vida normal à garota.

Tomoe havia se casado de novo e morava na Inglaterra, havia levado a filha consigo, mas a garota era muito apegada a seu pai, então elas vinham constantemente ao Japão para ela visita-lo. Kenshin não podia dizer que levava uma vida muito normal, trabalhava para a polícia e vivia uma vida muito arriscada e vivia pulando de cidade em cidade. "não é o tipo de vida que uma criança de 7 anos gostaria de ter".

Entrou no carro. "espero não pegar engarrafamento no meio do caminho", e foi para a escola.

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O corredor da escola estava abarrotado de alunos, conversas em tom alto, gente gritando e correndo em todas as direções. "poderiam fazer menos barulho" pensou Kaoru, observando uma garota que corria em sua direção e gritava seu nome, "mas essa é a Misao".

- Kaoruuuuuuuuuuuuuuuu!

- Misao – As duas melhores amigas se encontram no corredor

- Posso te lembra de uma coisinha? – disse Misao com um sorriso no rosto

- Sim, eu sei, foi hoje que nós combinamos de ir ver o cursinho

- Hai. E tem mais uma que é meio chata.

- Então o que é?

- Se lembra das provas do último bimestre? Sabe aquelas duas que você anotou o gabarito no local errado??

- Ai, nem me lembre disso!

- Pois é, a coordenadora da série pediu para falar com você. Ela está te esperando na sala dela.

- Nossa Misao, você conseguiu deixar meu dia melhor do que já estava!

- O que aconteceu???

- Depois eu te conto! – e foi em direção a sala da coordenação

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- Bom então é isso Senhorita Kamya.

- A tá, muito obrigada.

- Da próxima vez preste mais atenção.

- Vou tentar – um sorriso amarelo apareceu no rosto de Kaoru. "como eu odeio essa mulher" – com licença!

"uauá, o que será que pode me acontecer agora?", Kaoru andava por um corredor vazio, "ótimo vou chegar atrasada na aula", começou a correr, sabia que cinco minutos atrasada significaria uma aula na biblioteca e aquela bronca do professor. Quando dobrou no corredor para descer a escada deu de cara com um homem no topo da mesma. Tentou parar, mas como o chão estava molhado e ela estava correndo não conseguiu.

Foi rolando escada a baixo junto com um homem alguns centímetros maior do que ela, de cabelo ruivo comprido, preso em um rabo de cavalo, e um cicatriz em forma de X, em uma das bochechas. Pararam com um baque no final da escada. Ele em cima dela, que por sua vez estava em cima de livros que o homem carregava. Os óculos de Kaoru encontravam-se esmigalhados em baixo dos livros. 

    O homem se levantou e ajudou Kaoru levantar-se.

- Desculpe-me senhorita

- Drooooooga, olhe só – Kaoru encontrava-se vermelha a ponto de explodir de raiva – o que mais pode acontecer?

- Desculpe-me senhorita – repetiu o homem, sem jeito

- Eu já OUVI as suas desculpas.

- Er.... bem, quer ajuda??

- Não, esta tudo bem.

- Desculpe! – repetiu Kenshin, que ainda tentava entender o que havia acontecido.

- Tá você já disse – juntando seus óculos e arrastando a sua mal pelo corredor, Kaoru foi em direção ao banheiro.

"era só o que me faltava, to mais atrasado do que nunca, se eu não levar a conta agora não levo nunca mais" pensou Kenshin, enquanto juntava as suas coisas e ía em direção a sala da coordenação.

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- Sala 204, onde será que fica??? – Kenshin procurava a sala onde daria a sua primeira aula. – Achei!

Kaoru vinha apressada pelo corredor, demorara muito tempo no banheiro "droga e a primeira aula é ..........." Parou repentinamente na porta da sala.

- Mas...

- Er.... - Kenshin e Kaoru se encaravam na porta da sala – Vamos entrar a aula já ira começar!

– falou Kenshin olhando para a garota

- Desculpe pelo atraso – falou Kaoru olhando para o chão "porque um idiota desses tem que ser o novo professor" – Ah é. E desculpe pela escada, professor.

- Ah tudo bem – falou um Kenshin meio sem graça, e entraram na sala.