CAPT. 06

Comentários da autora: Ahá! Então vocês realmente querem que eu continue, né? Que ótimo! Fiquei TÃOOOO feliz com os comentários!!! Muito obrigada mesmo! Certo, chega de enrolação, pq eu já demorei demais pra postar esse capítulo, gomen!

E foi com horror que Relena constatou Heero se aproximar lentamente do Duo, ao terminar a música.

Duo encarava o chão frio de mármore. Era assim que ele sentia-se naquele momento, como um pedaço de mármore. Frio, desolado, precisando de carinho e calor humano para se aquecer. Outra música lenta havia começado, mas o americano sequer a ouvia. O único som que chegava a seus ouvidos era o das batidas aceleradas de seu coração, que parecia gritar o nome de Heero. Heero… o que ele estaria fazendo agora? Talvez estivesse achando graça da sua tristeza. Talvez estivesse indiferente, como sempre fora. Talvez…

Cosas del Amor – Enrique Iglesias

Que me importa el Calvario (Que me importa o Calvário)
si amarte es sufrir, (se amar-te é sofrer)
o que juegues con cartas marcadas. (ou que jogues com cartas marcadas)
Lo que importa es las noches (O que importa são as noites)
pasadas en ti, (passadas com você)
aunque a cambio me rompas el alma.(mesmo que em retorno você rompa minha alma)

- O cavalheiro solitário me concederia a honra desta dança? – soou uma voz que Duo conhecia bem demais.

Heero o olhava em expectativa. Sua vontade era de tomar Duo em seus braços e beijá-lo, mas iria se controlar dessa vez. Fazia tanto tempo… Ele não deixaria seus instintos selvagens estragarem o momento.

?Que me importa la vida? (Que me importa a vida?)
?De que sirve vivir (Pra que serve viver)
si me falta tu cuerpo caliente? (se me falta seu corpo quente?)
Lo que importa es tocarte (O que importa é tocar-te)
y apagar esta sed, (e saciar esta sede)
que tan solo me apaga tu fuente.(que apenas sua fonte sacia)

Duo arriscou erguer seu olhar, e seu coração falhou uma batida. Heero estava parado em frente a ele, com a mão estendida, esperando por uma resposta. Porém o que mais chamou a atenção do americano foi o fato de que Heero estava… sorrindo? Sim, o Soldado Perfeito estava sorrindo! E não era um sorriso maligno, cruel… Era sincero e verdadeiro, como Duo nunca havia visto naquele rosto. Heero ficava tão mais bonito quando sorria daquele jeito, chegava a ser hipnotizante. E foi mais ou menos isso que o garoto de olhos violetas sentiu, como se estivesse hipnotizado pelo sorriso do japonês. Talvez tenha sido por isso que Duo nem percebeu quando aceitou o pedido de Heero.

Que sin ti nada tiene valor, (Sem você nada tem valor)
y por eso soy tuyo, (E por isso sou seu)
esclavo y senor. (escravo e senhor)

O garoto de olhos azul-cobalto soltou o ar que ele nem sabia que estava prendendo. A sensação de ter a mão de Duo entrelaçada com a sua era inexplicável, e enviava correntes de eletricidade por todo o seu corpo. Heero guiou o americano até a pista de dança, onde casais dançavam ao som da música romântica que tocava, e se posicionou em frente a ele, hesitando em colocar suas mãos na cintura do outro.

Cosas del amor, (Coisas do amor)
cosas de la vida: (Coisas da vida)
Tu eres mi aguila real, (Você é minha águia dourada)
yo soy tu gacela herida. (Eu sou sua gazela ferida)

Duo estava incrédulo. Heero estava hesitando em tocá-lo, como se estivesse com medo de aquele momento mágico chegar ao fim. Seus olhos azul-cobalto olhavam diretamente para o violeta dos olhos do americano, pedindo permissão. Duo pegou as mãos do japonês e as posicionou em sua cintura, logo mais enlaçando o pescoço do mesmo. Se aquilo era um sonho, Duo iria aproveitar cada momento dele.

Cosas de tu carne, (Coisas da sua carne)
cosas de tu piel, (Coisas da sua pele)
que me arrastra por las olas (Que me arrasta pelas ondas)
como barco de papel. (como barco de papel.)

Nem os mais sábios do universo poderiam descrever com palavras o que Heero estava sentindo naquele instante. Era como se ele estivesse tocando Duo pela primeira vez. A emoção, o nervosismo, a insegurança, tudo era muito novo para ele.

Cosas del amor, (Coisas do amor)
cosas de la vida: (Coisas da vida)
tu me haces el dolor (Você me machuca)
y me curas las heridas. (E cura minhas feridas)

- Duo… - Heero sussurrou no ouvido do americano. – Eu senti tanto a sua falta.

- Heero…

- Não fale nada agora, por favor. Eu sei que fui estúpido ao lhe deixar, e hoje reconheço a besteira que fiz. Tudo o que eu preciso agora é do seu perdão. Eu te amo tanto, Duo…

Cosas de tu cuerpo, (Coisas do teu corpo)
cosas de mi voz (Coisas da minha voz)
predicando en el desierto (Orando no deserto)
de tu absurdo corazon. (de teu absurdo coração)

- O-o que você disse? – Duo não conseguia acreditar em seus ouvidos, seria mesmo possível?

Heero voltou a encarar os olhos violetas.

- Ai shiteru, Duo. Eu amo você, amo demais. – o japonês passou um dedo no rosto do americano, traçando o contorno perfeito de seus lábios.

?Para que quiero aire (Para que quero ar)
si respiro de ti? (Se respiro de você?)
?Para que quiero luz (Para que quero luz)
ni ventanas? (ou janelas?)
Si me basta sentirte amarrada a mi piel, (Se me basta sentir-te na minha pele)
y saber que a tu modo me amas. (e saber que, ao teu modo, me amas)

Duo quase derreteu perante as palavras proferidas pela boca do Soldado Perfeito. As esquecidas lágrimas voltaram aos seus olhos, dessa vez de felicidade. Nenhum dos dois garotos notavam a presença da enorme platéia que esperava ansiosa pela reconciliação deles. Quatre apertava a mão de Trowa, sorrindo abertamente. E Relena… Relena estava sendo segurada por seu irmão Miliardo, que havia chegado ainda há pouco. A loira não conseguia se manter em pé, mas tampouco conseguia desviar seus olhos da cena.

Que me importa esperarte (Que me importa esperar-te)
una y mil veces mas (uma e mil vezes mais)
si al final tu me inundas el tiempo. (se no final você elimina o tempo?)
Lo que importa es mirarte (O que importa é ver-te)
en silencio y saber (em silêncio e saber)
que tal vez sin tenerte (que talvez sem ter-te)
te tengo. (Tenho-te)

- Me perdoa? – Heero sussurrou novamente, implorando.

As lágrimas agora desciam livres pelo rosto do americano. Duo não conseguia pronunciar uma palavra sequer, então, para demonstrar sua resposta, segurou o rosto de Heero com as mãos e roçou seus lábios nos dele, levemente. O japonês colocou sua mão na nuca do americano, aprofundando o beijo. Os dois estavam tão concentrados na tarefa de explorar a boca do outro que nem ouviram o aplauso vindo da platéia.

Que sin ti nada tiene valor, (Sem você nada tem valor)
y por eso soy tuyo, (E por isso sou seu)
esclavo y senor. (escravo e senhor)

Cosas del amor, (Coisas do amor)
cosas de la vida: (Coisas da vida)
Tu eres mi aguila real, (Você é minha águia dourada)
yo soy tu gacela herida. (Eu sou sua gazela ferida).

- Isso foi um sim? – Heero perguntou, sorrindo, ao interromperem o beijo.

Duo sorriu pela primeira vez em dois meses. Seu coração parecia querer explodir, e sua boca ardia, implorando por mais contato com os lábios perfeitos do japonês. Heero ergueu Duo do chão e o carregou para fora do salão, passando por Relena, que estava em estado de choque.

Cosas de tu carne, (Coisas da sua carne)
cosas de tu piel, (Coisas da sua pele)
que me arrastra por las olas (Que me arrasta pelas ondas)
como barco de papel. (como barco de papel.)

Cosas del amor, (Coisas do amor)
cosas de la vida: (Coisas da vida)
tu me haces el dolor (Você me machuca)
y me curas las heridas. (E cura minhas feridas)

- Heero, me põe no chão. – Duo falou, quando eles estavam longe das outras pessoas.

Heero colocou o americano sentado na grama, e ajoelhou-se ao seu lado. Apesar de tudo, ainda estava inseguro em relação a Duo. Não sabia o que se passava na cabeça dele.

- A gente ainda tem que conversar. Você não pode sumir da minha vida por dois meses e depois voltar do nada, pedindo perdão… As coisas não são tão fáceis assim. – Duo suspirou, se dando conta de que aquilo não era um sonho.

- Eu sei. – Heero passou a mão pelos cabelos. – E é por isso que eu peço uma chance para eu poder me explicar. Só uma.

- Você não tem idéia do quanto eu sofri esse tempo todo por sua causa. Se não fosse pelo apoio dos outros, e da Miyu principalmente, sei lá… Acho que eu teria enlouquecido. Você não sabe a humilhação que é ser abandonado, Heero. Não sabe como é se sentir rejeitado, ser visto como um mero objeto.

- Duo, eu nunca te vi como um objeto. É que…

- Mas era assim que eu me sentia! – o americano elevou seu tom de voz. – Você nunca ligava pro que eu queria, era só as suas vontades que importava. Eu sempre tinha que seder aos seus desejos, não é? E quando você não queria nada, eu tinha que colocar o rabo entre as pernas e calar a boca.

- Entenda, Duo, por favor. E-eu nunca tive experiência com esse negócio de relacionamento, apenas seguia meus instintos. – Heero segurou novamente a mão do americano.

- Heero… você está… tremendo.

- Sim, Duo. Eu, o Soldado Perfeito, estou tremendo de nervosismo, de insegurança, de medo! Medo de que você nunca me perdoe. Medo de nunca mais poder sentir seus lábios contra os meus. Medo de te perder pra sempre.

- Por que você foi embora?

- Porque eu soube que você e a Miyu… se beijaram. Fiquei tão irritado que aceitei o pedido da Relena e me mudei para a mansão Peacecraft.

- Eu sabia que tinha um dedo daquela víbora na história!

- Você será capaz de me perdoar, Duo? Por tudo o que eu te fiz passar? Me dará uma nova chance pra mostrar o quanto eu te amo?

Duo olhou para os olhos azul-cobalto do japonês. Sua maior vontade era de se jogar nos braços dele e esquecer tudo, mas… ainda havia aquela dúvida, aquele receio de ser tratado como um objeto novamente.

- HEEROOOOO! – soou outra voz que, infelizmente, Duo também conhecia.

Relena saiu do salão como se estivesse marchando para a guerra. Miliardo, Miyu e os outros pilotos vinham atrás dela, prevendo o possível barraco que a loira iria arrumar.

- O que pensa que está fazendo com esse… esse verme?!?! – ela parou ao lado de Heero, apontando para o americano.

- O único verme que tem aqui é você, Relena. – Heero replicou, com a voz calma, porém firme. – E, respondendo à sua pergunta, estou cuidando da minha vida pessoal. Se você nos der licença, eu e Duo temos assuntos pendentes a resolver.

Duo olhou para Heero com os olhos arregalados. Ele estava o defendendo?

- Como é que é? – Relena colocou as mãos da cintura, batendo o pé no chão. – Depois de tudo que ele fez, você ainda quer falar com ele?

- Se tem alguém que fez alguma coisa, sou eu. Duo, sim, tem todo o direito de não querer mais falar comigo. – os olhos azul-cobalto voltaram-se para o americano de trança, que ainda estava incrédulo com tudo o que Heero dizia. – Mas eu realmente espero que isso não aconteça.

Os dois garotos levantaram-se da grama, e as pessoas que ainda estavam dentro do salão, saíram para ver o que estava havendo.

- Aproveitando que estão todos aqui, - Heero pegou a mão de Duo e olhou profundamente para seus magníficos olhos violetas. – vou dizer pra quem quizer ouvir, eu amo você, Duo Maxwell.

Relena não conseguia acreditar em tudo aquilo. Simplesmente não era possível! Heero amava ela, não aquele horrível americano! O japonês ajoelhou-se no chão, nunca quebrando o contato entre seus olhos e os olhos de Duo.

- Me perdoa, Duo?

Cosas de tu cuerpo, (Coisas do teu corpo)
cosas de mi voz (Coisas da minha voz)
predicando en el desierto (Orando no deserto)
de tu absurdo corazon. (de teu absurdo coração)

Comentários da autora: Tcham tcham tcham tcham…. Será que ele perdoa??? nn Isso foi taum lindo! – abraxa o Soldado Perfeito – Nunca pensei que o Heero fosse fazer algo assim. Mas convenhamos, o Duo merece, né? Merece isso e muito mais! – joga confete para o alto – O mesmo esquema de antes, só posto outro capítulo quando receber uma quantidade rasoável de reviews. Beijinhuuus!