Ryu
Capitulo 1 - Ryu
A pequena figura olhava para as paisagens que passavam em alta velocidade seus olhos azuis cobalto estavam perdidos no nada.
- Ryu! Oh Ryu, você está me ouvindo?! – perguntava Duo, desviando os olhos da pista por alguns segundos, para olhar para o garotinho sentado no banco de trás.
- Eu estou prestando atenção em cada palavra, pai. – disse o menino de 5 anos – Você deveria prestar mais atenção na estrada o carro pode bater a qualquer momento!
- Muito engraçadinho! Então me diga o que eu estava falando? – disse o americano com um sorriso triunfal no rosto.
- Você estava me dizendo pela milésima vez como são seus amigos e como seria bom irmos a um parque. Você também disse que era para eu me tornar mais amigável, e por ai vai – disse o menino ainda olhando para fora.
- Eu odeio quando você faz isso sabia!
O menino deu um meio sorriso e olhou para o americano.
- Porque o vovô G e o vovô J não vieram com a gente, pai?
- Tá maluco menino! Eu já aturei aqueles velhos malucos babando por você a semana inteira, agora e minha vez de ser pai coruja.
- Hn!
- Não faz isso!
- O que?
- Você sabe, isso me faz lembrar dele.
- Mas tudo o que eu faço te lembra ele.
- O que posso fazer se vocês são parecidos!
- Eu não consigo te compreender pai!
- Isso também me lembra ele.
- Desisto!
Duo riu da expressão séria de seu filho. Algum tempo depois os dois já estavam enfrente a mansão dos Winner!
- Nossa pai! Que casa enorme!
- Você ainda não viu nada!
Duo se virou e sorriu para seu filho, depois estacionou o carro. Após cinco anos sem poderem se falar direito os cinco pilotos iriam se reencontrar na mansão dos Winner em uma pequena reunião de fim de semana. Todos ficariam hospedados na casa do árabe, poderiam trazer quem quisesse e ficariam ali o tempo que achassem adequado. Quatre e os demais estavam sentados na sala, conversando animados enquanto esperavam pelo americano. Duo tocou duas vezes a campanhia e já ia tocar pela terceira vez quando seu filho olhou para ele.
- Pai se comporte!
- Ah Ryu! Deixa eu me diverti só um pouquinho!
O americano olhou para o filho com olhinhos pidões. O menino balançou a cabeça em negativa, enquanto ajeitando a mochila em suas costas.
- Você não tem jeito!
- Você fez de novo!
- Você não vai começar, vai?
- Denovo!
O menino balançou novamente a cabeça em uma negação, enquanto o mordomo abria a porta e os cumprimentava, logo os dois já estavam dentro da enorme casa. Ryu observava tudo com atenção, estava espantado com a beleza do lugar, porém sua atenção se voltou para as palavras do mordomo para seu pai:
- Senhor Maxwell?
- Sou eu mesmo!
- Por favor queira me acompanhar, mestre Quatre o aguarda na sala junto com seus amigos.
O americano apenas fez sinal de afirmativo com a cabeça enquanto seguia junto com seu filho para a sala de estar. Assim que Quatre viu o americano, levantou-se rapidamente do sofá e o abraçou.
- Duo quanto tempo! Você andou sumido, não consegui falar com você nessas últimas duas semanas, você nem ao menos me ligou, pensei que você não fosse vir dessa vez.
- Até parece! Eu nunca faltei em nenhuma das nossas reuniões!
Os demais pilotos se levantaram e cumprimentaram Duo mais polidamente.
- Nossa Duo que menininho é esse? Você anda trabalhando de babá? – perguntou Wufei.
- Ah, não! Ele é meu filho!
- Filho! – exclamaram ao mesmo tempo Quatre e Wufei, enquanto Trowa engasgava com o chá que estava tomando.
- Porque você nunca nos disse que tinha um filho? – perguntou o chinês.
- Ninguém nunca perguntou!
O menininho se aproximou dos ex-pilotos e disse:
- Bom dia! Meu nome é Ryu Maxwell.
- Nossa Duo ele é mesmo seu filho? Tá muito educadinho. Prazer pequeno, meu nome é Chang Wufei!
- Viu só Ryu! Não disse para você, viu que era verdade! Eu sofro, eles acham que sou um completo idiota.
Quatre deu um pequeno sorriso da cena que o americano fazia, assim que parou de rir Quatre disse:
- Meu nome é Quatre Winner, espero que se sinta a vontade e esse aqui ao meu lado é Trowa Barton – o árabe apontou para Trowa que deu um pequeno aceno de mão.
Heero se aproximou de Ryu e se abaixou para ficar do tamanho do mesmo:
- Meu nome é Heero Yuy.
- É um grande prazer poder conhece-los! Os amigos de meu pai também são meus amigos!
- Duo! Eu tenho que concordar com o Wufei o menino tá muito educado para ser seu filho. – disse Heero passando a mão pelos cabelos revoltados do menino.
- Quem é a mãe, Duo? – perguntou Trowa curioso!
O americano colocou a mão no queixo olhou para Ryu e disse bem alegre:
- Se sabe que eu não sei!
Todos caíram para trás.
- Como você não sabe Maxwell? – perguntou Wufei super irritado.
- Acho melhor não falarmos agora sobre isso. – disse Ryu, olhando para o pai, sua face não tinha mudado em nada, ele continuava sério.
- Você tá fazendo denovo! – disse Duo, olhando para seu filho. Duo sempre implicava com Ryu quando ele fazia algo parecido com Heero.
- Pai não começa!
- Denovo!
O menino fez uma negação com a cabeça, todos da sala, riram da cena, com exceção de Ryu que continuava sério.
- Senhor Winner, o senhor tem uma casa muito bonita, fiquei fascinado com sua decoração!
- Obrigado Ryu, mas será que você poderia me chamar de Quatre, eu ia me sentir bem melhor!
- Como quiser Senhor Quatre!
- Não precisa me chamar de senhor.
- Não liga para isso, Quatre. O Ryu é sempre assim! E quando sai o rango? to morrendo de fome! Essa viagem cansa, sabia? Ainda mais com o Ryu do lado sem dizer nada, se eu não tivesse certeza de que ele é meu filho, juro que diria que ele é filho do Heero.
- Meu filho? – perguntou Heero sem mostrar muito suas emoções.
- O Ryu é sua copia miniatura.
- Hn! – disseram ao mesmo tempo Heero e Ryu.
- Tá vendo só! – riu o americano.
- Ryu você gostaria de um pouco de chá? – perguntou Quatre apoiando as mãos nos joelhos.
- Adoraria brincar um pouco lá fora! – respondeu polidamente o menino.
- Pode ir! – respondeu o árabe sorrindo.
- Ryu, você tem que comer algo senão vai ficar doente. – disse o americano.
- Não é bom comer antes do almoço!
- Eu realmente, vou te proibir de falar com aqueles velhos! – disse Duo fazendo bico. Ryu deu um meio sorriso e pediu licença para se retirar. Após alguns minutos todos estavam sentados no sofá, enquanto Ryu sentava na grama retirando seu pequeno lap top de sua bolsa e começava a digitar algo.
- Nossa Duo, seu filho é uma gracinha! – disse Quatre servindo um pouco mais de chá para o americano que comia como se aqueles fossem seus últimos minutos de vida.
- Também ele tem a quem puxar! – dizia Duo enquanto detonava alguns paozinhos de queijo!
- Ele é realmente seu filho Maxwell? – perguntou Wufei incrédulo.
- Eu fiz um exame de DNA que comprovou que ele é meu filho, achei estranho no começo, já que eu....vocês sabem. – disse o americano ficando sem graça – mas na hora eu pensei na hipótese dele ser algum tipo de projeto secreto da Oz, que foi abandonado após o fim da guerra. Eu fui até os cientistas para comprovar minhas teorias, eles refizeram os testes e novamente foi comprovado que ele é meu filho, mas mesmo que ele não fosse meu filho, acho que iria adota-lo, ele é tão fofinho!
- Então ele pode ser algum projeto secreto é isso? Mas como ele veio parar nas suas mãos?
- Um homem apareceu no meu apartamento numa manhã, ele estava cheio de sangue, acho que era um desertor, não sei ao certo, ele me deu Ryu e disse que aquele era meu filho, ele me pediu para cuidar muito bem dele, e disse que se eu não acreditasse que eu fizesse um exame de Dna.
- Porque você não nos contou nada sobre ele?- perguntou Heero tentando se mostrar indiferente, mas por dentro estava morto de curiosidade.
- Os velhos me disseram que era muito perigoso para o Ryu, muitos remanescentes da Oz ou algum grupo terrorista poderiam estar atrás dele, o mais adequado era manter segredo sobre sua existência, se eu contasse para alguém talvez ele fosse morto, então ele morou comigo, J e G.
- Espera aí Maxwell! Eu ouvi bem. Você está morando junto com o J e G?
- É Wufei, eu sei que isso parece um pouco estranho, no começo eu quis jogar uma bomba em cada um, mas depois eu pensei melhor, isso era para o bem do Ryu. Ele sempre teve uma saúde frágil, os velhos sempre me ajudaram, algumas vezes eles viraram noites junto comigo, cuidando daquele monstrinho. Depois de tanto tempo juntos, acho que acabei me acostumando com eles e além do mais eles são ótimas babás!
- Eu não acredito! J e G de babás! Eu ia adorar ver a cara daqueles velhos cuidando de uma criança.
- Se quiser posso te mostrar alguns fotos. – Duo retirou um álbum de fotos e deu para Wufei rir um pouco, aquelas fotos eram um dos tesouros de Duo.
- Duo eu tenho uma pergunta, por que agora você resolveu traze-lo aqui? – após essas palavras Quatre bebeu um pouco de chá.
- Por que agora não tem mais perigo...
- Duo se ele é realmente um projeto secreto desenvolvido pela Oz, será que ele não poderia ser filho sei lá de um de nos também? – perguntou Heero interrompendo Duo.
- Eu fiz a mesma pergunta para J e ele me disse que é provável.
- Então ele pode ser meu filho também? – perguntou Heero.
- Quem sabe? Ele pode ser filho de qualquer um de vocês. Eu vim aqui hoje pedir para todos fazerem o teste de DNA. Na realidade essa idéia foi do J, ele disse que não séria justo só eu cuidar do Ryu, caso um de vocês também seja pai dele.
- Quando será esse teste? - perguntou Wufei.
- Nessa Segunda- feira!
- Você é mesmo um irresponsável, Duo. Porque você não nos avisou antes!
- Porque eu só soube ontem e além do mais vai ser bom! Vocês podem tentar se aproximar dele nesse fim de semana, podem tentar se acostumar, caso mais algum de vocês seja pai dele, mas por favor tenham paciência com Ryu, ele não é uma criança normal.
- Então eu posso falar com ele? – disse Heero olhando para o americano.
- Fique a vontade!
Heero se retirou da sala e foi até onde Ryu estava. O pequeno menino de olhos azuis cobalto estava sentado na grama próximo a uma árvore, estava bastante distraído digitando em seu lap top. Heero sorriu diante daquela cena, se aproximou do menino e disse:
- Posso me sentar aqui do seu lado?
- Fique a vontade senhor Yuy.
- Você pode me chamar de Heero, mas só de Heero.
- Está bem Heero.
Heero sorriu para o menino que continuava digitando concentrado em seu lap top.
- O que você está fazendo?
- Estou estudando um pouco, mas se quiser podemos conversar?
- Nossa, você não parece ser filho do Duo mesmo.
- Apesar dele ser um pouco atrapalhado, ele é um ótimo pai. – Ryu deu um pequeno sorriso para Heero, colocando seu lap top ao lado e continuou dizendo – mas isso é um segredo está bem?!
Heero acenou positivo com a cabeça.
- Ryu você não se sente solitário?
- Não! Meu pai e os vovós estão sempre comigo!
- Você parece tão sozinho aqui!
- É apenas impressão sua Heero, sei que deve estar achando estranho que uma criança de 5 anos seja assim como eu, sei porque já ouvi muito isso, não de meu pai ou dos meus avós.
- Você se acha estranho Ryu?
- Nem um pouco, nunca me importei com o que as pessoas falam, acho que o mais importante na vida é poder seguir seu coração!
- Ryu, o que esse malvado está fazendo com você? – disse Duo pulando em cima de seu filhinho, que ria da atitude do pai.
- Nos estávamos apenas conversando pai.
- Eu vi vocês dois lá dentro e aposto que o Heero estava te dando umas dicas sobre essa coisa maldita. – disse Duo olhando para o lap top.
- Eu não sabia que o senhor, quero dizer eu não sabia que você sabia mexer com computadores, Heero.
- Meu filho eu tenho o prazer de te apresentar o maior hacker do universo. – disse Duo soltando finalmente seu filho - O Heero sabe tudo de computadores.
- Isso é verdade Heero?
- Bem eu sei mexer um pouquinho...
- Não seja modesto Heero, o Ryu adora mexer nessa coisa tanto quanto você, acho que ele ia adorar se você ensinasse algumas coisas para ele. Eu já ensinei tudo o que eu achava que ele deveria saber.
- Isso é verdade Ryu? – perguntou Heero em um tom calmo, apesar de estar um pouco nervoso.
- Ele me ensinou como entrar na internet e pegar alguns jogos. – disse o menino sério, enquanto o americano sorria e o abraçava de novo.
- E você joga muito Ryu?
- Eu gosto de jogar, mas eu prefiro criar meus próprios jogos.
- E você sabe como fazer? – perguntou Heero surpreso.
- Meus conhecimentos são bastantes limitados em termos de programação, mas eu consigo fazer algo.
- E então Heero, o que acha de ensinar algumas coisas para o Ryu?
- Eu adoraria, o que você me diz Ryu?
- Eu adoraria aprender, mas acho melhor deixarmos isso para um outro dia, se não me engano este fim de semana e a reunião de vocês, eu não quero atrapalhar.
- Você não vai estar atrapalhando nada, Ryu. – disse Heero bagunçando um pouco mais o cabelo do menino, que havia acabado de se soltar dos braços de Duo.
Os dois pilotos riram do pequeno garotinho que os olhava com um olhar assassino digno do soldado perfeito.
