Capítulo 6 – De Volta Para Casa

Kagome, Inu-Yasha e a pequena Sunny atravessaram o poço naquela manhã, sob os olhares de seus parentes.

Quando Kagome atravessou, sentiu como se tivesse levado um tapa. Mas era só a presença de um fragmento que se fazia sentida. Inu-Yasha que vinha logo atrás com a filha nos braços não pode deixar de notar a aparência antes sorridente da esposa, agora mergulhada num estupor.

O que foi? Você está se sentindo bem meu anjo? Perguntou visivelmente preocupado.

Inu-Yasha!!! Eu estou sentindo a presença de fragmentos da Jóia! Vem se aproximando.

Toma, pega a Sunny e corre para a cabana da Kaede velhota! Falou apreensivo.

Você está me pedindo para te deixar lutar sozinho?

Eu não estou pedindo, estou mandando você pegar a nossa filha e me esperar na cabana da Kaede! VAI, AGORA!!!!!

Eu vou, mas isso não vai ficar.....

PELO AMOR DE DEUS, FAÇA O QUE EU FALO PELO MENOS UMA VEZ NA SUA VIDA!!!!! Se não for por mim, que seja pela nossa filha.

Certo! E saiu correndo para a cabana.

Não demorou muito e Inu-Yasha viu que realmente seu nariz não o havia enganado, era realmente Kouga. Ele tinha uma expressão bem diferente do que lembrava ter visto a quase um ano. Agora ele parecia tomado pelo ódio, de cada um dos seus poros exalava um forte odor de sangue e morte. E ele estava vindo na sua direção.

Maldito Cara de Cachorro, vim lavar com sangue a minha honra e resgatar a minha mulher que VOCÊ roubou! Kouga falava com um ódio incontrolável no olhar.

Feh! Se você pensa que me assusta com essa conversa mole seu Lobo Pulguento, está muito enganado! O hanyou falou em tom de deboche.

Quer dizer que você não tem medo? Nem se eu lhe mostrar isso? Uivou e logo apareceram dois lobos segurando Kagome e Sunny, cada uma com uma faca apontada para o pescoço.- E agora? Está com medo Cara de Cachorro? Kouga sorriu maldosamente.

Largue a minha mulher e a minha filha seu bastardo! O seu problema é comigo! Deixe-as ir Kouga! A voz teimava em entalar na garganta ao vê-las correndo perigo.

Não adiantou nada pedir para ela correr, nós estávamos à espera de vocês! E agora vem a parte que eu vou adorar: VOCÊ SÓ PODE SALVAR UMA! VAMOS, ESCOLHA! QUEM VAI SER? A BELA E DOCE KAGOME OU ESSA SUA CRIA FEDORENTA A CACHORRO MOLHADO? ANDA, EU NÃO TENHO O DIA TODO! Falou chegando perto de Kagome e passou a língua pelo braço, subindo para o rosto.

Largue ela seu bastardo, miserável! Eu não vou escolher, vou fazê-lo pagar caro pelo que você fez, e se encostar num fio de cabelo de qualquer uma das duas, eu vou fazer com que você tenha uma morte bem dolorosa! Falou ele já empunhando a tetssaiga.

Certo, soltem o filhote, mas fiquem com a mulher, ela será o nosso escudo. Disse ele sem nem ao menos olhar para o hanyou.

Os lobos obedeceram e deixaram a criança na porta da cabana e quando voltaram ficaram horrorizados com o que viram. Seu líder estava rolando pelo chão com aquela humana o esbofeteando e tentando arrancar a faca da mão dele.

Kagome!!!! Cuidado!!! NÃO!! KAGOME!!!! Inu-Yasha olhava aterrorizado o sangue começar a ensopar o vestido e a cabeça dela ia tombando lentamente.

Eu.....não.....foi....foi um acidente! Kagome, acorde eu não queria!

EU VOU TE MATAR!!!! .....POR..... QUÊ??? O SEU PROBLEMA ERA COMIGO!!! COMIGO KOUGA, NÃO COM ELA!!! Correu em direção a sua amada Kagome e a tomou dos braços daquele lobo. Quando colocou-a junto ao peito pôde ver onde havia sido o ferimento. A faca ainda estava cravada no peito dela, com certeza havia atingido algum órgão vital, pois ela respirava com dificuldade e sangrava pelo canto da boca.

Kagome, meu anjo, abra os olhos por favor! Não me deixe agora! Você prometeu que sempre estaria do meu lado, e que nada faria você me abandonar! Volte para mim minha vida, por favor, abra os olhos! Implorou abraçado aquela que ele tanto amava.

Inu......Yasha? ......eu.....amo.....você! Desmaiou pelo esforço.

Como você pôde fazer isso com ela Kouga? Você está tirando a minha vida de mim, se o que você queria era me matar, pois bem, você está conseguindo. Se ela morrer levará com ela a minha vida, a minha alma e o meu coração. Por isso, reze seu bastardo, reze bastante para que ela não morra. Pois se isso acontecer eu vou fazer você arrepender-se de um dia ter cruzado o meu caminho! Eu juro! Falou isso com os olhos levemente avermelhados. O que significava que dentro de pouco tempo ele sofreria a pior tranformação. Ele se tornaria um Youkai completo, sedento de sangue e de vingança.

Kouga que havia se mantido ali, quieto e sem esboçar reação alguma se levantou e o mais que pôde, pois não queria vê-la dar seu último suspiro. Tinha sido culpa dele. Ele só quis dar uma lição em Inu-Yasha, mas quem acabou perdendo havia sido ele.

Enquanto isso, Inu-Yasha já estava quase transformado, quando num último lapso de bom senso olhou para ela, agora não faltava muito, ele tinha que ser rápido pois se deixasse o coração dela parar de bater nunca mais poderia traze-la de novo à vida.

Retirou a faca e quando o sangue começou a espirrar ele fez um corte no seu pulso e deixou pingar na ferida. Como mágica, a ferida foi diminuindo, diminuindo até se tornar quase um arranhão.Vendo que já estava quase terminado lambeu o local da facada( agora era só uma linha fina, como uma cicatriz ) e o seu pulso, fazendo com que o sangue parasse de pingar.

Rapidamente, pegou-a no colo e foi em direção a Tetssaiga. Pegou a espada e saiu andando rezando para ter feito direito.

Quando estava quase chegando na cabana, kagome abriu os olhos e falou:

Deus, se eu estou no paraíso, proteja o meu hanyou e a nossa filha; mas se eu estou indo para o inferno, deixe que eu vague por aqui mesmo para poder protegê-lo à distância! Falou com todo seu coração.

Minha doce Kagome, você está aqui comigo, Inu-Yasha, o seu hanyou, a única pessoa que não saberia mais viver sem ter você por perto. Meu amor? Está me ouvindo?

Sim! Só não entendo uma coisa. Como eu sobrevivi àquela facada?

Eu te salvei!

Você? Como? Com que remédio?

Com meu sangue! Sabia que meu sangue de hanyou só curaria a mim então pensei que se me tornasse um Youkai completo poderia salvar a sua vida. E foi o que eu fiz, deixei que meu sangue passasse para o seu corpo para curar o ferimento. Só tem um probleminha! Falou ele.

Qual? Eu vou criar orelhinha, cauda ou será que eu vou começar a latir toda vez que vir um carro na minha frente, ou pior, ficar correndo atrás do carteiro?

Não sua boba, nada disso! Só que agora você é minha para o resto da vida.

Mas isso eu já sabia, afinal nós estamos casados não é?

Só que agora você está marcada, possui um pouco do meu sangue e conseqüentemente, possui o meu cheiro. Por isso, mesmo que eu morra, nenhum outro macho vai toca-la.

Você me marcou como um cachorro marca um poste?

Mais ou menos, só que ao contrario dos cachorros normais, não urinei em você, te dei um pouco do meu sangue. Só isso.

Menos mal! Senão teria que pular e sair correndo para o primeiro riacho que achasse e me esfregar até trocar de pele. Deu uma gostosa risada que contagiou o hanyou também.

Eu amo você MINHA kagome!

E também te amo meu hanyou favorito.

Vamos buscar nossa filha.

Está bem! Acho que quando você me deu um pouco do seu sangue, me deu também um olfato melhor do que eu tinha, pois podia jurar que você andou mexendo de novo nos meus cremes.

Errr! Só um pouquinho! Para o meu cabelo. Falou corando

Pode pegar quando quiser! Beijou-o apaixonadamente.

Seguiram em direção a cabana conversando e rindo. Inu-Yasha não pôde deixar de pensar que mesmo tendo seus problemas, suas chatices, adorava estar casado com Kagome e ter sua filhinha por perto. Afinal de contas eram uma família, e ele sabia que essa família aumentaria mais cedo do que Kagome planejava, pois adorava fazer amor com ela e se dependesse dele, não ia demorar muito para possuí-la de novo.

Fim.