Capítulo Quatro - Nada Mais Que Um Amigo

Sarah abriu os olhos lentamente e piscou diversas vezes, incomodada pela claridade. Espreguiçou-se e sentiu o corpo todo quebrado. Jogou as pernas para fora da cama e levantou. Sentiu-se tonta e teve de sentar novamente.

D. Geórgia entrou no quarto neste momento com uma bandeja na mão.

- Para onde a senhora pensa que vai? - ela colocou a bandeja nos pés da cama.

- Eu ia... Descer um pouco - ela respondeu, apertando a têmpora.

- Não senhora - a tia balançou o indicador -, a médica falou repouso absoluto...

- Que horas são?

- Você deveria perguntar que dia é hoje.

- Hã? - Sarah não entendeu.

- Você dormiu dois dias inteirinhos, querida.

- Dormi foi? - a sobrinha se levantou mais devagar desta vez. - Tia... obrigada.

- Pelo quê?

- Obrigada por cuidar de mim...

- Ah, querida... - D. Geórgia a abraçou.

- Eu... Eu nem sei como lhe agradecer - disse Sarah, beijando-lhe o rosto.

- Eu sei - a tia beijou-lhe a testa. - Ficando boa e voltando a ser a minha pequena Sarah.

- Eu vou tentar... - ela esboçou um sorriso.

- Mas agora... - a tia bateu palmas. - Você precisa se alimentar.

- Eu quero tomar um banho primeiro - disse ela indo até o banheiro.

- Certo... - a tia pegou a bandeja de volta. - Vou levar isto lá para baixo para não esfriar. Qualquer coisa me chame... E desça as escadas devagar.

- Pode deixar - ela respondeu, fechando a porta do banheiro.

Esperou a tia bater a porta do quarto e se olhou no espelho. Estava com uma aparência péssima. Pálida, marcas arroxeadas ao redor dos olhos, os cabelos desgrenhados. Tirou a roupa e entrou debaixo do chuveiro. Molhou a cabeça, as costas e depois deixou que a água quente escorresse por todo o seu corpo. Apoiou as mãos na parede de pedra e abaixou a cabeça.

"Dentro de mim você não ficará por muito tempo."

Sarah sacudiu a cabeça mas as palavras continuaram a ecoar em sua mente.

"Estou terminando nosso casamento."

Ela abriu os olhos. O rosto de Sirius estava refletido na poça aos seus pés. Chutou a água com violência e deu com o próprio rosto espantado refletido. Sarah abriu a tampa do ralo e observou a água escoar para ele.

- Você está indo embora de minha vida, Sirius Black...


D. Geórgia estava arrumando a mesa quando a sobrinha apareceu na cozinha - cabelos molhados, blusa branca e calça jeans.

- Fome? - a tia perguntou quando ela se sentou.

- Muita! - ela respondeu sentando-se também.

Serviu-se de caldo de galinha, mas parou a colher a meio caminho da boca, os olhos parados em um maço de envelopes na estante próxima.

- O que é aquilo? - perguntou apontando com a colher.

- Aquilo - a tia olhou na direção apontada -, são cartas.

- Minhas?

- Sim, todas suas.

Sarah se levantou, pegou as correspondências e voltou a sentar. Foi passando os envelopes. Havia duas cartas de Arabella, três de Remo, algumas de conhecidos preocupados e uma de Dumbledore. Abriu a do diretor primeiro.

- O que ela diz? - perguntou D. Geórgia limpando a boca em um guardanapo.

- Professor Dumbledore está me convidando para tomar chá... Diz que precisa conversar comigo... - ela se levantou novamente e apanhou papel e pena. Escreveu uma breve resposta informando ao bruxo que iria visitá-lo no dia seguinte à tarde. Depois foi ao jardim.

- Mandou? - D. Geórgia perguntou quando ela retornou.

- Sim tia, acabei de mandar uma coruja com a resposta.

- E as outras? - a tia apontou para o restante dos envelopes intocados.

- Abrirei mais tarde - respondeu sorrindo.


Hagrid conduziu Sarah até a gárgula do terceiro andar. Pronunciou a senha e a gárgula revelou a passagem.

- Bem Sarah, deixo-lhe aqui agora - Hagrid sorriu bondosamente. - Foi muita gentileza sua chegar antes do horário marcado apenas para me visitar.

- Ora, Hagrid - Sarah sorriu de volta e lhe estendeu a mão -, você sabe que gosto muito de você.

- Eu também - o gigante apertou a mãozinha alva que lhe foi estendida -, mas é melhor você ir... Se bem que... Creio que o diretor não esteja ainda.

- Eu o esperarei. Até mais, Hagrid - ela falou entrando na passagem. A escada a levou até a sala, no alto.

Aquele lugar lhe trazia boas recordações. Estava absorta em seus pensamentos quando dois garotos entraram na sala. Ambos com os cabelos vivamente vermelhos. O que parecia ser o mais novo pousou o olhar em Sarah e seu queixo despencou brevemente. A bruxa sorriu para os dois. O mais velho deu uma cotovelada no outro.

- Olá - ele disse.

- Olá - Sarah respondeu. Olhou o escudo da farda deles. - Grifnória?

- É - responderam juntos.

- Eu também fui da Grifinória - ela comentou. - Em que ano vocês estão?

- Eu estou no segundo e meu irmão entrou este ano - ele apontou para o garotinho ao seu lado.

- Eu me formei há quatro anos... Estava agora mesmo lembrando do meu tempo em Hogwarts.

- Há quatro anos? - o mais velho exclamou excitado. - Então a senhora conheceu o lendário Tiago Potter! O apanhador invicto! Eu quero ser que nem ele!

- Ah sim... - ela sorriu. - Éramos amigos.

O garoto abriu a boca para falar outra alguma coisa, mas uma mão pousou em seu ombro.

- Muito bem, senhores Carlos e Guilherme Weasley... - Dumbledore falou - Importunando a minha visita?

- Ah, professor Dumbledore, eles não estavam me incomodando.

- O assunto de vocês dois é caso de vida ou morte ou pode esperar um pouco? - o diretor perguntou cruzando os braços.

- É caso de vida ou morte, professor - falou Carlos. - Madame Hooch machucou a mão e não poderá apitar o jogo de sábado, o senhor sabe, imagine só que o professor Thompson disse que vai apitar o jogo!

- Ele vai dar vantagens para a Sonserina, professor, ele sempre faz esse tipo de coisa para os alunos da casa dele... - disse o outro. - Se ele apitar será injustiça!

- Eu vou ver o que posso fazer - Dumbledore bateu amistosamente no ombro dos meninos. - Agora eu vou cuidar desta linda senhora que veio me visitar... - ele abriu a porta.

- Linda mesmo - balbuciou o garoto que estivera de queixo caído. Sarah riu e acenou para os dois.

- Os filhos mais velhos de Molly e Artur Weasley, lembra-se deles? Formaram-se no ano em que você entrou.

- Vagamente...

- Carlos é o novo apanhador do time de Quadribol da Grifinória. Não que eu deva ter favoritismos ou tomar partido, mas ele joga muito bem... Tem um futuro promissor...

Dumbledore sentou-se em sua mesa e fez aparecer uma bandeja com bule, biscoitos e duas xícaras.

- Chá? - ele ofereceu.

- Sim, obrigada - Sarah pegou a xícara estendida e bebeu um gole. Esperou o bruxo terminar seu biscoito para começar a falar. - Tenho algumas coisas para falar com o senhor...

- Eu sei - ele empurrou os óculos meia-lua para a ponte do nariz -, por isso a chamei aqui.

- Bem... - ela pousou a xícara na mesa. - Primeiro eu queria lhe perguntar sobre o Harry. O senhor sabe que eu e o... - ela se calou e mordeu os lábios. - Que eu sou a madrinha dele. Hagrid não quis me contar onde ele está. Eu... Eu vou sair daquela casa, vou morar com a minha tia em algum lugar calmo, onde ninguém me conheça... Eu queria criar o Harry, Dumbledore.

Dumbledore respirou fundo e recostou-se na cadeira.

- Sarah... Minha querida... Eu sei que você é a madrinha dele, que você tem todo o direito, e dever, de cuidar do menino... Só que isto não será... Viável.

- Mas...

Ele ergueu a mão e mandou-a ter calma.

- Sarah, ouça com atenção. Neste momento todo o mundo mágico está aclamando o nome de um bebê de pouco mais de um ano como um santo, um salvador. De agora em diante, o nome Harry Potter vai virar uma lenda. Isso é uma responsabilidade muito grande para uma criança. Imagine só, crescer em meio a uma fama que ele nem pediu para ter? Eu sou a favor de mantê-lo longe disso tudo até que ele ter idade e maturidade para encarar uma vida assim. Eu já vi a fama corromper homens muito, muito velhos. Ele poderia se tornar uma pessoa intratável e arrogante. Você não concorda comigo?

- Mas Dumbledore, eu estou justamente querendo ficar longe disso tudo. Eu saberia controlar as informações e contar as coisas ao Harry aos poucos.

- Eu tenho certeza que você o criaria muito bem. Mas não é só isso. Sarah... Querendo ou não, você é um alvo fácil. Por mais que você se esconda e tente proteger o menino, você sempre vai viver com o risco de ser encontrada por um dos seguidores do Lord das Trevas.

Sarah pensou um pouco.

- O senhor tem razão...

- Além do mais, agora que a Ordem da Fênix foi desfeita você não tem mais com quem contar.

- Eu tenho a Arabella...

- A Arabella não vai poder ajuda-la no momento. Ela vai passar muito tempo executando uma tarefa para mim - ele fez uma pausa. - Você quer um conselho, minha filha?

Sarah ficou em silêncio e Dumbledore segurou a mão dela entre as suas.

- Faça o que você está planejando. Desapareça no mundo, vá viver sua vida... Uma vida nova. Se o que te prende aqui ainda é o menino Potter fique descansada. Ele crescerá exatamente como eu lhe disse e nada de mal acontecerá a ele. Eu providenciei... hum... Mecanismos para a sua segurança...

Sarah sorriu e respondeu.

- Eu confio em você, Dumbledore, se você diz que será assim...


- Ah Sarah... Eu... Eu sinto muito...

- Não se preocupe, Remo, eu já superei... - ela sorriu. - Além do mais, ele me pediu para esquecê-lo e um filho não iria permitir que isso acontecesse...

- Entendo...

- Eu quero desaparecer no mundo, viver a minha vida de agora em diante... Se eu pudesse até meu nome eu mudaria.

Remo não conheceu aquela mulher à sua frente. Apenas um mês havia se passado que ele levara uma criança para ver Sirius e ela parecia ter amadurecido dez anos. Não era mais aquela moça frágil e dependente. Até o olhar dela havia mudado. Pelos seus olhos, via-se que sua alma estava cheia de cicatrizes. Cicatrizes profundas, que não iam fechar jamais.

Sarah olhou distraidamente para a sua mão a lado do prato. A mão de Remo estava sobre ela. Ele percebeu seu olhar furtivo e disfarçou, recolhendo a mão para mexer em qualquer coisa no seu copo. Ela pegou sua taça de vinho e bebeu o restante. Colocou a taça sobre a mesa e empurrou de vagar na direção de Remo.

- Acho que está bom pra você, Sarah...

- Eu não vou ficar bêbada, Remo! - ela sorriu divertida e empurrou a taça para mais perto dele.

Remo abriu a garrafa e colocou mais vinho na taça. Terminaram de jantar conversando sobre coisas diversas, ele se esforçando para não entrar em um assunto que a chateasse.

- Que tal irmos tomar o café na sala? - ele perguntou quando acabaram de comer.

- Pode ser - ela assentiu.

- Então - ele se levantou -, eu vou tirar os pratos e levar a bandeja.

- Eu vou para lá - disse Sarah, levantando-se. Percebeu ao se erguer que estava um pouco tonta. Respirou fundo. Não queria que Remo achasse que estava bêbada. Caminhou lentamente até o sofá.

O apartamento onde Remo estava era bem pequeno. Estava escondido em Manchester, bem longe de Londres. Tinha apenas três cômodos: uma sala acoplada à cozinha tipo americana, um quarto e um banheiro. Sarah sentou no sofá. Havia uma estante repleta de livros na parede à sua direita. Do outro lado, uma grande janela dava para a saída de incêndio. Remo apareceu com uma bandeja e como a "sala" se resumia ao sofá, sentou-se ao lado dela. Entregou-lhe uma xícara e serviu-se de outra.

- Você já sabe para onde vai? - ele se recostou no sofá.

- Ainda não...

Subitamente ela se lembrou do terreno que Sirius comprara, um mês antes de ser preso.

- Tenho um terreno perto de Bournrmouth - ela disse pousando a xícara no braço do sofá.

- Você quer ir para lá?

- Não... Eu quero um lugar que eu não tenha nenhuma lembrança.

- Vai querer vender o terreno?

- Agora não - ela sorriu -, nunca se sabe quando vai precisar de dinheiro... No momento eu não preciso. Tenho uma reserva, e vou vender a casa de Londres.

- Sei... Mas você não pretende esquecer dos amigos, pretende?

- Claro que não! - ela riu. - Nunca me esquecerei de você.

- Ou da Arabella...

- A Arabella me escreveu... Duas vezes... - ela disse, ficando séria.

- Ela me escreveu também.

- A primeira carta foi para avisar que ela ia desaparecer por algum tempo. Dumbledore me disse que ela está fazendo um serviço para ele. E a segunda foi... Bem, foi pra me dar uma força pelo... Pelo que aconteceu...

- Ela me falou a mesma coisa. Nas entrelinhas lia-se "não me procure nunca mais".

- Você gostava dela, não gostava?

Ele a fitou em silêncio.

- Eu... - ele abaixou a cabeça. - Eu achei que gostava...

Sarah se sentiu constrangida por ter perguntado aquilo.

- Desculpe se mexi em alguma coisa que você estava tentando enterrar...

- Não tem problema... - ele procurou sorrir. - Já passou...

Sarah depositou a xícara na bandeja e recostou no sofá. Sentia-se leve e relaxada. Nunca mais havia excedido na bebida como fizera na jantar. Fechou os olhos e expirou longamente. Remo olhou para ela preocupado.

- Sarah? Você está bem?

- Estou - ela respondeu de olhos fechados.

- Não está parecendo...

- Remo - ela abriu os olhos -, sabe qual o seu problema? Seu problema é que você se preocupa demais com as coisas... Você devia relaxar de vez em quando...

- Eu não me preocupo com "coisas" - ele falou divertido -, eu me preocupo com "coisas" de que gosto.

- Eu sou uma "coisa" de que você gosta? - ela virou o rosto para ele.

- Você sabe que sim...

- Quanto?

- Ah Sarah... Pare com isso... - ele respondeu corando.

- Você ficou vermelho! - ela deu uma gargalhada.

- Não fiquei nada - ele escondeu as bochechas com as mãos.

"O Remo vai cuidar de você."

Sarah, sem saber por quê, tirou as duas mãos de Remo no rosto e, apoiando-se no encosto do sofá o beijou. Ele, à principio pego de surpresa, não conseguiu afastá-la. Ainda tentou esquivar-se, mas Sarah o impediu aumentando ainda mais a pressão com seu corpo. Remo escorregou o corpo no assento e Sarah, ainda beijando-o, deitou por cima dele. Mesmo sabendo que eram livres e desimpedidos, um sentimento de culpa martelava em suas cabeças. Sobretudo na dele.

Remo afastou o rosto de Sarah.

- Não podemos... - ele disse respirando com dificuldade.

- Por que não? - ela se soergueu nos braços.

- Não sei... Eu não vou me sentir à vontade... - ele respondeu pondo uma mecha de cabelos dela atrás da orelha.

- Eu vou te deixar à vontade - ela falou beijando-o sofregamente.

Remo a abraçou com força, deslizando a mão pelas suas costas. Entranhou uma das mãos nos cabelos dela aumentando a pressão em sua boca enquanto as línguas se tocavam. Sarah terminou de desabotoar a própria blusa e tirou a de Remo. Ele rolou no sofá e caiu sobre ela no tapete. Os beijos se intensificaram. A mão dele subia pela saia, deslizando pela pele quente de suas coxas bem feitas. Sarah já estava fora de si. Tinha plena consciência de que estava bêbada mas havia perdido o controle de seu corpo. Mal sabia ela que enquanto se crucificava pela situação suas mãos desafivelavam o cinto dele.

Alguma coisa estava errada. Por mais que a desejasse, ele não conseguia. Sabia que ela nunca mais veria Sirius. Sabia que ela estava tentando esquecê-lo. Sabia que não deveria ter consideração por um homem que denunciara o irmão a Voldemort matando depois um amigo e doze inocentes. Remo ergueu o tronco e sentou-se na mesma posição em que estava. Olhou para a mulher deitada no chão. Os olhos azuis enchendo de lágrimas, os cabelos loiros espalhados pelo tapete, o corpo torneado exposto pela camiseta aberta. Sacudiu a cabeça e passou a mão pelos cabelos.

- Eu tentei... - disse ele alisando-lhe o rosto. - Mas... Eu simplesmente não posso.

Sarah escondeu o rosto com as mãos e pôs-se a chorar baixinho. Remo abotoou-lhe a blusa e a puxou contra si. Ela escondeu o rosto em seu peito.

- Shii... - ele alisou-lhe os cabelos. - Não é para tanto...

- Ah, Remo... - ela disse ainda chorando. - Estou tão... Tão abandonada... Tão exposta... Tão... Envergonhada...

- Que é isso Sarah... - ele segurou o queixo dela. - Você não tem por que se sentir assim... Você seguiu um impulso... Só isso... - ele passou o dedo em uma lágrima que acabara de cair. - Eu falei que você não devia ter bebido.

Ela riu.

- Me desculpe...

- Desculpo... - ele sentou no sofá e ela deitou a cabeça em seus joelhos. - Você sabe que sempre me terá para protegê-la... Para te ajudar... Para te dar colo... - os dois riram com esta última frase. - Não vou negar que eu queria. Estaria sendo hipócrita se o fizesse - ela não teve dificuldade em constatar que era verdade. - Só que... Um grave defeito meu veio à tona... Eu considero muito as pessoas, mesmo aquelas que não merecem meu reconhecimento. Não é justo com "ele". Talvez agora não seja o momento... Os acontecimentos ainda estão muito recentes - e acrescentou intimamente "quem sabe um dia...".

- Obrigada, Remo... - ela se sentou ao seu lado e deu-lhe um beijo de leve nos lábios. - Você sabe que eu te amo... É uma pena que...

Ele colocou o indicador nos lábios dela.

- As palavras tem um poder muito forte... Não diga nada que vá se arrepender depois... Eu também te amo muito... Mas como amigo... - engoliu seco antes de dizer a última frase. - E tenho certeza que o seu sentimento também se comporta desta maneira.

Ela teve vontade de dizer que não mas calou-se. Os dois se levantaram e ela pegou a bolsa e a varinha.

- Não se esqueça de escrever... - ele falou beijando-a uma última vez.

- Quando eu me acomodar, eu escrevo... - ela soltou-lhe um beijo e desapareceu com um movimento das mãos. Remo sentou-se na mesa de centro com a cabeça entre os joelhos.