Sinopse: Katie Bell foi misteriosamente amaldiçoada. O Prof. Snape se preocupa.


Os olhos escuros presos no colar demoraram-se nervosamente, embora tudo que seu exterior mostrasse fosse uma calma perturbadora. As rugas da mulher ao seu lado destacavam-se pela preocupação, e os semblantes ansiosos e confusos dos três adolescentes que assistiam irritavam-no. Uma acusação saiu dos lábios do garoto de olhos verdes, convicto.

— O Sr. Malfoy esteve em detenção comigo hoje, Sr. Potter. — alegara Minerva.

Era verdade. Assim como a delação de Potter também o era.

Num clima estranho e desconfiado, os mais novos se dispersaram. McGonagall disse algo que ele não registrou, mas entendeu que tinha a ver com a aluna amaldiçoada na Ala Hospitalar.

— Verei se Pomfrey precisa de algo — disse. Sentiu que interrompera a professora, mas não se importou. Porque, àquela altura, Snape não se importava com mais nada além da guerra.

Voou até as masmorras; a massa negra e disforme quase invisível aos poucos transeuntes dos corredores. No laboratório, num instinto racional, pegou o que achou necessário antes de apressar as asas para a Ala Hospitalar.

Katie Bell continuava desacordada. Seu semblante pálido, quase cadavérico, lembrou-o que ela quase morrera, aos dezesseis anos, poucos minutos atrás. Ainda, sua inconsciência parecia pacífica. Não sabia qual seria a extensão das sequelas se Katie sobrevivesse. Apenas poderia esperar que fossem brandas ou — mais utopicamente — nulas. Do contrário, seria preferível a morte.

— Cuidei dela, mas algumas coisas estão além do meu alcance. — Promfrey surgiu do eco entre leitos. — O que me trouxe?

— Algumas poções — respondeu, já administrando as medicações sob o observar confiante da matrona. — Mas não serão o suficiente.

— Dumbledore já contatou o St. Mungus. Logo os medibruxos virão transferi-la. — Pomfrey afastou-se um passo, como se temesse a resposta da sua sequente pergunta: — Ela ficará bem?

— Sim.

Era mais fácil mentir. Pareceu convencê-la. A curandeira deixou-o para terminar de preencher a papelada da paciente que seria transferida. Os olhos de Snape ainda estavam meramente fascinados pela paz não-saudável do estado de Katie. Deixou-se seduzir pelo desejo da lúbrica não-morte.

— É melhor que sobreviva, Srta. Bell — murmurou mais para si mesmo do que para a aluna desfalecida. — É melhor que viva, porque não sei se Draco aguentará o peso de um inocente em seus ombros.


Notas finais: É, eu demorei a atualizar essa coletânea bem mais do que imaginei. Essa drabble, na verdade, já estava escrita há algum tempo, mas quis esperar para tentar adiantar as próximas. Acabou que não consegui escrever mais drabbles. Meu tempo anda curto, e o que tive de tempo para escrever, dediquei à minha oneshot de Halloween, Ferrugem. Enfim, o importante é que, de pouco em pouco, eu irei escrevendo e atualizando as drabbles, ok?!

Ah, e se não me falha a memória, a primeira prova do Enem é nesse domingo, não é? Deixo aqui meus votos de boa sorte a todes que forem fazer o exame. É uma prova desgastante, mas não impossível. Torço para que alcancem seus objetivos. E lembrem-se: uma nota não te define.

Um beijo gostoso!