Ash se aproxima de Pallet, quando é brutalmente detido. E agora? Será que tudo foi em vão?
DARK AGES OF POKÉMON WORLD
(Ou 'Pokémon, Macabre version')
Capítulo 11:
Ash engoliu a seco, desejando que conseguisse sobreviver mais uma vez. Olhou para o Umbreon que o encarava inicialmente com ódio, que agora o olhava com uma cara meia de dúvida.
'Breon!' – Uivou o pokémon –
'Ah, você está aí! Vamos ver o que você achou!' – Disse o garoto descendo do seu Arcanine – 'Ei, você, olhe pra mim, o que você quer aqui, desgraçado!?' – Disse pegando a cara de Ash com as mãos e levantando com brutalidade para a olhar –
Ash olhou o garoto. Possuía um cabelo castanho claro bagunçado e espetado, e uma barba rala, á fazer. Estava até bem cuidado perto dos outros que Ash havia visto. Olhava com Ash com uma cara de espanto, até largar o rosto do garoto e dar dois passos para trás, abismado. Ash levantou o tronco se apoiando em uma das mãos e também se surpreendeu ao olhar novamente para quem o capturou.
'Ash?' – Arriscou o outro, numa voz baixa, quase num sussurro –
'Gary!' – Disse Ash sem pestanejar, reconhecendo a voz de seu ex-rival, mesmo esta estando bem mais grossa –
'Você.. Você.. Não pode ser.. Você morreu! Não não pode! Você está morto!' – Disse Gary, ainda no susto – 'Estão tentando me enganar! Mas você não vai! Eu sei que você está morto, maldito!' – Disse o garoto, chorando, tentando dar um soco em Ash.
'Não! Eu não estou morto! E nem.. E nem você! E.. Eu..' – Ash desviou do soco, e começou a chorar, como Gary, e abraçou o ex-rival –
Demorou um tempo para ambos se acalmarem. Eles cresceram juntos, de certa forma disputavam espaço como irmãos. Ambos sempre gostaram muito um do outro, mesmo sem admitir isso.. Estavam felizes em se encontrar! E passaram um tempo abraçados, sem dizer nada.
Pallet estava lá. Pallet continuava! Isso encheu o coração de Ash.
Passado algum tempo, Gary disse a Ash que o levaria a Pallet novamente, e era só o seguir. Então os dois começaram a andar floresta a dentro, afim de voltar para onde um dia chamaram de lar.
'Estamos chegando.. Eu não acredito que todo esse tempo, sem ninguém ter notícias, e você está vivo! Todos ficarão contentes! Principalmente sua mãe!' – Disse Gary -
'Sim! Sim!' – Disse Ash. Este sentiu que o pesadelo havia acabado.. Ia voltar para casa, e sim, sua mãe estava viva! Tudo que queria era vê-la! – 'E ficarei feliz em ver o professor Carvalho!'
'...É' – Disse Gary, um pouco entristecido –
'O que foi?' – Disse Ash –
'Nada.. Não se preocupe.. ...Ei! Chegamos!' – Disse, passando por mais algumas folhas e terminando a trilha –
O coração de Ash disparou. Era o momento que esperava a tanto tempo! Olhou para sua cidade.. Estava arruinada também. Parecia uma cidade que havia sido devastada por um furacão.. E o coração do garoto apertou. Ele andou mais um pouco e logo algumas pessoas começaram a espiar timidamente e sair daquelas casas decadentes. Comentavam quem seria o garoto com Gary até este, sorridente falar..
'Pallet! Este é Ash, o nosso segundo treinador! O garoto que havia morrido! Mas alguém de Pallet nunca desiste! Por isso, ele voltou para nós hoje!!'
Ash viu então a cidadezinha se juntar envolta dele, em meio a cochichos e risos. Não, ele não estava sendo aclamado como herói. Ele conhecia parte daquelas pessoas, mas só de vista, e algumas nem conhecia.. Não era a Ash que aclamavam. Estavam felizes porque era um acontecimento que dava força a eles, força para continuar lutando! Todos sabiam do garoto que havia morrido, pois tinha sido o primeiro presságio dessa era de desgraças. Talvez, o fato deste estar vivo seja um aviso que aquela era estava para terminar!
Depois de um tempo, Gary pegou o garoto pelas mãos e o levou até a periferia da cidade.. Lá Ash reconheceu a sua casa! Sem dizer nada Gary guiou Ash até a porta, e a abriu, fazendo-a ranger um pouco.
'Quem está aí?' – Disse uma voz de mulher –
'Não se levante, Senhora Ketchum!' – Disse Gary – 'Eu trouxe algo para a senhora!' - Disse enquanto mandava Ash ir para a sala, com o olhar.-
Ash foi andando, com o coração batendo cada vez mais rápido, até entrar na sala. Olhou, e viu uma senhora. Estava usando roupas velhas, porém bem cuidadas e arrumadas, e aparentava uma jovem senhora. As marcas da idade começavam a aparecer em seu rosto, e parte de seu cabelo já começava a se clarear.. Porém, não parecia velha nem acabada. Com o cabelo liso preso em um rabo de cavalo, ela olhou para o garoto que entrava na sala. Ela parou.. Colocou uma mão no peito e ergueu a outra em direção ao garoto, enquanto não conseguia segurar um choro que se tornava alto, acompanhado de soluços, e de um esboço de sorriso com nervoso em seus lábios. O garoto correu em direção a mãe e a abraçou com força, também chorando. Não precisavam dizer nada naquele momento. Depois de passarem alguns minutos naquela forma, Délia Ketchum conseguiu se acalmar, e colocou o filho de pé novamente para observá-lo.
'Filho.. Ash.. Você.. Você está vivo!'
'Mãe! Eu sabia que ia conseguir te encontrar! Eu fiquei vivo.. Só para poder te encontrar!'
'É mesmo, senhora Ketchum. Você era a única que nunca perdeu as esperanças... No fim a senhora acertou. Hé.. Dizem que coração de mãe não falha, não é mesmo?.. Ei Ash.. Vejo você depois. Com licença..' – Disse Gary, saindo da casa –
'Ash.. Filho! Como você.. Você está vivo a tanto tempo, e nunca deu notícias.. Porquê?'
'Eu não sei mãe.. Eu dormi.. Aí acordei.. E o mundo havia mudado.. E estava tudo diferente.. E eu vim pra cá.. Mas está tudo tão.. Tão confuso.. Mas.. Não quero falar disso. Parece loucura, não é mesmo?'
Délia parou um instante.. Esboçou um sorriso. E olhou para baixo um instante..
'Que foi, mãe?'
'Nada.. Isso que você falou, foi a mesma coisa que eu ouvi de um jovem pesquisador pokémon que havia vindo á Pallet.a muito tempo atrás.. O.. O Professor Carvalho! O Samuel.. Ele.. ele me disse que um dia teve um sonho quando criança.. Que tinha ido parar em um lugar, diferente, futurístico.. E ele fez a mesma cara que você está fazendo! Não deve lembrar disso.. Quando conversamos sobre, você era muito pequeno, tinha menos de um ano, e seu pai já havia desaparecido..' – Ela abaixou a cabeça – 'Isso é estranho..'
Ash abraçou a mãe. Lembrava da grande amizade dela com o Professor Carvalho, que a ajudou quando seu pai sumiu misteriosamente.. Ela não gostava de falar no pai do Ash. Ele não sabia quase nada sobre o pai, e ela se ofendia sempre que ele perguntava. E não era o momento.. Carvalho já havia vindo a Pallet com uma filha, da mesma idade que Délia, e sem esposa. Ele nunca mencionou a mãe de sua filha também. Ao menos não que Ash soubesse..
A filha de Carvalho casou e teve uma menina de nome Daisy, na época que Délia namorava o pai de Ash. Depois, quando Délia engravidou de Ash, a filha do Carvalho engravidou novamente, tendo o Gary quase no mesmo dia que ela teve o Ash.. Então, o pai de Ash foi embora, e nunca mais voltou.. Neste mesmo tempo, um acidente de carro matou a mãe e o pai de Gary e Daisy, que foram criados pelo Carvalho.. Ash acreditava que ele se aproximou de Délia por esta ter a mesma idade que sua filha morta, e estar com um garoto da mesma idade que o neto mais novo dele.. Isso aproximou Ash e Gary, que foram criados quase juntos na infância.. Daisy, quando completou dez anos, foi estudar para ser uma pesquisadora pokémon, como o avô, longe de Pallet.. As vezes recebiam notícias dela, e até onde Ash lembra, ela era feliz com o que fazia... Mas ele não teve muito contato com ela.
'Ash..' – Disse Délia pegando uma bengala para se levantar – 'Quer que eu prepare algo para você comer? Mime ficaria feliz em te ver também! Pena que ele não esteja mais conosco a anos.. '
'Mãe!! O que houve com sua perna?? Está com dificuldade para andar!?'
'Não se preocupe.. Eu caí.. Mas eu vou melhorar! Bom, querendo ou não vou fazer algo para você..'
'Mas..'
'Ah, não se preocupe, estou muito bem! Mamãe sempre foi forte! Enquanto isso, de uma andada por aí.. Acho que pode achar algo que vai gostar!' – Ela sorriu misteriosamente e foi para a cozinha –
Ash andou para subir a escada até ver algo onde seria o quintal. Foi ver o que era, uma pedra? Ele chegou. Olhou e reconheceu que era uma pequena pedra memorial, com sua volta coberta de flores que haviam sido colocado ali a pouco tempo.. Ele se abaixou e leu.. 'Em Memória de Ash Ketchum, filho e amigo querido, Saudades de Todos.'... Sim. Aquilo era sua tumba. Passou um tempo olhando, e pensando.. Engoliu o medo, tentando pensar em outras coisas, levantou, e resolveu ir até seu quarto... Aquilo não poderia ser o que a sua mãe havia dito que ele ia gostar!
Ele subiu as escadas de sua casa, com as paredes meio pretas e sujas, e a pintura descascando, porém limpa provando o afinco de sua mãe em ainda cuidar do lugar. Encontrou a porta de seu quarto trancada. Girou a chave e acendeu a luz (Sim, ainda havia luz na cidade, mesmo Ash não sabendo como) e viu suas coisas.. Exatamente como da ultima vez que estivera ali. As coisas no mesmo lugar.. Porém o lugar parecia estar trancado a anos, provavelmente porque sua mãe não suportava vê-lo. Uma groça camada de poeira levantou quando o garoto entrou no quarto, ficando difícil respirar, e o fazendo tossir.. O colchão, o lençol, livros, papéis, coisas de pano estavam pretas, mofadas, apodrecidas e carcomidas pela umidade, comprovou Ash ao tentar rasgar as teias que encobriam parte do lugar.. As paredes estavam escuras.. Era uma imagem nostálgica e fúnebre. Era como se ele estivesse entrado na tumba que havia visto no quintal..
Então ele tossiu novamente e ouviu um barulho vindo do outro quarto, de hospedes, que não era de sua mãe. Levou um susto e tentou sair rápido daquele lugar imundo, temendo que Délia não gostasse de ele ter entrado lá.. Então ouviu uma voz diferente da de sua mãe vindo do quarto de hospedes..
'Quem.. Está aí?'
PS: A história da origem de Ash e Gary foi baseada na história de um manga chamado 'Pokémon Zensho', que é um manga baseado no anime que tenta preencher alguns buracos contidos nesse, como a história de Gary e Daisy terem sido criados pelo avô por causa da morte de seus pais.
A irmã de Gary aparece em quase todos os mangás e no próprio jogo, mas foi cortada do anime por motivos desconhecidos. Não, a garota da abertura do primeiro ano não é a Daisy. Ela é idêntica ás treinadoras 'Lass' do Red Blue original, fazendo a gente crer que ela seja uma dessas, que no fim nunca apareceu no anime também.
