- Oi. – Lilly se assentou timidamente à frente de James na cadeira. – Está tudo bem?
- Claro. Trouxe o livro?
- Sim. – ela mostrou.
- Certo... ignore-o. – ele disse calmamente.
- Como? – ela gritou.
- Isso mesmo. Adivinhação você não aprende com livros. – ele disse calmamente. – O segredo é uma coisa chamada, bem, digamos, chutômetro.
- Chutômetro? – Ela ergueu uma sobrancelha.
- O segredo é você inventar umas coisas bem alegres. Do gênero. "Professora eu estou vendo um buquê na bola de cristal? Isso quer dizer um casamento?"
- Simplesmente isso? – ela riu.
- Mas isso exige uma técnica muito complexa. – ele disse fingindo indignado.
- Que seria?
- Imaginação. – ele apontou para a cabeça. – É preciso muita. Quer ver. Você sabe reconhecer as linhas da mão certo?
- Sei sim... só não sei o que querem dizer.
- Me dá a sua mão. – nesse momento Lilly hesitou. Devagar estendeu a mão direita para ele. A palma virada para cima.
- Aqui. – ele pegou suavemente na mão dela com uma das suas e com a outra alisou a palma da mão dela. – Essa. – ele passou a mão por uma linha curva meio paralela ao polegar. – é a linha da vida. – Ele analisou atentamente a linha da vida dela. – Ela é interrompida bruscamente bem no início... – ele franziu a sobrancelha. – Meus pêsames adiantados...
- Ora... – ela riu e seus olho se encontraram. – O que mais tem aí? Olha a da cabeça... – ela pediu.
Bem... você é uma pessoa bem equilibrada... – ele franziu novamente a testa. – Esse negócio tá funcionando? – ele sacudiu a mão dela como um aparelho quebrado.
- Ora... – a garota nitidamente não sabia se ria. – Eu não sei se rio ou se fico com raiva de você... Isso foi uma ofensa Potter?
- Talvez. – ele sorriu. – É o que você quiser que seja. Mas quer saber mais algum coisa?
- Não... mas... deixa eu tentar. – ela pegou a mão dele e puxou para si.
- Opa... calma aí... mais delicadeza senhorita. – ele riu.
- Bem vamos ver... – ela passou a mão pela linha da vida dele. – A sua também não é nada grande senhor. E sua linha da cabeça é surpreendentemente a de uma pessoa brilhante.
- Você está pegando o jeito. Apesar de que quiromancia é muito metódica. Agora... bola de cristal. Eu tenho certeza que a professora vai cobrar isso nos exames finais... sempre cobra...– ele pegou uma bola de cristal de algum lugar e colocou entre os dois na mesa.
- Certo... você primeiro. – ela disse timidamente.
- Não, não. – ele disse – Primeiro você. Eu preciso ver como vai o seu nível de imaginação.
- Certo então... – Lilly ficou parada olhando estática para a bola. Tudo que ela via era uma fumaça branca e irritante.
Pensou em como o rapaz conseguira a bola e teve uma idéia.
- E então srta. Evans? – ele disse sorrindo, depois de alguns minutos de espera.
- Eu vejo uma mão... e uma estante... agora tem uma bola rolando. – ela fingia bem concentrada. – alguém pegou a bola... e apareceu outra pessoa... agora eu vejo um papel de detenção e uns cabelos bem bagunçados.
- Certo... – ele imitou a professora. – E o que isso quer dizer?
- Que um certo aluno roubou uma bola de cristal e vai ganhar uma detenção? – ela levantou uma sobrancelha.
- Errado... – ele sorriu. – Quer dizer que uma certa monitora, está doidinha pra deter um certo aluno que ajuda ela com adivinhação. Só uma coisa, você precisa a inventar as coisas mais rápido... demorou demais. E não pode adivinhar o significa logo de cara, fica óbvio que você inventou.
- Quem sabe? – ela se levantou de repente. – Acho que já está bom por hoje. Quando pode ser a próxima aula?
- Que tal semana que vem. Nesta mesma hora?
- Por mim tudo... – Lilly ia falar mas foi interrompida por uma quintanista que chegou agarrando o braço de James.
- James Potter. – ela parecia bastante irritada. – Por onde você se meteu nessa semana? Eu achei que a gente fosse sair. – Lilly reconheceu a garota como Lux Tyler.
- Lux! – James pareceu bem assustado. Olhava da garota para Lilly e de Lilly para a garota. A monitora olhava desafiadoramente para James. – Escuta... eu não... olha é que.
- Me trocou por uma outra qualquer não é? - ela encorou Lilly de cima a baixo com desdém e sacudiu os longos cabelos loiros cor de palha. - Ai James, você não muda não é? – a outra ia sair irritada, mas ele a segurou.
- Não... olha... é só que... olha... eu estou me aquietando sabe? Eu...
- Você está apaixonado Jamie? – Lux riu.
- Talvez... – ele abaixou a cabeça. – Mas avisa pras outras que James Potter não está mais disponível.
- Então tá né? – Lux saiu balançando os cabelos cor de trigo por aí.
- Apaixonado? Quem é a azarada? – Lilly perguntou sorrindo meio ironicamente, mas se deu conta de alguma coisa e desfez o sorriso.
- É... talvez na semana que vem você consiga ver alguma coisa nas cartas. – ele deu uma piscadela e se virou. Deixando Lilly sozinha.
- Nas cartas? – ela se deu conta das palavras dele e se jogou na cadeira. – Eu to ferrada.
- Ferrada por que Lil? – Pamela se assentou aonde James estivera sentado antes.
- Tem um trabalho sobre cartas pra próxima aula e eu não sei nada.
- Mas o James não está te ensinando? – Pam segurou um sorriso.
- Não é isso... eu realmente não sei nada, e a aula dele vai vir meio tarde.
- Então pede pra ele te dar aulas antes.
- Eu até poderia... – Lilly sorriu.
- Se eu não te conhecesse diria que você está gostando dessa idéia... e me atreveria a dizer que gostou dessa aula.
- Eu não posso negar que ele mudou. – Lilly afirmou. - Mas foi muito rápido...
- E você gostou. – Pamela se levantou. – Meu irmão me chama. – Pamela tinha um irmão gêmeo, Patroclo Patil.
- E você vai... – Lilly sussurrou.
- Você-deu-um-fora-na-Lux? – Sirius gritou. – Essa Evans tá com a moral muito alta mesmo...
- Cala a boca. Eu pedi pra Lux ir falar comigo. Eu precisava mostrar que estou disposto a ser só dela. – James disse fechando a porta do quarto.
- E você está? – Sirius perguntou desconfiado.
James não respondeu de primeira. Olhou durante algum tempo pela janela, o ar contemplativo e atento de volta.
- Estou. – ele respondeu depois de refletir. – Eu sou louco por ela você sabe disso Almofadinhas...
- Não sabia que era tanto. – o outro desdenhou. – Se você ganhar a Evans com que eu vou sair? Você vai ficar preso cara.
- É... e logo... é melhor ir arrumando outro pra levar pro Pub de Godric's Hollow com você nas férias. Por falar em férias, tem notícias de casa?
- Não... mas aparentemente o "queridinho" Regulus teve. – ele disse com desprezo na voz.
- A Andrômeda tem tido problemas por estar com aquele garoto trouxa... qual é mesmo o nome dele?
- Tonks... Ted Tonks eu acho. Acho que mamãe já furou o nome dela da tapeçaria... aliás... acho que está furado desde quando ela ficou amiga da Evans.
- E mais uma vez ela aparece na história... – James riu.
- Mas o assunto principal é a Andrômeda... - Sirius desdenhou de novo. - eu to preocupado com ela cara... sabe... com o que as duas megeras irmãs dela podem fazer... A Narcisa e a Belatrix são meio desajustadas... mais que minha mãe.
- Não precisa dizer... pra saírem com o Lucius Malfoy e com o Rudolph Lestrange... Tem que ter estômago né? Imagina as criancinhas deles... que nojo... se algum dia eu tiver um filho vai ficar bem longe da sua família, Sirius...
- E eu te ajudo... com isso...
- Se não ajudasse eu te estuporava e te jogava das colinas de Durmstrang.
- Falou... – Sirius revirou os olhos e mexeu nos cabelos que caía na testa, um sinal para mudar de assunto. – Mas e aí cara... vai ter uma festa em Hogsmeade sábado... O que você acha?
- Sirius... - James respirou fundo. - Eu não vou... além do mais sexta tem lua cheia...
- Putz... eu me esqueci... vou passar sábado todo na cama... – o moreno fez uma careta. – Nunca disseram nas aulas de Transfiguração que ser um animago cansava tanto.
- Mas sábado tem Hogsmeade... – James pôs a mão no queixo. – Dia de Zonko's.
- Não... não pra você... se você quer impressionar a monitora é melhor não sair por aí com bombas de bosta no bolso. – Sirius riu com a cara que James fez. O rapaz havia arregalado os olhos ao extremo do arregalamento.
- Eu não tinha pensado nisso. – ele coçou a cabeça inconformado. – Parece que sábado eu vou dormir também... – nesse momento eles ouviram alguém bater na porta.
- Pode entrar! – Sirius gritou.
- É melhor não... – uma voz feminina atravessou a porta. – Sirius, sai daí que eu quero falar com você.
- Quem é? – o rapaz perguntou se levantando.
- Andrômeda... – Sirius correu para abrir a porta e dar de cara com uma Andrômeda chorosa.
- An... O que foi? – ele perguntou e quase caiu quando a prima se pendurou nele.
Nessa hora Jemes achou melhor voltar para o salão e deixar os dois sozinhos.
- James? – Lilly levantou os olhos ao vê-lo. – Você viu a Andrômeda? Ela passou por aqui correndo e... – Lilly parou de falar ao ver a cara de James. – O que foi?
- Ela está com o Sirius no quarto... Chorando. – ele se assentou numa poltrona em frente à ela.
- A Andrômeda chorando... por que será? – a ruiva se virou rapidamente para ele deixando-o meio tonto.
- Ora... – James pensara sobre o assunto enquanto descia as escadas. – Para ela ter ido falar com o Sirius deve ser alguma coisa com a família não é? – ele deu de ombros. – Aqueles Black me dão arrepios...
- Eles me dão nojo mesmo. Você não sabe como foi quando eu e a Andrômeda ficamos amigas... aquela duas irmãs dela contaram pra mãe na hora. Acho que a pobrezinha recebeu uns vinte berradores de toda a família.
- Eu lembro desse dia... acho que virou lenda... e acho que bateu recorde também. – Lilly riu.
- Eu tenho dó da Andrômeda e do Black... eles sofrem um bocado naquele clã. Mas pelo menos eles se entendem né?
- É... mas e a sua família? É trouxa né? – ele mudou de assunto. Queria aproveitar que ela mesma começara um diálogo com ele.
- Meus pais são ótimos. Adoram ter uma bruxa na família. Agora minha irmã... acho que ela se sente rejeitada... ela é tão ruim com bruxos quanto os Black com trouxas. – Lilly fez uma careta. – "Aberrações... é isso que você são... tão... tão estranhos." – ela imitou a irmã. – Mas pelo menos ela fica quietinha quando alguma amiga vai me visitar. A não ser claro quando elas vêm via flu.
- Sua casa está ligada na rede de flu? – ele não sabia que famílias trouxas pudessem ser ligadas à rede de flu.
- Só nas férias. A Andrômeda mesmo, adora chegar de surpresa... – Lilly suspirou. – Mas e a sua família?
- Hm... são só uma família bruxa comum. Nós moramos em Godric's Hollow.
- Ouvi dizer que lá tem muitos bruxos.
- Ah... tem vários trouxas também. Mas normalmente são esposas ou esposos de bruxos. É um lugar muito legal.
- Você é sangue puro não é? – ele viu que ela abaixou a cabeça, parecia ter certa inveja de quem era sangue puro.
- É... sou... mas eu acho que em algum lugar lá longe nos meus antepassados eu tive uma avó trouxa. Mas não conversamos muito sobre isso... não importa sabe? – ele pegou o rosto dela e levantou.
- Não importa pra vocês não é? As coisas seriam muito fáceis se eu fosse sangue puro.
- Engraçado... eu nunca achei que você fosse do tipo que se preocupava em ter as coisas da maneira mais fácil.
- Não é que eu me preocupe. – ela deu um bocejo e ele entendeu que ela não conversava com ele por prazer, parecia estar com muito sono. – Mas seria mais fácil.
- Entendo. – ele soou meio desapontado, coisa que espantou Lilly.
- Que foi? Foi uma decepção tão grande? Eu não sou perfeita sabia? – Aquilo fora um choque para James. Ela deveria estar realmente com muito sono pra dizer tantas coisas e especialmente para ele e ainda pior, dizendo para ele que não era perfeita.
- Eu sei. Niguém é. – ele respondeu sério.
- A não ser você? – ela disse como se estivesse lendo os pensamentos dele.
- Claro que eu não sou perfeito. – ele sacudiu a cabeça. – Assim como você eu tenho uma imagem sabia? Se você me conhecesse mesmo, não sairia por aí dizendo que eu me acho perfeito. – ele olhou para ela meio irritado.
- Está certo... Mas você se acha... admita. – ela se virou, também irritada. Aparentemente a maneira rude coma qual ele falara a despertara.
- Eu achei que já tinha te provado que eu não sou esse idiota que... – ele ia brigar com ela. Iria mesmo, mas foi interrompido pelo movimento brusco que ela fez ao se levantar em direção à Andrômeda e Sirius.
- Andrômeda... – Lilly estava preocupada com a amiga. As lágrimas estavam marcadas no rosto da outra. Sirius parecia extremamente irritado. – O que foi?
- Família. – Sirius respondeu secamente pela prima.
- Certo. – Lilly entendeu que não deveria se meter. – Então... – ela pôs a mão no ombro da amiga. – É melhor você não dormir lá na Sonserina não é mesmo? Tem um quarto sobrando no alto da torre... eu acho que é melhor pra você.
- A Evans está certa. – Sirius disse empurrando a prima para o buraco. – Depois que nós falarmos com o diretor você vem pra cá.
- Eu vou esperar. – Lilly gritou antes que eles desaparecessem no buraco.
Agora Lilly se encontrava adormecida no sofá ao lado de James. Ela se encontrava numa posição realmente desconfortável. E ele se perguntou se não deveria movê-la.
Depois que ela voltara não trocaram uma palavra. Havia um certo contrato não verbal de não pisar em calo alheio. Ficaram horas olhando para a fogueira, vendo cada aluno bocejar e subir as escadas bambeando.
Quando já era mais de meia noite ele percebeu que ela dormira e foi quando chegou no combate mental sobre mudá-la de posição ou não.
Não chegou a concluir o dilema, pois ela acordou assustada e viu que ele estava ao lado dela.
- Que foi? – foi a primeira vez que ele ouvia a própria voz em horas.
- O que! – ela deu um berro e corou muito. – O que você está fazendo aqui?! – ela perguntou voltando a cor normal.
- Esperando, junto com você. – ele respondeu secamente. A garota parecia estar disposta a brigar, mas não foi o que ela fez. Ao invés disse se encolheu na poltrona abraçando as pernas, parecendo muito infeliz. – O... O que foi? – ele perguntou hesitando em colocar a mão na cabeça dela.
- Nada. – ela pareceu perceber a mão dela pois num movimento a afastou. – Não precisa se preocupar. – ela abaixou a cabeça nos joelhos.
- Pode me contar. Não parece que você se abra com muitos e pode perguntar pra qualuqer um, eu posso ser meio exibido de vez em quando, mas sou muito confiável.
- Hm... – ela pareceu pensar. – É só que... eu estou preocupada.
- Pareceu... teve algum sonho ruim? – ele viu que ela ficou pálida.
- Não foi bem um sonho ruim... foi até bom... é só que... é a terceira vez que eu tenho extamente o mesmo sonho.
- Isso não é bom. Parece que você está tendo previsões. - ele riu.
- Não me diga... – ela revirou os olhos.
- E o que foi?
- Eu acho que isso não é da sua conta. – ela levantou as sobrancelhas. – Já passou dos limites e eu já falei muitas coisas pra você hoje, deveria estar feliz. – ela se assentou em uma das pernas e olhou para a lareira.
- Me desculpe. Não achei que estava indo além do que você queria. – ele resmungou e se levantou ao ouvir o barulho do retrato. – Eles voltaram.
- Andrômeda. – Lilly correu até a amiga que parecia meio sem forças e vinha amparada no primo.
- Eu quero dormir Lilly. – Andrômeda tirou a mão do ombro do primo e foi até as escadas com a amiga. As duas subiram rapidamente.
- O que foi? – James perguntou enquanto ele mesmo e o amigo subiam as escadas.
- A Andrômeda foi expulsa de casa. Alguém contou para mãe ela do namorado. Provavelmente a Narcisa, parece típico daquela... – Sirius não concluiu a frase.
- Bem... – James não sabia o que dizer.
- Não precisa dizer nada. Mas... te digo uma coisa... esse verão eu não passo com os Black. – Sirius fechou as cortinas da cama em torno de si irritado.
- Boa noite você também. - James resmungou.
N/A: Mt obrigada pelos comentários Torfithiel e Crystin-Malfoy. Tah aí o capítulo
Bjus
Bebely Black
