- Lilly? Lilly? LILLY?!!!!?? – A ruiva despertou do torpor em que estava com a voz de Andrômeda em seu ouvido. Era sábado e elas estavam em Hogsmeade.

- O que foi Andrômeda? – ela perguntou distante.

- O que você tem hein? Está estranha desde anteontem... e ainda não me disse porque estava chorando. – a amiga parou de andar e se assentou num banco em frente ao Três Vassouras.

- Problemas em casa. – respondeu friamente.

- Me engana que eu gosto... – a outra disse revirando os olhos.

- Bem, se não quer acreditar, não acredite... – Lilly deu de ombros e seguiu sozinha até a Casa dos Gritos.

Achou estranho Andrômeda não ir atrás dela, mas gostou de ficar sozinha. James não havia ido, ela reparara e tampouco o vira no Salão Comunal noite passada. "provavelmente já esqueceu o que me disse e está com outra..." pensamento deveria ter saído irônico, mas saiu rancoroso, o que a fez chutar uma pedra á sua frente frustrada.

Andou até onde a pedra havia ido, para chutá-la de novo, mas deparou com um par de pés. Levantando os olhos devagar para ver quem era, apenas confirmou o sentimento que crescera nela ao ver o par de tênis surrados. Uma mistura de raiva, ciúmes, amor e ódio, não, claro, que ela soubesse o que fossem.

- Não acha o bastante o tanto que já falou não? Todas aquelas palavras sem significado? – ela disse rispidamente e o encarou nos olhos, desejando não tê-lo feito, pois seus joelhos perderam as forças ao encontrar com os olhos castanho-esverdeados dele.

- Você não sabe de nada Evans. – ele respondeu seco respondendo ao olhar e foi andando na direção oposta.

Assim que se viu sozinha novamente Lilly se jogou no chão e chorou novamente. Não entendia mais seus sentimentos. Há três semanas ela tinha certeza que o odiava, agora ela já não sabia se o odiava, o desprezava, o desejava, o amava ou não sentia nada. Bem alguma coisa ela sabia que sentia, pois o tom de voz que ele usara fora como um soco no estômago dela. Mas não entendia o sentimento.

- Que droga... – ela sentia as lágrimas escorrerem contra sua vontade, eram lágrimas de raiva ela sabia. Mas raiva de quê? - As coisas ficaram muito mais complicadas de duas semanas para cá. É melhor você tentar se entender, garota, antes que acabe fazendo um besteira. Aquele... o que eu tenho...

Ela ficou sentada olhando para a ruína de mansão à sua frente ainda por um tempo até ter certeza de que havia se acalmado e não parecia ter chorado, não queria mais perguntas para responder além das dela mesma.

Se levantou calmamente e desceu a ladeira, para dar de cara com Snape.

- O que a sangue-ruim faz sozinha, que não está com aquela amiga traidora dela? – ele perguntou pondo uma expressão estranha no rosto macilento.

- Não é da sua conta, Ranhoso. – ela disse por entre os dentes e continuou andando, mas se sentiu paralisar de repente.

- Petrificus Totallus. – ela ouviu Snape dizer. – Você vai ficar aí. Paradinha... eu estive precisando de uma cobaia para testar uns feitiços que aprendi e você é perfeita.

Lilly até tentou se mexer para gritar, mas não conseguiu. Via que Snape andava fazendo círculos em torno dela. De repente ele ergueu a varinha.

- Furunculus. – Lilly tentou fechar os olhos para não ver e foi tudo que conseguiu fazer

- Protego! – Uma outra voz veio de trás dela. – Ranhoso... você não pode fazer isso... é contra as regras da escola. Ela é monitora, pode lhe tirar pontos.

Ela abriu os olhos e viu quem já sabia que era, James esta bem atrás dela, com a varinha estendida à frente dela. Olhou para snape que havia recebido o feitiço repelido e estava com o rosto cheio de pústulas roxas.

- O que você estava fazendo aqui Potter? – Snape perguntou furioso. – Achei que estivesse... – mas foi interrompido por um feitiço de James que o fez levitar no ar e cair num monte de bosta que havia por lá.

- Finite Incantatem. – o moreno apontou a varinha para ela que perdeu todo o apoio e se deixou cair, mas ele a segurou com um tipo de abraço.

Agora ela perdera totalmente as forças nas pernas. Ele a pôs sentada numa pedra e esperou até ela parecer melhor. Já ia se levantando, quando ela o chamou.

- Potter. – quando ele olhou ela disse. - Dez pontos para Grifinória por ter me ajudado. Menos cinco por ter jogado um aluno num monte de bosta, embora eu ache que deveria ganhar mais pontos por isso. – ela disse pegando o caderninho e tomando nota. – E ele, vai perder cinqüenta pontos para Sonserina, por agredir uma aluna, desacatar ma monitora e por ser o maior imbecil que eu já conheci. – ela se levantou com dificuldade porque ainda podia sentir o lugar em que ele havia segurado ela.

Nenhum dos dois sorria, se olhavam com a mesma frieza de antes e ela seguiu direto, ao passar por ele murmurou um "obrigada" seco e desapareceu da vista dele.


James não entendera completamente o motivo de ela tê-lo feito parar só para ouvir quantos pontos os dois deixaram de ganhar ou perder, mas imaginou que fosse uma maneira de agradecer, ou de pedir desculpas. Quando se tratava daquela garota ele esperava de tudo.

Saiu perambulando pelo vilarejo sem destino certo. Na noite anterior haviam saído com Aluado, mas ele não conseguira dormir como Sirius e Peter. Então decidira ir para o povoado com os outros alunos.

Estivera procurando se esconder principalmente da monitora, mas ele tivera o azar (ou sorte?) de ela chutar a maldita pedrinha nos pés dele. Mas o tratamento de ambos foi frio. Depois desse encontro ele se afastou um pouco da casa dos gritos.

Foi quando ouviu a voz do Ranhoso e vira que ele iria azarar Lilly. Sentiu uma raiva imensa invadi-lo. Ninguém ia machucar aquela garota enquanto ele vivesse, era o pensamento que o ocorria.

Quando ele lançou a azaração de escudo para protegê-la e quando tirou o feitiço dela e ela se deixou cair e ele a segurara, sentira que poderia salvá-la milhares de vezes. Mas ainda estava com raiva dela e por isso não queria falar nada, apenas garantir que ela estava bem.

Foi com esses momentos na cabeça que ele de repente se viu quase fora do perímetro permitido aos estudantes em Hogsmeade. Voltou correndo para o vilarejo, ainda com o perfume dos cabelos dela a incomodá-lo e a voz fria dela ao falar com ele em frente à casa dos gritos ecoando na cabeça.

- Droga... – desta vez ele chutou uma pedra se sentindo totalmente frustrado.

Seguindo a trajetória da pedra com os olhos ele se deparou com um par de pés. Já sabia quem era, não precisava nem mesmo levantar os olhos. Apenas se virou. Não queria ter que discutir com ela mais.

James achou que estava preparado para qualquer coisa que ela pudesse fazer ou dizer, mas quando ela pôs a mão no ombro dele e ele se virou para falar uma coisa bem mal-criada para ela, nada poderia tê-lo preparado para o que ela fez.

Assim que ele se virou ela o abraçou com força e o beijou. Um beijo ávido como se quisesse isso a vida toda. Ele correspondeu claro, sentia ondas de calor e calafrios em sua espinha ao mesmo tempo.

Quando se separaram, ela o olhou com raiva e saiu correndo, deixando ele ali, sem entender o último olhar dela. Ele tinha certeza de que fora ela que começara e que ela gostara. Se bem que seus pensamentos e sentidos estava tão bagunçados, tão misturados com aquele beijo que tudo poderia ter sido ao contrário.

- Uau... – foi tudo que ele conseguiu dizer, com os dedos nos lábios, depois de passado o torpor mental.


- Você o quê?!? – Andrômeda não sabia se sorria ou se espantava. – Você tem certeza de que fez isso? Não estava devaneando não?

- Claro que não. – Lilly colocou dois dedos nos lábios.

- Com essa cara... Não pode ter devaneado mesmo. – Andrômeda riu.

- Não é para rir. – Lilly disse nervosa, estava enrolando as mechas dos cabelos num tique.

- Sim, mas... por que? O que aconteceu? – A outra forçou uma expressão séria.

- Eu não sei direito. Ele tinha me ajudado mais cedo. E aí eu estava vagando por aí e ele apareceu do nada. Então eu coloquei a mão no ombro dele e... Foi isso. – Lilly que estivera dando voltas ao redor da mesa se deixou cair pesadamente numa cadeira.

- E porque eu tenho a sensação de que você não sabe se gostou ou não?

- Bem... Eu sei que estou com muita raiva dele. Ele foi muito grosso comigo nesses últimos dois dias.

- Ah... então é por isso que você tem ficado muito mal humorada não é? – Andrômeda disse como se fosse impossível ela não ter reparado nisso antes.

- E tem também o fato de que ele não é a pessoa mais digna de confiança que eu conheço. Desapareceu ontem a noite toda só poso imaginar que fazendo uma coisa. - Lilly continuou ignorando os comentários da amiga.

- E está com ciúmes... – Andrômeda mudou a expressão para pensativa.

- Mas quando ele me salvou do Snape hoje, foi... heróico. - estava decidida a apenas falar e ignorar totalmente cada comentário que sabia que teria que escutar.

- Gratidão...

- E eu precisava agradecer não é? Até dei uns pontos e um obrigada seco. Mas não pareceu bom o suficiente.

- Conflito interno...

- Aí quando eu o vi... me lembrei de uma coisa que ele havia dito.

- Lembranças de momentos juntos...

- E eu fiz o que eu poderia fazer. Entende?

- Apaixonada. É isso que você está. Eu sempre soube que isso aconteceria mais cedo ou mais tarde. Mas achei que fosse mais tarde.

- O que? – Lilly quase cuspiu a cerveja amanteigada. – Não mesmo. Não pode ser isso... Não em duas semanas... Não po... – Mas ela parou de falar quando a porta do bar rangeu, um vento gelado invadiu o pub e ela viu que ele entrava.

Devagar se escondeu na esperança de que ele não a visse.

- Boa tarde Senhorita Rosmerta. – Ela ouviu ele dizer, consegui perfeitamente ver os sapatos dele, aqueles tênis surrados.

- Olá James. O que vai ser? – ela ouviu a garçonete responder no seu habitual tom de alegria.

- Água de Gilly. Não estou com vontade de tomar cerveja amanteigada hoje.

- Tudo bem. Pode se assentar, eu já volto.

Lilly espiou por trás da mesa e viu que ele examinava o lugar, que não estava tão cheio de estudantes, como o normal. Ele avistou Andrômeda e foi até ela. Lilly sentiu que a outra a chutava debaixo da mesa e resolveu se levantar.

Quando ele a viu, fez menção de se virar para a direção oposta, mas Andrômeda se levantou correndo e falou qualquer coisa com ele que pareceu meio contrariado, mas assentiu com a cabeça.

A monitora sentiu o estômago ir até o chão quando a amiga foi até a porta e ele a encarou longamente com um olhar misto de curiosidade e mágoa.

- O que você quer? – ela perguntou baixinho chegando pra trás na cadeira e arregalando os olhos. Ele andou lentamente e meio contrariado até a mesa em que ela estava e se assentou numa cadeira apoiando o rosto nas mãos e os cotovelos na mesa.

- O que você quer me falar? – ele perguntou num tom de sincera curiosidade.

- Eu? Falar? O que a Andrômeda te disse? – ela engasgou de novo.

- Que você queria falar comigo. Mas eu acho que não queria não. – ele se levantou e foi até a porta, quando senhorita Rosmerta chegou com o pedido.

- Droga... O que você me faz fazer, Potter...– Lilly se levantou quando viu a porta fechando atrás dele e foi correndo derrubando a garçonete. – James! James... espera... – ela sentia o vento cortante em seu rosto, estava bem frio, afinal era final de outono. Não ligou para o bando de estudantes que olhava ela correr atrás de alguém que todos sabiam que ela odiava. – Droga, Potter! Dá pra parar de andar. – ela disse colocando a mão no ombro dele quando o alcançou.

- O que foi, Evans? Achei que não queria mais me ver na sua frente. – ele disse se virando e encarando ela. Mais uma vez a monitora sentiu a força de seus joelhos sumir, mas fez força para se manter em pé.

- Não. Quero dizer... você sabe que não é isso que eu quero. Você sabe muito bem o que eu quero... droga... essas palavras foram suas... agora são minhas. Com licença. – Ela se virou, mas ele a segurou olhando para ela com os olhos extremamente abertos.

- O que, exatamente, você quis dizer.

- Você sabe. – Ela não o encarou nos olhos, apenas encarou os sapatos surrados dele que ela cansara de olhar hoje.

- É, eu sei. – ele sorriu e dessa vez ela teve que se segurar para manter-se em pé, acabou se assentando num banco perto deles. – O que foi? Você está bem? – ele perguntou preocupado e desta vez ela sorriu.

- Não... quero dizer, não devo estar bem se me apaixonei logo por você não é?

- Eu vou ignorar esse comentário, ele foi infeliz, mas teve uma parte boa. – ele se assentou ao lado dela no banco e ela apoiou a cabeça no ombro dele.

- Eu sei, mas eu vou acabar esquecendo o que eu pensava de você mesmo. Isso se você continuar sentadinho aí e me chamar pra sair com você.

- Achei que já estávamos saindo.

- Tecnicamente não. Já que não foi nada combinado. – ela sorriu e levantou a cabeça para encará-lo.

- Eu tenho uma idéia melhor. – ele se levantou e se ajoelhou em frente à ela que corou furiosamente. – Vamos aproveitar que tem pelo menos uns cem alunos aqui em volta. – Ela olhou para a enorme quantidade de alunos que olhava para eles. – Eu quero te dizer, Lilly Evans, que eu te amo. Eu tenho certeza disso, antes que você me conteste.

- Ora... seu... isso foi covardia sua. – ela se ajoelhou em frente à ele. – mas eu também tenho certeza que te amo. – ela se jogou no pescoço dele e os dois caíram no chão. Ele aproveitou e deu um beijo nela. Mas ela se desvencilhou e se levantou olhando para os outros alunos em volta.

- Bem, ainda tem vergonha de mim? – ele perguntou se assentando no chão. Ela negou com um aceno de cabeça.

- Não... estou com vergonha de mim. Deus, como eu fui lerda. Se eu tivesse sido mais flexível, teria recebido esse beijo antes. – e com essa palavras ela se virou. Ele se levantou e foi atrás dela correndo e sorrindo.

N/A: Eu poderia dizer que esse é o fim, mas se eu receber alguns comentários vou postar um Epílogo, mas o Epílogo não faz muita falta mesmo. Portanto vou dizer que é um Fim Opcional.

Fim Opcional

N/A2: espero que vocês tenham gostado da fic... eu pessoalmente não achei das melhores não, mas acho que dá pro gasto né? De qualuqer maneira o importante é os leitores gostarem e não uma autora de baixa auto estima feito eu.

Até a próxima, se vcs quiserem.