Heart of sword

Sakura estava em seu quarto, pensando no rapaz que estava atrás dela. Não sabia o que ele queria, só sabia que devia evitá-lo ao máximo. Sua última experiência com magia estranha fora desastrosa. Ela estava sentada na cama, já sem os óculos. Tocou os olhos e ficou em silêncio. Estava fazendo uma magia, tentando não chamar muita atenção para a sua presença. Logo abriu os olhos e olhou à sua volta.

- Eriol, você me ensinou tanta coisa útil... - ela abriu seu armário e se olhou no espelho. Era uma pessoa modesta, mas tinha que admitir que era uma garota deslumbrante.

Essa magia era simples e permitia que Sakura enxergasse por uns dez ou quinze minutos, mas ela não podia fazer isso com freqüência, prejudicaria sua saúde. Ela prestava atenção na presença do rapaz, pra ver se ele se movia na direção dela, mas ele parecia estar totalmente fora da realidade e nem notara a presença dela.

Enquanto isso, em um hotel não muito longe dali...

- Aquela garota, realmente me impressionou. Qualquer outra garota teria caído aos meus pés. (modesto ele, não?) Acho que é sorte dela por não poder me ver, não sei. Ela parece estar sempre na defensiva, é estranho. Será que tem algo a ver com a cegueira dela? - ele suspirou. - Queria fazer algo para ajudar, ela me pareceu tão perdida hoje de tarde... Acho que é melhor esquecer isso, não tem porque eu me preocupar se estou aqui somente para encontrar o dono daqueles poderes. - ele parou um pouco e percebeu a mesma presença que sentira durante a tarde, só que mais fraca. - Muito sutil, mas não me engana. - ele saiu de lá correndo, mas, quando estava no saguão de entrada do hotel a presença desapareceu. - Droga...

- Essa foi por pouco. - comentou Sakura em voz alta em seu quarto. - Ele está atrás de mim, mas se continuar a se distrair tanto não vai conseguir nunca me encontrar.

Os dias se passaram tranqüilamente, ou quase. Sakura as vezes escorregava e os dois acabavam se esbarrando na rua, mas Shaoran nunca desconfiava da garota. Ela não queria se aproximar dele, ele finalmente parecia ter entendido isso depois da décima vez que ela foi grossa com ele.

Certa tarde, alguns dias depois, no hotel...

- É tudo muito estranho, mãe. É como se a pessoa não quisesse ser encontrada... Como se ela sumisse assim que eu me aproximasse.

- É claro, você achou que isso iria ser fácil? Vai te dar trabalho, parece ser uma pessoa esperta. Tem uma pessoa em especial que sempre está nesses lugares?

- Bom, eu não reparei muito...

- Acho que vou mandar Eriol aí para te ajudar.

- Não precisa, eu consigo achá-la. Na verdade eu não reparo porque arranjei uma encrenca por aqui e...

- Você não consegue ficar longe de confusão nem em um país estranho?

- Foi com uma garota, eu esbarrei nela sem querer no primeiro dia e ela pegou raiva de mim. O estranho é que sempre a encontro.

- Uma garota? Conte-me mais sobre ela.

- Ela me detesta, não sei muito sobre ela.

- Como ela é?

- Tem um corpo lindo, perfeito eu diria, mas frágil demais para suportar a quantidade de magia que esperamos. Não é ela. Além do que, ela é cega.

- Você sabe como foi que ela ficou cega?

- Não, a única coisa que sei é que ela tinha uma cicatriz feia no olho, que foi corrigida com cirurgia. É tudo o que eu sei.

- Pode ser que seja ela.

- Como assim? Eu já disse que ela não suportaria muita magia com aquele corpo frágil que ela tem.

- Frágil porém belo, não?

- Mãe, o que tem a ver beleza com a magia?

- Aparência inofensiva, a flor mais bela e frágil pode ser a mais perigosa. E se ela ficou cega em uma batalha?

- E se foi um acidente de carro? Mãe, seja plausível, por favor.

- Você está irritado porque, pela primeira vez, uma garota não caiu à seus pés, não é?

- Não diga bobagens, vim aqui encontrar a pessoa e não vou misturar as coisas.

- Não minta para mim, sei que está zangado.

- Posso até estar, mas isso não vai mudar o que eu vim fazer aqui.

- Tudo bem, vejo que você não vai dar o braço a torcer mesmo. Escute, vou ligar novamente depois de amanhã, se não encontrar a pessoa vou mandar alguém para ajudar.

- Certo, mas duvido que você vá precisar mandar.

- Então encontre até depois de amanhã. - ela desligou o telefone.

- Que droga, acho melhor eu me apressar antes que ela me ache um inútil.

- Enquanto isso, na casa de Sakura...

- Ele está agitado, acho melhor eu tomar mais cuidado senão ele me encontra.

No dia seguinte, Shaoran caminhava pela cidade atrás de vestígios de presenças mágicas para ter alguma noção de onde procurar a tal pessoa.

- Sem sucesso nenhum e desanimado, almoçou em um restaurante ali perto. Lá, adivinha quem ele encontrou? Óbvio que era Sakura.

- Ora, ora que coincidência... - comentou ele enquanto se aproximava da mesa dela. Ela estava acompanhada de uma garota da mesma idade deles.

- Infeliz coincidência. - comentou ela, azeda. - Sr. Li, eu realmente já lhe expressei meu desagrado com a sua presença a minha volta, então, por favor, pare de me seguir.

- Eu já disse que não a sigo, simplesmente nos encontramos, eu não estou aqui atrás da Srta.

- E eu já disse que não acredito no que diz.

- Isso é uma pena, agora, se me dão licença, eu vim aqui almoçar. - ele se afastou delas e se sentou em uma mesa.

- Sakura, ele é um gato. - comentou Tomoyo.

- É irritante... Metido, mal-educado e idiota. - retrucou a garota, com azedume.

- O que ele te fez.

- Ele tem magia e veio atrás de mim. Mas parece que, mesmo sem eu usar magia, ele sempre está onde eu vou...

- Isso não é perigoso, Sakura?

- Ele é muito lerdo para perceber sem eu usar magia. Está na cidade já há dez dias e não percebeu nada ainda.

- Será que ele não está simplesmente brincando com você?

- Impossível, posso não ver, mas sei que ele está confuso com tudo isso. Parece que ele está sob pressão.

- Sakura, eu sei que você tem medo por nós, mas você não podia procurar descobrir o que ele quer?

- Ele quer a mim, não vou me entregar de mão beijada assim. Tomoyo, ele é tão lindo assim?

- Por que não vê por si mesma? Você não iria acreditar se eu descrevesse, ele é quase um Deus.

- Bom, acho que se eu controlar a quantidade de magia ele não vai notar nada e terei uns 2 minutos. - ela se concentrou e fez a magia. - Pronto, vamos ver agora... - ela virou para trás e olhou para o rapaz. - Você está brincando que é aquele de cabelo castanho?

- Ele mesmo, não falei que era um Deus?

- Realmente, e parece ser muito forte, acho que terei mais problemas com ele do que eu imaginei que teria.

- Mas, fala a verdade, ele é bem mais bonito que o Eriol.

- Tomoyo, você vai começar? Ele e Eriol são totalmente diferentes, Eriol é uma pessoa muito doce e companheira. Esse cara é um babaca metido. Não se aproxime dele, te peço. Ele pode te machucar, To...

- OK, mas você não pode negar que ele é maravilhoso, não é?

- Tomoyo, já pedi para não começar.

- OK, me desculpe.

O almoço continuou sem maiores transtornos. Shaoran não notou nenhuma diferença na presença então tudo correu normal.

No dia seguinte, Sakura resolveu treinar um pouco e, por descuido, Shaoran sentiu a presença.

- Hoje você não me escapa. - disse ele saindo correndo do hotel.

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Gente, eu queria agradecer a quem está lendo, apesar de serem poucas pessoas que me deixaram review.

Adoro vocês mesmo e queria deixar bem claro que não é que eu goste de fazer o Shaoran fraco e a Sakura forte, mas é que em algumas situações ela tem que ser um pouco mais impetuosa, por assim dizer... Podem me chamar de feminista que eu não ligo, mas não é a verdade mesmo...

Bjs, Miaka. ^.~