Heart of Sword

Sakura acordou naquela manhã bem cedo, sabia já que sentia o sol bater em seu rosto, e os raios só alcançavam a cama quando ainda estava nascendo. Se arrumou e saiu do quarto, sentindo Lyu, Cheng e Tseng no corredor.

- Bom dia, Srta Kinomoto. – Sakura ouviu a voz de Cheng.

- Bom dia, Cheng, Tseng. – Sakura disse educadamente. – Olá, Lyu, teve uma boa noite?

- Ótima, apesar da festa não ter sido a mesma sem você.

- Obrigada. – ela sorriu. – Estão indo treinar, eu suponho.

- Não... Acordamos tarde, vamos tomar café primeiro, os outros já estão indo para lá. – explicou Tseng.

- Eu estava indo também, vamos então? – ela não gostava muito da companhia de Tseng e Cheng, mas não podia ser mal-educada com eles.

- Claro. – Lyu tomou a frente e segurou o braço de Sakura, guiando-a.

- Obrigada, Lyu. – ela sorriu, mas abaixou a cabeça.

- Alguma coisa errada?

- Não, nada... – ela olhou para frente. – É só que... Esqueça, não vou ficar aborrecendo-o com meus problemas.

- Não me aborrece, Sakura. – ele insistiu. – Se quiser conversar é só me avisar, te ajudo no que eu puder.

- Obrigada, mas agora não é o momento certo para falarmos disso.

- Como quiser. – eles chegaram na sala de jantar. Lyu ajudou Sakura a se sentar e sentou-se ao lado.

Sakura sorriu em agradecimento a Lyu, sentiu Eriol se sentar ao seu outro lado e lhe dar um beijo na bochecha.

- Bom dia, princesa. – ela riu. – Dormiu bem?

- Dormi sim... Mas depois do café eu preciso falar com você.

- Bom dia a todos. – Yelan entrou e se dirigiu ao seu lugar na mesa, mas não sem antes passar as mãos pelos ombros de Sakura.

- Bom dia, Yelan.

- Bom dia, jovem flor. – ela se sentou em seu lugar.

- Shaoran não está aqui? – Sakura estranhou, notando a falta da presença do amigo na sala.

- Não. Saiu cedo, foi treinar em outro lugar. Volta em três dias. – explicou Eriol.

- Conseguem fazer o feitiço sem ele? – perguntou Lyu.

- Não, T'ai vai me ajudar com isso. Shaoran não sairia sem ter certeza de que teria alguém para cobrir suas responsabilidades.

- Eriol, eu preciso conversar com você sobre isso. Vamos encerrar o assunto e continuamos depois, não é o local apropriado para essa conversa. – disse Sakura, encerrando o assunto e voltando a comer calada.

- Lyu... Será que eu posso saber porque Cheng e Tseng estão tão bravos com você? Estão olhando para cá com uma cara... – Eriol perguntou e ouviu uma risada contida vinda de Sakura. – O que foi?

- Nós três encontramos Sakura saindo do quarto, vindo para cá... Conversamos um pouco e vínhamos para a sala, quando vi que Cheng ia se aproximar para guiar Sakura, tomei a dianteira. Sabia que eles iam tentar leva-la para algum lugar que não era a sala e isso iria gerar uma confusão...

- Posso ser cega, mas sei os caminhos da mansão, pelo menos os básicos.

- Ai meu Deus... – Eriol riu. – Esses dois não tomam jeito mesmo...

- Eu não vou gastar um segundo do meu tempo com eles, sinto muito. – disse Sakura.

- São uns idiotas, não vai precisar não. – Lyu comentou com desdém. – Não têm escrúpulos, são uma vergonha.

- Acontece nas melhores famílias, Lyu, não se preocupe. – Sakura brincou e os três riram.

Terminaram de comer e Sakura foi, acompanhada por Eriol, à biblioteca, onde poderiam conversar com mais calma.

- Tem algo errado, Eriol. Estou sentindo uma dor que vai e vem... Às vezes mais forte e às vezes mais fraca.

- Onde?

- Nessa área. – ela fez uma linha com os dedos que ia dos olhos até a nuca.

- É estranho, não deveria causar nenhum tipo de dor...

Eriol a examinou Sakura e notou que realmente havia algo errado, que não iria funcionar.

- Se continuarmos podemos tornar o estado irreversível, até mesmo para feitiços... Não sei o que saiu errado, me desculpe...

- Não se preocupe, você tentou. E sei que não vai desistir, confio em você. – ela sorriu. – Não adianta tentar me explicar o que está acontecendo, sabe que não entendo grande parte dos termos que você usa... – ela suspirou. – Já que Shaoran resolveu dar uma de senhor aplicado em treino... Vou treinar sozinha hoje então.

- Não mesmo. – disse Eriol, rindo. – Lyu ficou encarregado de seu treino, ele insistiu.

- Puxa... Então acho que não tenho do que reclamar. Se bem que Shaoran já estava acostumado ao meu nível.

- Lyu não vai deixar barato, não se preocupe.

- Então vou me trocar. Você avisa o Lyu que estou indo para o dojo?

- Aviso.

- Obrigada. – ela foi para o quarto, se trocou e, enquanto estava indo para o dojo, sentiu uma mão segurar seu braço firmemente, mas não conseguiu distinguir a presença. – Quem é? – não obteve resposta. – Me solta! – a mão apertou com mais força seu braço e ela pôde sentir unhas compridas e a pele delicada, era uma mulher. Colocou a outra mão na frente dos olhos e fez o feitiço para enxergar. Viu à sua frente uma garota de cabelos negros e olhos gélidos azuis. – Agora só me resta saber se é Yung ou Ylang.

- Que magia você fez, sua maga de meia tigela?

- Pela voz, suponho que seja Yung. – continuou Sakura calmamente.

- Sou eu sim.

- O que quer? Estava indo treinar com Lyu.

- Hoje não tem meu querido primo para te salvar, srta Kinomoto. – pronunciou o nome com inconfundível nojo.

- Ai, ai... Vejo que vai ser um longo dia... – comentou Sakura, segurando a mão da garota e, com um movimento ágil, derrubou-a no chão com força. – Nunca mais zombe de mim, srta Li. – pronunciou o nome em tom de deboche e se afastou, indo para o dojo.

Lyu estava indo encontrar-se com Sakura quando viu Yung se levantando com ajuda de Cheng e Tseng.

- O que houve por aqui? – perguntou, confuso.

- Aquela monstra da Kinomoto. – disse Yung.

- Duvido que ela faria isso sem você ter dado motivos. – comentou Lyu, sem se importar com os olhares furiosos dos dois primos.

- Lyu, ela nunca vai ficar com você, não adianta. – disse Cheng. – Pára de defender por interesse, ela não é santa, apesar da carinha de anjo e do corpo perfeito. Que ela é gostosa, isso é inegável, mas... – Cheng caiu no chão devido a um chute nas costelas, desferido por Eriol, que se aproximava por trás.

- Meu caro amigo, nunca volte a dizer essas palavras em minha presença, ouviu bem? – disse Eriol, olhando para ele com nojo. – Lyu, Sakura já está no dojo há algum tempo.

- Eu sei, estou indo. – ele se afastou do grupo, indo ao encontro de Sakura enquanto Eriol ia na direção oposta, para a mansão. – Bem, Sakura... Podemos começar?

- Lyu? – ela olhou bem para ele. – Desculpa a pergunta, mas quantos anos você tem?

- Vinte e três, por que? – ele a fitou. – Você está enxergando?

- Uhum... Só perguntei por curiosidade.

- Ah, então é o feitiço que Eriol inventou... Poxa, quanto tempo ele dura?

- Depende da quantidade de magia que eu utilizar... Agora acho que dura mais uns quinze minutos, estava irritada e não controlei muito bem meus poderes.

- É, eu vi Yung. Escuta, podemos aproveitar agora para fazer um treino um pouco mais forte?

- Claro, como quer fazer?

- Espadas de madeira. – ele pegou duas e jogou uma para ela. – Quer se aquecer antes?

- Não, aproveitei enquanto você não chegava. – ela segurou firme a espada com a mão direita e fez alguns movimentos, como que se acostumando com o peso da arma. – Vamos?

- Claro, podemos começar firme então...

- Com certeza, pode vir.

- Você pediu. – ele foi para cima dela com a espada em punho, desferindo alguns golpes, que eram bloqueados facilmente. – Não vai revidar?

- Você quem pediu. – ela começou a tentar ataques entre seus bloqueios, inclusive socos e chutes, que eram bloqueados com algum esforço do homem à sua frente. Até que, quando conseguiu atrair a atenção dele para um chute que ela iria desferir na perna direita dele, deu um golpe na mão dele, fazendo a espada voar em direção à porta.

Nesse momento, Ylang entra pela porta do dojo e a espada atinge seu estômago com força. Sakura e Lyu pararam ao ver aquilo, Ylang se ajoelhava com as mãos no local onde a espada a atingira.

- Opa... – disse Sakura.

- Ylang, você está bem? – Lyu foi até ela e ajudou-a a se levantar.

- Ah, então ela é Ylang... – Sakura ergueu uma sobrancelha e ajudou Lyu a colocá-la sentada, apoiada numa parede.

- O que foi que aconteceu? – perguntou Ylang.

- Sakura me desarmou e você entrou no caminho da espada. – disse Lyu, simplesmente.

- Estávamos treinando, não achamos que alguém fosse entrar. – completou Sakura.

- Vim pegar kodachis para treinar com Yung...

- Ylang, porque a demora? – Yung entrou e viu a prima sentada. – O que foi que aconteceu? – chegou, empurrando Sakura, que se afastou, sem falar uma palavra.

- Estávamos treinando, e bem quando Ylang entrou, Sakura tinha me desarmado e a espada de madeira bateu no estômago dela.

- Ela te desarmou? – estranhou Yung.

- Foi.

- Eu já estou melhor, vamos Yung. – Ylang foi se levantando com a ajuda dos dois primos.

- Aqui estão. – Sakura estendeu duas kodachis para Yung. – Foi isso que Ylang veio pegar, não foi?

- Foi sim. – Yung pegou as espadas e saiu do dojo com a prima, indo treinar ao ar livre.

- A Yung foi de propósito, mas a Ylang eu não fazia idéia que estava chegando... – disse Sakura, se sentando em um canto.

- Não liga, elas são assim mesmo. Agora, estando na família, você vai te que aturar todos os primos.

- Família? Não acho que me vejam realmente assim.

- É difícil recomeçar quando se acha que tudo está perdido, Sakura... – Lyu se sentou ao lado dela, passando o braço pelos ombros dela. – Mas você não pode desistir. Quando conheci Eriol, a primeira coisa que perguntei o motivo de ele querer entrar no clã... Se era somente por poder ou havia algum outro motivo... Ele entrou para conseguir fontes de pesquisa para poder te ajudar. Contou-me toda a sua história, desde quando descobriu sobre sua magia até a batalha que te tirou a visão. Se desistir de tudo agora e desanimar desse jeito, como acha que Eriol vai ficar?

- Eu sei disso... – ela apoiou a cabeça no ombro dele. – Não vou desistir... Só que de vez em quando, tudo isso parece egoísmo...

- As pessoas que estão te ajudando não estão sendo forçadas a isso, Sakura... Não é egoísmo, vamos te ajudar e você vai voltar a enxergar tudo a sua volta sem precisar do auxílio da magia... Você vai ver. – ele a abraçou firmemente. – O que está te perturbando?

- Eu não entendo... Shaoran não comentou nada sobre essa viagem... Por que ele saiu sem dizer nada?

- Shaoran tomou essa decisão rápido demais até para mim... Ele simplesmente resolveu ir, mas é normal da parte dele, quando a família fica na mansão ele dá um jeito de se afastar.

- Mesmo assim... Por que ele não falou nada?

- Ele não gosta de se sentir preso a alguém... Provavelmente não quis se sentir na obrigação de dar satisfações a ninguém... Não é a primeira vez que ele faz isso.

- E ele ainda diz que quer que eu confie nele... Desse jeito não dá.

- Não se preocupa com isso, ele volta em três dias e você fala com ele...

- Tem razão...

- Agora, quer continuar o treino? Ou vamos parar por hoje?

- O feitiço já vai acabar... – ela colocou a mão em frente aos olhos, fechando-os. – Correção, já acabou. – ela suspirou. – Que horas são?

- Onze e dez. Ainda falta tempo para o almoço.

- Bom, podemos continuar mais um pouco com o treino, se não se importar de eu estar sem enxergar...

- Faz grandes diferenças para você?

- É sempre bom, mas não se pode confiar totalmente no que seus olhos vêem.

- Mãos livres, que tal?

- Como quiser. – ela se afastou dele e se levantou, ouvindo-o fazer o mesmo.

Eles continuaram com o treino por mais meia hora. Estavam cansados e suados, Lyu mais do que Sakura, era mais difícil para ele se controlar para não exagerar do que lutar com ela propriamente dizendo.

Lyu pegou água par aos dois e saiu do dojo antes que Sakura, disse que iria falar com Yelan antes de ir se arrumar.

Sakura saiu do dojo e foi andando calmamente, mas sentia ser acompanhada pelo olhar de alguém, e não se surpreenderia se fosse Cheng ou Tseng.

- Ei, Kinomoto? – ouviu-se a voz de Yung.

- O que quer, Yung?

- Nós queremos acertar umas contas... – Ylang se aproximou. – E agora não tem Shaoran, T'ai ou Lyu para te ajudar...

- Ajudar com o que?

- Você já vai ver. – disse Yung, partindo para cima de Sakura, que desviou com facilidade do soco da garota, fazendo-a quase cair no chão.

- Sou cega, não idiota.

- Ora sua... – dessa vez as duas avançaram ao mesmo tempo e Sakura teve que encarar.

Bloqueava socos e chutes das duas, mas estava ficando difícil não reagir. Começou a tentar golpeá-las dentre as defesas e conseguiu derrubá-las no chão. Sentiu duas mãos segurarem as suas e a prenderem para trás, enquanto ouvia as duas reclamarem com alguém que, pelo que dava para entender, as segurava.

- Já chega! Não há motivo para ficarem brigando! – ela ouviu a voz de Cheng. Se sentiu incomodada pelo olhar da pessoa que a segurava, era Tseng.

- Não foi culpa minha. – ela se soltou de Tseng. – Com licença, vou me arrumar para o almoço. – se afastou de todos e foi para seu quarto.

Aqueles dias passaram sem mais incidentes. Sakura melhorava a cada treino que tinha com Lyu, que estava aumentando o nível e não se segurava tanto.

Shaoran voltou e soube do mico que Yung e Ylang pagaram, sempre que as via tirava uma com a cara delas, já que Sakura estava cansada e nem precisou usar o feitiço para enxergar.

Logo a maioria dos tios e primos foram embora, somente Lyu, T'ai, Cheng e Tseng ficaram com seus pais por lá.

Passadas algumas semanas de treinos, pesquisas e conversas, as aulas começaram. Shaoran tinha uma rotina rígida: acordar cedo, treinar, se arrumar, tomar café e ir para a escola.

Iniciadas as aulas, Shaoran voltou a sair com o pessoal da escola após as aulas, e Sakura treinava sempre com Lyu.

Ela se sentia solitária, Shaoran se afastara e Eriol passava dias e noites na biblioteca pesquisando desde simples feitiços aos rituais mais bizarros para curar Sakura. Somente Lyu passava o tempo com ela, mas por vezes esse também se afastava, tinha suas responsabilidades e Sakura não podia culpá-lo.

Certo dia, enquanto Lyu estava com os anciões, Yelan chamou Sakura para conversar.

- Flor... Aconteceu alguma coisa entre você e Shaoran?

- Não... Por que a pergunta?

- Ele anda agindo estranho... E passou seu treinamento para Lyu. Não é normal ele não terminar algo.

- Eu não entendo também... De repente quer passar mais tempo com os amigos da escola. Ele não falou nada para mim.

- Ele não anda falando com ninguém...

- Não posso te ajudar com isso. Não podemos ajudar alguém que não quer ajuda, se ele estiver com algum problema e não nos conta é porque não quer ajuda.

- Tem razão...

- Só isso?

- Era só. Obrigada.

- Não há de quê. – Sakura saiu da sala e foi para seu quarto. Era fim de tarde, ela usou o feitiço para enxergar e ficou olhando o pôr-do-sol pela janela. Shaoran ainda não voltara, ela sentia sua presença em um local bem longe da mansão, mas que vinha se aproximando.

Ficou lá por dez minutos. O feitiço duraria meia hora, ela queria ter tempo para observar todas as coisas maravilhosas que aquele local possuía. Avistou Shaoran se aproximando com alguns amigos conversando alegremente. Ficou observando-os, até algum comentar alguma coisa e Shaoran se virar para olhar para ela. Não se intimidou, continuou olhando para o grupo. O viu dizer algo para o grupo, que entrou na mansão junto com o garoto, como se nada tivesse acontecido.

Cinco minutos depois, Shaoran entrou no quarto de Sakura e a ficou encarando.

- Algum problema? – perguntou Sakura.

- Tenho e um bem grande. Por acaso está parado bem na minha frente.

- Não posso querer ver um pôr-do-sol?

- Sakura, sabe que não é uma boa idéia que te vejam.

- Tem vergonha por eu ser deficiente visual? É esse o seu problema?

- Você sabe que não é.

- Não sei não! Você nem fala mais direito comigo, Shaoran! Não sei o que está havendo, e sinceramente não me importa! Você está feliz com seus amigos, não está? Então o que está fazendo aqui perdendo seu tempo comigo?

- Não é perda de tempo, Sakura...

- Mas foi o que você fez parecer que era nas últimas semanas.

- Nem tudo é o que parece.

- Mas você não me dá nenhuma evidência de que não seja isso.

- Sakura... Eu estou com problemas... Entenda-me...

- Pensa bem com quem você está falando sobre problemas. Achei que confiasse em mim.

- Eu confio, mas...

- Se realmente o fizesse me contaria o que há de errado! Eu achei que pudesse confiar em você... Que éramos amigos... Mas parece que me enganei...

- Sakura...

- Não, Shaoran. Por hora não há nada mais a ser dito. Deixe-me sozinha, por favor.

- Sakura...

- Por favor, Shaoran!

- Está bem... – ele saiu do quarto e voltou para a sala, onde seus amigos lhe esperavam. – Vamos para o meu quarto ver a tarefa, então.

Os cinco rapazes seguiram Shaoran até o quarto dele e ficaram lá estudando. Logo o jantar foi anunciado e eles ficaram para jantar. Chegando na sala se sentaram e notaram uma cadeira vazia, bem ao lado de Shaoran.

- Onde ela está? – perguntou Shaoran, olhando fixamente para sua mãe.

- Não vai jantar hoje, não está com fome.

- Podem começar o jantar, eu vou falar com ela e já volto.

- Não vai não. – diz Lyu. – Ela disse que não queria jantar, pelo menos isso poderia deixar à escolha dela, não acha?

- Deixe-a, Shaoran. – pediu Eriol. – Vou falar com ela mais tarde, agora vamos jantar.

- Tudo bem. – Shaoran se sentou, resignado.

- Shaoran, o que está acontecendo? – perguntou um dos rapazes, sussurrando.

- Nada não... Só um assunto mal resolvido.

Após isso o clima ficou pesado na mesa, então os que comiam iam se levantando e deixando a sala silenciosamente. Shaoran não tocou na comida, quando viu que todos os seus amigos haviam terminado fez sinal para se levantarem e o seguirem novamente para o quarto.

- Shaoran, ficar sem comer não vai resolver o problema. – disse T'ai, quando viu o prato do primo intocado.

- Não estou com fome, T'ai, não venha me dar sermões. – e continuou andando com os amigos para o quarto.

Logo terminaram de estudar e Shaoran os acompanhou para fora da mansão. Quando todos se foram, Shaoran se deitou na grama do jardim e ficou olhando as estrelas.

- São lindas, não são? – perguntou uma voz doce próxima a ele.

- Sakura? – se virou e a viu encostada na parede da mansão, também observando as estrelas. – São lindas mesmo. – sorriu.

- Desculpe... Eu não devia ter gritado com você daquele jeito...

- Você teve motivos. Agi como um idiota mesmo.

- Mesmo assim...

- Eu... Só achei que ficaria em melhor companhia com o Lyu do que comigo...

- Adoro a companhia dele, mas cada um é único. Só porque passo bastante tempo com Lyu não quer dizer que prefiro ele a você.

- Eu sei... – ele suspirou. – Desculpe-me.

- Não se preocupe com isso.

- Amigos?

- Com certeza. – ela sorriu.

- Sobre aquele problema...

- Não precisa me contar se não quiser. – ela o interrompeu. – Provavelmente não sou a pessoa mais adequada para te ajudar.

- Obrigado. Sobre o pessoal da escola... Não é que eu tenha vergonha de te apresentar, muito pelo contrário... Mas, se você recuperar a visão, minha mãe vai te colocar na mesma escola que eu, e como explicaríamos sua súbita recuperação?

- Eu sei... Entendo seu ponto de vista.

- Vou tentar passar mais tempo em casa. De repente ajudar um pouco nos treinos...

- Eu adoraria.

Os dias passaram-se mais amenos, tudo voltara quase ao normal.

Até que, um dia, Eriol entrou na sala de jantar na hora do café da manhã, ofegante.

- Descobri. – disse ele. – Achei um modo de te curar, Sakura!

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N/A:Oi gente! Vocês devem pensar: 'ah, já chegou a chata com as notas enormes...', mas não posso fazer nada... Prometo não enrolar muito e ir direto ao ponto nas notas...

Primeiramente agradecer à Yoruki Mizunotsuki... Miga, você sabe que não é a mesma coisa escrever sem você e realmente você nem deu tantos palpites nesse capítulo, não é? Mas tudo bem, vamos tentar seguir a vida, não é? E valeu por me deixar surrupiar nomes.

Felipe S. Kai, uma das pessoas mais maravilhosas que conheci por fics... Você sabe que mesmo não ajudando diretamente nesse capítulo sempre penso em você e nas forças que você me dá... Seus fics me inspiram e as conversas que temos também... Valeu mesmo Fe! (leiam o fanfic dele: 'Chrono, travelers of time' e também os one-shoots dele, principalmente 'o piano', é lindo!). (Sobre o seu review, que eu não canso de agradecer, sabe que você é o primeiro que me fala que gosta da situação deles... Ai, ai, mas não tem problema, acho que ir rápido demais acaba estragando... espero que o cap 11 tenha atendido as suas expectativas...)

DianaLua, minha amiga querida, apesar das poucas conversas você me anima a continuar, mesmo estando na seca de inspiração... Te adoro demais, você sabe que sim! (ah sim, e sobre a angústia dos dois, não esquenta ainda... tem muito mais coisa por vir...)

Dai, miga, o que aconteceu com você? Não nos falamos há um tempão... Qualquer coisa me avisa, OK?

Agora aos reviews... Hayashi (criatividade para personagens? Eu não acho, demoro um tempão para criar ou outras pessoas criam para mim... Hehehe, eu sei como é querer dar realidade a um nick...), MiDoRi MoToKi (As primas chatas vão sumir, mas talvez elas voltem... E os dois tosquinhos que ficaram secando ainda vão levar porrada do Eriol... A propósito, ele não está fofo nesse fic? Não é porque eu que criei, mas eu sempre imaginei como poderia ser ele nervoso sem ser por ciúmes da Tomoyo, então acabei fazendo ele como um irmão para a Sakura...), Katharyna (Obrigada, que bem que você gosta tanto, fico muito feliz por receber reviews assim^^), Harumi (É, recebo reviews que me dizem que adoram, mas nunca é demais, pode continuar mandando... E o nosso combinado de sábado... Estou esperando você, miga...), Fernanda (Como eu devo já ter te contado, não tenho bem idéia de quantos caps não... O próximo capítulo está aí e a minha atualização é de um fanfic por semana, ou seja, 3 semanas para atualizar um mesmo fanfic...).

Gente, eu sei que talvez seja ganância minha, mas uma coisa que eu queria muito é chegar aos 100 reviews, será que vocês podem me ajudar? Queria mesmo, não é pedir demais, é?

Beijos para vocês, Miaka Hiiragizawa (só pra lembrar que mudou o nick, mas continuo a mesma chata, não?).