N/A: Oi, pessoal... Esse comentário é só para responder umas perguntinhas que iriam embolar mais o capítulo se eu não respondesse antes...
A Tamaga perguntou algumas coisinhas e vou explicar. A sakura quase matou o Shaoran por ter subestimado as defesas dele contra ataques mágicos, não foi a intenção dela... Como eu disse, não fui eu quem fez o treinamento em magia (eu poderia tê-lo alterado, não estou colocando a culpa em ninguém) e gostei da idéia da Sakura fritar o Shaoran...
O fato de ela sair chorando do quarto onde conversava com ele, bem eu tentei imaginar a minha própria reação na situação dela: tendo que decidir se aceita o pedido de namoro do melhor amigo, gostando de um outro garoto que parece ser praticamente indiferente aos meus sentimentos, que pergunta sobre a conversa que tive na hora que meu amigo me pediu em namoro... Completamente confusa... Acho que a única coisa que eu conseguiria fazer é chorar mesmo... Mas essa é somente a minha opinião... (Ah, da próxima vez que tiver perguntas, deixe seu e-mail para que eu responda diretamente a você...)
Espero que tenha esclarecido suas dúvidas, agora, vamos ao fic.
Heart of Sword
Entrou no quarto furtivamente, tentando não despertar o rapaz. Teria que dar um jeito, era sua culpa o estado dele. Pegou os livros e anotações sobre a escrivaninha e, quando estava saindo, assustou-se, quase deixando todos os papéis irem ao chão, ao ouvir a voz dele.
– Já estou acordado, Sakura... Diga-me, aonde vai com meu trabalho?
– Imagino que não seja certo deixar Mai Su sem nota por minha culpa. – disse.
– Hei, o que quer dizer com isso?
– Eu o superestimei, Shaoran... Achei que não teria problemas em se recuperar do meu ataque, mas, nessas condições, não pode ir à escola... Como fui dispensada do trabalho por entrar na sala depois e farei um trabalho à parte para compensar a nota, vou apresentar em seu lugar.
– Que idéia é essa? Eu vou à escola! – revoltou-se, sentando na cama.
– Ah sim, pois eu duvido que consiga sair pela porta sem ficar tonto. – ela riu. – Desculpe Shaoran, mas você não vai.
– Bem, para quem não conseguia ficar cinco minutos sem chorar ontem, parece-me até bem demais. – provocou, não agüentava quando as pessoas o subestimavam.
– Não desvie o assunto. – respondeu calmamente a japonesa. – Quer ir e arruinar a apresentação do trabalho? Por mim tudo bem, eu estava somente tentando ajudar. – deixou as coisas sobre a escrivaninha novamente. – Todos já estão tomando café da manhã, sairemos em trinta minutos, não demore ou iremos sem você. – e saiu do quarto.
Enquanto caminhava lentamente para a sala de jantar, repassava sua decisão. Talvez não fosse a certa, mas pareceu ser o certo a se fazer.
– Só espero que eu não estrague tudo com essa atitude... – suspirou, antes de entrar na sala e dizer a todos, com seu maior sorriso. – Bom dia!
– Bom dia, Sakura! Parece estar bem melhor. – disse Eriol.
– É sim... Desculpem por ontem, eu não estava conseguindo pensar direito. – sorriu para o amigo, logo olhando Tomoyo. – E você, Tomoyo, como passou sua primeira noite aqui? – perguntou, sentando-se ao lado da prima.
– Muito bem. – ela sorriu. – O lugar é maravilhoso, já disse isso da última vez que vim, não se lembra? Estou só um pouco nervosa com a escola, não sei se vou me adaptar tão facilmente.
– Ah, não se preocupe. Se o problema for o chinês, eles não falam muito rápido, pelo menos não os professores... O restante, bem, é bastante parecido com a escola do Japão. – disse ela.
– Traduzindo: Ela já arranjou encrenca por lá. – brincou Eriol.
– Não teve graça, sr Hiiragizawa. – disse Sakura, no mesmo tom do amigo, fazendo Tomoyo rir.
– Ora, Shaoran! Achei que não iria a escola hoje. – comentou Eriol, vendo-o entrar na sala.
– Pois é, tenho um trabalho para apresentar com Mai Su... Não posso faltar.
– Teimoso. – murmurou Sakura, bebendo um gole de seu suco.
O café da manhã seguiu silenciosamente, até dar o horário de que fossem para a escola.
Chegaram na escola relativamente cedo e deixaram Tomoyo na sala dos professores e foram para a classe.
Mai Su chegou em cima da hora e ficou aliviado ao ver Shaoran, apesar de ver que ele estava abatido.
– Ei, Sakura... O Lien estava estranho desde que chegou em casa ontem... Você sabe o motivo? – perguntou Mai Su.
– Sei. – disse, sentando-se e tirando o estojo da mochila.
– Então...? – perguntou, pedindo que ela explicasse.
– Se ele não disse a você, não serei eu a fazê-lo. – disse, suspirando em seguida.
Olhava aflita para todos os lados, precisava encontrá-lo. Pedira para Tomoyo esperá-la na sala, tinha que falar com ele.
Avistou-o de costas para si, conversando com alguns colegas.
– Acho que temos um assunto pendente, não é, Lien? – disse, fazendo-o assustar-se e virar-se para ela, vendo-a ofegante pela corrida para achá-lo.
– Sakura? Você... Eu disse que não precisava responder logo...
– Rapazes, importam-se se eu roubar Lien por alguns minutos? – perguntou ela aos garotos, que a observavam curiosamente. Não esperou resposta e puxou Lien pela gravata do uniforme.
– Sakura, espera. – ele soltou a gravata da mão dela e a encarou. – Você... Realmente vai dar-me uma resposta agora?
– Lien, eu não passei a noite em claro por nada, não acha?
– Passou a noite em claro? – perguntou, em tom preocupado.
– Você deu-me muita coisa em que pensar... Quando dei por mim, o sol já estava nascendo. – sorriu.
– E... Chegou a alguma conclusão, pelo jeito. – comentou, hesitante.
– Cheguei sim... – suspirou. – Lien, nem você e nem ninguém poderá fazer-me esquecer o que sinto. É um fato inegável, não sou de ficar com paixonites de uma semana... Quando meu último namorado terminou comigo, fiquei arrasada...
– Sakura, eu não quero que se sinta obrigada...
– Não, Lien... Deixe-me terminar, está bem? – interrompeu-o.
– Sim, desculpe.
– Apesar de tudo... Eu não posso dizer que não goste muito de você... Talvez mais do que como um simples amigo... O único jeito de descobrir é tentando... Mas preciso saber se está disposto a arriscar. – disse tudo pausadamente, para evitar mal-entendidos.
– Estou disposto a isso e muito mais, Sakura... – segurou as mãos dela entre as suas, beijando-as. – Prometo fazer tudo... Tudo o que eu puder... – foi calado pelo indicador dela sobre seus lábios.
– Não seja bobo... Não faça promessas sem sentido... Se não tivesse certeza de que faria tudo para que eu me sentisse bem, nunca aceitaria seu pedido. – sorriu.
– Posso fazer algo com o que sonhei a noite inteira? – perguntou suavemente, acariciando a face corada dela. Recebeu assentimento com um movimento da cabeça dela e enlaçou-a pela cintura, tocando suavemente os lábios dela, sem se importar com os curiosos que os observavam atentamente.
Provava a textura e o sabor dos lábios dela lentamente, querendo aproveitar cada gota daquele mel. Sentia-a correspondendo à carícia, mas interrompendo-a bruscamente em seguida. Olhou-a confuso, percebendo que ela estava ofegante e corada, mas olhando para o chão. Olhou rapidamente sobre o ombro dela, vendo Shaoran observando-os incrédulo.
– Desculpe... Acho que vou precisar de um tempo para me acostumar... – murmurou ela.
– Não se preocupe... Está tudo bem. – abraçou-a carinhosamente. – Escute, sua prima não iria começar a estudar conosco hoje?
– Sim... Pedi que ela esperasse na sala enquanto eu falava com você...
– Contou a ela...
– Não tenho segredos com Tomoyo... Conto tudo a ela e ela a mim... – interrompeu-o.
– Então vamos até lá... Não se deve deixar uma dama esperando. – sorriu cordialmente, estendendo a mão para ela que foi aceita e os dois caminharam de mãos dadas até a sala do primeiro ano, onde encontraram Tomoyo esperando-os sorridente.
– Quero ser a primeira a parabenizar o casal. – disse, abraçando-os.
– Tomoyo... Assim você me deixa sem jeito... – disse Sakura, corada.
– Ora, Sakura, não é todo dia que se começa um namoro. – disse Tomoyo, serenamente. – Ontem não tivemos oportunidade para conversarmos, não é Lang?
– Pode chamar-me de Lien... Lang acaba confundindo com o Mai Su.
– Sim... Sakura contou-me que é seu irmão... Não associaria se não fosse o nome, não tem muita coisa em comum... – ela sorriu. – Mas vamos conversar lá fora, está um dia lindo! – estendeu o almoço de Sakura à mesma enquanto mantinha o seu seguro na outra mão.
– Está bem... – pegou seu almoço da mão da prima. – Acompanha duas jovens para o almoço? – perguntou, em tom brincalhão.
– Claro... – sorriu. – As duas mais belas do colégio, parece que dei a sorte grande. – os três riram, seguindo para a área externa da escola, onde ficaram conversando enquanto comiam.
Shaoran estava pasmo, não podia acreditar no que seus olhos viam. A conversa, o beijo, a intimidade com que eles se tratavam... Devia ter imaginado, mas era tão idiota que não vira o que estava óbvio. Observava-os de longe, rindo e conversando. A aura dela emanava uma alegria que ele nunca sentira. Não sabia ao certo o que pensar, mas, apesar do ciúme que sentia, aquele sentimento quente o entorpecia ao mesmo tempo em que o atinava. Saber que ela estava feliz era reconfortante, mas todo homem tem seu ego, e saber que essa felicidade não era proporcionada por ele o corroia por dentro.
Saíam conversando alegremente da escola. Lien mantinha a cintura de Sakura enlaçada enquanto conversava com todos, enquanto a garota permanecia calada, pensativa.
– Sakura, algum problema? – perguntou Lien, enquanto que todos pararam e ficaram fitando-a, preocupados.
– Ahn? Não! Não tem nada de errado comigo, só estava pensando em algumas coisas... – sorriu. – Vocês vão para a lanchonete, não é? – perguntou, recebendo assentimento geral, com exceção de Tomoyo. – Bem, eu tenho que ver algumas coisas lá para o Eriol... E depois ainda fiquei de fazer um treinamento com Lyu... Dei uma pausa para me acostumar ao período letivo e agora tenho que me ajustar de novo...
– Eu vou com você, Sakura... Ainda tenho umas coisas para arrumar. – disse a jovem de olhos violeta.
– Sakura... – Lien ia começar, mas ela balançou negativamente a cabeça.
– Sabe que tenho obrigações com o clã... Posso ligar de noite... Ou melhor, porque não vai jantar lá em casa?
– Bem... – Lien ia falar algo, mas Mai Su o interrompeu.
– Não dá, Lien... Nossos avós vão jantar em casa, lembra-se?
– É verdade... – rolou os olhos. – Por que é que você não vai jantar lá em casa?
– Não, Lien... – aproximou-se dele e sussurrou em seu ouvido. – Não apresse as coisas... Um passo de cada vez, está bem? – afastou os lábios do ouvido dele e beijou-o rapidamente nos lábios. – Até mais, rapazes! – piscou e se afastou com Tomoyo.
– Sakura... Você tem certeza de que é isso o que quer? – perguntou à prima, como se continuasse uma conversa. – Lien deve ser um ótimo rapaz, mas...
– Ele sabe de tudo, Tomoyo... E está disposto a arriscar, por mim! É muito mais do que eu podia esperar... E querer... – suspirou. – Disse a ele que não poderia esquecer o que sinto... Mas ainda sim ele não hesitou... Você entende que eu não tinha como dizer não... Apesar de tudo, sinto-me sozinha... – abaixou a cabeça, sentindo a prima abraçá-la ternamente.
– Está bem, Sakura... Não estou culpando-lhe ou repreendendo. Sei como é querer sentir-se amada, sabe de tudo o que passei até que Eriol e eu começássemos a namorar... – levantou o rosto da prima, mantendo um sorriso sereno nos lábios.
– Eu sei... – sorriu. – Agora vamos... E, até onde me lembro, você arrumou tudo ontem, não foi?
– Ainda faltam algumas coisas... E Eriol disse que talvez tivesse um tempinho a mais hoje.
– Ah, sim... Por isso ele pediu que eu arrumasse algumas coisas na biblioteca para ele... – comentou, sorrindo.
– Ah, Sakura... Tirei seu tempo com Lien...
– O que é isso, Tomoyo! Eu teria que treinar a tarde toda de qualquer forma... Não faz diferença... – piscou. – Além do que, foi até um alívio... Acho que ainda não estou pronta para ser apresentada à família do Lien... – sentiu um frio na espinha, fazendo-a tremer.
– Essa sensação de nervosismo e frio na espinha, não é? Quando apresentei Eriol à minha mãe também me senti assim... Não era nada como namoro, mas ela percebeu que eu gostava dele... Já o Eriol sabe ser bem dissimulado, você o conhece...
– A mim ele não engana mais... Creio que a você também não... Mas ele sabe realmente esconder-se de quem não o conhece... – sorriu, pensando no amigo.
Chegaram à mansão e se separaram, Sakura indo para a biblioteca enquanto Tomoyo ia para o corredor dos quartos, não cabendo a Sakura perguntar se ela iria ao próprio quarto ou ao de Eriol.
Passados quinze minutos de leitura, Sakura parou e ficou olhando um pássaro na árvore do outro lado da janela. Ela andava sentindo-se estranha desde que levantara. Primeiramente achou que fosse nervosismo por responder à proposta de Lien, mas a apreensão que sentia somente aumentava a cada minuto, deixando-a confusa.
Levantou-se e foi até a janela, com o intuito de observar mais de perto a pequena ave. Sorriu levemente ao vê-la afastar-se da janela, somente por precaução. Respirou fundo e expirou lentamente, costumava fazer esse exercício de relaxamento quando se sentia atormentada com algo. Unia sua presença com a da cidade, conseguindo captar qualquer mudança em sua aura.
Assustou-se, fazendo um movimento brusco com as mãos, assustando o pássaro que voava próximo a ela. Sentira uma pequena oscilação de magia, quase imperceptível, mas que reconheceria em qualquer lugar.
– Essa não... Lien! – saiu correndo da biblioteca, esbarrando em um dos anciões no corredor, mas não parou e seguiu desesperadamente em direção à lanchonete onde os rapazes estariam.
Sentiu-se seguida por Eriol, mas continuou a correr, não podia deixar que ele fizesse mal alguma Lien, não se perdoaria se algo acontecesse a ele...
Chegando próxima à lanchonete, sentiu uma atividade mágica em uma outra direção, onde sentia duas presenças conhecidas. Mudou de direção e, ao chegar ao local, sentiu seu coração falhar por um instante.
– Solte-os! – gritou, antes que pudesse pensar em outra coisa para fazer.
Masaki Amamiya virou-se e viu a bisneta com os olhos marejados enquanto ele mantinha Shaoran Li imobilizado juntamente com um outro jovem de cabelos negros, que não possuía magia.
– Sakura... Fuja... – Lien tentou pedir, mas Masaki cerrou os punhos e ele gritou de dor.
– Pare, vovô! Nenhum dos dois tem a ver com isso! Deixe-os ir! – lágrimas escorriam pela face corada da garota. Ela falava em japonês para que Lien não entendesse.
– Ora, minha cara, esses dois jovens têm muito a ver com isso... Eles são meu passaporte para a vitória. – disse, impessoalmente, mantendo o diálogo na língua escolhida por Sakura.
– Pare! Por favor... Deixe-os ir... Irei com o senhor, mas liberte-os...
– Não, Sakura! – Eriol a alcançou, acompanhado de Yelan. – Você não pode!
– O que não posso é deixá-los sofrer dessa forma por minha culpa... Liberte-os...Irei com o senhor... – lágrimas silenciosas rolavam pelo rosto da japonesa, mas ela mantinha um olhar decidido.
– Está bem... Mas é melhor não tentar nenhuma gracinha. – libertou primeiramente Lien, que foi até Sakura, fitando-a confuso.
– Perdoe-me... – abraçou-o brevemente. – Vá... Fique com Eriol...
– Não Sakura...
– Vá Lien! Isso está fora de seu controle, por favor, entenda isso! – fitou os olhos cor de mel do namorado. – Obrigada... Por tudo.
– Sakura...
– Vá! – foi obedecida, mas não sem ver um brilho de decepção nos olhos dele.
– Podemos continuar? – perguntou Masaki, que esperava impaciente.
– Liberte Shaoran... Ele não o fará nada. – disse ela, olhando seriamente para seu amado.
– Confiarei no que diz, Sakura... – desfez o feitiço, vendo Li afastar-se e parar defronte a Sakura.
– Cale-se e vá em frente. – disse ela, passando por ele, andando vagarosamente até o senhor. Parou a alguns metros e recebeu um olhar inquisidor da parte dele. – Não se preocupe... Irei com o senhor. – sorriu ironicamente. – Mas isso não irá! – arrebentou o cordão onde mantinha um pingente em forma de estrela. – Eriol, pegue e suma com ele! – atirou para o inglês, que entendeu exatamente o que significava aquilo, saindo dali rapidamente.
– Ora sua... – iria continuar, mas recebeu um chute nas costelas, fazendo-o cair ao chão. Não reparara que Li sorrateiramente se movera para trás de si e esperou por uma distração de sua parte.
– O que faço com ele, Sakura? – perguntou, vendo-a sorrir levemente.
– Mantenha-o preso até Eriol voltar... O que não deve demorar. – virou-se e foi até o namorado. – Lien...
– Nunca mais faça isso! – disse abruptamente, abraçando-a firmemente. – Não me assuste assim novamente... Achei que iria perdê-la...
– Não se preocupe, Lien... Vaso ruim não quebra. – sorriu, ouvindo-o rir. – Não vai ser tão fácil se livrar de mim...
– Você não tem idéia de como é bom ouvir isso. – afrouxou o abraço e afastou-se, fitando os orbes esmeralda dela. Aproximou-se lentamente, cerrando os olhos e tomando os lábios dela entre os seus.
Shaoran observava a cena incrédulo. Apesar de saber do namoro, e estar, em parte, feliz por ver Sakura alegre, sentia ciúme de Lien e não podia evitar esse sentimento, já que aprendera a admirar e amar Sakura com a passagem do tempo.
Afastaram-se após algum tempo, logo antes de Eriol retornar.
– Teve tempo de sobra para analisá-lo, não é, Eriol? – perguntou Sakura, afastando-se de Lien. – Dê-me. – pediu suavemente, logo tendo o pingente em mãos. – Melhor irmos para a mansão... Posso pedir que se encarregue de meu avô, Shaoran?
– Sim... – disse, sorrindo maldosamente.
– Somente o leve, tenho que falar com ele... – disse, vendo o sorriso do chinês desaparecer.
– Sakura... Ele é seu avô? – perguntou Lien.
– Sim... Tenho algumas coisas para tratar agora, Lien... Volte para a lanchonete, jante com seus avós e nos falamos depois, está bem?
– Mas... – tentou argumentar, mas foi calado pelo indicador dela, pousado sobre seus lábios.
– Não insista... É um assunto do clã e ainda tenho algumas coisas a fazer hoje... Conversaremos depois.
– Está bem. – disse resignado, tirando o dedo dela de seus lábios e beijando-a suavemente, para depois se afastar.
Foi derrubada pela décima vez por Lyu, sentindo todos seus membros implorarem por uma pausa. Sentiu a água dos irrigadores do jardim molhar seu rosto enquanto permanecia deitada, sem mostrar o menor indício de que se levantaria.
– Sakura? Vamos, ainda temos bastante tempo. – disse Lyu, abaixando-se ao lado dela.
– Não agüento mais, Lyu... Podemos parar por hoje? – pediu, sua voz transmitia cansaço. – Seja uma boa alma e dê-me essa folga, sim?
– Está bem, Sakura... Mas então treinaremos amanhã também.
– OK. – levantou-se com ajuda dele. – Vou ver o que Eriol conseguiu de meu avô. Vem comigo?
– Vou sim... Não entendo porque não me contou nada sobre isso. – comentou inocentemente.
– Era só uma suspeita... Eu mesma não sei muito sobre este pingente, mas meu avô detém tal conhecimento, por isso preciso descobrir o que ele sabe.
– Entendo... Só não consigo compreender o motivo de não ter sido você a interrogá-lo ao invés de Eriol.
– Meu avô começaria a perturbar-me... Falaria de minha mãe e meu pai... Não suportaria ouvir tais palavras vindas de alguém tão repugnante.
Continuaram a caminhar em silêncio e encontraram Eriol saindo da sala onde Masaki se encontrava.
– Estava indo procurá-la. – disse ele. – É melhor chamarmos todos, explicar tudo de uma vez.
– Está bem... – disse ela. – Pode chamá-los, Lyu? Vou trocar de roupa e encontrarei-os na sala de reuniões... – afastou-se antes que algum dos dois pudesse falar alguma coisa.
Entrou na sala, vendo todos a observarem em expectativa. Suspirou pesadamente, apertando o pingente em seu colo, retirando o colar em seguida e segurando-o pelo cordão, deixando-o pender em uma altura em que todos os presentes pudessem vê-lo.
– Creio que todos aqui conseguem sentir o poder que esse pingente emana, ou pelo menos parte dele. – disse calmamente. – Como sabem, meu avô usou-me antes de minha cegueira e abandonou-me assim que fiquei deficiente visual... Mas ele voltou a procurar-me antes de recuperar minha visão. – suspirou. – Primeiramente não dei importância ao fato, mas logo comecei a me perguntar o motivo... E comecei a sentir algo diferente vindo desse pingente, que foi de minha mãe.
– O que exatamente sentia? – perguntou um dos anciãos.
– Num primeiro momento não soube dizer... Depois percebi um certo poder encerrado nesse pequeno objeto, um poder que nunca havia sentido antes. – parou um pouco, fitando os olhos azuis de Eriol, para depois prosseguir. – Comecei a testá-lo de várias formas, até perceber que ele me cedia uma quantidade de poder conforme minha necessidade. Um poder tão complexo e ao mesmo tempo tão simples que eu mesma não sei de onde vem. Agora, acho que outra pessoa deveria prosseguir a explicação. – manteve o olhar no inglês, que se levantou, apontando a própria cadeia para que ela sentasse, que foi recusada educadamente, apesar de Sakura sentir suas pernas doerem do treinamento com Lyu.
– Bem, passei algumas horas com Masaki Amamiya, como vocês bem sabem... Ele contou-me um pouco mais sobre esse curioso objeto. – pegou-o das mãos de Sakura delicadamente e analisou-o detalhadamente. – De acordo com ele, a própria Nadeshiko Kinomoto encerrou sua magia nesse objeto, pouco antes de falecer, assim como a mãe dela o fez. Esse pingente é passado para a descendente maga da família há algumas gerações... Mas sempre para as mulheres, os homens não têm o direito de sequer tocar tal acessório. Por isso Masaki foi atrás de Sakura... Primeiro tinha a esperança de que ela fosse capaz de libertar tal poder para que ele pudesse absorvê-lo. Achou que a cegueira a impediria de realizar tal feito, mas, quando percebeu que se enganara, começou a procurá-la.
– Está dizendo que esse pequeno adorno contêm o poder de várias gerações de magas? – perguntou Shaoran.
– É exatamente o que estou dizendo... O que confirma nossas suspeitas, certo, Sakura? Somente não achávamos que o poder era tanto... – respondeu Eriol calmamente, observando cada movimento de Sakura.
– E os ataques que sofri não eram por meus poderes... Mas pelo pingente... – deduziu Sakura, murmurando lentamente.
– Exatamente. – disse Eriol, esperando que ela chegasse à conclusão que ele chegara quando falara com Masaki.
– E... Meu pai... Foi morto para não me contar o que esse pingente era realmente... – disse, com lágrimas nos olhos. – Esclareça qualquer mal entendido, Eriol, por favor. – pediu, saindo da sala, já não contendo mais as lágrimas, mas não sem antes pegar o ornamento causador de tantos problemas.
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N/A: Olá para todos!!!
Primeiramente quero expressar minha felicidade de postar esse capítulo relativamente rápido, se comparado aos outros...
Depois, fazer uma pequena propaganda... Meu songfic, Behind Blue Eyes, dedicado à minha filhinha querida Yoruki Mizunotsuki... Adorei escrevê-lo, e, na minha opinião, é o melhor trabalho que fiz até hoje...
Esse capítulo... Bem, o que poso dizer? Foi inesperada a resposta da Sakura? Talvez tenha ameaças de morte por separa nosso casalzinho? Fiquei com pena do Lien, não podia fazer a Sakura recusar o pedido... Ele é um docinho... *__*
Bem, agradecimentos gerais...
Felipe S. Kai, amigo, muito obrigada pela ajuda... Agradeço de coração todo o apoio que você sempre me dá e agradeço por me aturar... (eu nunca viro o disco, não é?)
Rô, linda, anda ocupada, não é? Well, quando ler esse capítulo, quero saber a sua opinião, OK? Acho que não tinha contado disso para você...
Aos meus queridos reviewers... Lara Gallas (Sorry, estava no roteiro isso acontecer... mil perdões!!!), Tamaga, Harumi (Aprender comigo? O.o Não sei o que eu posso ensinar...), Diogo_Li (Didi, se ela o beijasse logo, não teríamos mais nada para contar aqui e final do fic! Eu sou tão chata assim q você quer se livrar de mim logo? =P), MeRRy-aNNe (Ah, vc tá com pena do Lien ainda? É muito bom saber que gosta tanto assim da minha fic... valeu ^_^. Eaí? Me esforcei o suficiente?), Yoruki Mizunotsuki e Hime (você não faz idéia de como o seu review me deixou feliz ^__^).
Well, beijinhos a todos e deixem sua opinião... De preferência, deixem seus endereços de e-mail para que eu possa respondê-los diretamente a vocês, está bem?
Beijinhos a todos...
Miaka.
