Capítulo 29 - A primeira morte de Pedro
Um mês se passou desde a morte de Marlene. Para os membros da Ordem, o fato de um de seus companheiros ter sido assassinado não passava de mera coincidência. Ataques ocorriam quase que diariamente, comensais eram presos, aurores pereciam em missões... Era a guerra.
No escritório que dividia com Camille, Lílian trabalhava com a mente muito longe dali. Constantemente ela voltava seus pensamentos para o que descobrira na festa de ano novo. Por anos ela achara que tinha superado a morte dos pais, mas agora sabia que isso não era verdade. Ela só trabalhara em esconder a dor que sentia, mas não lidara realmente com o fato deles terem sido assassinados, mesmo porque, na época, estava muito ocupada com seu recém-descoberto dragão.Era uma sorte ter tanto trabalho nos últimos tempos, pelo menos isso a distraía um pouco dos pensamentos sombrios que Bellatrix despertara nela. Assim, para todos, parecia que ela estava meramente cansada. Lílian forçou-se a prestar atenção no documento que tinha diante de si, mas uma leve dor de cabeça a assaltara.
Camille observou a amiga com curiosidade por alguns instantes. Lílian estava pálida, e extremamente quieta. Isso não era normal. De repente, a ruiva levantou-se quase correndo e entrou no pequeno banheiro do escritório. A loira levantou-se também, preocupada.
- Lily? O que está acontecendo?
Lílian não respondeu, estava muito ocupada vomitando. Camille sentiu como se uma luz se acendesse em seu cérebro.
- Lily?
- Eu estou bem, Camille. - Lílian respondeu rouca - Só estou um pouco tonta.
- Isso tem sido contante, Lily? - Camille perguntou, aproximando-se.
- Bem... Desde o começo do ano, quando o pai de Tiago morreu. Acho que estou sofrendo de algum colapso nervoso.
Lílian lavou a boca e voltou ao escritório, procurando pastilhas em sua bolsa. Camille a seguiu com um sorriso.
- Na verdade, Lily, eu acho que não é um colapso nervoso. Aliás, me espanta você, sendo uma aprendiz de curandeira, sequer desconfiar disso.
A ruiva sentiu-se congelar. Como não pensara naquela possibilidade? Estava tão absorta em "planos de vingança" e coisas do tipo que não dera atenção aos enjôos, às tonteiras, os... desmaios.
- Ai, meu Merlin, Lílian, acorda!
Camille ajoelhou-se ao lado da amiga, que acabara de desmaiar. Elifas Doge, atraído pelo grito da sra. Bones, entrou no escritório.
- Lílian? O que está acontecendo, Camille?
- Nós estávamos conversando... e ela simplesmente desmaiou!
O velho senhor saiu do escritório e pouco depois voltou com um medi-bruxo que sempre estava a postos no Ministério. Colocando um frasquinho com um líquido incolor sob o nariz de Lílian, ele conseguiu fazê-la acordar. A ruiva piscou os olhos com força, observando as três pessoas que ocupavam a sala.
- Lílian, acho melhor você ir para casa, descansar um pouco. - Doge observou - Tire o restante do dia para se cuidar.
Ela se levantou, apoiada no medi-bruxo.
- Obrigada, senhor Doge. Eu vou sim. Mas antes eu gostaria de tirar uma dúvida... Acho que vou passar no St. Mungus, com licença.
Hora do almoço. No quartel-general de aurores, Tiago e Sirius deixam seus cubículos para chamarem Lílian e Susan para o almoço. A morena, que trabalha no mesmo andar, logo se junta a eles em direção ao escritório que Lílian divide com Camille. Mas, chegando lá.
- Camille? - Tiago, após vasculhar com os olhos o aposento, virou-se para a colega da esposa
- Onde está a Lily?
- Ela foi pra casa mais cedo, Tiago. Lílian passou mal e o senhor doge decidiu liberá-la.
- Passou mal? - Tiago perguntou apreensivo.
- Bem, ela desmaiou e... é melhor você ir pra casa.
- Ei, Pontas, você não tá cuidando da sua esposa direito? - Sirius perguntou, cruzando os braços - Como padrinho do casamento, eu quero saber o que você está aprontando com a minha amiga para ela estar desmaiando no trabalho!
Susan sorriu discretamente, meneando a cabeça e Tiago virou-se para eles, confuso.
- Podem ir almoçar, eu... eu vou pra casa.
- Ei, e a Lílian não vai... O moreno logo aparatou e Sirius ficou olhando para o nada - ?
Susan entrou no escritório, sorrindo para Camille.
- O que realmente aconteceu? - a italianinha perguntou sem prestar atenção no fato de Sirius não ter entrado no escritório.
- Bem, eu acho que logo, logo, vocês vão ser chamados para ser padrinhos de novo.
Sirius sorriu, encostando-se à parede mas não disse nada. Susan soltou um gritinho de excitação.
- Falando em afilhados, como vai a pequena Susana?
- Muito bem. Ela está gordinha... e finalmente deixou de ser careca. Ela é moreninha, que nem o pai.
- Então depois a gente se vê. Ainda temos que almoçar, só a Lily ganhou dia de folga. Tchau, Camille.
A loira fez um aceno com a cabeça e Susan fechou a porta do escritório, virando-se para Sirius.
- Bem, parece que o time de quadribol de vocês está começando a tomar forma. - ela piscou o olho - Vamos?
- Com toda a certeza.
Os olhos de Pedro se alargaram em choque.
- Milorde, eu, eu.
- Escolha, Pettigrew. - Voldemort disse com a voz fria - Você tem que decidir de uma vez com qual lado está a sua lealdade. Eu não irei tolerar que continue se negando a realmente ser um de meus comensais.
- Mas, senhor, eu sou um fiel seguidor de.
- E onde está a sua Marca Negra, Rabicho? Você não se mostrou digno de usá-la, recusando-se a usar minha mais bela maldição. Não seguirá em minhas fileiras até tê-la em seu braço. Estou lhe dando a escolha de seu meu servo de poder e direito, ou de morrer gloriosamente em nome do que chama "amizade". Ou não tão gloriosamente, já que ninguém saberá onde seu corpo imundo foi parar, não é?
Pedro abaixou a cabeça.
- Eu farei o que milorde deseja.
- Lílian! - a voz de Tiago soou da sala.
A ruiva se levantou com um sorriso, embora tudo ainda rodasse. Ela caminhou até o umbral da porta, onde encontrou o rapaz correndo pelas escadas, olhando-a preocupado.
- A Camille me avisou, eu vim correndo, deixei até o Sirius falando sozinho... O que você tem? Está doente? Com febre? É grave? - ele perguntou ansioso.
- Tiago... eu acho melhor você se sentar.
Ele ajeitou os óculos que tinham escorregado para a ponta do nariz em sua afobação e obedeceu à esposa. Ela estava sorrindo. Então não estava doente. Mas Camille dissera que ela passara mal e que era melhor ele ir procurá-la.
- Você sabe que eu não costumo enrolar, Tiago, então vou ser bem direta. Eu sei que vai ser um choque, que você.
- Lily, querida, você não disse que ia ser direta?
Ela respirou fundo, assentindo com a cabeça.
- Então... Certo. Tiago, você vai ser papai.
- Ok, eu vou ser... - ele piscou os olhos, levantando-se de súbito - PAPAI?! Você está querendo dizer que eu vou ser... papai? Hum, você comprou algum bichinho para ser nosso filhote? Um cachorro talvez?
Ela meneou a cabeça. Tiago estava em choque, como ela previra. Ela também se chocara. Como ter um filho no meio de uma guerra? Mas agora já estava feito, não havia para onde correr. O rapaz começou a andar de um lado para o outro e Lílian não conseguiu reprimir um sorriso. A face de Tiago estava contorcida, como se ele estivesse fazendo força para pensar.
- Você tem certeza disso, Lily?
- Passei no St. Mungus para confirmar. Ele já está com três meses.
- Ele? Você já sabe.
- Lembra do nosso sonho? - ela perguntou sorrindo.
Tiago suspirou e passou a mão de leve sobre a barriga da esposa. - Harry, primeiro jogador do "Potter's king". Meu primogênito vai ser o apanhador. Ele vai herdar o talento do pai.
- Espero que não herde a modéstia do pai também... - ela sorriu e Tiago a abraçou com carinho.
- Acho que minha mãe vai gostar de saber da notícia. Lílian riu.
- É... E provavelmente ela vai estar se mudando de mala e cuia amanhã mesmo, para poder cuidar de mim, o que significa que ela vai tentar me prender na cama o dia inteiro. Como se gravidez fosse doença.
- Mas você vai precisar se cuidar mais, Lily. - o rapaz observou com uma pontada de preocupação - Voldemort ainda não desistiu de você. Ele a quer como aliada.
- Ele é um idiota. Como diz o Sirius, é uma velha amargurada porque criou uma verruga no nariz. Tiago riu.
- Espero que mantenha esse humor.
- Ah, senhor Potter, comece a se preparar. Nunca ouviu falar que uma mulher grávida é um vulcão de hormônios? É um coquetel de instintos assassinos, com tensão sexual e feminismo desregrado?
- Isso significa que eu vou ter que aguentar mudanças de humor a toda hora? - ele perguntou, segurando-a no colo - Está tentando fazer com que eu pague meus pecados, Lily?
- Por aí... - ela respondeu, eoubando um beijo dele enquanto ele a deitava na cama com cuidado - A propósito, eu estou com fome.
- A fase dos desejos... - Tiago suspirou - O que quer? Chapéus ao molho?
- Chapéus ao molho? - Lílian riu - De onde você tirou essa?
- Meu pai me dizia sempre que quando mamãe estava grávida de mim, manifestou o desejo de comer chapéus ao molho de tomate.
- E ela comeu?
- Eu não nasci com cara de chapéu, né?
A ruiva riu.
- Na verdade, eu queria uma macarronada ensopada com queijo e.
Tiago levantou-se.
- Isso me lembra que eu também não almocei. Muito bem, eu vou no restaurante da esquina fazer seu pedido e trago o almoço pra cá. Vamos fazer uma pequena festa para comemorar a notícia.
Ele saiu do quarto e Lílian se sentou na cama, observando o céu. A primavera se aproximava. A ruiva sorriu.
- Harry, Harry, Harry... Se realmente herdar o gosto de seu pai por vassouras, espero que não me mate de preocupação.
A noite caiu silenciosamente na grande propriedade dos Bones. Camille colocou Susana no berço, depois de niná-la. A loira voltou-se para a janela de onde divisava o bosque que circundava o casarão. Uma sensação ruim a assaltou. Pela primeira vez em muito tempo, ela pensou que morar num lugar tão remoto poderia lhes causar problemas.
O som de uma porta se abrindo fez com que acordasse de suas preocupações. Edgar acabara de chegar. Ele sorriu ao vê-la sair do quarto de Susana e a abraçou com carinho.
- Como foi o dia? - ele perguntou após beijá-la.
- Interessante. Parece que vamos ter um novo mascote para a Ordem.
Edgar olhou para ela, curioso.
- Como?
- Lembra que você tinha dito que a Susana seria a mascote da ordem, já que o pai e o avô dela estavam lá?
- Lembro. - Edgar sorriu - E quem vai ser a dupla de Susana?
- Bem, eu não sei ainda o nome, nem se vai ser uma ou um mascote... Mas Lílian está grávida.
- Tiago deve estar subindo pelas paredes de felicidade. - Edgar sentou-se no sofá, no que foi seguido pela esposa - lembro de diversas vezes em que ele disse que queria ter um time de quadribol só de filhos. Com direito a reservas.
Camille riu, balançando a cabeça. Edgar ficou pensativo por alguns instantes.
- Edgar? O que foi? - ela perguntou suavemente.
- Não vai ser uma dupla, mas um trio. Os Longbottom também estão esperando um filho.
A loira pousou a cabeça no ombro dele.
- Já pensou como seria, todos eles serem colegas em Hogwarts? Imagina um filho dos Potter... será que ele vai continuar com a tradição dos marotos ou vai puxar à mãe certinha?
- A Lílian não é tão certinha quanto aparenta. - Edgar riu - Fui monitor-chefe com ela, lembra? Eu me lembro de várias vezes em que ela infrigiu as regras... se bem que, em todas elas, ela fez por causa de Tiago.
Camille meneou a cabeça e voltou a se levantar, caminhando para a cozinha. Nesse momento a campainha tocou.
- Deixa que eu atendo. - Edgar levantou-se e ela continuou seu caminho para a cozinha - Pettigrew?
Pedro sorriu tristemente. Duas sombras se moveram na escuridão, juntando-se ao loirinho. Uma delas apontou uma varinha para o peito de Bones.
- Expelliarmus.
Edgar se viu desarmado e antes que pudesse protestar, o outro vulto o projetou para a parede. Ele atravessou uma cristaleira e cortes se abriram em seu corpo. O barulho chamou a atenção de Camille, que apareceu na porta da cozinha, seguida de um elfo doméstico.
- Imperio! - o primeiro vulto gritou e os olhos dela vidraram-se - Vá, Pettigrew. Eles não vão lhe dar muito trabalho.
Pedro aproximou-se de Edgar, sentado no chão, respirando pesado. O olhar do auror era de puro ódio. Ele cuspiu quando o rapaz aproximou-se.
- Traidor. - Edgar murmurou, sem se importar com os pedaços de vidro que perfuravam seu corpo ou com os vários arranhões de onde o sangue minava - Covarde imundo, traidor!
Tremendo levemente, Pedro levantou a varinha.
- Avada Kedavra!
Um lampejo de luz verde atingiu Edgar no peito. Nos olhos dele, embora já não houvesse vida, estava estampado o ódio que ele sentira no momento de sua morte. Pedro suspirou. Bones sequer tivera chance de se defender.
- Vamos embora. Eu já fiz o quê devia.
- Tão rápido, Pettigrew? - uma voz feminina soou e ele se virou para o menor dos vultos - Quer deixar testemunhas da sua traição?
- Eu.
- Mate a mulher.
Pedro se virou para Camille, que permanecia parada. O elfo doméstico chorava aos pés de sua senhora, mas um dos comensais o segurou com força pelo pescoço, até ele parar de se debater. Ele aproximou-se e notou que os olhos dela estavam pontilhados de lágrimas.
- O que está esperando, Pettigrew?
Ele ergueu novamente a varinha.
- AVADA KEDAVRA!
O corpo de Camille caiu molemente no chão. Pedro abaixou a cabeça, resfolegando.
- Vamos olhar os quartos. Talvez haja mais alguém.
Pedro sabia que havia mais alguém. A filha dos Bones. Ele seguiu os comensais pela casa e. assim que eles se separaram, correu até o quarto da criança. Susana ainda dormia, alheia a tudo que acontecera. Um pacífico sorriso estava estampado em seu rosto. Precisava arranjar uma maneira de esconder a criança.
Não era tão competente quanto os amigos, mas a convivência com eles tinha lhe ensinado alguns truques muito bons. A menina, apesar de tudo, viveria. Quando saiu do quarto dela, ele encontrou os outros dois comensais.
- Encontrou alguém?
Pedro meneou a cabeça.
- Vamos embora.
Eles saíram da casa e, lá fora, o comensal mais alto ergueu a varinha.
- Morsmordre.
Sobre a casa dos Bones, um sinistro crânio verde com uma cobra saindo de sua boca, flutuou. Os três aparataram. E apenas o silêncio permaneceu como testemunha.
Uma enorme planície. O céu escuro parecia tentar esconder a devastação a perder de vista. Ela caminhou calmamente, sem noção de tempo ou espaço. Apenas caminhava. Até chegar à beira de um pequeno córrego.
As águas tranqüilas contrastavam terrivelmente com a paisagem sombria. Lílian sentou-se numa das pedras sobre o chão, observando o lugar. Sabia que estava em mais um de seus sonhos estranhos. Passos a tiraram de sua contemplação e ela se virou para encontrar um homem alto, de barba ruiva espessa e olhos azulados, olhos que a lembravam de Dumbledore.
- Olá, guardiã. - ele a cumprimentou com voz forte.
Ela não precisou de mais nada para descobrir quem era aquele homem. Já ouvira a voz dele, numa noite tão sombria quanto era aquele mundo.
- Chaos.
Ele assentiu a põs-se de pé ao lado dela, observando a planície que tinham diante de si. De repente, um tremor fez a garota ficar em pé de um salto, mas ele não se moveu. Diante dos olhos atônitos de Lílian, uma montanha se ergueu.
- Como fez isso?
- Eu não fiz nada. - ele respondeu - É da natureza desse lugar se destruir e reconstruir sempre. Para se criar alguma coisa, antes é preciso um ato de destruição.
- Porque estou aqui?
Ele sorriu.
- Porque está sempre atrás de respostas. Você as deseja tanto que consegue ultrapassar as fronteiras entre os reinos dos Perpétuos.
- Você é um dos Perpétuos? - ela perguntou fracamente.
- Sim, eu sou.
- Então, você pode me dar as respostas que procuro?
- Não. Só o que posso fazer é alertá-la.
- Alertar? - ela estava visivelmente curiosa.
- Você deve se lembrar do que eu disse em nosso último encontro. A Antiga Magia é feita de sacrifícios. Usá-la pode significar perder algo por demais importante. Só use seu verdadeiro poder em último caso. Lílian respirou fundo.
- Eu... eu poderia usar o meu poder para... para deter voldemort?
- Seria uma escolha sua. Mas devo avisá-la que o ódio que sente poderia fazer a magia se voltar contra você. Não apenas isso. Você poderia invocar o Ragnarock sem ter real consciência do que estaria fazendo.
Passos mais leves soaram e Lílian voltou a se virar. Uma garota de olhos claros e gentis. Thanatus sorriu, aproximando-se.
- Guardiã. - ela fez um aceno com a cabeça, sentando-se na pedra que a ruiva deixara livre.
A montanha que repentinamente se erguera começou a desabar, levantando nuvens de poeira. Lílian perdeu o equilíbrio, mas antes que fosse ao chão, Chaos a segurou. Quando a poeira baixou, um deserto de pedras se estendia a perder de vista.
- Obrigada. - Lílian se aprumou, olhando para Chaos, que apenas sorria de leve.
- Há outra coisa da qual deve ser alertada, guardiã. - a voz suave de Thantus soou. Lílian virou-se para ela, embora a garota observasse o córrego - O toque da morte jamais abandona aqueles sobre os quais caíram. Ele assombrará suas visões, sempre que alguém que ama estiver em sua hora.
- Como? - a ruiva agora estava realmente confusa.
- Você sempre verá minha face antes que eu me abata sobre aqueles que ama. - Thanatus respondeu tranqüilamente - Suas visões se tornarão cada vez mais precisas, até o momento em que eu for buscá-la.
Lílian sentiu uma lágrima escapar de seus olhos, mesmo que não compreendesse o que a garota queria realmente dizer. Mas antes que pudesse perguntar mais alguma coisa, um torvelinho escuro a envolveu e ela caiu em um sono profundo e sem sonhos.
Carátaco terminou de arrumar o lugar do piquenique, no meio do bosque da propriedade dos Bones. Prometera à filha e à neta que, naquele fim de semana iria levá-las num passeio pelo bosque. O velho sorriu ao ver tudo pronto e aparatou para a orla do bosque, ainda sorrindo.
No entanto, a visão de uma caveira recortada contra o sol, flutuando sobre o casarão, teve o mesmo efeito de um soco no estômago. Ele observou a marca negra atônito, antes de começar a correr pelo gramado.
A porta da casa estava aberta. O velho auror entrou com cuidado, mas não precisou andar muito para encontrar a cena que tanto temia. Caído contra a parede, com um olhar de ódio, estava Edgar. Camille estava um pouco mais adiante, perto da cozinha, uma última lágrima descansando sobre os cílios. Ele ajoelhou-se ao lado da filha, limpando o rosto dela e fechando seus olhos.
- Camille.
Ele também fechou os olhos, tentando se controlar. A casa estava em profundo silêncio... Não... Os ouvidos treinados de Carátaco Dearborn ouviram um choro fraco, cansado.
- Susana!
Ele se pôs em pé num pulo e subiu as escadarias quase correndo, entrando no quarto da neta. O choro fraco continuava e vinha dali, mas o cômodo estava vazio. Carátaco entrou com cuidado. E se fosse uma armadilha? Ao chegar no ponto onde o berço de Susana deveria estar, ele deu uma topada em alguma coisa. Sem se importar com a dor, Carátaco tirou a varinha do bolso e estendeu para a frente.
- Aparecium!
Instantaneamente o berço voltou a aparecer e, dentro dele, chorando, estava Susana. Com cuidado, o auror segurou a neta. Ela parou de chorar, embora fungasse de quando em quando. Carátaco abraçou a pequena órfã.
- Não se preocupe, querida. Eu vou pegar quem fez isso com você. Eles vão pagar caro.
Lílian entrou na sala, onde quase todos os mebros da Ordem já se encontravam. Ela sentou-se entre Tiago e Sirius e observou Dumbledore com ansiedade. O que poderia ter acontecido durante o fim de semana? Dumbledore se levantou imponentemente e tirou os óculos, limpando os olhos.
- Eu sinto muito por interromper o merecido descanso de alguns de vocês, mas Carátaco Dearborn se comunicou comigo agora há pouco e eu precisei convocar essa reunião. - o velho diretor respirou fundo - Essa noite, Edgar e Camille Bones foram assassinados em sua residência.
Susan sentiu algo ruim subindo por sua garganta.
- Professor... - ela o interrompeu num fio de voz - E... e a filha deles?
- Susana foi poupada. Carátaco está entregando a menina a um irmão de Edgar que irá cuidar dela como se fosse realmente filha dele. Ela crescerá sem saber a verdade, achando que Edgar e camille eram apenas seus tios, que sequer chegou a conhecer, isso para a própria segurança dela.
A italianinha abaixou a cabeça e Lílian lembrou-se de seu sonho. A face da morte... Ela vira a face da morte na noite anterior. Então era isso? Seria sempre avisada quando alguém próximo a ela estivesse morrendo? Tiago percebeu a preocupação da esposa e segurou a mão dela por debaixo da mesa.
- Esse é o segundo ataque a membros da Ordem. - foi a vez de Moody se pronunciar - Quando Marlene foi assassinada, pensamos que era apenas uma coincidência, mas...
- Ao que parece, Voldemort descobriu sobre a Ordem da Fênix. - Dumbledore completou.
Sirius olhou para Remo, que parecia beber cada palavra do que era dito. Pedro abaixou a cabeça, culpado, lembrando-se do olhar de Edgar e de Camille. Em seu braço, a marca negra ainda ardia.
Isabelle Potter Demonangels: Aqui está o mais novo capítulo. Que bom que está gostando!
Marmaduke Scarlet: Eu realmente fico feliz que a história não esteja indo para o caminho do dramalhão mexicano!
Lily Dragon: É, você entendeu certo, a Lily está grávida. E não se preocupe, eu continuarei escrevendo sempre que tiver tempo!
Juliana: Que bom que não vai parar! Não se preocupe, eu deixarei de escrever fics, mesmo que não sejam continuações de Hades, ok?
Dynha: Pra começo de conversa, sim, eu recebi sua carta hoje. E, se conseguir arranjar tempo para respirar entre um trabalho e outro, posto a resposta até domingo! Infelizmente, a clínica não está pronta ainda, cobrem de Carol, Flávio e Vanessa para que eles se formem logo em piscologia.
Adriana Black: Pois é, todos estão morrendo... Até eu estou com vontade de chorar. Eu entro na campanha. Matem o Pedro!
Gaia: Eu não vou falar nada sobre a Susan porque esse é um dos grandes enigmas da história. Até mesmo para mim. Obrigada por todos os elogios como sempre!
Flávio: Eu exijo saber qual é essa surpresa ou vou entrar em greve. E você vai ter que lidar com dezenas de leitores furiosos querendo capítulos novos que não virão por SUA culpa!
Paulinha Granger: Obrigada, Paulinha! Você está imprimindo a fic? Uau... Bem, espero que eu esteja indo rápido o suficiente para você.
Evenstar: Pois é, se querem culpar alguém, culpem a tia J.K., eu não mataria ninguém se não fosse por ela. Não vou parar, não se preocupe, eu não começo nada que não possa ver terminado.
Carol Black: Sua vaga está reservada, não se preocupe. Muito obrigada pelos elogios e sim eu vou escrever até um pouco além da morte de Pontas e Lily (pensar nisso deixa até meu coração apertadinho...).
Keishi: Obrigada, Keishi, eu estou pra lá de feliz com o seu "excede as expectativas"!
Pessoal, agora um pouquinho de propaganda. Eu estou escrevendo num blog sobre fics de Tiago e Lílian ), quem tiver curiosidade de entrar, algumas autoras de fics dão dicas lá (inclusive eu) e tem também um fórum recém-inaugurado onde vocês podem postar fics, fazer perguntas aos autores (se quiserem me "entrevistar", eu prometo responder a qualquer curiosidade de vocês). Por hoje é só, pessoal!
Beijos,
Silverghost.
