Salvando Harry

DISCLAIMER: Esta história é baseada nos personagens e situações criados e pertencem a J. K. Rowling, várias editoras incluindo mas não limitadas a Bloomsbury Books, Scholastic Books e Raincoast Books, e Warner Bros., Inc. Nenhum dinheiro está sendo gerado e nenhum direito de cópia nem de marca está sendo exigido.

Nota da Autora: A primeira parte dessa historia contém "cenas cortadas" do terceiro ano.

Sobre o bicho papão da Hermione: JKR confirmou virtualmente em seu website ) que o bicho papão de Hermione em POA era de fato a Professora McGonagall (o que por alguma razão eu, pelo menos, duvidei), que ela menciona na seção "Extras" em seu website que "underneath Hermione's swottiness there is a lot of insecurity and a great fear of failure (as shown by her Boggart in 'POA')." (debaixo do seu esforço com os estudos há muita insegurança e um grande medo de falha (como mostrando pelo seu bicho papão em PdA.) Enquanto originalmente eu escrevi a maior parte da história logo depois de ler OotP, eu ainda acredito the themes are relevant in some ways to canon. Esta história é realmente mais sobre os medos da Hermione e que eu acredito (e espero!) que realmente salvem Harry no final, daí sobre a forma física do bicho papão da Hermione. Dito isso, entretanto, Hermione realmente nos diz em POA (U.S. Ed., pg. 319) que seu bicho papão McGonagall lhe disse que ela tinha "falhado em tudo!" Então, a falha pode se manifestar em diversas formas e não necessariamente tem que se referir a trabalho escolar ou aulas. Esta é a minha justificativa para manter esta história do jeito que está...

Muito obrigado a todo mundo que tem tempo pra ler e deixar um review! 

Parte 1 – O Maior Medo de Hermione

"Pulso quebrado," Madame Pomfrey disse a ele. "Sinto lhe dizer que você vai perder o jantar, sr. Potter."

Harry fez uma careta. Depois de perder todos os ossos de seu corpo no ano anterior e ter passado a noite na ala hospitalar para que eles pudessem crescer de novo, isso não era nada.

É claro, não tinha sido exatamente culpa dele que ele tinha perdido seus ossos, mas dessa vez ele não tinha um professor para culpar.

"Oh, isso é tudo minha culpa," lamentou Hermione ao lado da cama dele.

"Fui eu quem tropeçou," ele disse a ela entre dentes enquanto Madame Pomfrey continuou a consertar seu pulso.

"Se eu não tivesse deixado aquela pilha de livros onde deixei, nada disso teria acontecido," ela gemeu.

"Está tudo bem, Hermione," disse Rony, batendo de leve no ombro dela. "Embora eu tivesse lhe dito que pegar muitas matérias seria perigoso."

Hermione lançou a ele um daqueles "olhares," aquele que ela andava mandando na direção de Rony mais frequentemente, enquanto ele rolava os olhos inocentemente longe dela, os cantos de sua boca se levantando levemente.

"Rony," Harry o cortou, quebrando a tensão do momento, "Não é a culpa da Hermione. Se eu estivesse vendo direito por onde ando –"

"E se eu não tivesse te distraído com aquele bastão idiota do Fred –" inseriu Rony com culpa.

"Já é o bastante com os 'e se's" veio uma voz da porta.

Era o novo professor de Defesa Contra a Arte das Trevas, Professor Lupin.

"Agora, se vocês já terminaram de se culpar quando está claro que foi um simples acidente, eu gostaria de conversar com a Madame Pomfrey por um minutinho ou dois."

Ela assentiu, dizendo a Harry, "Você deve estar como novo em poucas horas, sr. Potter. O que você precisa agora é descanso."

Rony e Hermione agiram como se não tivessem ouvido a ênfase na palavra "descanso" em sua direção, enquanto Harry assentiu e tentou sorrir pra ela. A dor em seu braço já tinha diminuído um pouco.

Depois que Madame Pomfrey e Professor Lupin atravessaram o aposento para conversar em sussurros, Rony perguntou, "Eu me pergunto o que ele está fazendo aqui..."

"Eu não sei, mas ele pode utilizar algo da Madame Pomfrey. Ele não parece estar melhor do que quando estava no trem," Hermione comentou em voz baixa.

Era verdade. Professor Lupin parecia extremamente cansado e doente, sem mencionar as roupas rasgadas e com aparência de estarem bem velhas.

"Se você me perguntasse, ele só precisa de uma ou duas refeições boas," disse Rony.

Hermione rolou os olhos. "Você só pensa em comida."

"Falando nisso –" disse Harry, cortando novamente antes que a provocação se transformasse em discussão.

"Você quer que a gente te traga algo do jantar?" perguntou Hermione.

"Sim, seria ótimo. Obrigado," disse Harry agradecido.

"Se a Srta-Não-Se-Atreva-A-Perturbar-Meus-Pacientes nos deixar voltar," Rony apontou seu dedo por cima de seus ombros para os dois adultos conversando aos sussurros.

"Sempre há a capa de invisibilidade," disse Hermione.

Rony a encarou com uma surpresa muda, muito chocado ao notar que foi ela quem deu a sugestão de "quebrar as regras."

"Isto é, se Harry não se importar em empresta-la pra gente, claro..." Hermione acrescentou rapidamente.

"Se isso me salvar da fome, sintam-se a vontade," ele disse a ambos.

Hermione mirou seus olhos preocupados em Harry, seu rosto estava muito sério agora.

"Eu ainda sinto como se isso fosse minha culpa, Harry," ela disse baixinho. "Você sabe que o meu pior medo é que algo terrível aconteça com você, e que eu não seja capaz de –"

Ela parou repentinamente, balançando a cabeça.

"Bom – o que eu faço, além de ser eu mesma a te mandar pra ala hospitalar. Como se você já não tivesse passado tempo o bastante aqui."

E eu não sei disso? pensou Harry, mas não disse alto. Ele sabia que Hermione já se sentia mal o bastante.

"Ele te perdoa, tudo bem?" disse Rony, exasperado. "Agora, Harry, o que você quer que a gente traga? Eu acho que ainda tenho alguns sapos de chocolate debaixo da minha cama."

Mais tarde naquela noite, foi Hermione quem retornou à ala hospitalar sozinha. (Rony teve um infeliz encontro com Pirraça e estava agora no escritório de Filch tentando explicar que ele não era responsável por derrubar um busto de pedra na cabeça de uma segundanista, enquanto Filch, claro, estava mais preocupado em arrumar a estátua do corredor do segundo andar do que com a garota que tinha sido nocauteada na desordem. Não importa ressaltar, claro, que era exatamente por derrubar estátuas que Pirraça era famoso!)

Assim que passou lentamente pelo escritório de Madame Pomfrey, a capa de invisibilidade se enrolando um pouco em torno de seus pés, Hermione notou que Professor Lupin ainda estava numa profunda conversa com a velha bruxa. Embora ela tenha achado isso um pouco estranho, os pensamentos de Hermione não permaneceram ali quando ela chegou ao lado da cama de Harry.

Ele estava dormindo, apoiando todo seu peso em seu lado esquerdo, enquanto seu pulso quebrado estava apoiado em cima dos lençóis que tinham sido puxados frouxamente em torno de sua cintura.

Não querendo perturba-lo – embora ela se perguntasse como ele conseguia dormir com a tempestade que estava fazendo fora do castelo, completa com chuva, raios e trovões – ela depositou o jantar que tinha trazido na mesinha do lado e se virou para sair.

"Não vá," disse Harry, e Hermione congelou, quase não entendendo suas palavras suaves por causa do barulho de um trovão.

Harry apanhou a extremidade da capa e a puxou gentilmente. Ela deslizou por cima da cabeça de Hermione e caiu no chão aos pés da garota.

Hermione alisou seu cabelo, tentando esconder sua surpresa quando perguntou, "Como você sabia que era eu?"

Harry lhe deu um sorriso que era quase malicioso, mas não respondeu. Ao invés disso ele se apoiou em suas costas, apoiando seu pulso no peito.

Hermione puxou uma cadeira para perto da cama e sentou-se, alcançando os óculos de Harry na mesa do lado da cama e entregando-os a ele assim que ele colocou um travesseiro atrás de seus ombros.

"Valeu," ele murmurou, descansando aquelas lentes tão familiares na parte superior de seu nariz.

"Eu não queria te acordar," disse Hermione depois de um momento.

"Você não acordou," disse Harry, olhando para a comida que ela tinha deixado na mesa. "Isso cheira muito bem. Estou com tanta fome que eu poderia –"

"Comer um hipogrifo?"

"Não, isso é com Rony," disse Harry, e ambos riram.

Depois de explicar a ausência do melhor amigo de ambos, Hermione conversou em voz baixa sobre a escola e as aulas enquanto Harry se deleitava com as coisas boas que ela tinha trazido da mesa grande do jantar (que certamente vencia todas as poções que Madame Pomfrey lhe estava dando a noite toda). Como estavam no começo do semestre, as outras camas da ala hospitalar estavam vazias – e surpreendentemente, Madame Pomfrey não veio checar Harry enquanto Hermione estava lá.

Foi um pouco depois que Harry tinha terminado sua torta de abóbora que o silêncio caiu sobre eles, e um pouco mais antes de Harry notar que Hermione estava olhando pra ele. Ele levantou suas sombrancelhas pra ela com curiosidade.

"Por que você está me olhando como se eu fosse uma redação que você tirou um D?" ele perguntou, quebrando o silêncio pelo menos.

A tempestade lá fora tinha diminuído consideravelmente, no lugar estava uma chuva leve que tamborilava pelos lados do castelo, formando um ritmo quando as gotas atingiam as janelas.

Hermione soltou um suspiro profundo e balançou a cabeça, não sabendo – pela primeira vez – o que ela queria dizer a ele.

Adivinhando o que a estava incomodando, Harry disse, "Você não precisa se sentir responsável por mim, sabe?"

Ela balançou a cabeça novamente.

"Eu não consigo evitar," ela respondeu baixinho, seus olhos se desviando dos dele.

Ela estava torcendo a capa de invisibilidade entre seus dedos, a capa apoiada em seu colo. E inesperadamente a mão livre de Harry se apoiou sobre a dela, tranquilizando a garota com seu toque.

"Você se importaria em não fazer com que isso se tornasse grande coisa?" perguntou Harry, divertido.

Hermione levantou os olhos para encontrar os dele de novo e sorriu como se estivesse se desculpando, mas Harry apenas apertou a mão dela de leve com a sua própria.

E Hermione sabia naquele instante – apesar da provocação dele – que Harry tinha entendido o porquê de ela ter ido vê-lo naquela noite.

"Eu acho que a chuva está indo embora," ela disse enfim, apertando a mão dele de volta.

"Acho que você tem razão," concordou Harry, embora ele não tivesse olhado para as janelas uma só vez.

E numa porta escura a uns poucos passos de distância, escondido entre as sombras para não se intrometer, havia alguém que compreendeu algo similar, alguém que viu – apesar de ter sido um pouco sem intenção – que houve um longo tempo até que a mão de Harry deixasse a da garota e voltasse a se apoiar na cama.

Dois dias depois, Hermione estava parada na frente do Professor Lupin que estava sentado em sua mesa em seu escritório.

"Como está seu amigo, o Harry?" ele perguntou antes que ela pudesse falar. "Ele parecia bem o bastante na aula, mas os garotos frequentemente não demonstram quando algo os incomoda, não é?"

Ele a olhou com atenção, o que a assustou um pouco, mas Hermione apenas sorriu de volta pra ele, pensando na pergunta.

"Ele está se sentindo bem melhor. Obrigada."

Lupin assentiu, arrumando alguns papéis em sua escrivaninha antes de perguntar gentilmente, "Então em que posso ajuda-la, srta Granger?"

"Professor," ela começou devagar. "Eu estava me perguntando por que o senhor não permitiu que eu enfrentasse o bicho papão na aula ontem."

Lupin olhou pra ela surpreso, fechando as mãos e descansando o queixo nelas.

"Você já tinha participado da aula mais cedo quando você respondeu uma das minhas perguntas," ele disse, mas estava aparente que Hermione não estava satisfeita com essa resposta antes mesmo de ela falar de novo.

"O senhor permitiu que todo mundo enfrentasse o bicho papão. Todo mundo menos Harry e eu. Eu acho que é quase óbvio por que o senhor não queria que Harry o fizesse. Mas meu bicho papão não seria tão assustador quanto o de qualquer outro."

Lupin a olhou curiosamente. "Você é uma jovem inteligente, srta Granger. Entretanto, você sabe que forma teria o seu bicho papão?"

Hermione pensou sobre isso por um tempo.

"Na verdade, não," ela disse honestamente. "Rony zombou dizendo que seria um dever de casa mal feito."

Lupin riu disso.

"Pelo que eu andei ouvindo, srta Granger," ele disse, "isso seria um tanto impossível."

Ela ficou vermelha com essa afirmação.

"Eu não queria te excluir," ele assegurou a ela. "Eu senti, porém, que você poderia não estar preparada para encarar seu bicho papão."

"O senhor não achou que eu podia fazer isso?" ela perguntou, lutando para controlar sua voz.

Hermione estava realmente atônita, mas não tanto para perder a calma com um professor. Ainda porém, ela não estava costumada a encontrar pessoas com dúvidas sobre sua capacidade. Nem mesmo Snape, embora ele fosse rápido em diminui-la ou até ignora-la, tinha questionado se ela podia fazer uma tarefa propriamente ou não.

Lupin levantou as duas mãos em sinal de defesa.

"Eu não disse isso. Eu apenas senti que você não estava pronta para encarar seu medo," ele explicou.

Hermione balançou a cabeça para ele, seu cabelo zunindo pelos seus ombros.

"Eu não entendo, Professor," ela disse. "E eu peço desculpas, mas não é seu trabalho preparar os estudantes para se defender contra essas coisas? Como o senhor pode saber se eu estou pronta ou não se o senhor nem me deixa tentar?"

"Você está certa, claro," disse Lupin. "Eu não posso ter essa certeza. E é meu trabalho ajudar vocês a se preparar para essas coisas. Sinto muito se você não concordou com a minha decisão. Fiz um julgamento na hora. Eu não tinha idéia que ficaria tão ofendida com isso. Da próxima vez, vou ter mais sensibilidade, srta Granger."

Ela pareceu satisfeita com isso e se virou para ir, mas parou na porta.

"Professor?"

Lupin olhou por cima de sua pilha de papéis para ela.

"O senhor sabe que forma o meu bicho papão teria?"

Ele suspirou e não respondeu por um bom tempo.

"Eu quero que pense bem nessa questão," ele disse finalmente, "e pergunte de novo depois."

Confusa, Hermione apenas assentiu e deixou o escritório.

Já tinham se passado muitas semanas quando Professor Lupin pediu para falar com Hermione depois da aula numa tarde.

"O que é, Professor?" ela pediu ansiosamente. "Se é sobre a última redação, eu juro que da próxima vez será dois pergaminhos mais longa. Eu só não tive tempo de aperfeiçoa-la do jeito que eu geralmente –"

Lupin levantou sua mão para que ela parasse de divagar.

"Sua redação estava boa, srta Granger. Trabalho maravilhoso como sempre."

Ela lhe deu um sorriso radiante.

"Não é sobre isso que eu queria falar com você," ele disse. "Você sabia que eu tenho ajudado Harry com as lições contra dementadores? É claro, nós não temos um dementador de verdade para praticar. Nós temos usado um bicho papão que eu capturei numa mala de viagem. Harry te disse?"

Ela assentiu, se perguntando o que isso tinha a ver com ela.

"Bem, eu pensei, srta Granger," Lupin continuou, "que se você quisesse ajuda extra com o seu bicho papão, agora seria a oportunidade perfeita. Eu sei que você não ficou muito contente por causa de toda essa história do semestre passado. E agora que eu estou me sentindo melhor..."

Ela lhe lançou um olhar estranho, sombrancelhas levantadas.

"Eu tenho mais tempo nas minhas mãos para me dedicar aos meus alunos," ele terminou. "Isso é, se você quiser?"

Hermione nunca foi de recusar um desafio.

"Quando começamos, Professor?"

CONTINUA...

Nota da Tradutora: Oi! Estou com mais uma tradução... essa fic foi escrita pela pottergirl, espero que gostem! Me digam o que acharam, please! Vou mandar pra ela também, não se preocupem!!!

Até o próximo capítulo!!!

Silvinha Potter