Salvando Harry
Nota da Autora: Esta parte continua no terceiro ano.
Eu também tive algumas liberdades com minhas idéias sobre bicho papão e como ele reage à suas vítimas.
Aproveitem! ;)
Parte 2 – O Bicho Papão de Hermione
"Pronta, Hermione? Um, dois, três..."
"Riddikulus!" ela gritou.
"Excelente! Bom trabalho," Professor Lupin elogiou.
Hermione apenas franziu a testa e baixou sua varinha com um suspiro.
Eles estavam usando a larga sala de aula de História da Magia que estava tão vazia que parecia que o Professor Binns estava lá falando naquele tom monótono e sonolento sobre as rebeliões dos duendes. (Não que Hermione alguma vez fosse admitir – e certamente não para Harry e Rony – que ela achava o tom de voz do Professor Binns "monótono e sonolento.")
"Posso tentar meu feitiço num bicho papão real agora?" ela questionou.
Professor Lupin não tinha aberto a mala de viagem que continha o bicho papão ainda, e – para dizer a verdade – Hermione estava se sentindo completamente exasperada. Fazia tanto tempo que ela estava lançando o feitiço em direção ao ar, mirando em nada mais substancial que um monte de poeira. Como ela poderia saber se o feitiço estava funcionando do jeito que deveria ou não?
"Hermione," disse Lupin. "Seu estilo é muito bom. Com alguma sorte, você pode dispersar seu bicho papão em um minuto ou dois."
Um minuto ou dois? Isso não podia estar certo! Hermione estava certa que até mesmo Neville tinha produzido seu feitiço em menos de trinta segundos.
"Por que preciso de sorte? Achei que o senhor tinha dito que eu estava indo bem," disse Hermione, tentando com muito esforço não mostrar o quão impaciente e irritada ela estava se sentindo.
Lupin parou e olhou para ela, franzindo a testa pela primeira vez na noite toda.
"Antes eu pedi pra você pensar bem em que forma teria seu bicho papão. Você já pensou?"
Na verdade, ela tinha pensado nisso por um bom tempo e o pior resultado foi voar. Bem – ela não tinha medo de voar exatamente; ela só não era boa nisso. E se existia algo que amedrontava Hermione mais do que não ser capaz de se sobressair em algo que ela tentasse, ela certamente não sabia o que era ...
Mas também que forma física essa idéia teria, ela não sabia.
Quando ela estava pronta para dizer sua opinião em voz alta, Lupin falou novamente, "Nós vamos começar bem devagar, tudo bem? Se eu sentir que você está mais angustiada do que o normal, eu vou intervir imediatamente."
Hermione estava bem perplexa agora. Professor Lupin não estava fazendo sentido algum, e de novo ela sentia que ele sabia exatamente que forma o bicho papão dela teria. Ao invés de enfraquece-la, porém, isso a deixou mais determinada ainda a mostrar a ele que ela era capaz.
"Tudo bem, então?"
Ela assentiu.
Lupin abriu o fecho da mala e esta se abriu com um alto click. Hermione prendeu a respiração na expectativa, equilibrada e pronta pra produzir seu feitiço – e confiante de que o que quer que emergisse na sua frente, ela conseguiria manipular com toda força que existia dentro de si.
É por isso que ela ficou chocada quando o rosto sorridente de Harry surgiu de dentro da mala, sua cabeça agitada, seus olhos cor de esmeralda brilhando para ela. Assim que o resto do corpo dele apareceu, ela viu que ele estava em sua vassoura. Ele pairou sobre a mesa e então voou pela sala duas vezes, acenando para ela o tempo todo, o riso nunca deixou seu rosto.
Hermione olhou para Lupin se perguntando se tudo isso era uma brincadeira, mas a expressão dele estava bem séria na verdade.
Assim que Harry voou para perto dela, com a cabeça ainda virada em direção a ela, Hermione ofegou alto. Um balaço veio voando por trás dele tão rápido que não houve tempo para ele reagir. Hermione tentou chama-lo e avisa-lo, mas já era tarde demais. O balaço bateu com força em suas costas, derrubando-o da vassoura – e Harry estava caindo...
Hermione gritou assim que ele alcançou o chão da sala com um grande estrondo.
Esquecendo tudo sobre Lupin e a lição, Hermione correu para onde o corpo de Harry estava caído e retorcido, seus óculos quebrados perto dele numa poça de sangue que não parava de sair do canto de sua boca.
Quase sem fôlego, as mãos de Hermione foram para seu rosto com pavor, suas unhas cravadas na pele delicada.
Ele estava sangrando tanto! Eles tinham que conseguir ajuda!
"Hermione! Hermione, mova-se!"
Lupin a pegou pelo ombro. Ela tentou protestar, não querendo deixar o lado de Harry, mas Lupin a tirou de perto dele. Aterrorizada, Hermione assistiu quando Harry desapareceu no momento que Lupin apareceu na sua frente.
Crack!
Uma bola branca e brilhante pegou o lugar de Harry, pendurada no ar um pouco acima de onde ele havia caído machucado, caído e morrendo – Hermione pensou em desespero – apenas um instante atrás.
"Riddikulus!"
A bola caiu no chão como um rato e apressou-se para as sombras.
Lupin fez um aceno com a varinha e o rato voou para dentro da mala, preso mais uma vez.
"Nós vamos precisar dele se formos continuar essa lição," ele disse apressadamente, trancando a mala e dando a Hermione um tempo para se recompor.
Trêmula, ela levantou uma mão para sua cabeça, tentando encontrar algum sentido no que acabou de acontecer.
"Eu não entendo," ela murmurou meio entorpecida. "Meu bicho papão era Harry?"
Harry machucado... Harry morrendo...
Hermione rodeou Lupin.
"O senhor sabia! O senhor sabia o tempo todo!"
Lupin a olhou com cautela.
"Eu adivinhei," ele admitiu.
Hermione balançou a cabeça, ainda tentando compreender tudo.
"Mas como?"
Como havia alguma possibilidade de Lupin saber se nem ela mesma havia percebido até ela ter visto com os próprios olhos? Como ele pôde ter adivinhado algo tão... tão pessoal?
"Porque você me disse," respondeu Lupin. "Ou melhor – você disse a Harry. Naquele dia na ala hospitalar."
Hermione lembrou e percebeu que era verdade. Ela tinha se sentido tão mal, tão culpada pelo pulso quebrado de Harry. Ela tinha se culpado por machuca-lo, por aquele estúpido acidente, quando a verdade era que ela faria qualquer coisa para evitar que ele se machucasse.
Ela ficaria do lado dele, enfrentaria Você-Sabe-Quem se fosse preciso ...
Qualquer coisa... para ajuda-lo... para salva-lo!
E não porque o mundo precisava dele. Não porque ele era o Menino-Que-Sobreviveu."
Mas porque... ela precisava dele! Porque ele era seu melhor amigo... Porque...
Ela o amava!
Hermione olhou para Lupin com olhos bem abertos e espantada com essa sua compreensão.
Ele sorriu para ela.
"Eu acho que nós devíamos continuar essa lição outro dia," ele disse suavemente.
E quando Hermione deixou a sala, a primeira coisa que ela fez – depois de encontrar Harry na sala comunal da Grifnória – foi dar a ele um grande abraço.
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"Pra quê isso?"
Harry estava olhando para Hermione como se ela tivesse perdido o juízo completamente.
"Só porque..."
Ela sorriu para ele, os braços dela descansando na cintura dele.
As lições dela estavam indo bem nas últimas semanas e o Professor Lupin tinha muito orgulho das habilidades de defesa dela. Depois daquela primeira lição sinistra, Hermione tinha aprendido com sucesso a lutar com seu bicho papão – embora ela tenha visto Harry machucado em muitas maneiras mais do que ela esperava na realidade – e tinha finalmente aprendido a controlar seu medo.
Se Harry estivesse caindo de sua vassoura, ele iria pousar numa pilha de penas ou numa nuvem grande e fofa; se ele estivesse sendo atacado por algo – geralmente um balaço, mas uma vez foi um dragão – ela daria a ele uma armadura de defesa, embora ela tivesse formas estranhas: penas fofas e coloridas, escamas elásticas, e uma vez – singular o bastante – uma capa de marshmallows.
"Marshmallows?" Lupin havia perguntado, levantando as sombrancelhas.
Ela havia rido e admitido que ela tinha dividido uma caneca de chocolate quente com Harry na noite anterior e foi só nisso que ela conseguiu pensar na hora.
Harry estava olhando-a um tanto inquieto agora que ela saiu de seus devaneios e o liberou completamente de seu abraço.
"Você tem feito isso muito ultimamente," ele murmurou, e Hermione pensou só por um instante que ele estava corando.
"Vamos chamar isso de pagamento," ela respondeu, "por todas as semanas de silêncio vindas de você e do Rony."
Harry a olhou enigmático.
"Eu não vejo você apertando ele em toda oportunidade que aparece."
Hermione lhe deu um sorriso, provocando. "Ah, que é isso. Você sabe que você gosta disso."
Harry levantou uma sombrancelha, mas sorriu de volta pra ela, seus olhos verdes luzindo só um pouquinho, e isso foi o bastante para Hermione puxa-lo pela mão.
"Vamos dar uma volta," ela disse, puxando o braço dele alegremente.
"O que você tem ultimamente?" perguntou Harry, mas ele permitiu que Hermione o puxasse pelas terras da escola em direção ao lago.
Quando eles alcançaram a margem, Hermione parou debaixo de uma árvore e olhou através da água. A lula gigante espreguiçava no sol, seus longos tentáculos esticados, tentando capturar todos os raios do céu quase sem nuvens.
Hermione virou-se e olhou para Harry, notando como seus olhos estavam brilhantes na luz do sol, como seus óculos deslizavam pelo seu nariz várias vezes com o calor do dia, e como ele os empurrava para cima até que eles ficassem no lugar certo. As mãos pareciam tão fortes e confiantes. Os cabelos cintilavam e não eram tão negros em plena luz do dia como eles eram na meia luz do salão comunal ou na luz de velas do castelo. Estavam sendo levemente impelidos pela brisa, revelando a cicatriz em sua testa. Parecia macia, assim como as bochechas que estavam levemente rosadas por causa da caminhada (ou talvez porque ela estava olhando tão descaradamente para ele). O olhar dele era ora em direção ao lago, ora em direção aos olhos dela, e ele estava arrastando um pouco os pés também. Ela podia ver seu tórax subindo e descendo, regular e uniformemente. Ele era sólido e real na frente dela. Tudo nele respirava vida para ela.
Ele estava vivo.
E Hermione teve o pensamento inesperado de que ela faria tudo em seu poder para mante-lo daquele jeito.
"Eu quero que você me prometa uma coisa," ela disse seriamente.
"O quê?" perguntou Harry, a olhando com curiosidade.
Ela deu um passo para ficar mais perto dele.
"Eu quero que você prometa, não importa o que aconteça, que você sempre vai permitir que eu fique do seu lado."
Harry pareceu não entender o que ela estava pedindo a ele.
"Hermione, você é minha melhor amiga. Você e Rony –"
Ela levantou uma mão para impedir as palavras dele.
"Sim – você e Rony são meus melhores amigos, mas eu não estou falando sobre isso," ela replicou. "Estou falando sobre permitir que eu lute do seu lado, permitir que eu esteja lá mesmo que você não me queira lá."
"Sobre o que você está falando? Eu não espero --"
"Você nunca ia me pedir isso, eu sei," Hermione o cortou. "Você tem muito orgulho. E você se importa muito. Eu sei que se importa. Mas Harry, eu quero estar lá pra você. Estou te pedindo."
Ele a encarou silenciosamente por um instante.
"Eu não entendo de onde veio isso," disse Harry enfim, bem baixinho.
Hermione virou-se para o lado novamente.
"Ano passado, eu não estava lá," ela disse, pensando sobre como ele teve que lutar contra o basilisco sozinho, como ele derrotou a memória de Tom Riddle e salvou Gina da morte certa. "Eu deveria ter estado lá."
"Mas não foi sua culpa. Eu preciso te lembrar onde você estava?" perguntou Harry.
Hermione reconheceu que não era culpa dela se ela estava na ala hospitalar. Petrificada e inútil.
Harry pareceu estar seguindo o trem de pensamentos dela, porque ele disse, "Apesar de você não estar lá fisicamente, você estava comigo... er... com a gente..."
A voz dele falhou por um momento.
"Hermione, você ainda estava lá. Rony e eu nunca teríamos resolvido aquilo sem você. Você sabe disso, não sabe?"
Hermione deu de ombros, mas as palavras dele tocaram um lugar profundo dentro dela – e ela sorriu.
"Harry," ela continuou depois de um momento, "Eu quero fazer mais do que aquilo. Há circunstâncias que a gente não pode controlar – como o que aconteceu ano passado. Eu percebi isso. Mas eu não quero que você pense que você está sozinho nessa. Se há qualquer possibilidade nesse mundo de eu estar do seu lado, então eu quero estar lá. É por isso que eu quero que você me prometa – não importa o que aconteça – que você vai permitir que eu esteja do seu lado. Que você vai deixar eu fazer isso por você. "
Hermione prendeu a respiração, seus olhos castanhos travados no verde profundo dos dele.
Ele parecia estar pesando algo em sua mente, mas ele assentiu finalmente.
"Tudo bem."
Harry assentiu de novo.
"Eu prometo," ele disse, e Hermione laçou seus braços ao redor dele de novo.
"Contanto que voc me prometa que vai parar de fazer isso o tempo todo," disse Harry, assim que ela o soltou.
Hermione deu um sorriso tímido.
Algum dia você vai se sentir de outro modo, ela pensou, enquanto eles andavam de volta para o castelo. Mas pra agora...
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Hermione tinha acabado de dizer tchau para Harry e Rony e estava prestes a entrar em sua sala de Estudos dos Trouxas para o último semestre do ano quando Professor Lupin apareceu na escada de mármore e a parou na porta.
Ela não teve que perguntar por que ele estava colocando-a no canto. Estava escrito por todo o rosto dele.
Hermione suspirou, sua aflição voltando quase imediatamente com a percepção de que ela apenas tinha desapontado seu professor miseravelmente.
Lupin a conduziu para fora da multidão de estudantes que estava no corredor e a olhou com reprovação.
"Agora que Harry e Rony não estão por perto," ele começou baixinho, "você pode me dizer o que aconteceu."
Ela lembrou do seu exame final de Defesa Contra as Artes das Trevas, não querendo reviver aquilo nem para seu professor, mas ela lembrou o olhar pasmo no rosto dele quando ela emergiu gritando do baú que continha o bicho papão, e então decidiu – depois de todo trabalho que ele teve em tentar ajuda-la – que ele merecia saber a verdade.
"Você fez tudo perfeitamente até o final," ele a lembrou. "Nossas últimas lições foram tão bem, eu não achei que você teria problema algum com o seu bicho papão no final das contas."
"Eu também achei que não teria," ela admitiu de modo abatido.
Mas até então, em todas as outras vezes, ela tinha sido capaz de salvar Harry. Desta vez...
Ela se lembrou daqueles momentos horríveis dentro do baú. Ela tinha esperado ver Harry machucado como sempre, mas quando ela entrou para a última tarefa do seu exame, o bicho papão estava numa forma que ela não esperava.
Hermione olhou para Lupin, os olhos se enchendo de lágrimas.
"Ele já estava morto," ela tremeu levemente, agradecida de que o corredor estava quase vazio, então os outros alunos não a veriam chorar.
A visão de Harry deitado lá sem vida mexeu com seu íntimo. A pele dele estava tão pálida, seu cabelo geralmente radiante estava sem brilho. Mas pior que isso... Seus olhos estavam grandes e vazios. O coração e a alma do amigo dela, a risada, o sorriso, a saúde e a vida de Harry haviam ido embora.
"Não havia nada que eu pudesse fazer. Era tarde demais."
Ela removeu uma lágrima de sua bochecha, envergonhada tanto por ter falhado ao encarar seu bicho papão Harry quanto por ser tão fraca ao mostrar suas emoções.
Lupin a olhou com simpatia.
"Eu tinha medo de ter acontecido algo assim," ele disse. "Eu tinha um pressentimento de que havia sido algo mais assustador do que a Professora McGonagall."
Hermione soltou um sorriso tímido. Ela não queria mentir para ele – ou para Harry e Rony, se isso importa. Quando ela saiu correndo do baú, a primeira pessoa que ela tinha visto foi Harry. (Harry – vivo e saudável – graças a Merlin!) Ela não podia despejar tudo, "Pobre Harry," era o que ela desesperadamente queria falar. Ao invés disso, ela gaguejou para ele a primeira coisa que ela pôde pensar, lembrando-se de como Rony disse que ela tinha muito medo de ser reprovada, de não ser perfeita.
Bom, ele não tinha ido muito longe ao pensar isso, tinha? Apesar de que falhar nos exames e não ajudar seu melhor amigo eram coisas completamente diferentes – e tristemente, Hermione sabia exatamente o que iria lhe causar mais dor no coração.
"Eu não notei isso aparecendo," disse Lupin se desculpando. "Isso não tinha acontecido antes, embora eu soubesse que existia uma possibilidade. Eu realmente não esperava que isso fosse acontecer bem no seu exame."
"Por que a mudança?" Hermione pensou alto. "Por que meu bicho papão mudou sua forma de repente? Depois de todas as outras vezes? Por que agora?"
Lupin ficou calado por um instante, pensando na questão.
"O bicho papão persegue o medo das pessoas. O seu medo de algo ruim acontecer com Harry é um pouco mais complexo do que, por exemplo – o medo do Rony com as aranhas. O bicho papão vai se manifestar como o maior medo da vítima. Se transformar numa aranha é fácil para um bicho papão. Agora, se transformar em alguém morrendo já não é tão simples. É por isso que o seu bicho papão, normalmente, era uma imagem complexa de algo ruim que você já tinha imaginado que aconteceria com Harry. Mas talvez, até agora, você só tenha se preocupado se Harry estivesse morrendo. Talvez você não tenha continuado seus pensamentos quando eles atingiram o ponto de que você poderia realmente imagina-lo morto. Mas seus medos – seus pensamentos naquele baú – devem ter sido uma pista para que o bicho papão se transformasse nessa imagem tão singular."
Hermione considerou essas palavras – tremendo quando ela se lembrou da imagem do corpo de Harry morto – e fez uma careta quando surgiu a idéia de que em algum momento nas últimas semanas, os medos dela tinham obviamente crescido.
Ela se lembrou da noite em que Sirius Black havia entrado na torre da Grifnória. Foi naquela noite, ela pensou, que seus sonhos tinham começado – aqueles onde Harry estava deitado na cama, um homem com uma faca parado perto de onde ele estava deitado, cortando as cortinas da cama dele. Ela permaneceu sentada num canto do salão comunal naquela noite, não dormindo por medo de que aquele homem voltasse para Harry. Lembrou-se que visitou Hagrid no dia seguinte, ela chorava quando contou a ele como estava apavorada pelo amigo e como ela nunca se perdoaria se nas semanas de silêncio entre eles algo tivesse acontecido com ele.
"Eu sinto muito, Hermione," a voz de Lupin cortou os pensamentos dela. "Eu deveria ter te preparado melhor."
"Não," disse Hermione, olhando para o professor e tentando tirar aquelas memórias horríveis de sua cabeça. Não faria bem algum a ela ficar duelando com elas agora.
"O senhor não tem feito nada a não ser tentar me ajudar. Eu estou agradecida por isso. E o Harry também," ela continuou sinceramente. "Ele pode produzir um Patrono corpóreo por causa do senhor. Eu o vi na partida de Quadribol. Foi maravilhoso! E o senhor era um dos melhores amigos dos pais dele. Eu sei que ele está contente só de conhecer o senhor."
Lupin sorriu para ela.
"Bom, é melhor você ir ou chegará atrasada no seu próximo exame," ele disse, apontando para a porta da sala dela. "E não se preocupe com a sua nota. Mais um pouco e seria a maior da turma toda."
"Tirando Harry?" ela adivinhou.
Ele assentiu, perguntando, "Você acha que pode se virar com um pouco menos que perfeito? Nove de dez, talvez?"
"Eu acho que vou ter que conviver com isso, não é?" respondeu Hermione, divertida com a brincadeira dele.
E depois de tudo, ela pensou seriamente, é melhor do que a outra opção.
Hermione tinha colocado um pé dentro da sala de Estudo dos Trouxas quando Lupin acrescentou, "Harry tem muita sorte, sabe – ter uma amiga como você. E um dia, ele vai perceber isso. Passaram-se quatro anos até Tiago notar a Lílian, e mais dois para conquistá-la. Algum dia Harry vai perceber a pessoa extraordinária que existe em você, Hermione. Eu sei que ele vai."
Hermione era muito jovem para entender tudo o que Lupin estava lhe dizendo – e muito envergonhada (e em negação) para admitir que o que ele estava sugerindo era verdade – mas o seu humor estava mais leve e um sentimento de esperança cresceu dentro dela enquanto ela o assistia ir embora.
Sorrindo, Hermione entrou para seu último exame, mergulhada nas palavras de seu professor, e quase certa de que ela ia passar nesse com altos pontos.
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Nota da Tradutora:
E aí gente, tudo bom?
Espero que tenham gostado desse capítulo! Foi muito bem escrito pela pottergirl, não acham?
Carol: minha primeira review, valew mesmo!!!! Fiquei taum contente, ganhei meu dia, você não tem noção!! Hehehe Olha, naum tenho messenger (sinceramente, morro de vontade de fazer, mas naum consegui ainda!), mas assim que eu conseguir fazer, te aviso, ta? Escrito meu mesmo não tenho ainda, mas assim que tiver (e tomar coragem, lógico!) eu posto!
Sally: aqui está mais um capítulo! Espero que continue gostando! Valew por mandar uma opinião e pelo elogio!!!
Manoella: obrigada pelo elogio tanto na idéia como na tradução. Vou passar pra autora, tah bom? Ela vai ficar muito contente!
Valew gente e deixem reviews, please! Eu adoro le-las!!!
Silvinha Potter
