Salvando Harry

Nota da Autora: A parte três acontece durante o quinto ano e além ...

Acredito que as primeiras duas partes dessa historia significariam nada sem esta última. Esta é –na minha opinião –a cola que gruda os todos os pedaços, por assim dizer. Eu escrevi essa historia com um propósito claro (é por isso que essa é minha favorita entre todas as outras que escrevi), e eu espero que isso apareça nessa última parte, que foi tão difícil até emocionalmente para escrever. Nem sempre tento marcar um ponto quando escrevo, mas última cena dessa história – espero – exibe tudo o que eu estava sentindo quando escrevi. E talvez vocês que leram possam carregar um pedacinho disso com vocês... Tomara!

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Parte 3 – Promessas Quebradas, Promessas Cumpridas

Hermione permaneceu atrás de Harry assistindo a cena pela porta aberta e não acreditando no que via. Surpreendentemente o bastante, todos os seus piores pesadelos estavam sendo exibidos na sua frente para que todos pudessem ver – tirando o fato de que não era ela quem estava tendo essas visões horríveis.

Esses medos pertenciam à sra. Weasley.

Era como se alguém tivesse copiado a imagem de Harry caído e morto da mente dela, porque essa cena soou exatamente como a que Hermione tinha visto há mais de um ano atrás durante o final do seu exame com Professor Lupin. Este bicho papão Harry – porque ele tinha que ser um bicho papão, já que o Harry de verdade estava a alguns passos na frente dela, dentro do quarto – estava caído num canto do carpete sujo e rasgado, banhado pela lua que brilhava pela janela de um dos quartos do Largo Grimmauld, número doze, mas ele tinha a mesma expressão vazia em seus olhos, os mesmos óculos quebrados esquecidos em sua cabeça, e o mesmo corpo retorcido que não poderia pertencer a alguém vivo.

E havia a sra. Weasley curvando-se de medo na parede oposta, soluçando enquanto Harry gritava para ela sair do quarto.

Alarmada, Hermione deu um passo a frente para oferecer ajuda, mas alguém inesperadamente a empurrou para o lado. Era Remo Lupin, seguido de perto por Sirius Black e Olho-Tonto Moody.

Hermione não ficou surpresa quando Lupin logo dissipou o bicho papão, ou quando ele imediatamente confortou a sra. Weasley quando não havia nada a não ser um pouco de fumaça.

Afinal ele já tinha visto essa imagem antes, não tinha? Com ela...

Enquanto a sra. Weasley estava chorando no ombro dele, Lupin olhou para cima por um instante e encontrou os olhos de Hermione; e quando ele fez isso, ela teve certeza de que Harry perceberia que ela estava parada atrás dele, mas ele não percebeu. Hermione assistiu e escutou a sra. Weasley pedindo desculpas e soluçando um pouco mais, enquanto Lupin tentava raciocinar com ela que toda a família dela – incluindo Harry – não iria morrer.

Mas Hermione sabia como a sra. Weasley se sentia. Ela entendia aquele pavor todo muito bem.

E quando Harry finalmente se virou e saiu do quarto, uma expressão pálida e exausta em seu rosto, Hermione tinha lágrimas correndo por suas bochechas também.

"Hermione? O que está fazendo aqui?"

A voz dele soou pesada e cheia de responsabilidade, e ela sabia que ele tinha passado por muita coisa em uma só noite. Era muito para um garoto de quinze anos. E isso lembrou Hermione do porquê ela ter subido as escadas a princípio.

"Eu estava preocupada com você," ela admitiu suavemente, limpando as lágrimas dos seus olhos com as mãos. "Eu vim ver como você estava."

A verdade era que ela ficou preocupada com ele o dia todo, desde a hora em que os distintivos de monitores tinham chegado (excluindo ele dos afazeres) até o momento que ela percebeu que ele tinha sumido da cozinha, longe da celebração para Rony e para ela própria e longe de Olho-Tonto Moody, que havia puxado Harry para um canto com suas velhas e tristes lembranças e uma velha foto bruxa. Ela não tinha perdido o modo como Harry evitava os olhos dela quando ele a havia parabenizado por se tornar uma monitora, e como o humor dele piorou quando ele viu a faixa que a sra. Weasley tinha pendurado sobre a mesa do jantar parabenizando ela e Ron pela honra. Não muito tempo depois que ele tinha deixado a cozinha ela o seguiu, porque ela não podia suportar o pensamento de que ele podia estar sozinho, bravo e triste.

Mas ela nunca esperava ver o que ela viu...

Harry não disse nada por um bom tempo.

"Você viu."

Não era uma pergunta, mas ela assentiu em resposta.

"Talvez você e a sra. Weasley pudessem formar um clube," ele disse brandamente, e Hermione olhou para ele em choque.

Ele não podia saber sobre o bicho papão dela!

Mas Harry continuou de modo obscuro, "Por se preocuparem muito, quero dizer. Você poderia convidar a Professora Trelawney para se juntar a vocês. Estou certo que ela ficaria contente em participar da festa em homenagem ao pobre Harry Que-Vive-Batendo-Na-Porta-Da-Morte."

"Isso não é engraçado," disse Hermione, fazendo cara feia para ele – mas ela sabia que ele concordava com ela; não havia sinal algum de humor de voz dele.

"Você não pode me culpar por me preocupar. Você não pode culpar nenhum de nós," ela continuou séria, limpando mais lágrimas do próprio rosto. "Você faz parte da família para ela, Harry. Você deve ser como um dos filhos dela."

Pela expressão dele, ela teve o pressentimento de que Harry não achou isso muito confortante no momento.

"Então você veio me ver. Estou bem," ele afirmou sem emoção alguma.

Hermione olhou para ele em descrença.

"Não está, não."

Ela podia ver isso nos olhos dele. As imagens que ele tinha visto estavam perseguindo-o, assim como o bicho papão Harry ainda a perseguia.

"Bom, o que você quer que eu faça pra resolver isso?" ele perguntou, o tom de voz dele crescendo um pouco (mas não alto o bastante para acordar a mãe de Sirius, graças a Merlin).

Hermione balançou a cabeça com tristeza.

"Não há nada a ser feito. A gente só consegue fazer o que está ao nosso alcance," ela disse. "A gente pode apoiar um ao outro. Ajudar um ao outro. Proteger um ao outro."

Ela parou de falar e notou de repente o quão brilhantes os olhos de Harry estavam na meia luz do corredor.

"Amar um ao outro?" acrescentou Harry num sussurro.

Surpreendendo a garota, ele levantou uma mão e tirou uma lágrima da bochecha dela, os dedos dele – quentes e suaves – passando pela pele dela só por um instante. O momento foi breve, mas também íntimo e cheio de promessas.

Menos de dez minutos depois, Hermione voltou para o seu quarto e ecoou as palavras de Harry suavemente na escuridão.

"Sim... Nós vamos amar um ao outro, Harry. Nós vamos..."

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Tinham se passado dez meses, e faltavam dois dias para o final do semestre, quando Hermione andava com Harry perto do lago do castelo de Hogwarts.

Ele estava bem quieto – não que ela o culpasse por isso – e ela estava tentando não conversar muito com ele. Foi muito difícil convencê-lo a ir com ela, e como eles já estavam lá, compartilhando um silêncio confortante, ela tinha medo de escolher um assunto para conversar que fosse muito insignificante comparado com os pensamentos que assolavam a mente dele.

Ela tinha tentado falar sobre Sirius com ele algumas vezes no dia anterior, mas Harry tinha lhe dado a impressão de que ele ainda não estava pronto para falar sobre seu padrinho. (E Rony – que estava dentro do castelo empacotando as coisas – não tinha ajudado muito quando ele a cutucava toda vez que ela dizia o nome de Sirius.) Então ela tinha desistido por enquanto e estava tentando ficar contente com o fato de estar ajudando Harry só por estar ao lado dele.

"Como está se sentindo?" perguntou Harry depois de terem dado duas voltas ao redor do lago.

A pergunta soou estranha vindo dele, quando Hermione sentia que deveria ser ela a estar fazendo a mesma pergunta ao invés dele.

"Bem," ela disse.

Ela estava mentindo para ele um pouquinho, mas ela não queria que ele soubesse que Madame Pomfrey tinha admitido a ela que o ferimento perto das costelas, aquele que Dolohov tinha lhe dado no Departamento de Mistérios, talvez nunca se curasse. Ela tinha ouvido a notícia calmamente, não aceitando muito que ela deveria carregar aquela dor consigo para sempre.

Ela olhou para o rosto severo de Harry.

Alguns ferimentos nunca são curados, ela pensou tristemente.

Embora ela estivesse esperando que Harry se abrisse com ela sobre a morte de Sirius – e talvez lhe dizer o que tinha acontecido no escritório de Dumbledore – havia outra razão pela qual ela o tinha chamado para uma caminhada. Havia algo que ela sentia que devia fazer, e desde que Harry finalmente tinha quebrado o silêncio entre eles, ela achou que agora seria o melhor momento.

"Harry," ela disse, parando debaixo daquela árvore tão familiar, "Eu te devo desculpas."

Os olhos dele miraram os dela em surpresa.

"O que quer dizer?"

"Você se lembra há dois anos atrás...?" Debaixo dessa mesma árvore, ela pensou distraída, antes de continuar, "Eu fiz você me prometer que você sempre permitiria que eu lutasse do seu lado."

"E você lutou," ele disse, um pequeno sorriso nos lábios misturado com alguma coisa nos olhos dele – algo que, um tanto estranho, parecia com dor.

Ela balançou a cabeça depois de um momento e tentou não pensar sobre como ela teria se sentido se ao invés de Sirius quem tivesse morrido fosse Harry – porque ela não tinha estado lá como ela mesma havia prometido para si mesma que estaria.

"Eu falhei com você," ela sussurrou, e as palavras saíram sozinhas de sua boca assim que a culpa ameaçava tomar conta dela, "Eu falhei. Eu não fui forte o bastante. Eu fui tonta e cega..."

E distraída, ela pensou, lembrando-se de como ela e Harry, no meio da batalha caótica no Ministério da Magia, tinham protegido muito bem um ao outro até ela ter parado para elogiá-lo pelo sucesso de um feitiço do corpo-preso feito por ele. Ela estava tão preocupada em proteger Harry no momento que tinha esquecido de proteger a si mesma.

Eu certamente não fui boa o bastante pra ele depois de tudo, fui? Sua mente a questionava com culpa.

"Não!" Harry protestou imediatamente, como se estivesse lendo os pensamentos dela. "Você estava lá pra mim como você sempre está. Mesmo quando você achou que estava certa e eu errado, você estava lá. Você foi até o escritório da Umbridge comigo! Você me salvou de uma maldição Cruciatus! Você foi comigo até aquele estúpido Departamento de Mistérios, e pra quê? Você podia ter morrido por minha causa!"

Hermione balançou a cabeça durante todo o discurso dele, desesperada para que ele retirasse todas as palavras.

Harry colocou as mãos nos ombros dela.

"Eu tentei fazer você ficar pra trás. Você nem me escutou! Você estava furiosa comigo só por eu ter dado essa sugestão."

"Bom, você pode me culpar?" perguntou Hermione, lembrando-se de quando Harry tinha proposto a "brilhante idéia" na floresta de ela ficar para trás para atrair mais testrálios. Aquilo tinha sido uma mera desculpa para ela – e Neville e Gina e Luna – não irem com ele. Do jeito que as coisas aconteceram, isso não tinha sido necessário – com bastante sorte, mais testrálios tinham chegado para eles – mas doeu nela pensar que, por um breve instante, ele não a queria do seu lado.

Mas também ela se perguntava se, naquela hora, em algum momento durante a afirmação brava dela de que ela "não ia ficar pra trás," ele tinha se lembrado da promessa feita a ela. E na lembrança, ele tinha finalmente concordado (com um pouco de desagrado) que ela – e os outros – poderiam ir com ele.

A voz de Harry de repente cortou os pensamentos dela (e ele a estava olhando de um jeito de que ele podia culpa-la – e iria – por não te-lo escutado quando ele tinha protestado).

"Você não tem idéia de como eu me senti depois que Dolohov te mandou aquele feitiço. Quando você caiu no chão, era como se qualquer sentimento em mim parasse completamente. Eu não podia pensar direito! Neville teve que checar para ter certeza de que você estava bem porque eu entrei em pânico! Se você tivesse morrido, teria sido minha culpa! Minha! E eu não poderia viver com isso. Não conseguiria!"

Harry parou, as mãos dele ainda apertando seus ombros, o peso delas a enchendo de mágoa enquanto ele a olhava sinceramente.

Hermione prendeu a respiração, quase ouvindo as próximas palavras dele.

Eu não conseguiria viver sem voc.

Mas ele não precisava dize-las em voz alta. Ela já sabia...

No lugar disso, ela laçou seus braços ao redor dele, apertando-o contra ela, como se nunca fosse solta-lo.

"Eu sinto muito, Harry. Eu sinto muito sobre Sirius."

"Eu sei," ele murmurou contra o cabelo dela.

"Mas se algo tivesse acontecido com você," ela ofegou e os braços dele apertaram a cintura dela. "Se tivesse sido você no lugar..."

"Às vezes eu desejo que tivesse sido," disse Harry sombriamente.

Hermione recuou e olhou diretamente para ele.

"Não! Harry, não," ela disse, sacudindo a cabeça. "Sirius não iria querer isso."

"Eu não sei o que ele iria querer," disse Harry amargamente. "Eu nunca vou saber agora..."

"Eu vou te dizer o que ele iria querer. A mesma coisa que todos nós queremos – Rony, e os Weasleys, e Lupin, e Tonks, e Olho-Tonto, e Neville, e Luna – e eu, Harry. Eu!" disse Hermione muito séria.

Ela colocou a mão no peito dele.

"Você está a salvo, Harry. E isso é tudo o que importa!"

Ele recuou abruptamente, a raiva luzindo em seus olhos.

"Por quê? Por que isso é tudo o que importa?"

"Porque, Harry," ela disse suavemente, e os olhos verdes presos nos dela, "sem você, não há nada."

Ele olhou para ela em silêncio por um longo tempo depois disso.

E quando eles voltaram para o castelo momentos depois, Hermione rogou para que Harry entendesse o que ela realmente queria dizer com aquelas palavras: que ele não era apenas um símbolo de esperança para o mundo bruxo; ele não era apenas um representante da bondade e da força que lutaria contra o mal de Voldemort...

Ela queria que ele visse que era a convicção nele que a mantinha forte – que ele era a única luz no mundo dela.

Ele era sua única esperança, seu único amor...

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"Amor?"

Hermione percorreu o caminho pela escuridão, desesperada em encontrar Harry.

Tinha acabado.

Ela sabia disso. Ela podia sentir isso.

Voldemort estava morto... finalmente... enfim...

E Harry...?

"Você tem que estar bem – Harry, meu amor... Você precisa..."

Ela havia encontrado Rony, machucado e sangrando, mas vivo. Eles tinham lutado até o final – os três - juntos... até Harry desaparecer ...

"Você me prometeu. Você prometeu..." ela murmurou para a escuridão, precisando se segurar em algo – mesmo que fosse o som de sua própria voz.

Ela tentou não pensar nas tantas vidas perdidas – não queria saber seus nomes ou seus rostos ...

Não até que ela soubesse...

Qualquer que fosse o resto horrível disso – ela sabia que podia encarar isso... com Harry.

Mas sem ele...

Hermione estava começando a entrar em pânico. O resíduo mágico da última batalha entre o derrotado Tom Riddle e Harry ainda estava no ar, levando-a para a fonte, o único lugar onde a luta havia terminado de uma vez por todas.

E lá...

Entre as chamas, a fumaça e as cinzas estava...

"Harry!"

Ele estava caído no chão, sangrando muito nos cortes em seu rosto e em suas mãos. Havia grandes vergões em seus braços onde sua camisa estava rasgada; seus jeans estavam sujos e se pareciam com trapos; seus óculos em seus dedos – como se ele mesmo os tivesse tirado. A armação dos seus óculos – quebrada – e as lentes estavam completamente inúteis para ele agora.

Ele parecia tão pálido... tão

"Não!"

Hermione correu até ele, seu cabelo embaraçado voando em seu rosto – suas pernas trêmulas quase não conseguindo carrega-la – e ela caiu de joelhos.

"Não, Harry! Não, não," ele murmurou várias vezes, pegando uma das mãos dele.

Estava fria como gelo! E algo no estômagdo de Hermione fez um movimento brusco...

Não!

"Isso não pode ser verdade! Não pode ser!"

E tirando sua varinha, Hermione a apontou para Harry e gritou, "Riddikulus!"

Uma vez, duas vezes, três vezes...

Nada.

"Riddikulus!"

Ela tentou de novo e de novo.

"Precisa funcionar... precisa...Você não é real... não é real..."

Mas o feitiço não funcionou e Harry não acordou.

Lágrimas correram pelas bochechas de Hermione quando ela se ajoelhou mais perto dele, o corpo dela estava contra o dele quando ela lhe beijou suavemente nos lábios.

Passou um longo tempo até Hermione notar o calor vindo da boca de Harry, até a respiração subindo e descendo contra seu peito ser registrada pelo seu cérebro em pânico. Mesmo quando ele foi em direção a ela, devolvendo o beijo dela com paixão, Hermione podia jurar que ela só estava imaginando o que ela queria com tanto desespero que fosse verdade.

Quando os braços de Harry o tiraram do chão e ele os laçou ao redor dela, Hermione recuou do beijo, com olhos arregalados em pura descrença.

"Harry?!?"

Ele tinha uma expressão estranha em seu rosto; era uma mistura de satisfação calma, cansaço e... divertimento?

E por um momento – apenas um momento – Hermione se perguntou se era apenas o seu bicho papão Harry a olhando de volta.

Ele abriu a boca para falar e Hermione prendeu a respiração...

"O que é tão ridículo?"

... E desatou a rir.

"Nada," a voz dela rompeu com toda a felicidade, alívio e admiração do mundo. "Nada importante."

E ela lançou os braços ao redor dele, fechando os olhos e mandando um obrigado silencioso a quem quer, ou o que quer, que tivesse permitido que ele voltasse para ela vivo.

"Te amo," ele murmurou – ou talvez tenha sido ela...

Não importava na verdade – porque eles tinham um ao outro agora. E isso já era o bastante. Era tudo.

Depois de um momento – ou uma hora – ou uma eternidade de tempo, Harry recuou de Hermione e olhou profundamente nos olhos dela. Os dele mesmo estavam com uma cor de verde profundo e cheios de emoção.

"O que é?"

"Eu quero saber por que você nunca me contou..." ele começou bem solenemente enquanto ele a puxava para seu colo.

"Contei o que?" perguntou Hermione enquanto empurrava o cabelo negro da testa dele. Ela começou a beijar sua cicatriz, seu nariz, suas bochechas e queixo; mas quando ele não continuou, ela recuou um pouco.

Ele estava tão quieto, tão sério...

E ela se perguntou por um momento se ele tinha adivinhado sobre o bicho papão dela – ou se ele sempre soube, desde o final do exame deles no terceiro ano até aquele momento no Largo Grimmauld. Ela se perguntou se ele sabia exatamente o quão apavorada ela estava de falhar com ele... de perde-lo... e não estar lá para salvá-lo como ela tão tolamente acreditava que podia.

E antes de ouvir as próximas palavras dele, ela estava quase certa disso... E ela descobriu que ele não a achava tão tola depois de tudo.

"Hermione, algumas coisas eu mesmo precisei fazer. Acho que você sabe disso. Eu fiz uma promessa pra você há um bom tempo atrás... Sim... Mas eu espero que você não ache que eu a quebrei," ele disse, olhando profundamente dentro dos olhos dela.

Ela se lembrou de mais cedo – de quando ele tinha desaparecido – e da raiva dela quando ela percebeu que ele preferiu abandonar Rony e ela para lutar contra Voldemort sozinho. E ela não pôde para-lo, porque ele havia escolhido...

Haviam tantas circunstâncias que ela não podia controlar... no passado e agora... Entretando isso não fazia que a situação ficasse mais fácil de se lidar.

"Hermione, eu quero que você saiba que você estava do meu lado em todo o passo do caminho," disse Harry seriamente. "Eu te carreguei comigo. Aqui..."

E ele apontou para o próprio peito, pegando uma das mãos dela que estava nos seus ombros para coloca-la no seu coração.

"Todo o amor que eu tinha dentro de mim... Isso é o que me permitiu derrotar Voldemort de uma vez. Eu podia sentir aquele amor radiando de todo mundo que estava do meu lado – de Dumbledore, dos Weasleys, de Lupin, de Rony – mas especialmente de voc. Você sempre esteve lá... Sempre..."

"Eu ainda estou."

Harry a puxou pra mais perto, tocado pelas palavras dela.

"Você me salvou, Hermione. Foi o seu amor que me salvou," ele ofegou, as palmas de suas mãos nas bochechas, a puxando mais para perto.

Ela estava surpresa com a intensidade da voz e dos olhos dele.

Mas quando ele falou de novo, foi um mero sussurro, "E foi o meu amor por você que me trouxe pra casa."

E quando ele a beijou – longo e profundo e verdadeiro – Hermione não ia falhar em sua certeza de que agora... Agora... Eles ficariam juntos como sempre deveria ter sido...

O amor deles os carregaria pra frente... Para novas aventuras, novas esperanças, e novos sonhos.

Sempre...

FIM!!!

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Nota da Tradutora: Oi, gente! E aí, tudo bom?

Finalmente, o final! Espero que tenham gostado assim como eu adorei traduzi-la!

Fabio: Que bom que você gostou, vou postar lá sim, valew pela dica!

Jéssy: Concordo, H/H nunca é demais, sou muito fã deles e torço pra que a J.K.Rowling deixe-os juntos no final, já imaginou que tudo de bom que seria?

Ainsley Haynes: Obrigada pelos elogios, sobre os advérbios e essas coisas, pode deixar, vou tentar melhorar!! Valew mesmo pelos toques!!!

Sobre a fic original, vou deixar o link porque ela não foi postada aqui...

http

fanfiction.

portkey.

org/

story/

2560

Obs: é só juntar tudo!

Obs 2: A pottergirl786 (autora dessa estória) disse isso:

"You must thank everyone who left reviews -- and tell them I appreciate the kind comments."

("Você precisa agradecer todos que deixaram reviews – e diga a eles que eu aprecio muito os comentários muito gentis.")

Afinal, como eu disse que faria, mandei as reviews pra ela. Ela gostou bastante!!! Que bom, ne?

Valew por tudo gente, até a próxima!

Silvinha Potter