N/A: É isso aí meu povo. Mais um cap da fic. Espero que quem teve coragem de continuar a ler esteja gostando.
Beijos
Viv
CAPÍTULO 3 – O reconhecimento
Passaram-se três meses até que pudesse procurar Hanna novamente. Sonhava com ela todas as noites. Deixara de violentar as vítimas. Não sentia mais vontade de estar com outra mulher. Só pensava nos olhos verdes cheios de um ódio apaixonado.
Lera o livro algumas vezes. Não fazia seu gênero. Mas assim poderia entender o que ela gostava. Era na verdade, uma tragédia romântica. Poderia vê-la lendo o livro repetidas vezes e em todas elas, torcer pelo romance infeliz do jovem casal.
E agora estava lá. Diante se sua porta mais uma vez. A sacada de flores enfeitada com motivos natalinos. Era dezembro. Nem se lembrava que o Natal estava próximo. E não foi com espanto que a viu na mesma posição. Sentada lendo novamente. Mas desta vez, havia marcas de lágrimas em seu rosto pálido. Os cabelos castanhos estavam mais curtos. Nos ombros. Dando-lhe um ar mais maduro. Suspirou sem perceber diante da imagem dela.
Uma pequena dor no peito devido seu pranto. Jamais poderia imaginar que algum dia estaria se sentindo tão forte. E ao mesmo tempo tão fraco. Por causa de uma mulher. E principalmente, por uma trouxa.
Entrou após usar a varinha. Ela ergueu os olhos apenas um segundo após ser examinada mais de perto. Seus lábios tremeram levemente ao vê-lo. Com sua capa e suas roupas de bruxo.
-Você voltou! – triste.
Ele sentiu alguma ansiedade. Teve dúvidas se a tristeza era por ele ter voltado ou por ter justamente demorado a voltar. Snape se aproximou lentamente. Tirou o livro das mãos dela. Era o mesmo que levara. Tinha aspecto novo. Deveria ter comprado quando dera por falta do antigo.
Ela continuava sentada, com a dor estampada nos olhos, no rosto. Snape nunca se sentiu tão infeliz antes. Acariciou o rosto pálido com uma delicadeza que jamais imaginou ter. Ela soluçou fracamente. Se aproximou lentamente e a beijou. Longamente. Profundamente. Desta vez não o afastou. A tomou no colo, levando-a para cama.
E desta vez a tocou com certa reverência. Não foi impedido em momento algum. Ela se entregou com abandono. Foi ainda melhor que as vezes anteriores. Ela gemia baixo e quando atingiu seu limite, deixou escapar, sem querer, o nome de Severus. Ficaram em silêncio muito tempo. Até que adormeceram.
Quando Snape acordou, percebeu que estava sozinho na cama. Ficou alerta de repente. E então, viu Hanna sentada em uma cadeira diante da cama. Observando com uma expressão confusa. Ela estava linda em sua camisola diáfana.
Ele relaxou. Percebeu que tinha parado de respirar.
-Bom dia. – sorriu levemente.
-O que você está fazendo aqui Severus? – ela falava pausadamente.
-Acordando, ao que parece. – brincou.
O olhar dela se tornou mais sério.
-O que quer saber, Hanna? – se sentou.
O torso nu, exposto. Ela mirou insistentemente para camisa dele perto da cama, no chão. Ele entendeu. Estendeu a mão e a vestiu.
-O que você está fazendo aqui? – repetiu devagar.
Suspirou.
-Não sei. – confessou, desviando o olhar. – Só penso em você. Nunca senti isso por ninguém. – e tornou a encará-la. – Você acalma minha fúria.
-O que significa isso? – expressão indecifrável.
-Eu só sei que não tenho vontade de ter outra mulher. Desde a última vez que estive aqui, só pensava no dia que iria voltar. – começou a se levantar.
Foi na direção dela e se ajoelhou diante da mulher na poltrona. Colocando as mãos envolta do quadril dela.
-Eu sei que não fui exatamente um homem gentil com você, antes. Mas não sabia lidar com o tormento que senti desde a primeira vez que lhe vi. Mas hoje, acredito ter provado que posso mudar! – angustia nos olhos negros.
Hanna o olhava ainda com a máscara de indiferença.
-O que você pretende agora?
-Eu não sei. Quero entender o que há entre nós. O que me faz querer você dessa maneira. Diga-me, o que você sente?
Dúvida passou nos olhos dela.
-Odeio você Severus. – dor em negros. – Você me fez perder um grande sonho. Entrou na minha vida destruindo tudo que eu tinha. Tudo que eu conhecia. Me violentou! – indignação.
Cada palavra dela, entrava em seu coração como faca. Pela primeira vez na vida, se arrependeu por ser quem era.
-Mas também não posso negar, que amo você. – ele a olhou assustado. – Não tenho comparações, mas nunca poderia imaginar que fazer amor pudesse ser tão intenso e tão incrível. Mesmo na primeira vez. O odiei por me machucar. Mas me odiei mais ainda, por gostar do que aconteceu. E quando você voltou, eu tentei fugir mais uma vez dessa loucura, mas você me subjugou. E ainda assim, foi maravilhoso. Mas eu não admitia sentir prazer com um homem que tinha destruído minha vida.
Ele queria dizer alguma coisa. Mas preferiu deixá-la falar tudo o que queria.
-E então, uma coisa maravilhosa e incrível aconteceu. – ela chegou a sorrir. – Descobri que estava grávida. – ele ficou tenso. – E invés de rejeitar o bebê, amei-o intensamente, desde o momento que soube. Um filho. Um filho meu. - ele a olhava incrédulo. – E então, meu amor e meu ódio por você aumentaram ainda mais. E quando se passaram 3 meses desde sua última vinda, julguei que tivesse me esquecido. E tivesse ido embora para sempre. Vê-lo outra vez me deixou confusa. Percebi naquele momento, quando chegou, que esperei ardentemente que voltasse. E não estava, de maneira alguma, preparada para a noite passada. Foi mesmo maravilhosa. Percebi que pode ser mais humano. – corou de leve. – E mais gentil. – ele sorriu esperançoso. – Mas simplesmente não posso permitir que volte mais aqui. – triste.
-Como?? – confuso.
Ela se levantou e começou a andar pelo quarto.
-Não entende? É o meu bebê! Não posso submetê-lo a essa loucura toda lá fora! Não sou bruxa, mas tive um irmão que nasceu bruxo. Ele era mais velho. E tomava conta de nossa família. Mas um dia vocês vieram, com suas capas negras e suas máscaras. E o mataram. Ele morreu, quanto tentava salvar meus pais. – pranto surgindo. – Todos se foram. Eu teria ido embora se pudesse. Mas tinha essa casa e as pessoas daqui me ajudaram muito. E acabei ficando.
-Hanna... – tentou se aproximar dela.
-Não! – se afastou mais. – Quero que entenda o porquê de ter que deve ir embora e não voltar mais! – desespero na voz.
-Hanna, me escute...
-Não! – interrompeu mais uma vez. – Não! Escute você! Você e seu bando, destruíram minha família! Mas ironicamente, você mesmo acabou me devolvendo a vida. E esse filho é tudo o que tenho. Quero que vá embora e me deixe criá-lo em paz.
-Você só pode estar louca! Estou aqui porque amo você! – falou sem querer.
Mas percebeu no momento que disse, que não estava mentindo. Viu perplexidade nos olhos verdes.
-Amo você, Hanna. – falou firme saboreando cada palavra.
Se adiantou mais uma vez e a tomou nos braços. Beijando –a profundamente, porem com toda delicadeza que descobrira ter. Um soluço escapou dos lábios dela, enquanto ele repetia seu amo, inúmeras vezes. Ela se agarrou a ele fraca.
-Me deixa ficar com você! – ele pedia baixo.
-Não! – o afastou de repente. – Não quero essa vida! Não quero mais sentir medo! Já havia me decidido. Vou embora daqui. Para um lugar onde não haja a magia ou a dor. Por ela. – tocou o ventre quase liso por baixo da camisola.
-"Ela"? Nosso bebê é uma menina? – riu alto.
-Não! MEU bebê. Só MEU! – voltava a ficar séria. – Severus, por favor, vá embora. Nos deixe em paz.
-Não, Hanna. Você não me conhece. Não venho de uma família exatamente feliz. Jurei que jamais me entregaria a um sentimento como o amor e a dependência. Faço parte de um grupo cruel, que pune esses sentimentos. – desviou os olhos. – Mas quando vi você, naquela noite. Senti-me estranho, intrigado. E depois que a tive, não pude pensar em mais nada. Só você. Pensei ter ficado louco. Cometi mais assassinatos e violências no mês que me afastei de você a primeira vez, que em toda minha vida. Até entender que tinha que voltar. Tinha que vê-la e tê-la mais uma vez. Para curar minha loucura, minha fúria. E então eu vim e ao invés de me libertar de você, apenas a introduzi mais fundo em mim. Mas muitas coisas aconteceram então, e voltei para o meu... grupo. Mas algo em mim já havia suavizado. E não pude mais tocar em outra mulher. Não queria. Só você. Você faz vir o melhor de mim, que nem sabia que existia. – segurou o rosto dela com carinho. – Não me abandone. Me ajude. Me salve!
Ela parecia indecisa. Mas quando tocou no rosto dele, desistiu. Puxou-o para ela num abraço forte.
-Passará o Natal comigo, Severus? – sorria entre as lágrimas.
-Com toda certeza, meu amor. Com toda certeza. – e recomeçou a beijá-la.
E desta vez, ela correspondeu. Aliás, estava um passo a frente. E quando foram para a cama, só havia desejo, luxúria e amor. Sem dúvidas, sem dor, sem medos.
Mais tarde, quando estavam deitados juntos no sofá, Hanna voltou a falar sobre seus anseios.
-Severus, o que faz da vida?
-Trabalho com poções. Por quê? – levemente tenso.
-E, os homens de capa e máscara... Você vai se desligar deles, não é?
Ele se levantou. Ela estranhou.
-Não é, Severus? – insistiu.
-Não Hanna. Não posso deixá-los. – sério.
-Mas...
-Você não entende. Não sabe certas coisas. Simplesmente não posso. Ninguém pode contra o Lord das Trevas.
-Como não? Tem que haver um modo! – indignada.
-Não pense nisso. Esqueça. – sorriu forçado.
-Não! Não é justo! Não podemos fugir? Ir embora para longe? – exasperou.
-Não, Hanna. O Lord nos acharia. Protegerei mais você, se ficar ao lado dele. Mas não pense mais nisso. – abraçou-a com cuidado.
Enquanto refletia sobre que havia dito.
"Se houvesse uma
