b Capitulo 15 – Vol-de-o-quê? /b
Sirius e Thiago se esgueiraram silenciosamente por entre os corredores escuros de Hogwarts, o segundo ainda se deliciando com a cara de espanto de Lílian.
Muito bem, para onde? – Perguntou Thiago.
Bem, se você fosse uma notícia, com quem você estaria? – Falou o o diretor? – Arriscou Thiago.
Se você fosse o diretor, onde você estaria?
No meu escritório?
Se você fosse um escritório...
Tá, tá! Já sei! – Interrompeu Thiago. – "Onde eu estaria". Como eu vou saber?
Sei lá! Talvez num ponto estratégico...
Hum... Bem no meio da escola? – Arriscou Thiago. – São sete andares...
Três e meio? Não tem andar "três e meio".
Então vamos procurar no três e no quatro.
Certo!
Os dois foram para o terceiro andar o mais rápido possível, sem passar por ninguém. Porém, o andar desejado estava cheio de professores andando para lá e para cá. Eles conseguiram andar alguns metros sem problemas, mas o professor Verick vinha vindo em direção deles, com passos decididos.
Sirius recuou alguns passos, puxando Thiago junto. Eles encostaram em um gárgula, tentando não fazer barulho.
O coração dos dois gelou quando o professor se virou para onde eles estavam.
Sorvete de limão. – Falou o professor.
Sirius olhou para Thiago com uma cara de "Ahn?". O outro retribuiu com uma cara de "Mais hein?".
Sirius sentiu a parede tremer um pouco, enquanto uma escada surgia abaixo de seus pés e os levava para cima lentamente. Eles saíram do caminho do professor Verick, que dirigiu-se para uma enorme porta no final da escada. Ele bateu na superfície lisa de madeira, e quem abriu foi, ninguém mais, ninguém menos que Alvo Dumbledore.
Não acreditando na própria sorte, os garotos se moveram sorrateiramente para dentro do escritório.
Remo e Pedro estavam acordados no dormitório, com o espelho de Sirius na mão, esperando alguma notícia.
Foi quando o lobisomem pensou ouvir algo. E não vinha do espelho.
O que você ainda está fazendo acordada, Srta. Evans? – A voz de Minerva vinha do salão comunal. Era difícil escutar, por isso Remo foi até a porta do dormitório, e, pedindo silêncio a Pedro, a abriu lentamente.
A dor de cabeça não me deixa dormir, Professora. – Ele ouviu a voz sussurrada de Lílian responder. – Vou ficar aqui lendo, não quero acordar as outras.
Remo colocou a cabeça para fora cuidadosamente, para espiar a cena: Lílian estava com um pijama de frio azul-escuro, e Minerva estava de costas para o dormitório masculino, de modo que o garoto não podia ver sua expressão.
Bom, Srta. Evans, entrei aqui porque achei muito estranho o episódio do quadro mais cedo. Você sabe de algo? Viu alguém sair?
Lílian lançou um olhar para o dormitório masculino. Remo olhou fundo nos olhos verdes da garota, implorando silenciosamente para que ela não dissesse nada. Lílian desviou o olhar.
Não, não vi ninguém saindo. – Falou a ruiva. Remo suspirou, aliviado.
Bom, então, vou verificar as camas do Potter e do Black. – Falou Minerva, fazendo com que Remo se sentisse como se um peso lhe caísse sobre a nuca.
Lílian arregalou os olhos. Remo entrou correndo e começou a empurrar Pedro para o banheiro.
Aluado, o que você... – Começou o garoto, mas foi interrompido:
Se tranque no banheiro, fique de ouvidos abertos e não saia de lá por nada antes de eu falar pra sair. Não há tempo para explicar.
Dizendo isso, o Lobisomem correu para sua cama e se deitou, ouvindo o trinco do banheiro fechar assim que Minerva entrou no quarto.
Como eu imaginei. – Sussurrou ela. – Camas vazias.
Remo se esforçou para parecer sonolento:
Professora? O que aconteceu? – Perguntou, emendando um bocejo no final da frase.
Onde estão Potter, Black e Pettigrew? – Perguntou ela, ríspida.
No banheiro... – Remo manteve a sonolência na voz. – Algo na festa não fez bem pro estômago dos três...
Minerva se dirigiu para a porta do banheiro, batendo nela, decidida.
Potter? Black? Pettigrew? – Ela chamou. Remo mordeu o lábio inferior: Agora era com Pedrinho.
Erm... Eles não podem responder agora, Professora. – Respondeu Pedro, fechando a declaração com um barulho muito convincente de alguém... Hum... Com problemas no estômago.
Minerva fez uma cara de nojo e tomou a direção da porta.
Bom, voltem a dormir assim que isso passar. – Recomendou Minerva, descendo a escada em caracol.
Remo bufou, aliviado. Correu até a porta do dormitório e observou Minerva saindo pelo buraco de retrato e Lílian suspirando e se jogando no sofá.
Pode sair, Rabicho. – Falou, sentando-se na cama.
Thiago e Sirius tinham conseguido dois ótimos lugares perto de uma das paredes da sala redonda. Lá, além da proteção da capa, eles contavam com uma densa sombra formada por uma estante de livros. Era praticamente impossível que os vissem ali.
O que o ministro disse, Alvo? – Perguntou o Professor Verick.
Dumbledore suspirou.
Eles não estão dando importância aos ataques dos comensais. Os tratam como "Um bando de arruaceiros". Acham que vão se dispersar, uma hora ou outra.
Então... Devemos esperar que isso aconteça, e só?
Não vai acontecer, Victor. Eles são mais que um bando de arruaceiros. Eles são um grupo organizado. Têm um ideal. Um líder.
Líder? – Perguntou o professor.
Sim... Não sei se você já ouviu falar de Tom Riddle.
Riddle? Não o mesmo Riddle que pegou o herdeiro há alguns anos, antes que eu viesse lecionar?
Sim e não. – Respondeu Dumbledore, os olhos cintilando. – Sim porque é desse Tom Riddle que eu estou falando, e não porque, além de ele não ter pegado o verdadeiro herdeiro, ele não atende mais por esse nome. Seus servidores o chamam de Lord das Trevas, ou Voldemort.
Esse nome me dá arrepios. – Sussurrou o professor, sinistramente.
Precisamos fazer alguma coisa, se o ministério não vai. Os ataques não podem continuar. – Falou Dumbledore, energeticamente. – Eu quero que você convoque alguns aurores e professores de confiança, todos aqueles que estiverem dispostos a lutar.
Farei isso. – Respondeu Victor, se virando para sair.
Thiago olhou para Sirius, que fez que sim com a cabeça. Os dois seguiram o mestre de poções de perto, tentando ser o mais cautelosos possível. Subiram as escadas até o quinto andar, e quando se viram livres de todos, sentaram-se ao pé de uma estátua.
Sirius pegou o espelho e sussurrou "Remo Lupin" para a superfície lisa.
Lílian suspirou e se jogou no sofá depois que a professora deixou o salão comunal. Essa foi por pouco. Espere... Mas por que ela tinha acobertado eles dois DE NOVO?
"Ah, Lílian Evans, você está com um sério problema.", ela pensou consigo mesma. Devia ter falado que tinha visto Potter e Black saírem. Agora, se os dois se metessem em encrenca, ela iria junto como cúmplice.
"Ótimo. Era tudo que eu precisava". Ela suspirou mais uma vez.
Ficou mais alguns segundos sozinha, olhando o fogo da lareira consumir lentamente a lenha, quando percebeu que tinha mais alguém na sala. Ela se virou rápido, para dar de cara com Pedro e Remo. O segundo tinha um espelho na mão.
Lílian... – Falou Remo, baixo. – Obrigado por não entregar eles dois.
Lílian deu de ombros, respondendo no mesmo tom baixo:
Eu não os vi saindo. Estavam invisíveis.
Remo e Pedro sorriram para a ruiva.
Remo Lupin. – Ela ouviu a voz sussurrada de Sirius. Estranho... A voz parecia vir do espelho que Remo segurava.
O garoto levantou o espelho na altura dos olhos. Então ele falou, para a surpresa de Lílian, com o rosto de Sirius, que aparecia no artefato:
Sirius! E então, noticias?
Muitas! – Respondeu o espelho. – E aí, tudo calmo?
McGonagall apareceu para verificar as camas. – Respondeu Remo.
Droga! – Eles ouviram Sirius e Thiago praguejando baixinho.
Mas ela caiu na nossa desculpa, graças a Lílian, que falou que não viu ninguém saindo.
Lily ainda está acordada? – Sussurrou a voz de Thiago, e em pouco tempo o rosto dele substituía o de Sirius no espelho.
Você acha mesmo que eu ia ficar sem notícias, Potter? – Perguntou ela, revirando os olhos. – E vocês dois me devem uma. – Acrescentou.
Sirius pegou o espelho de volta.
Que seja. – Falou, depressa. – Mas agora temos que dar um jeito de voltar. Remo, você pode abrir o retrato para a gente, antes que a mulher gorda fale algo para a McGonagall?
Ela está vigiando a entrada. – Respondeu Lílian.
Nisso nós damos um jeito. – Falou Sirius. – Vamos dar o sinal para vocês abrirem o quadro pelo espelho.
Dizendo isso, o rosto dele sumiu. Lílian lançou olhares preocupados a Remo, que deu de ombros.
Remo esperou alguns minutos. Ouviu um barulho de algo realmente grande caindo no chão. Depois de alguns segundos, Sirius apareceu no espelho dizendo para que ele abrisse a passagem do retrato.
Lílian olhava assustada para o espelho, como se imaginando o que eles teriam aprontado agora.
O Lobisomem correu para o retrato, abrindo-o. Segundos depois eles ouviram passos de duas pessoas correndo entrando no salão comunal, e Remo fechou a passagem.
Thiago e Sirius saíram de debaixo da capa, ofegando, mas rindo.
Essa foi ótima, Almofadinhas! – Cumprimentou Thiago, dando tapinhas no ombro do amigo.
Mas se não fosse sua capa, estaríamos perdidos, caro Pontas! – Respondeu Sirius.
O que diabos vocês fizeram para tirar McGonagall do seu "posto"? – Perguntou Lílian, indo até eles.
Oras, derrubamos uma estante de livros de uma sala de aula aqui perto. – Falou Thiago, dando de ombros.
E ela saiu gritando algo como "pirraça" ou sei lá. – Completou Sirius.
Eles olharam os dois garotos por alguns segundos, antes de Remo perguntar, com urgência:
E o que descobriram?
Bom, os comensais realmente parecem ter atacado outra vez. – Começou Sirius. – Dumbledore está preocupado. Falou num líder... Tom Riddle.
Parece que o tal Riddle esteve em Hogwarts, e pegou um tal "herdeiro". Dumbledore não deu detalhes sobre isso. – Continuou Thiago. – Ele disse também que Tom usa outro nome agora. Como era? Vol...
Voldemirtes? – Arriscou Sirius. – Não... Não era isso.
Voldemarte, Voldelitares, Voltorote, Vol... – Thiago foi falando para si mesmo, recebendo olhares confusos de Lílian, Remo e Pedro.
VOLDEMORTE! – Falou Sirius, vitorioso.
Isso! – Concordou Thiago. – Voldemort.
Esse nome dá arrepios! – Falou Pedro.
Foi o que o professor Verick falou. – Continuou Sirius. – E também descobrimos que o ministério não está dando importância para o caso, e Dumbledore vai tomar providências por ele mesmo.
Eles conversaram por mais algum tempo, quando decidiram que era melhor voltarem para seus dormitórios. Quando Lílian chegou no dormitório feminino, Sabrina a esperava e a fez repetir tudo que aconteceu.
Os meninos não conversaram muito mais. Estavam com sono, e também, se Minerva os pegasse acordados, iam ter sérios problemas.
i N/A: Aí está... Desculpem por não ter atualizado semana passada... /i
