b Capítulo 16 – Animagos, tentativa 3. /b

No dia seguinte, um boato sobre um novo ataque de um grupo totalitário já se espalhava por Hogwarts. "Eles matam nascidos trouxas!", diziam os alunos da Lufa-lufa, trocando olhares temerosos. "Dizem que têm um líder, e que são muito organizados!", falavam os Corvinais, com olhares de reprova. "São um bando de ratos nojentos!", bradavam os Grifinórios, torcendo os narizes numa expressão de repulsa. "Pelo menos eliminam sangue-ruins.", diziam os Sonserinos com desdém.

Thiago e os outros marotos caminhavam para o salão principal com jeitinho de anjos. Cumprimentavam algumas pessoas pelo caminho: popularidade instantânea causada pelo episódio no último Halloween. Ninguém, nem mesmo Lílian, poderia dizer que aqueles quatro garotos já quebraram alguma regra da escola: Pedro estava distraído, como se ainda estivesse dormindo, Remo sempre teve a maior cara de inocente, Sirius sorria despreocupadamente, os olhos azuis brilhando numa inocência incomum. Thiago, por sua vez, parecia o anjinho em pessoa. Um rosto bem humorado e os cabelos bagunçados lhe davam um ar de atrapalhado, no máximo. Era quase impossível imaginar que um ar tão angelical seria quebrado por uma simples frase:

Potter e Black! – A voz de Minerva Mcgonagall se fez ouvir do fim do corredor.

Não fomos nós! – Respondeu Sirius, meio depressa demais.

Todos os alunos que estavam no corredor olharam para eles. Thiago distinguiu na multidão o rosto sorridente de Bellatrix Black.

Não é o que Severo Snape diz! – Retrucou a professora.

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Remo observou com confusão os rostos perplexos de Thiago e Sirius. Não era essa a atitude normal de quando eles aprontavam alguma. Parecia que eles REALMENTE eram inocentes dessa vez.

O que foi que vocês fizeram dessa vez? – Perguntou o Lobisomem.

Nada, Aluado! – Respondeu Sirius, olhando de relance para a professora que se aproximava. – Dessa vez nada mesmo! A não ser que Thiago tenha...

Eu não fiz nada! – Defendeu-se Thiago. – Achei que você tinha feito alguma coisa, Almofadinhas...

Remo olhava de um pro outro enquanto a professora se aproximava. Eles teriam falado para ele se realmente tivessem feito alguma coisa com o Ranhoso. Isso era inédito: Thiago e Sirius inocentes.

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Professora, nós não fizemos nada com aquele Seboso! – Protestou Sirius, sem conseguir convencer Minerva, que os levava por um outro corredor até seu escritório.

Seja lá o que o Ranhoso disse, é mentira! – Completou Thiago, tendo tanto sucesso quanto o amigo.

Quando eles chegaram no escritório de Minerva, Severo estava lá, olhando quase divertido para tudo isso.

Qual foi a mentira, Seboso? – Gritou Thiago, raivoso.

Severo só sorriu.

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Lílian andava rápido para o salão principal, acompanhada uma Sabrina sonolenta.

Vez ou outra ela entreouvia um boato sobre o ataque da noite anterior.

Como será que os boatos se espalham tão rápido? – Perguntou a ruiva, cochichando para a amiga.

Sei lá... Talvez um dos marotos tenha espalhado. – Respondeu Sabrina, bocejando.

Não... Acho que não. Eles vivem cheios de segredinhos...

O que não significa que eles não adorariam se gabar por terem entrado escondidos no escritório do diretor e descoberto tudo. – Explicou Sabrina.

Lílian ia responder, mas foi interrompida por vozes que vinham do fim do corredor.

Aquele maldito Ranhoso! Como ele pode NOS acusar?

Ah, eu não acredito! UMA SEMANA DE DETENÇÃO! E por causa de algo que nós nem fizemos mesmo. – Lílian reconheceu a voz de Thiago.

Ah, anime-se, Pontas! – A voz de Sirius soou. – Talvez possamos tentar mais uma vez depois da aula.

Tentar? Tentar o que Almofadinhas? AH! É claro! Como pude esquecer?

Thiago Potter, você é o cara mais distraído do mundo! O SEU apelido devia ser Aluado! – A frase seguiu-se de uma risada.

Falando em Aluado, temos que ver como Remo está. Está chegando a época de...

Os dois morenos viraram a curva do corredor, parando de falar bruscamente quando viram as duas.

Lily? – Falou Thiago, espantado.

Não, Dumbledore! – Retrucou a ruiva, irônica. Sirius e Sabrina riram. – É claro que sou eu Potter.

Época de que, hein? – Emendou Sabrina, com um olha inquisidor divertido.

Época... É... – Sirius gaguejou antes de disparar, vitorioso: - Época de colheita de morangos! O Remo adora morangos! Vamos, Pontas, temos aulas! – Sirius e Thiago se viraram para sair quando Lílian retrucou:

Está cedo para as aulas. E não é época de colheita de morangos!

Erm... Temos que ir, Lily, querida... – Começou Thiago.

É EVANS pra você! – Cortou a ruiva.

Sim, sim, Evans, que seja! – Respondeu ele, parecendo nervoso. – Precisamos ir. Te vejo mais tarde Lily.

Dizendo isso, os dois continuaram seus caminhos, quase correndo.

É-EVANS! – Lílian gritou, mais por força do hábito, porque sabia que não ia adiantar grande coisa.

Esses dois estão aprontando alguma. – Concluiu Sabrina.

Brilhante! As novidades agora! – Retrucou Lílian, mau-humorada.

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No horário do almoço, ninguém notava os quatro garotos que escapavam do salão principal até aquela mesma sala no sétimo andar.

Vocês têm certeza que querem continuar com essa história maluca? – Protestava Remo, folheando um livro sobre animagia. – A lua cheia está próxima e eu estou me sentindo fraco. E se eu não conseguir fazer vocês voltarem ao normal de "seja lá qual for a coisa esquisita que vocês vão se transformar dessa vez" e...

Aluado, RE-LA-XA! - Falou Sirius, passando as páginas de seu livro sem sequer olha-las. - Em primeiro lugar, nós NÃO vamos desistir.

Em segundo lugar... – Continuou Thiago, que nem tinha pegado livro nenhum. – Nós não vamos errar dessa vez!

Remo Suspirou e continuou folheando o livro. Pedro estava sentado num canto, com cara de extrema confusão, olhando para um livro pesado.

Passado algum tempo, para absoluto terror de Remo, os meninos resolveram por a teoria em prática.

Muito bem, no três! – Anunciou Thiago.

Quando eles começaram a se concentrar, Remo foi até a estante procurar um livro de antídotos.

POP

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Sirius sentiu a coisa mais estranha que já tinha sentido na vida: Não conseguia ficar em pé, de jeito nenhum. Por mais que tentasse, caía de quatro. E ele também não estava distinguindo as cores.

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Thiago não sentiu nada de diferente, só um peso na cabeça. Na verdade, seus sapatos pareciam estranhos também. Mas agora ele estava ocupado em rir de Sirius, que caíra de quatro.

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Remo virou-se para os três, já esperando orelhas ou mãos em formas estranhas, mas foi muito pior.

Thiago estava com uma galhada na cabeça e cascos ao invés de pés, rindo-se de Sirius, que estava de quatro e olhava pra tudo muito confuso. Pedro tinha... Sumido!

Meu DEUS! – Gritou Remo. – Eu avisei!

Hahahaha! Olha só pra você, Almofadinhas: DE- QUATRO! – Thiago apontontou para o amigo, que retrucou maldoso:

Ah, é?! Então você devia ver seus chifres, Pontas!

Chifres? – O moreno arregalou os olhos.

Ah, eu sabia que isso não ia dar certo! – Resmungou o Lobisomem. – Parem de brigar, vocês dois. O mais urgente primeiro...

EU! – Gritaram Sirius e Thiago juntos.

Não! O Pedro sumiu. – Respondeu Remo.

Puxa... É mesmo. – Sirius olhou em volta, ainda de quatro.

Quanto a vocês... Thiago, você só teve partes do corpo transformadas, como sempre. – Explicou Remo. – E você Sirius... Bom, deve ter dado uma 'pani' no seu senso de equilíbrio.

Eu não to vendo as cores. – Informou Sirius, manhosamente. Thiago riu.

Cachorros são daltônicos. – Explicou Remo, novamente.

Ei! Olha o respeito! – Protestou Sirius. Thiago riu mais. – Pare de rir, cervo! – Thiago parou de rir e encarou Sirius, nervoso.

Eu já falei pra pararem de brigar! Temos que descobrir onde o Pedro foi parar.

Dito isso, eles começaram a procurar pela sala, Sirius engatinhando.

Aí, olha: uma minhoca! – Comunicou Sirius. – Está onde o Pedrinho estava! Será que ele virou uma minhoca?

Remo e Thiago foram até onde Sirius estava e agacharam. O moreno apontou uma minhoquinha no chão. O estranho é que ela não se mexia.

Puxa! O Pedrinho conseguiu! – Falou Thiago, admirado.

Mas... Ele não ia virar um rato? – Questionou Sirius, levantando uma das sobrancelhas.

Gente... – Falou Remo, devagar. – Não é uma minhoca... É um rabo de rato!

Thiago levantou-se depressa, segurando "Pedro" e quase acertando Sirius com a galhada.

Arg, Pontas! Cuidado com esses malditos chifres! – Falou Sirius.

MEU DEUS! RABICHO, FALA COMIGO! – Gritou Thiago, indiferente a Sirius e chacoalhando "Pedro".

Erm... Acho que ele não consegue falar... – Remo falou cuidadosamente. – Seguinte: Eu vou fazer o Pontas voltar ao normal, aí eu preparo a poção que fiz da última vez para o Sirius. Do jeito certo, lógico. – Acrescentou quando Sirius abriu a boca para protestar. – Depois a gente vê o que faz com o Rabicho.

Quando Thiago já estava normal e a poção de Sirius já fervendo, Remo anunciou que ia até a Ala Hospitalar e a biblioteca, procurar algo que pudesse ajudar Pedro.

Não é melhor você pegar a minha capa? Devíamos estar em aula. – Falou Thiago.

É sim. Onde ela está? – Perguntou Remo.

No meu esconderijo ultra-secreto. – Respondeu o moreno, como se fosse óbvio.

Tá, e onde é? – Insistiu Remo, impaciente.

Se eu contar não vai mais ser ultra-secreto! – Explicou Thiago.

Remo suspirou, revirando os olhos.

Vamos comigo, sim? – Falou.

Claro. – Respondeu Thiago, sorrindo inocentemente.

Sirius, quando a poção ficar vermelha, pode tomar ok? – Dizendo isso, Remo saiu, seguido de Thiago.

ESPEREM! – Sirius, gritou, em vão. – EU NÃO ESTOU VENDO CORES!

i N/A: Hana má! batendo a cabeça contra a parede Hana muito, muito má! Eu sei, eu sei. Passei décadas sem atualizar! Eu estava numa crise criativa! Perdão, Perdão! bate a cabeça na parede mais uma vez /i