Cronos
Uma semana, uma semana tinha passado, e Draco não tinha descoberto nada de novo sobre a ruiva. Ela já tinha saído da Ala Hospitalar, mas andava muito mal....ele não se havia dirigido a ela, mas sabia, sabia que ela não estava bem.
Andava pálida, mal comia, mal falava com as pessoas, sempre triste. O loiro tinha vontade de ir ter com ela e abraça-la, reconforta-la, tirar-lhe todo o seu sofrimento.
Mas não ia, ela não queria, ela mal olhava para ele, quanto mais falar-lhe. Mas ele ainda não tinha desistido, cada dia que passava ele tinha mais a certeza que a culpa era dele, e queria remendar tudo o que tinha causado.
Passava as horas livres na biblioteca, já devia de ter visto metade dos livros...mas não encontrara absolutamente nada. Sentia-se cada dia mais frustrado, mas mesmo assim não iria desistir.
Acabava se sair de da aula de poções....e ia atrás do trio maravilha, como habito o tema de conversa deles era a ruiva, e Draco aproveitava para indirectamente saber notícias dela.
- Pois eu acho que ela está melhor.
- Não concordo Ron, Ginny não está nada melhor, na verdade eu acho que ela piora a cada minuto que passa. É como se fosse algo que a fosse corroendo. Ela passa as noites em claro, sem dormir, e quando dorme tem imensos pesadelos. Sei que chora bastante, as colegas de quarto acordam com os soluços dela. Eu estou muito preocupada....e se....e se isto não lhe passa?
- Hermione, não digas isso nem a brincar. Minha irmãzinha querida, não isto vai-lhe passar eu tenho a certeza.
Draco ouvia tudo e não disse nada, as palavras da sangue ruim ecoavam na cabeça dele, e ele sentia-se perdido, a doença, ou lá o que aquilo era, estava cada vez pior, e a sua Ginevra estava cada vez mais perto de um fim terrível.
"NÃO! Eu não vou deixar que lhe aconteça algo de mal, nunca, nunca, nunca!" – Draco pensava desesperado, abanado a cabeça tentando fazer que todos aqueles pensamentos o abandonassem.
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Ginny estava na aula de Herbeologia. Sentia-se enjoada por causa do cheiro das flores, era um cheiro suave, mas para ela insuportável. E o pior, todos olhavam para ela, como se ela fosse morrer de um momento para o outro. Era horrível sentir os olhares assustados e preocupados de pessoas, olhares esse que a fulminavam. Mas o pior mesmo era os olhares de pena, ela não queria ninguém tivesse pena dela.
Ela própria já se havia conformado com aquela situação, totalmente assustadora, e que a dilacerava minuto após minutos. Estava pior, ela sabia. Às vezes desejava que tudo aquilo passasse, que deixasse de sofrer, já chegara a desejar a morte, pelo menos seria menos doloroso.
Outras vezes queria voltar atrás, não era necessário ser muito tempo, só algumas semanas, para a altura em que estava com ele.
Sentia tanto a sua falta. Desejava encontrar-se nos braços dele, sentir os lábios dele contra os seus, inspirar o perfume que ele emana, mas isso era impossível....ele enganou-a, ele usou-a, ele ia ser pai....pai de uma criança que não seria dela, mas doutra.
Ouviu o sinal para o final da aula e saiu imediatamente da estufa. Caminhou em direcção ao salão principal, era hora do almoço, não que ela estivesse com fome, mas não poderia faltar a mais uma refeição, isso iria fazer com que ela tivesse de ouvir um enorme sermão de Ron.
Caminhava pelos corredores cheios de alunos, alguém chamou a sua atenção. Uma pessoa caminhava entre os alunos e ninguém parecia reparar. Não seria nada de especial se essa pessoa não fosse Tom Riddle, o jovem de 17 anos, a memória conservada no diário que ela possuíra no seu primeiro ano. Ele caminhava em direcção a ela, com os olhos negros bem fixos nos seus e com um sorriso estranho...
Ela queria correr, gritar, fazer algo que chamasse a atenção dos que a rodeavam mas todos passavam sem reparar no que estava a acontecer.
O rapaz aproximou-se dela o suficiente para a poder tocar, ergueu a mão direita e tocou delicadamente no rosto pálido de Ginevra. Ela prendeu a respiração, com medo do que aconteceria a seguir. Será que ninguém ia reparar naquilo que se estava a passar bem no meio do corredor?!?!
De seguida algo inesperado aconteceu, os dedos longos do rapaz alcançaram o seu pescoço, e com uma força surpreendente o rapaz apertou a sua garganta. Ginevra esperneou e segurou os pulsos do rapaz tentando aliviar a pressão na sua garganta. O ar escasseava, e ela começou a ficar sem forças para resistir.
De um momento para o outro os olhos negros que a fixavam tornaram-se cinzas e os cabelos escuros nuns loiros platinados. Agora as duas mãos fortes que apertavam o seu pescoço pertenciam a Draco e não a Tom.
-Não!!! – Gritou bem alto com todas as forças que lhe restavam, caindo de joelhos no chão.
Respirava de uma forma acelerada e antes que pudesse impedir, grossas lágrimas escorriam pelas bochechas agora vermelhas. Sentiu alguém tocar-lhe no ombro e retraiu-se ainda mais.
-Não! Deixa-me! – Gritou assustada.
-Ginny, o que se passou? – Era a voz preocupada de Ron.
Ela ergueu o olhar para encarar o irmão. Ron estava parado no meio do corredor, agachado ao lado dela, assim como Harry e Hermione. Vários alunos estavam parados no corredor formando um círculo á volta da ruiva.
Ela passou as mãos pelo pescoço ainda dolorido.
-Vo... Vocês não viram?
-Ver o quê Gin?
-Aqui ... agora ... ele ....
-Ginny, não estamos a perceber, explica-te.
Todos a olhavam de uma forma estranha.
-Ele estava aqui! – Disse nervosa.
-Ele quem Ginny? Não estava aqui ninguém.
-Mas ele.... O meu pescoço....
-Ginny quando chegamos estavas aqui, sozinha a gritar no meio do corredor.
Ela olhou em volta, os rostos dos alunos que a observavam estavam assustados com o comportamento dela. Ron ajudou-a a levantar-se.
-E então, estás melhor? – Perguntou secando as lágrimas da ruiva com as costas da mão.
-Ron eu não me estou a sentir muito bem, importaste de me levar até á sala comum?
-Claro Gin, vamos.
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"Será que nesta porcaria de biblioteca não há um mísero livro útil?!?!?!"
Draco estava farto de procurar uma explicação para o estado da sua ruiva, ele não ia desistir apesar de naquele momento estar tudo contra ele. Não era capaz
de encontrar nada que lhe dissesse o que a ruiva tinha, a única pessoa que poderia ajudar, Aaron, falava simplesmente por enigmas e o tempo parecia correr mais do que nunca
"Tempo, se ao menos eu tivesse mais tempo, se ao menos eu pudesse alterar o tempo, andar para trás e fazer com que a Ginevra nunca tivesse de passar por isto.... Mas não .... Ninguém o pode fazer... ninguém pode comandar o tempo...."
Draco encontrava-se na sua véspera de ir para Hogwarts, e despedia-se da sua amiga.
- Bem....eu vou embora, mas vamos ficar juntos para sempre né....tipo isto não é uma despedida para sempre.
A menina olhou para ele e de seguida para a cicatriz recente na sua mão esquerda.
- Como sabes que ficaremos juntos?
- Bem, eu não sei, quer dizer, nós não nos vamos separar, eu tenho a certeza.
- Só uma pessoa pode ter a certeza do que nos vai acontecer.
- Ah sim Ginevra, quem?
-Cronos.
-O quem?
-Cronos o deus do tempo, segundo a mitologia grega. Segundo os muggles ele controla o tempo, como nunca nenhum bruxo conseguiu.
-E os Vira-tempo?
-Oh, isso é algo totalmente diferente.... Lembro-me de ouvir o meu pai a dizer, eles podem ser utilizados para andar no tempo mas quaisquer modificações podem ser fatais.
-Ginevra, tu surpreendes-me, como é que sabes tantas coisas?
-Sei lá! – Disse encolhendo os ombros e sorrindo duma forma doce.
Ele sorriu, a ruivinha tinha a capacidade que nenhuma outra pessoa tinha, a capacidade de o surpreender. Então tornou a pensar no estado dela e numa forma de a ajudar.
"Cronos é apenas mito, um mito que já foi lenda e consequentemente história, Deve haver uma base verdadeira nisto tudo"
Levantou-se da mesa onde estava, rodeado por livros e caminhou por entre as estantes na esperança de encontrar algo que o ajudasse.
Cerca de dez minutos e muitos livros empoeirados depois constatou que se existisse alguma coisa que o pudesse ajudar estaria certamente na secção reservada.
Saiu da biblioteca e caminhou até á Ala Hospitalar, se pedisse com jeito á Madame Pomfrey ela cederia a autorização. Entrou na enfermaria e caminhou até á enfermeira.
-Boa tarde Sr. Malfoy, o que faz aqui? Não deveria estar a almoçar.
-Sim, mas tenho algo mais importante para fazer – Respondeu tentando ser o mais cordial possível.
-Que é...?
Ele pensou rápido, poderia dizer a verdade, mas soaria um pouco estranho. De qualquer maneira não teria outra hipótese, e para além do mais a enfermeira já os tinha visto juntos.
-Eu precisava da sua assinatura no papel de requisição de livros da secção reservada.
-E posso saber para quê, Sr. Malfoy?
-Eu pretendo ajudar a Ginevra.
-A Srta Weasley?
-Exacto.
-E posso saber como?
-Eu preciso de um livro da secção reservada, é tudo o que posso dizer.
-Tudo bem, se é pela saúde da Srta. Weasley eu assino, mas tenho de lhe pedir para que não faça nada de perigoso.
"Como se eu fosse capaz de magoar a minha ruiva..."
Passou a requisição á enfermeira e assim que esta a assinou ele saiu em direcção á biblioteca.
Madame Pince verificou a assinatura e de seguida deixou Draco entrar na secção reservada. O loiro ainda não tinha a certeza do que procurava, mas não ia desistir assim tão facilmente.
Passou toda a tarde na biblioteca, faltando assim ás aulas, a única coisa que tinha em mente era Ginevra.
"Eu tenho de a ajudar.... Eu tenho...."
Era certamente o milésimo livro que abria naquela tarde, porem algo chamou a sua atenção. Era uma espécie de chamamento aos deuses algo que ele nunca tinha visto antes.
Pelo poder do fogo
Pelo poder do ar
Pelo poder da terra
Pelo poder do mar
Eu vos chamo
Deuses, deusas
Venham a mim
Vos que tendes poder sem fim
Eu vos rogo
Eu vos imploro
Venham até mim
De vós eu preciso
Neste momento de suplicio
Pelo sangue derramado
Ou por derramar
Eu invoco a vossa presença
Aqui, agora, neste lugar
Vinde caminhar na terra dos mortais
Vinde ajudar vossos súbitos leais
Eu chamo o deus que necessito
Chamo o deus que preciso
Eu chamo.........
Não havia nome, aquele chamamento era para chamar o deus que precisava, mas de que deus ele precisava?! Ele não sabia, ele não conhecia deus nenhum....só... podia experimentar....
Ele pegou na folha e proclamou o chamamento:
- Eu chamo Cronos, deus do tempo.
Mal acabou o chamado uma luz intensa encheu a biblioteca e quando a claridade se dispersou revelou a Draco algo que ele não estava preparado para enfrentar.
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Ginny estava deitada na sua cama, no dormitório feminino dos Gryffindor. Assim que Ron a encaminhou para a torre da sua casa ela correu para o dormitório e deitou-se na cama.
Estava confusa, tudo o que se tinha passado no corredor estava a preocupa-la.
"Será que aquilo não passou de uma alucinação? Ninguém viu nada, ninguém viu o Tom Riddle e o Draco .... O Draco, ele não faria aquilo.... Eu sei que não faria...."
Draco, era cada vez mais doloroso para ela pensar em Draco, estar longe dele, sem o poder tocar, sem o poder sentir.
- Draco.... – Murmurou antes de cair num sono profundo.
Sonhava com um corredor frio, escuro nojento e ela corria, corria sem parar. Ela conhecia aquele lugar, talvez de um outro sonho. De repente uma bifurcação apareceu á sua frente. Ela já tinha estado ali, agora sabia-o, e tinha escolhido o caminho da esquerda, por alguma razão que desconhecia esse caminho tinha-se mostrado o errado. Tinha sido perseguida por Aaron Anderson e ele tinha-a separado de Draco. Podia ouvir os passos do rapaz e desta vez escolheu o caminho da direita.
Correu imenso pelo túnel que escolheu, um túnel que parecia não ter fim, quanto mais corria mais fundo parecia, com as suas paredes húmidas e sujas e o chão escorregadio. Viu uma luz, luz que lhe deu ânimo para continuar. Tinha a certeza, Draco estaria no final do túnel á espera dela, e eles ficariam juntos.
E tal como esperava, lá estava ele, lindo como sempre e de braços abertos para ela.
Ela correu ainda mais e lançando-se sobre ele, abraçou-o com força, como desejava á muito.
Os passos que ouvia atrás de si cessaram e então uma voz ecoou.
-Não é tão simples assim – Era a voz de Aaron, ele parecia triste, com pena – Vocês não podem ficar juntos, é tarde de mais para isso. Eu tentei avisar-vos, mas não me deram ouvidos. É tarde.
Pegou no pulso de Ginevra e com uma força espantosa afastou-a de Draco mesmo contra os protestos dele.
-Não! Draco! – Gritou.
Deu por si deitada na cama, completamente suada.
-Será que nunca vamos estar juntos? – Murmurou para si mesma.
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Draco piscou os olhos varias vezes, para ter a certeza que aquilo não era uma alucinação.
- Tu?!?!?! – Perguntou espantado, não estava preparado para aquele acontecimento.
-Eu Draco – Respondeu calmo.
Fim do 15º capitulo
N/A: pois é mais um capitulo...sim eu sei é cruel acabar assim...mas eu e a Kika decidimos que era melhor assim....e então quem será Cronos? Não é difícil pois não! Mas não se preocupem no próximo capitulo aparecerá quem é.....O poema foi feito por nós...nao é grande coisa, mas nao deu para mais.....
Os agradecimentos:
Selene Malfoy: pois o Aaron vai falar....não te preocupes Draco vai saber o que é...mas será que ele consegue fazer alguma coisa?!
Miaka: o que a Gina tem será respondido em breve.... Não te preocupes...depressa saberás....
Sandrinha: nos actualizamos viste...e ainda bem que adoraste....agora podes continuar a comentar não é mesmo...jinhos!
Milazenha: ainda bem que gostas do Aaron....eu também amo essa personagem (RUTE) , mas continuou a preferir o Draco, lol...pois Mila má, essa garota merece uns tapas.....rs....não é necessário desesperares....nos actualizamos....mas ficamos á espera do teu comentário!
Kirina-Li: é desprezo é bom....a Kika tá a passar umas boas ferias....pelo menos é o que eu acho....afinal vai ter uma data de Gajos bons lá para onde ela foi...deve de se tar a divertir....mais ke eu de certeza.... Pois nos tb gst kd Ginny ta c/Draco....mas paciência....
Bem eu sei que nos prometemos dizer quem é o Aaron no capítulo 15º, mas as coisas mudaram...mas está PROMETIDO...no próximo saberão....
Bem aqui está hora de eu me despedir.....jinhos pessoal e já sabem comentem....FUI!!
