Um amor puro

Por: Bulma-chan

Capitulo 2: Não devo temer

Eu levantei muito cedo hoje, tenho feito isso desde a morte de minha mãe. Recém completou três meses de meses de sua morte, e agora parece que nossa vida vai voltar ao normal.

Desci até a cozinha para ver se empregada que contratamos, uma doce velhinha de uns 60 anos, se ela já tinha preparado o café, mesmo sabendo que ela já deve ter feito por causa do meu pai. Após a cumprimentar a senhora eu retornei ao segundo andar, devia acordar Bra ou mesmo tendo acordado cedo eu chegaria atrasado ao trabalho. Ela era tão bonitinha dormindo, já que acordada ela tinha o passatempo de me atormentar. Me aproximei a cama e a chamei.

- Bra, levanta - ela se mexeu mas não fez nenhum sinal de ter acordado, então eu voltei a chamar- Bra, vamos, levanta ou chegaremos atrasados!- ela sentou e esfregou os olhos, eu acariciei sua cabeça.

- Trunks, eu tive – ela deu um bocejo - eu tive um sonho com a mamãe – sentei ao lado dela antes de perguntar qual tinha sido o sonho.- eu não consigo me lembrar direito.- respondeu com pesar pra mim.

- Mas, me diga, ela parecia feliz? – ela pareceu pensar um pouco, talvez estivesse tentando lembrar.

- Estava – eu sorri pra ela antes de levantar e a acompanhar até o banheiro – ela cantou pra mim, Trunks! Eu fiquei muito feliz. – voltei a sorrir pra ela antes manda-la tomar banho.

- Sabe o que a deixaria mais feliz, Bra? – e negou com a cabeça – Que nós também estivéssemos felizes. Então, nada de chorar! – ela sorriu pra mim, e por um momento eu vi nela o sorriso de minha mãe. – Agora, Banho!

Quando ela saiu do banheiro eu a ajudei a se vestir. Ela estava tão feliz que até eu me alegrei.

- Bra, que tal um sorvete depois da escola?

- Sim!, sim!, sim! – eu me levantei e com ela atrás de mim desci até a cozinha.

- Então, que tal ligarmos pra Videl e ver se a Pan pode ir conosco? – ela concordou novamente – então liga.

Ela correu até uma cadeira e a arrastou pra poder subir em cima e alcançar o telefone. Ela tirou o telefone do gancho e parou, depois olhou pra mim antes de perguntar.

- Trunks, qual o telefone da Pan? – eu sorri antes de responder.

- Alo? Quem ta falando? – ela esperou alguém responder – Oi tia Videl, sou eu Bra – novamente um silêncio – estou bem sim. Eu e o Trunks vamos tomar um sorvete depois da escola, será que a Pan pode ir conosco? – outro silêncio, a essa altura eu já quase tinha terminado o meu café – Trunks? Esta sim, eu chamo – ela colocou a mão sobre a parte em que se fala – Trunks, a tia que falar com você.

Eu levantei e Bra me passou o fone.

- Pronto.

- Ola Trunks, tudo bem com você?

- Sim, obrigado por perguntar.

- olha, a Pan vai estar na academia do meu pai, você teria que passar lá pra pegar ela

- Tudo bem, eu a pego, que horas ela termina o treinamento?

- por volta de 14:00 horas

- eu pego ela antes, Bra só sai as 15:00 horas.

- tudo bem então

- então esta combinado.

- Ah, eu já ia me esquecendo. Eu e o Gohan temos que fazer uma viagem, ele vai a uma conferencia na cidade do Sul, será que Pan poderia dormir ai?

- Claro não tem problema, Bra precisa de um pouco mais de companhia em casa. Quantos dias você vão ficar fora?

- três eu acho

- Quer que ela fique aqui os três dias ou prefere que eu a leve até a casa do Mr. Satan amanhã?

- hum , não sei .. Perai Pan, não puxa minha roupa..ai..

- alo? Videl, você ainda ta aí?

- Desculpa, é que Pan tava me puxando. Bem, você conversa com ela e o depois de decidirem é só avisar ao meu pai amanhã.

- Esta certo. As 14:00 horas eu pego ela então. Tchau Videl.

- certo.. Tchau - desliguei e me virei para a Bra.

- Ela vai conosco. Você já terminou de comer? – ela fez que sim – então vamos.- chamei a empregada e avisei que já estávamos saindo.

Bra superou bem a morte da mamãe, assim como eu. Acho que sabemos que ela esta bem, agora ela não esta sofrendo mais.Papai esta na mesma, não mudou nada. Levanta cedo e vai treinar, talvez treine mais agora que antes.Eu sempre soube que a ausência dela iria afetar mais a vida dele que a nossa, não que nós não a amassemos, mas ela era nossa mãe e no futuro iríamos nos casar e separar dela do mesmo jeito, mas pra ele não era assim, ela fazia parte de vida dele, era a outra metade dele, e por isso sei que ele aprenderá a conviver sem ela, mas ele nunca mais será o mesmo.

Deixei Bra na escola e fui para o escritório. Foi uma manhã muito agitada e tediosa, reuniões e papeis para assinar, que bom que eu saio as três da tarde! Minha secretária, uma jovem de apenas vinte anos, sofre comigo, é isso que dá ser secretária de uma pessoa mais nova.

Hoje realmente foi um dia com a manhã mais longa pra mim. Essa seria a primeira vez que verei a Pan depois do enterro de minha mãe, e a manhã não acabava nunca, cada folha que Sônia, minha secretária, trazia pra assinar me desesperava ainda mais. E quando finalmente meu relógio marcou 13:45 eu deixei um recado sobre a mesa e sai pela janela.

Quando cheguei lá ainda faltavam cinco minutos para o fim da aula, decidi entrar ao invés de ficar esperando lá fora. Tinha alguns alunos do lado de fora, mas não dei atenção a eles. Não foi difícil encontra-la. Uma pequena aglomeração de homens barbudos, todos enormes estavam parados na frente da porta. Eu abri caminho entre eles e assim pude vê-la, minha pequena, ali batendo em homens com três vezes a altura dela, ela estava tão linda. Sorri quando ela mandou o ultimo deles voar ate a parede.

- Mais alguém quer enfrentar a pequena neta do Mr. Satan? – foi só nesse momento que eu vi que não era o avô dela que ministrava a aula.

- TRUNKS - senti uma grande emoção quando ela correu ate mim e se jogou nos meus braços. – Trunks, luta comigo? – eu puxei a bochechinha dela antes de responder.

- Acho melhor não. Tem muita gente aqui. – ela ficou um pouco decepcionada – eu posso lutar com você em outro lugar – ela sorriu pra mim.

Depois que saímos da academia nós voamos direto pra escola da Bra, voamos devagar, tínhamos tempo e eu queria aproveitar melhor a companhia da minha pequena acompanhante.

- Pan, esta cedo ainda. Quer dar uma volta na cidade? – ela concordou e nós descemos no centro comercial da cidade do leste.

- Trunks, eu to com sede. Compra um suco pra mim?

- Claro – procurei por uma lanchonete e achei uma do outro lado da rua – vem – segurei na pequena mão dela e atravessamos a rua.

Depois de comprar os sucos nós sentamos em um banco da praça, que fica em frente a uma floricultura. Observei como ela tomava o suco com cuidado pra não derramar, mas nesse momento eu me lembrei do que Videl disse e resolvi perguntar.

- Pan?

- Que foi?

- Seus pais vão viajar hoje. Você quer ficar lá em casa enquanto eles estão fora, ou prefere que eu te leve pra casa do Satan depois de tomarmos o sorvete? – Ela tomou um pouco de suco antes de responder.

- Sua casa. – ela sorriu pra mim e eu não pude evitar fazer o mesmo – Eu quero ficar com você! – essa sim foi uma frase que pegou de surpresa.

- E por que? – por que eu perguntei isso? Ela pareceu ficar triste com isso.

- Por que eu gosto de você! – eu não podia dizer que já não soubesse disso, afinal, ela tinha me dito no velório da minha mãe.

- Eu também gosto de você Pan – ela sorriu pra mim e continuou tomando seu suco, eu olhei o relógio e vi que já estava na hora de pegar a Bra, mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa ela fez uma pergunta, uma que eu realmente não esperava.

- Então... Nós somos namorados? – eu me assustei com a pergunta e acho que ela percebeu por que no momento seguinte ela abaixou o olhar – mamãe me disse que quando duas pessoas se gostam elas se tornam namorados – eu desviei o olhar e tomei o resto do meu suco.

- Nós não somos namorados Pan – Ela me olhou, seus olhinhos estavam tristes – Duas pessoas, mesmo que se gostem, só se tornam namorados quando há um pedido formal.. assim – joguei meu copo no lixo e segurei na mãozinha dela, olhei dentro de seus olhos e perguntei – Pan, quer ser minha namorada? – Nesse momento eu não entendi a mim mesmo. Eu um rapaz de 18 anos estava pedindo que uma menina de 5 anos fosse minha namorada e estava com medo, medo de ser rejeitado. Será que é assim que alguém se sente quando ama realmente? Por que eu sei que o que sinto por ela, é algo profundo, algo que alegra minha existência.

Cada segundo de espera foi tão doloroso pra mim, o medo de receber um não era tão grande que eu quase me descabelava, mas quando ela abriu um sorriso, o mais lindo que eu já vi, senti como meu coração se acalmava. Eu não escutei o que ela respondeu, talvez pelo medo ou quem sabe pela emoção, mas quando ela me abraçou eu soube sua resposta.

Nós ficamos mais uns minutos abraçados até que eu realmente me toquei que já tava na hora de buscar a Bra.

- Pan, estamos atrasados! A Bra já deve ter saído – me separei dela e a segurando pela mão fui até um lugar afastado, pra depois levantar vôo.

- Voamos rápido, mas mesmo assim quando chegamos Bra já estava nos esperando. Sorte que a rua estava vazia já que por isso nós pudemos aterrisar em frente à escola.

- Trunks, Você me esqueceu aqui! – Ela estava chorando e eu me senti horrível por ser culpa minha.

- Desculpe Bra, é que Pan e eu acabamos esquecendo da hora – eu enxuguei seus olhos, tão azuis quanto os da mamãe, e sorri pra ela – Juro nunca mais me atrasar! Eu prometo!! – ela me olhou desconfiada e depois aceitou. – e agora, vamos ao sorvete? – elas sorriram pra mim, só que Bra não quis ir voando, ela não acha elegante. As vezes minha irmãzinha me desespera, como pode se preocupar tanto com a aparência tendo apenas 6 anos de idade? Bem, como não tinha outra alternativa eu peguei uma cápsula do bolso e a expandi. Era um carro muito bonito, azul escuro, mas novamente Bra reclamou "eu quero o Vermelho converbibel" eu a corrigi "conversível" mas acabei levando um chute na perna.

Depois de todo o tumulto que Bra causou por causa da cor do carro nós finalmente tínhamos saído da frente da escola e agora nos dirigíamos para uma sorveteria. Não posso negar que era um pouco cansativo cuidar de duas garotinhas tão elétricas, Mas a alegria que elas transmitem compensam qualquer coisa.

Mal eu parei o carro e elas já corriam para dentro da sorveteria atraindo assim a atenção de todos ali.

- Trunks, anda logo! – elas acenavam pra mim enquanto pulavam agitadas, eu sorri e fui ao encontro delas.

Como cabe tanto sorvete dentro de uma pessoa tão pequenininha? Eu fiquei impressionado com o tamanho do sorvete delas. Elas pediram dois dos maiores que tinha, e eu apensa um Sunday. Eu mal podia vê-las, tão pequenas atrás daqueles sorvetes enormes, mas pelos risinhos delas eu sabia que estavam felizes, o que me alegrou muito, principalmente por causa da Bra ,que apesar de não parecer mais tão triste pela morte da nossa mãe, não ria assim a muito tempo.

- Bra, posso te contar um segredo? – um segredo? Eu também queria saber o que era.

- Segredo? Claro, eu adoro segredos! – me deu vontade de ri. Será que mesmo ainda sendo crianças o desejo de fofocar é tão aguçado assim? Eu me lembro de quando se juntavam a senhora Chichi, a Andróide 18 e minha mãe para falar sobre seus maridos, filhos e principalmente sobre a vida dos outros.

- QUE??? É VERDADE ISSO? – perdido nas minhas divagações eu não escutei o que ela disse.

- É sim – meus olhos correram de uma para a outra. Bra parecia surpresa e Pan envergonhada, estava vermelha, tão linda minha pequena.

- Trunks, por que não me contou?

- Não contei o que? – larguei meu sorvete e olhei atentamente pra ela.

- Que você é namorado da Pan! – acho que fiquei vermelho, por que ela apontou pra mim e riu baixinho e eu não pude evitar responder meio sem graça.

- Bra, isso foi a menos de uma hora atrás – ela me olhou como se isso fosse o de menos – eu ainda to acostumando com a idéia.- desviei meu olhar para pan e ela sorria pra mim, um sorriso tão doce. – meninas, querem ir ao Karaokê?

A primeira coisa que fiz ao sair da sorveteria foi ligar para o Satan e avisar que Pan ficaria esses dias lá em casa, depois liguei pra minha casa e disse pra Yumi, nossa empregada, que Pan passaria uns dias com a gente e também disse pra avisar o Papai que nós não chegaríamos para o jantar. Depois caminhamos pela rua, o Karaokê era perto então não precisávamos ir de carro, eu levava cada uma delas de uma mão, tinha muita gente na rua e eu não queria perder nenhuma delas. Quando passamos na frente de uma joalheria eu parei bruscamente, elas me olharam curiosas, mas eu apenas sorri pra elas e as puxei pra dentro da loja.

Bra soltou minha mão e correu para os mostruários, assim como minha mãe ela era apaixonada por jóias.Pan já não era tão vaidosa como Bra então pra ela isso não era tão emocionante quanto entrar na sorveteria.Eu ao contrário estava ansioso, me aproximei a uma vendedora e pedi pra ver alguns modelos de alianças, e novamente eu não pude evitar ficar vermelho.

- Que tipo senhor? Ouro, ouro Branco, prata, nós temos muitos.

- Ouro Branco – apertei a mãozinha da Pan antes de responder.

- Aqui senhor – a jovem trouxe um mostruário que tinha uns vinte modelos diferentes.Mas uma pequena dúvida me veio a cabeça nesse momento.

- Pan, vem ver que linda essa pulseira – Ela soltou minha mão e foi ao encontro de Bra.

- Por favor, qual é o menor número? – a Moça me olhou curiosa, Será que eu fiz uma pergunta tão idiota assim?

- É pra sua namorada? – eu respondi que sim, ela tirou do mostruário o menor número, mas eu ainda achei grande. – Essa serve?

- Acho que ainda é grande – Pensei um pouco e decidi provar – Meninas, venham aqui um instante! - correndo, como sempre, elas responderam ao meu chamado – Vem aqui Pan – eu a peguei no colo e a sentei sobre o balcão – Me dá sua mão – Peguei a mão direita dela e coloquei o anel, dei um suspiro antes de retirar e responder a tendente – Ficou grande, não tem um menor? – Ela me olhou com cara de surpresa, mas depois voltou a si.

- Não senhor – ela me com curiosidade antes de perguntar – Ela que é sua namorada? – Não vou negar que me espantei com a pergunta, era tão incomum assim alguém se apaixonar por uma pessoa mais nova?bem, eu mesmo sabia a resposta, alguém mais jovem sim agora, uma criança não!

- É ela sim – ela deu um suspiro e depois falou.

- Eu sinto muito senhor, mas as alianças são feitas pra pessoas um pouco mais velhas, não acho que vá encontrar uma do tamanho dela, claro você pode mandar fazer uma, mas demora pra ficar pronta.- me entristeceu muito isso, mas uma idéia me ocorreu.

- Você tem algum anel do tamanho dela – ela pareceu pensar.

- De ouro branco? – confirmei e novamente ela me trouxe um mostruário – tenho essas.- as analisei atentamente até encontrar um modelo que me agradasse.

- Essa – Peguei o anel e coloquei no dedo dela – ficou perfeita! – sorri pra mim mesmo – Agora, vejamos uma maior – as três, Pan, Bra e a vendedora, me olhavam curiosas. Provavelmente não estavam entendo nada. – humm.. essa deve servir- peguei uma e coloquei no meu dedo mindinho, depois pequei outra e coloquei no meu dedo anelar – Essas! – peguei as duas alianças e o anel da Pan e entreguei a vendedora – escreva na maior "Pan" e nas duas menores "Trunks" – a moça levou as alianças pra dentro e eu sorri pra Pan, olhei pra Bra que até agora não tinha dito nada – que tal um colar Bra? Vou te dar de presente! – ela sorriu pra mim e foi escolher um e eu fui escolher uma corrente de ouro.

Uns dez minutos depois a moça tinha voltado com as alianças eu disse que ia levar o colar que a Bra tinha escolhido, por sinal bonito e caro, e a corrente de ouro. Eu paguei com cartão de crédito e peguei as alianças. Coloquei o anel pequenininho e coloquei no dedo anelar da Pan.

- Esse anel é de compromisso, ele mostra que nós somos namorados – peguei o grande que tinha o nome dela e coloquei no meu dedo – e esse é outro – mostrei uma aliança maior, menor um pouco que a minha, e a coloquei na corrente de ouro. – Essa aqui Pan é par da que esta no meu dedo – ela olhou pra que estava no dedo dela – Como ela não serve no seu dedo eu comprei essa aí pra você usar agora – agora as três garotas voltaram a olhar pra mim – e essa aqui – coloquei o corrente com o anel no pescoço – eu guardo comigo até servir no seu dedo – Ela sorriu pra mim e depois olhou novamente para o anel no seu dedo.- Bra, quer que eu coloque o colar em você? – coloquei o colar nela e saímos da loja.Tenho certeza que a vendedora não vai se esquecer de mim tão cedo.

Meia hora depois estávamos no Karaokê,dessa vez eu estava tão emocionado quanto elas, não entrei correndo e pulando no lugar, mas tão pouco fiquei sentado comendo como quando eu ia pra lá quando fazia faculdade. Dessa vez foi muito mais divertido, descobri que Pan e eu somos horríveis cantando, mas que Bra, alem dos olhos da mamãe, também tinha herdado sua suave voz quando canta, por que quando grita ui doem meus ouvidos. As horas passaram voando, eu já tinha tomado uns cinco milkshake e junto com as meninas tinha comido umas quinze porções de batata frita. Após tanto tempo de diversão eu achei que era hora de ir embora, triste de mim, por que as pequenas não pensavam a mesma coisa.

- Trunks, só mais uma hora.

- Meninas, já esta tarde.

- Amanhã é sábado e nós não temos aula..POR FAVOR!!! – eu não tenho jeito, acabei concordando.- Pan, vamos cantar 'Love, yes I Do'?

Era realmente engraçado ver as duas cantando. Mas pobre de mim agora era minha vez de cantar e como eu deixei elas escolherem a música, me arrependo profundamente disso, eu teria que cantar 'Ai just on my love', realmente eu nunca mais deixo elas escolherem as músicas!

Eu ainda tive que cantar umas outras músicas, não vi quando elas colocaram meu nome, mas foi divertido. Só que foi nesse momento que aconteceu uma coisa que amargou o meu dia.

Quando terminei de cantar Forever Love senti uma pequena pontada de tristeza, olhei para onde estavam sentando e vi que elas duas estavam dormindo, eu cantei o melhor que pude pra ela, e ela dormiu!! Bem, isso só provou que já era tarde, larguei o microfone e fui me sentar com elas. Bra estava deitada no banco e apoiava a cabeça no colo da Pan. Estavam tão bonitinhas as duas ali, dormindo juntas, são tão fofinhas minhas duas princesinhas.

Chamei um atendente e pedi que fechasse minha conta, que por sinal não iria ficar tão baratinha como eu imaginei a principio.

- ah, se não é o presidente da corporação Cápsula – olhei pra trás pra ver quem falava comigo, era o filho de uma das amigas da minha mãe, ele tinha estado no velório dela. Infelizmente ele tinha estudado comigo o primeiro ano de faculdade, depois eu fui adiantado, estava muito a frente dos alunos da minha idade.

- Como vai Trunks?

- Bem.- peguei a mochila da Bra e a Bolsa com a roupa da Pan.

- Senhor, sua conta – eu peguei a conta e preenchi o cheque. Aquele idiota continuou falando, será que não se tocou que eu não queria papo com ele?

- E a Faculdade, em que ano esta? Eu fui adiantado um semestre, mais dois anos e meio até terminar – o sorriso que ele deu me fez sentir ódio dele, no enterro da minha mãe ele ficou rindo com aquele amigo idiota dele, e agora ele tava tentando se exibir, coitado escolheu a pessoa errada.

- Já terminei – sorri comigo mesmo e acordei minhas acompanhantes – eu sei mais sobre robôs que todos aqueles professores juntos! – ele me olhou com ódio, vi em seus olhos que ele não gostou do que eu disse, mas não me importa o que ele pensa.

- Trunks, nós já vamos? – Bra perguntou se sentando eu concordei com a cabeça.

- Quem é a pequenininha? – nesse instante ele viu Pan se levantando, ela coçava os olhinhos, era evidente que já tinha passado da hora dela dormir – Essa eu conheço, ela estava na sua casa aquele dia – ele sorriu pra mim com maldade – Trunks, eu pensei que você fosse um rapaz direito, eu nunca esperei isso de você – quem aquele idiota pensava que era, não me importa o que ele pense de mim.

- O presidente de uma empresa famosa como a sua não pode ter esses gostos!

- Do que você ta falando? – fui forçado a perguntar, eu realmente não entendia o sentido de suas palavras.

- Ora, você beija uma garotinha desse tamanho – ele apontou para a Pan, que já estava bem desperta e encarava o jovem que lhe apontava o dedo – no enterro da sua mãe, todos que estavam lá comentaram.

- O que tem demais?- senti que não devia ter feito aquela pergunta, eu devia era ter pego Pan e Bra e ter saído dali, mas ao contrário disso eu dei trela pra ele.

- Ah, nada demais - ele riu pra mim com sacarmos e disse a frase que fez eu querer varar com um soco o abdômen dele – nada demais se você é um pedófilo – fiquei sem reação por um momento – essa outra menininha é sua nova conquista? – meu sangue subiu todo para minha cabeça, a raiva que eu senti, o ódio que transparecia nos meus olhos, e o sorriso idiota no rosto dele fez com que eu, sem ao menos perceber, levantasse minhas mãos até o pescoço dele, eu apertei com força, queria mata-lo ali mesmo.

- IRMÃO O QUE ESTA FAZENDO? LARGA ELE! – ao ouvir os gritos de Bra eu afrouxei minhas mãos, o suficiente pra ele respirar.

- Ir..irmão? haha, Trunks, você é um monstro.. nem a própria irmã você perdoa? – eu comecei a tremer, as pessoas em volta começaram gritar comigo, me mandavam soltá-lo, Bra se agarrou a minha perna.

- Vamos lá Trunks, por que não assume logo o que você é? Tem medo do papai descobrir e te por pra fora de casa? HAHA, você é patético.

- Eu vou te matar – ele tinha abusado, eu nunca faria algo assim. A raiva tomou conta de mim, as mesas a minha volta começaram a tremer e meus cabelos levantaram.

- Vai me matar? Só por que eu disse a verdade? – senti meu corpo tremer Bruscamente, e nesse momento o olhar de pavor no rosto dele me fez perceber que eu tinha me transformado.

- Eu não sou pedófilo! – soltei a garganta dele e levei o braço atrás para dar um soco, mas no meio do movimento Pan me segurou e eu acabei desistindo, apenas movi meu braço e o arremessei contra a parede – Vamos embora – peguei as coisas no chão e seguido pelas meninas sai dali.

O Caminho pra casa foi muito silencioso, eu estava triste demais pra falar alguma coisa, Bra estava assustada, acho que ela nunca tinha me visto nervoso antes e Pan, bem ela não parecia muito alterada só ficou calada por que nós também estávamos. Senti, pela primeira vez desde o enterro da mamãe, meus olhos arderem, a vontade de chorar chegou com tal força que tive que parar o carro. Fiquei quieto uns minutos, deixei a raiva sair em forma de lágrimas, depois me acalmei e tornei a ligar o carro.

- Bra, Pan, me desculpem eu perdi o controle – me desculpar ajudou muito, nós voltamos a conversar e o caminho pra casa se fez menor.

- Sabe Trunks, eu me lembrei de uma coisa que a mamãe disse no meu sonho – eu a olhei pelo retrovisor e perguntei o que ela tinha dito – ela disse pra dar um beijo na bochecha dele todo dia - ela começou a rir e eu não entendi muito bem o porque, mas não tive tempo de perguntar, nós tínhamos chegado em casa.

Quando desci do carro a primeira coisa que eu vi foi meu pai parado na porta, e conhecendo meu pai isso era muito estranho. Bra pulou no colo dele e beijou seu rosto "mamãe disse pra te beijar todo dia ou você fica muito rabugento!", ele sorriu pra ela, mas tenho certeza que ele não gostou de ser chamado de rabugento. Pan me acompanhou até eles e timidamente disse um "oi senhor Vegeta" meu pai não respondeu, como de costume, e colocou Bra no chão.

- Estava indo atrás de vocês – meu pai estava preocupado conosco? Isso sim que era raro – Senti seu ki aumentar bruscamente e como não tinha ninguém forte por perto achei melhor averiguar – ele me olhou friamente, olhou com tamanha intensidade que acho que poderia ter lido minha alma – Trunks, o que aconteceu?

- Nada pai, eu só me descontrolei um pouco – talvez eu precisasse desabafar, mas nesses longos anos de convivência com meu pai eu nunca tinha tido uma conversa séria, dessas de pai para filho, e agora eu realmente não me sentia muito seguro de querer ter uma com ele. Bra sussurrou algo no ouvido dele, deve ser mais alguma mensagem da mamãe, ele a colocou no chão e se juntando a Pan correu pro quarto. Meu pai me encarou novamente, só que agora a expressão em seu rosto era outra, agora ele me olhava com certa tristeza, como se eu o tivesse decepcionado, mas não tive muito tempo pra pensar nisso, logo ele me deu as costas e saiu em direção a sua máquina de gravidade.

Minha mente estava muito pesada nessa noite, os acontecimentos do dia tinham sido muito fortes pra mim, eu só queria nesse momento tomar um banho e dormir. Não que não tivesse sido muito bom passear com a Pan e a Bra, mas o fim do meu dia podia ter sido menos tensa. Entrei no quarto de Bra e vi que elas já tinham tomado banho e vestido seus pijamas, muito engraçadinhos por sinal.

- Muito bem, já é tarde as duas pra cama! – Elas estavam vendo um filme de terror, acho que isso não é apropriado pra crianças – vocês não deviam assistir esse tipo de coisa, depois vão ter pesadelos – depois de algumas reclamações eu finalmente consegui faze-las deitarem.

- Boa noite trunks – eu beijei a testa de Bra e a cobri.

- Boa noite Bra – andei até a outra cama e também cobri a Pan – Boa noite Pan. – ela segurou minha mão "e meu beijo de boa noite?", não pude evitar sorrir pra ela. Beijei sua testa e sai do quarto.

Um banho realmente me fez bem. Embaixo do chuveiro eu relaxei, deixei que a água levasse de mim toda à frustração do dia, liberei minha mente e tentei esquecer aquele maldito encontro, e principalmente tentei esquecer aquela maldita frase, ela não saia da minha cabeça, estava me assombrando e eu tinha medo de que ela não me deixasse nunca mais.

Deitei na minha cama e tentei dormir, mas não consegui, aquela frase teimava em não deixar minha cabeça, senti ódio novamente, fechei os olhos bruscamente e puxei a coberta sobre a cabeça. Queria esquecer aquilo, eu não era um pedófilo, mas o fato de alguém pensar assim, não que me importasse com a opinião dele, mas e os outros? E a família da Pan? Eu não saberia como me comportar na presença deles.

Enquanto eu me escondia sob meu cobertor a porta se abriu e a voz temerosa da minha princesa chegou aos meus ouvidos.

- Trunks, posso dormir com você? – sentei e perguntei porque – tem um monstro lá no quarto. Eu to com medo!

Caminhei até onde ela estava e olhei dentro dos olhinhos dela, estavam realmente abalados e ela apertava os dedos de forma nervosa. Soltei um suspiro e perguntei onde estava Bra, ela abaixou o olhar e respondeu que ela tinha ido dormir com meu pai. Um monstro?deve ter sido um sonho, provavelmente por causa do filme, eu sabia que isso poderia acontecer, sempre acontecia comigo e com o Goten. No final eu acabei aceitando, até por que eu não tinha outra alternativa.

A noite estava fresca, minha janela estava aberta e por ela entrava uma brisa refrescante. Pan estava acomodada entre meus braços, estávamos deitados de lado e ela descansava a cabeça próximo ao meu peito. Eu tinha passado o braço direito sobre a pequenina cintura dela, e tinha feito pequenos movimentos com os dedos nas costas dela, do mesmo jeito que fazia com Bra quando ela não conseguia dormir, e rapidamente ela tinha adormecido.

Os minutos se passaram lentamente e eu não conseguia dormir, pensamentos felizes e tristes me vinham a lembrança o tempo todo. Acariciei o rosto dela, tão tranqüilo, a felicidade de uma criança é muito fácil de se conseguir, os sentimentos delas são puros e verdadeiros, elas tornam tudo muito mais simples, elas enxergam as coisas de uma forma totalmente diferente de nós adultos. Quando olho pra esse sorriso em seu rosto eu vejo a simplicidade e a inocência dela e eu não desejo nunca desejo nunca destruir tamanha pureza.

- Sabe Pan, tem coisas muito mais assustadoras que um simples filme. Nós deveríamos temer a mente perversa das pessoas, por que palavras matam mais que uma arma. E é assim que eu me sinto agora – Acariciei sua cabeça – morto!

Fechei meus olhos, eles ardiam de vontade de chorar, tentei me controlar, mas foi inevitável, logo os soluços se fizeram presentes e as lágrimas correram livremente pelo meu rosto. Era a segunda vez que chorava no mesmo dia, eu precisava desafogar minha alma e se a única forma que encontrei foi chorando então eu choraria, choraria tudo o que precisasse, choraria até que aquela lembrança ruim abandonasse minha mente e nela voltasse a estar somente o sorriso dela, o sorriso que me trouxe de novo a vida quando minha mãe morreu, um sorriso que permaneceria imaculado em meu coração.

- Por que você esta chorando Trunks? – duas suaves mãozinhas enxugavam meus olhos. Os olhinhos dela estavam preocupados.

- Não foi nada – tentei sorrir pra ela, mas não obtive muito êxito – por que esta acordada?

- Escutei você chorar – ela olhou dentro dos meus olhos, fixou um olhar sério em mim – você esta triste porque aquele homem chamou você de 'pebófilo'? – seus olhos não me deixaram mentir, não adiantava tentar explicar o que queria dizer aquela palavra, ela não entenderia, mas entenderia meu sentimento de tristeza.

- Estou – as mãos dela abandonaram meu rosto, ela abaixou a cabeça e ficou quieta. Ela parecia estar pensando.

- Ele disse que você era um pebófilo porque eu te beijei não foi? – me assustei ao ouvir isso, como pode uma criança ser tão perspicaz? Eu quis dizer alguma coisa, mas ela foi mais rápida – se isso te deixa triste, eu não quero mais ser sua namorada! – fiquei sem reação naquele momento, não sabia o que dizer, mas senti como se uma parte de mim tivesse se partido ao meio quando as lágrimas dela escorreram por meu tórax. Abri meus olhos de uma vez, eu a tinha feito chorar, eu a deixei triste, fiz que ela achasse que era culpa dela, quando na verdade não era culpa de ninguém, o sentimento que nos une é puro, não há malicia nele.

- Pan – segurei seu queixo e fiz com que ela me olhasse – se você fizer isso ai é que eu vou chorar – sorri pra ela e enxuguei suas lágrimas, da mesma forma que ela tinha feito momentos antes comigo.

- Mas..e se ele te chamar de – pus minha mão sobre a boquinha dela, não queria que ela dissesse aquela palavra feia.

- Eu acabo de descobrir que eu vou estar bem desde que você esteja sorrindo pra mim.

Finalmente eu tinha conseguido tranqüilizar meus pensamentos. E novamente a pessoinha que me ajudou foi Pan, depois dessa conversa eu percebi que não importa o que os outros pensem, o que importa é o que eu faço e por isso eu não tenho com o que me preocupar, por que eu vou dar o melhor de mim para deixa-la feliz, nunca mais eu quero ver aqueles olhos triste por minha culpa. Abraçado a ela e em paz comigo mesmo eu adormeci feliz.

Não sei como mas como num passe de mágica o fim de semana tinha passado, e com isso tinha chegado a hora de Pan ir embora. Ela estava no quarto com Bra, estavam se despedindo, como se nunca mais fosse se verem na vida, e eu já estava na sala esperando. Eu estava ansioso e muito nervoso, o motivo é bem simples: Uma conversa que tive com meu pai no sábado. Ele me convenceu a dar um passe importante, e digo eu decisivo, ainda não sei como ele conseguiu falar daquele jeito comigo, eu acho que teve uma mãozinha da Mamãe, por que ontem a noite ele simplesmente sentou ao meu lado e conversou comigo, como e Pai e filho, ele estava nervoso, sem jeito, não sabia como começar mas mesmo assim ele disse o que pensava e depois me aconselhou. Ainda estou abismado, mas realmente grato.

Quando fico nervoso pelo o que vou fazer eu fecho meus olhos e lembro da nossa conversa, que agora enquanto vou para deixar Pan em casa tento me tranqüilizar ouvindo a voz de meu pai falar aquilo pra mim "não tenha medo de assumir que gosta dela e também não pense em esconder isso. Trate os que pensam dessa forma como seus inimigos, por que enquanto você se lembrar que é um sayajiin, eles nunca poderão te derrotar!" Abri meu olhos e sorri pra Pan. Já tínhamos chegado.

Toquei a porta, ainda segurando Pan nos Braços, ela quis que eu a trouxesse assim. Ela estava quase dormindo, mas abriu os olhos quando Gohan atendeu a porta. Eu não sabia se entrar ou não, ouvi Videl dizendo em levar Pan pro quarto, ela estava quase dormindo mesmo, quando fui passa-la para os braços de Videl ela se segurou no meu pescoço e me beijou, era a segunda vez que ela me roubava um beijo. Gohan reclamou com ela, ele perguntou por que ela tinha feito isso e ela apenas sorriu e respondeu que eu era namorado dela e que os namorados se beijam quando se despedem, eu apenas sorri pra ela e disse tchau.

Quando Videl subiu as escadas meu coração já devia estar na boca, eu estava muito nervoso, como iria falar com Gohan? Ele nunca me entenderia. Voltei minha atenção pra ele quando em tom casual ele disse que eu devia faze-la parar enquanto ainda é criança, ou ela ia acabar levando isso a sério, eu fiquei vermelho, deveria ter sido constrangedor ouvir aquilo eu devia ter apenas rido e ido embora, mas o que realmente fiz foi usar toda a coragem que tinha pra dizer uma simples frase.

- Gohan, eu preciso conversar com você! – senti que minhas pernas tremiam muito e que minha respiração estava descompassada.

Entrei na sala seguindo Gohan e sentei numa poltrona de frente para ele. Repassei mais uma vez o que diria e lembrando o que meu pai disse, contei a ele meus sentimentos pela Pan.

Notas: ola pessoal . sim que me enrolei nesse capitulo e sinceridade.. ficou horrível .

Bem.. algumas pequenas observações:

1 – reparem que Pan fala Pebófilo e não pedófilo.. eu não escrevi errado, é que é muito comum as crianças confundirem as palavras.

2 - Terminei esse capítulo numa parte interessante né?

Bem, eu queria deixar bem claro que não procuro através dessa fanfic fazer apologia a pedofilia, até por que eu odeio pessoas que fazem isso. E Também gostaria de mandar um recado para as meninas que estejam lendo isso.. Cuidado, nem todos os Garotos são como o Trunks..eu decidi colocar essa observação por causa de toda a confusão que foi a história daquela menina que fugiu com o fuzileiro americano. eu já estava na metade do capitulo quando fiquei sabendo mas não custa nada avisar.

Danymoon, muito obrigada pelo comentário!!

Se quiserem mandar tomates pra mim fiquem a vontade, meu e- mail ta ai pra isso

Até a próxima.