Neve
Capítulo 12

A primeira coisa que Scott percebeu foi que sua cama estava balançando. A segunda coisa que ele notou foi que havia mais alguém no seu quarto. Ele abriu os olhos e foi cumprimentado pelo rosto risonho de Jean. Ela estava sentada na beira do colchão, usando sua camisola e um robe de uma fazenda azul grossa, balançando de leve para cima e para baixo. Ele levantou uma sobrancelha, intrigado.

— Que você tá fazendo? — ele perguntou confuso e achando aquilo divertido, com a voz meio áspera por ter estado dormindo.

O sorriso dela se alargou.

— É Natal!

— E…

— É Natal! — ela disse de novo, balançando com mais força. — Levanta!

Scott riu da sua excitação, e olhou para o despertador.

— Jean, são sete horas.

— Eu sei. Levanta! — ela ordenou, ficando de pé e tentando arrastá-lo da cama. Ele se recusou a se mover, e, em vez disso, a puxou para a cama, ao seu lado.

— Quantos anos você tem? Cinco? Deita e dorme por mais umas duas horas. A a gente levanta — ele falou.

Jean fez beicinho, e de repente Scott teve uma boa idéia de como Jean devia ser quando era criança. Ele abriu espaço na cama para ela, e ela relutantemente se deitou ao lado dele, o braço dele segurando-a por trás e a cabeça dela apoiada em seu peito. Ele beijou sua testa e rapidamente voltou a dormir, com o calor confortante ao seu lado.

Scott foi o primeiro a acordar. Ele olhou para Jean, dormindo tranqüila sobre ele, e se sentiu tomado pela força dos seus sentimentos por ela. Ela fazia seu coração doer, literalmente. Ele sorriu para si mesmo com a natureza do sentimento, mas não se envergonhou por isso. Era simplesmente o jeito que ele sentia, e não pediria desculpas por isso.

— Jean — ele falou baixinho, tentando acordá-la da maneira mais gentil que pudesse. Ela se moveu um pouquinho, chegando mais perto dele e murmurando algo incompreensível.

"Vamos lá, Jean, era você quem queria acordar cedo". Scott riu quando Jean resmungou. "Você não quer descer pra abrir os presentes?"

— Amram — ela murmurou afirmativamente, e seu rosto pressionou o ombro de Scott quando ela se espichou preguiçosamente. — Mas eu acho que gosto de onde eu tou agora — ela admitiu, olhando para ele com olhos sonolentos, um sorriso se formando em seus lábios. Ela se aconchegou melhor. — Os presentes podem esperar; se aconchegar aqui, não.

Scott sorriu.

— Você sabe o quanto você é linda quando faz esse tipo de coisa, não sabe?

Ela balançou a cabeça numa negação enfática, seus cabelos fazendo cócegas no queixo de Scott.

— Você é tão criança — ele riu. — Vamos lá, levanta. Volta pro seu quarto, toma um banho, e a gente se encontra lá embaixo em meia hora. A essa altura, o Professor e o Hank devem estar de pé, se já não estiverem, e nós vamos abrir os presentes.

Jean soltou um longo suspiro e sentou, olhando para Scott.

— Tudo bem. Só fique sabendo que perdeu a chance de ficar muito bem aconchegado — ela anunciou enquanto levantava enquanto levantava da cama e atravessava o quarto.

— A gente pode fazer de novo? Hoje à noite, talvez? — ele pediu, esperançoso.

— Vamos esperar pra ver — ela provocou, saindo do quarto.

Jean desceu as escadas vinte minutos depois, com os cabelos ainda um pouco molhados do banho. Ela sempre tinha adorado o Natal, e estava especialmente excitada porque, nos vários anos em que estava no Instituto, aquele era o primeiro que ela passava lá — e, mais especificamente, o primeiro que ela passava com Scott.

O Professor Xavier era o único que se encontrava na sala comunal quando ela chegou.

— Feliz Natal, Professor — ela cumprimentou, abraçando-o e beijando sua bochecha.

— Para você também, minha querida — Xavier respondeu, sorrindo calorosamente para ela. — Henry está preparando o café da manhã, deve ficar pronto logo. Scott já vem?

A pergunta fez Jean corar, embora não houvesse uma razão verdadeira para isso.

— Sim, ele deve estar aqui q qualquer hora.

— Jean — Charles começou gentilmente, tentando não deixar seu excitamento aflorar — eu sei que você passou as primeiras horas dessa manhã com ele. Tudo bem. Sinceramente, estou surpreso que você não tenham passado mais noites juntos, vocês o faziam com muita freqüência quando eram mais novos.

— Professor — Jean tentou responder, completamente envergonhada com o que seu mentor estava insinuando.

Ele levantou a mão a fim de pará-la.

— Tudo que estou dizendo, Jean, é que vocês dois já são velhos e maduros o suficiente para tomar suas próprias decisões, e para assumir a responsabilidade dessas decisões. Acredite ou não, eu lembro muito bem de como é ser jovem e estar apaixonado — ele disse com uma incomum piscadela de olho.

Ela sorriu envergonhada, corando até ficar da cor dos cabelos.

Scott apareceu pouco depois, seguido por Hank chamando todos para o café. Depois de um buffet de bacon, salsichas, ovos, panquecas, torradas e frutas, os quatro se reagruparam na sala para abrir os presentes. Havia um número extraordinário de presentes sob a árvore, considerando que só havia quatro pessoas. Curiosa, Jean examinou dois pacotes enquanto passava e notou que eram dos seus pais — tinham recebido a carta um dia antes. Também tinham mandado um presente para Scott, ela ficou entusiasmada.

— Eu disse que minha mãe não tinha nada pessoal contra você, ela só é assim com todo mundo — Jean falou convencida enquanto ele segurava o suéter de lá preto (e caro) que os Grey lhe tinham dado. Scott estava muito satisfeito, mas tentou não expressar o quando significava para ele os pais de Jean o aceitarem.

Passaram a tarde assistindo especiais de Natal na tevê e ouvindo música, até que Scott e Jean resolveram ajudar Hank a preparar o jantar. Depois de uma ceia de Natal típica com peru e todos os acompanhamentos, eles abriram o jogo de perguntas que Jean tinha ganhado do seu futuro cunhado e jogaram duas partidas. Como era de se esperar, o Dr. McCoy ganhou as duas.

Os mais velhos foram se deitar tarde, deixando Jean e Scott na sala assistindo a O Grinch.

— Então, você teve um bom Natal? — Scott perguntou. Ele e Jean estavam deitados no sofá, mais ou menos como tinham estado de manhã na cama dele. Scott estava usando um braço como apoio para a cabeça, o outro estava acariciando Jean por cima da sua blusa leve.

— Amram — ela murmurou satisfeita. — E você?

— Sem reclamações — ele disse, apertando-a de leve com um braço. Eles ficaram calados por um bom tempo, vendo a pequena Quem Cindy-Lou tentar convencer o Grinch a mudar seus hábitos perversos.

— Sabe de uma coisa? — Jean perguntou de repente.

— O quê?

— Tá todo mundo dormindo.

Scott olhou para ela, com uma sobrancelha levantada.

— E…

— E, eu estava pensando se a gente podia se divertir juntos — ela disse com um sorrisinho.

— Você tá me pedindo pra transar com você? — ele provocou.

Jean fingiu pensar sobre o assunto, e então balançou a cabeça afirmativamente.

— É, eu acho que sim.

— Com prazer — ele falou antes de rolar no sofá e cobrir a boca dela com a sua. Eles ficaram assim por um bom pedaço, sem pressa. As mãos de Scott exploravam as costas de Jean, aproveitando que a bainha da blusa não estava dentro da calça. Cuidadosamente, ele deslizou as mãos sob o tecido subindo pelas costas, acariciando-a. A pele dela era ainda mais macia do que ele imaginava.

Jean arqueava o corpo contra o dele, obviamente gostando do carinho. Ela prendeu a coxa de Scott com sua perna e girou de modo que ela ficasse deitada sobre suas costas e Scott estivesse parcialmente deitado sobre ela. Com a mudança de posição, Scott encontrou sua mão sobre a pele nua da barriga dela. Ele começou a retirar a mão, com medo de fazer Jean se sentir desconfortável. A mão dela no seu pulso o fez parar.

Está bom assim?, ele pensou, sabendo que ela o ouviria.

Est, ela respondeu firmemente, beijando-o com voracidade.

A mão de Scott deslizou vagarosamente sobre o abdome de Jean, mas o movimento estava restrito pela blusa dela. Scott retirou a mão e distraidamente a passou pelos botões.

Vai em frente, ela respondeu a pergunta que ele não fez. Com uma mão, ele desajeitadamente tirou um botão da sua casa, depois outro, e outro, até que estivesse tudo desabotoado. Sua mão tremeu quando ele tirou primeiro uma metade da blusa, e depois outra. Ele teve que parar o beijo — ele tinha que vê-la.

Ela olhou para ele com os olhos semicerrados, os lábios intumescidos pelo beijo, os cabelos um tanto bagunçados. Seu rosto estava corado, e ele seguiu a coloração pescoço abaixo, e prendeu a respiração. Ela estava usando um sutiã branco de algodão e renda, e seus seios eram globos perfeitos surgindo das bordas de renda. A pele clara do seu tórax era coberto por algumas sardas, uma mais escura aninhada perfeitamente entre seus seios. Ele levantou a mão e correu os dedos levemente pela pele dela, e ela inspirou trêmula.

— Eu te amo — ele sussurrou antes de se inclinar e beijar a base da garganta dela. Seus lábios passaram pela clavícula, ombros e tórax, até que ele finalmente beijou o alto dos seios. Scott se moveu rapidamente para beijá-la novamente, sua mão continuava a acariciar as partes do corpo que ele tinha beijado instantes mais cedo. Ele cobriu inteiramente com a mão um dos seios, esfregando de levinho, roçando o polegar no mamilo por sobre o tecido do sutiã. Jean arfou e se pressionou contra a mão dele, fazendo-o ir mais depressa com o beijo. Jean tentou frustradamente conter um gemido de prazer e correu os dedos pelos cabelos de Scott.

Suas mentes estavam nubladas pela paixão crescente, e de repente nenhum deles lembrava por que tinham decido ir devagar com as coisas.