N/A: mais um cap pra se divertirem.

Beijos

Viv

Capítulo 3 - Oclumência

Enfim, chegara o dia de iniciar as aulas de Oclumência. Ela estava tensa. Um homem delicioso seria responsável por fazê-la ter controle sobre as visões que passara a ansiar por.

"Então! Agora não quer mais acabar com isso?! – a voz.

-Não é bem assim! É difícil explicar! – falou alto.

"Difícil, é admitir que você o quer."

Suspirou.

-Me deixe em paz! – exasperou-se.

-Falando sozinha, Srta Bates? – aquela era a voz que gostaria de ouvir.

-Sim Prof. Snape. Às vezes acontece. – não negou.

Ele bufou. Empurrou a porta.

-Vamos entrando. Quanto antes começarmos, melhor. – frio.

-Concordo. – não se intimidou.

Entraram em silencio. Havia uma vasilhazinha redonda com líquido muito prata que Snape tirou do armário.

-Uma penseira. – falou antes dele.

-Sim. Vamos usá-la.

E ele tocou com a varinha na testa. Um fio prateado saiu de lá, sendo depositado na vasilha.

-Agora quero que se concentre. Vou tentar invadir sua mente. E você deve evitar que isso ocorra.

Apontou a varinha para ela, que se apavorou engolindo em seco.

-Legilimens!

"ELE QUER ENTRAR AQUI! NÃO PERMITA! NÃO PERMITA!" – a voz gritava a ponto de quase ensurdecer os dois.

-O que foi isso?? – atordoado.

-A... voz... que falei. – respondeu fraca, com os dedos nas têmporas.

-Vamos lá. Deve aprender a fazer isso. Independente dessa... voz. Afinal e uma das coisas que deve parar. Novamente. – ergueu a varinha.

-Legilimens!

"AAAAAAAAAAH! LÁ VEM ELE! PEGA ELE! PEGA ELE!" – mais gritos.

Snape estava a um passo de ficar surdo. Se a mulher não controlasse a gritaria, nunca conseguiriam.

-Você não está se concentrando, Srta. Bates. Vamos. Concentre-se. Limpe a mente. – entre os dentes.

-Legilimens!

E desta vez, silencio. O chão rodou e July se viu diante dos portões de Hogwarts. Abraçava Dumbledore. Uma corrente de ouro branco com uma serpente, nas mãos. Snape no banho.

-Mas... O que foi isso????

Ela estava ofegante novamente.

-Er... eu... er... o que foi o quê? – desentendida.

-Essa... cena! Minha privacidade! O cordão que me pertence!

-Ah! Isso? – riu sem graça. – Er... foi no meu primeiro dia aqui.

-Como minha corrente foi parar nas suas mãos? – calma dissimulada.

Ela suspirou resignada.

-A encontrei no chão. Pelo que vi, você tinha acabado de... sair do banho. E um aluno esbarrou em você e ela caiu. A encontrei no chão. E quando peguei tive essas visões.

-O que eu menos entendo, Srta., é por que não devolveu ao dono! – acusou com olhar letal.

-Não devolvi porque gostei do que vi! Está bem? – irritada agora a poucos centímetros dele. – Se quer saber, cada vez que pego a corrente mais uma vez, posso vê-lo novamente em sua sagrada privacidade. – ela estava rubra, mas não parava. – Se tocando...

Ele estava estarrecido. Com o olhar confuso. Mas se adiantou e tomou a boca vermelha que o fascinava. Era muito melhor que nos sonhos. Mais real, mais ardente. Ele mordia, sugava, lambia e ela arfava insatisfeita, querendo mais, desejando mais.

"É isso ai! Manda ver! Ele é mais gostoso que você pensava, né! YES!" – a voz.

-Espera! Espera! Espera! – ela tentou segurar a mão dele que já passava por baixo da sua blusa.

-O que houve? – frustrado.

-Espera! – ofegante. – Não dá. Não podemos!

"Ei! Mó estraga prazer!" – a voz reclamou.

-Cala boca!

-O quê?? – raivoso.

-Não! Não é você! – segurou o rosto irado. – É ela! A voz! – e bateu varias vezes com o punho fechado na testa.

Snape segurou a mão antes que pudesse desferir mais um golpe.

-O que esta dizendo? – confuso.

-A voz! Ela fica... falando! – Na minha cabeça! Eu quero! – olhos brilhando. – Quero muito! Mas ela atrapalha! Não dá. Não enquanto ela estiver aqui dentro. – bateu de novo.

-July! Se acalme. – tentou não demonstrar a intensidade da frustração. – Você está aqui para isso mesmo! Para se livrar das visões e dessa... inconveniência. – desgostoso.

-Oh! Severus! Que bom que entende! – e o beijou mais uma vez.

Ele correspondeu e já estavam embolados novamente.

"AEEEEEEEEEEEEEEEE! Vai lá! Isso! Isso!"

-Pára! Pára! – afastou com dificuldade o rosto do homem de seus seios.

Snape estava furioso! Frustrado! Dolorido! Mas tinha mesmo que ajudá-la. Ou nada poderia ser feito. E teria aquela mulher! OH! Se teria! Nem que tivesse que tirar a tal voz da cabeça dela com as próprias mãos. Suspirou profundamente. Tentou arrumar a roupa já quase toda aberta.

-Ok! Vamos tentar mais uma vez! – ela franziu a testa. – A oclumência! -explicou irritado.

Mas nada deu certo naquele dia. E se despediram mais atormentados que humanamente possível. Marcaram nova aula para o dia seguinte.

A segunda aula não parecia estar sendo muito diferente da inaugural. A voz interferindo o tempo todo.

E só serviu para deixá-lo mais raivoso que nunca. Mas foi durante uma aula com a turma do sexto ano, que a idéia surgiu.

"Claro! É tão simples! Tem que dar certo!"

Quando ela chegou à noite para mais um treinamento de Oclumência, Snape já estava terminando a poção. Fez sinal para que entrasse em silencio. E quando terminou colocou o liquido transparente em um cálice de cristal e ofereceu-a.

-Beba! – ordenou.

-O que é isso?! – desconfiada.

-Beba! Confie em mim! – menos duro.

Ela olhou seus olhos e leu sinceridade. Sim, poderia confiar nele. Tomou a cálice e bebeu todo conteúdo. Não tinha cheiro ou gosto. Parecia água. Não sentiu diferença.

-O que era?

-Uma poção para adormecer sem sonhar, modificada. – orgulhoso. – Você não dormirá. Mas não terá "sonhos". O que significa que talvez a "voz", não se manifeste, agora que está "adormecida".

-UAU! Incrível. Devemos testar!

-Exatamente! E assim você poderá se concentrar mais. Para bloquear a mente.

-Ok! Estou pronta. Pode começar! – ansiosa.

-Legilimens!

Tudo rodou. Um laboratório. Uma explosão violenta. Ela sendo forçada por ele contra a parede, gemendo, arfando.

Ele parou de repente.

-Outro sonho comigo, Severus?! – sorria maliciosa.

-Acho que está começando a melhorar. – pigarreou. - Mas o que deve fazer é impedir que qualquer imagem entre ou saia de sua mente. Não deveria tentar invadir a minha. – seco.

-Mas não fiz de propósito! Não sei o que é para fazer ao certo. – irritação apontando.

-Quero que bloqueie a mente. Somente isso! – rude.

-Tá bom! Tá bom! – irritada. – Vamos tentar mais uma vez.

-Legilimens!

A lua. Estrelas. A lua. As estrelas.

-Parece que você esta conseguindo. Deve impedir qualquer invasão. Mas já é um começo. Deve treinar fora daqui mais vezes. Até estar pronta. – abaixou a varinha guardando-a no bolso da capa.

-Tudo bem. Eu farei isso. – insegura. – Então acho que já vou indo. – hesitou. – Até amanhã. – sem sair do lugar.

-Até amanhã Srta. Bates. – frio.

Ela sentiu raiva.

"Srta. Bates!"

Ele a tratava friamente. Mesmo depois de o que quase viveram. Sabia que era desejada. E que devido a poção a voz intrometida não atrapalharia. E ele nem se quer se aproximou. Se empertigou.

-Até amanhã Prof. Snape! – e saiu pisando duro.

Não ia se humilhar. No caminho de volta, resolveu conversar com o tio. Estava elétrica. Não dormiria naquele momento.

-Goma de melão. – disse a senha.

E as gárgulas se moveram. Encontrou o Diretor afagando Falkes, que acabara de sair das cinzas.

-Tio! – se adiantou para um abraço.

-Querida July! Que surpresa agradável. Como vão as aulas? – quis saber.

-Vão bem, eu acho. – riu. – É difícil arrancar um elogio do Snape, não é?

-Sim, querida! Tem razão. Mas estou certo de que você dará um jeito nisso. Está se esforçando, por certo!

-Claro Tio. Mas é mesmo difícil. E o que mais tem me incomodado é a voz. Ele parece achar que será mais fácil se eu conseguir calá-la, tudo será mais fácil.

-O que você acha? – observando-a.

-Bem! Pode ser que seja. Mas acho também muito constrangedor, as visões.

-July, quero deixar clara uma coisa para você. Não quero que a voz e as visões desapareçam.

-Não?

-Não. – sorriu com o espanto dela. – Quero que você saiba controlá-los. Dons como esses não devem ser desprezados. Deve aprender a usar para o bem.

-Mas então... o que eu faço?

-Estude, aprofunde, arrisque...

July estava na dúvida de o estavam fazendo. Mas de qualquer forma, uma coisa tinha que admitir. Não se aprofundara ou arriscara desde o acidente.

Voltou para o quarto, pegou a corrente com a serpente. A imagem do moreno tomando banho ficava cada vez a mais fraca. Nem isso tinha mais. Precisava dele. Do calor dele! Ir até o fim!

"Demorô! Vai firme! Ele é garanhão!"

-Oh! Olá de volta! – falou alto resignada.

"Não adianta me silenciar! Sempre voltarei para terminar o que foi iniciado ontem!"

E ficou se concentrando. Tentando subjugar a voz.

Mais aulas se passaram sem muita evolução. Ele ainda sonhava com ela. Mas sempre acordava insatisfeito. Para seu desespero. Apenas para deixar mais faminto.

Ela já não tirava o cordão do pescoço. E quando sentia falta, passava o dedo sobre a serpente e se sentia melhor.

OF: continua.