Antes de mais nada, gostaria de agradecer as reviews maravilhosas que o último capítulo obteve. Nunca imaginei que o encontro entre Haldir e a Sociedade do Anel fosse despertar reações tão apaixonadas e positivas...e também tanta expectativa: chegaram a dizer que estou aprendendo com Sadie a fazer os leitores sofrerem, imagina...

Sadie é uma artesã cuidadosa, cujo texto parece um bordado cheio de carinho por cada personagem, em que cada ponto sem pressa vai construindo uma nuance delicada, que de repente nos enredou numa explosão de cores cheia de poesia.

Eu não precisava estar dizendo isso, é claro, todos que me acompanham, certamente acompanham Vidas & Espíritos também, e tudo que Sadie escreve, mas é que já há algum tempo eu estava querendo fazer uma espécie de "desagravo" a ela. Porque eu sou uma pessoa difícil, e às vezes defendo minhas opiniões com uma certa paixão, e as histórias e os personagens de Sadie me apaixonaram, e eu reagi conforme sentia, defendendo algumas coisas e também atacando outras...o que pode ter parecido que era a rejeição de um trabalho que é puramente irretocável.

De forma alguma, amiga, era apenas minha forma de extravasar o arrebatamento ao qual o seu trabalho magnífico nos conduz.

E só posso acreditar que sua alma generosa sabe disso.

E nossa lista de talentos não estaria completa sem incluir:

Vick WeasleyBITTERSWEET; O VINGADOR

Nimrodel LorellimCRÔNICAS ARAGORNIANAS

Lady ÉowynOS JARDINS DE ITHILIEN

Elfa Ju BloomROSAS ARMAS AMOR E SANGUE; MÚSICA FUNEBRE

Kika-SamaO ADEUS A ELESSAR; APRENDENDO; ...

E por hoje chega; vamos acompanhar um pouco mais do destino de Haldir

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A PAIXÃO DOS EDAIN

Capítulo XIII - Da Aliança entre Elfos e Homens


O CAPITÃO DA ALIANÇA

A Sociedade do Anel foi recebida pelos Senhores em Caras Galadhom, e nas palavras da Senhora Galadriel, Haldir encontrou o reflexo da sua própria percepção: os companheiros cumpriam uma missão de vital importância para todos os povos, e precisavam desesperadamente de ajuda.

Haldir sentia a necessidade de seu serviço na urgência daquela jornada, e naqueles dias tomava os filhos ao colo como se fosse pela última vez.

- Niéle, você nunca me falhou, em todos esses séculos... – começou a dizer, mas a dama fez um gesto, e Haldir percebeu que não havia necessidade de palavras. Ela cuidaria de seu ionath, se alguma coisa acontecesse com ele; era como se fosse a verdadeira mãe deles, não pode deixar de pensar, sentindo o coração ser bicado.

Após a partida da Sociedade do Anel, contudo, o Senhor Celeborn o manteve ocupado em Seu Conselho. Todos concordavam com a monta da ameaça agora.

Só agora – pensava Haldir – que talvez já fosse tarde demais, os preparativos concernentes à defesa de Lórien contra um Inimigo de poderio devastador eram abraçados por todos.

- Se os reinos dos homens não resistirem, entretanto... – era o que os Capitães élficos começavam a admitir.

Por fim o Senhor Celeborn, revelou-lhes a decisão que tomara com o Senhor Elrond:

- A hora da sua razão chegou, Haldir. O inimigo que tanto nos separou é o mesmo que nos reúne novamente agora. Uma aliança uma vez existiu entre homens e elfos, e nós vamos honrá-la. Leve as palavras de Elrond ao Rei Théoden de Rohan, Haldir, Capitão da Aliança.

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A MARCHA DOS ELFOS

Afinal chegara o tempo de defrontar as forças do escuro abertamente. Orophin pediu permissão para acompanhar o irmão mais velho, mas suas pernas velozes tinham-no tornado indispensável como mensageiro dos Senhores, enquanto Rúmil já assumira o comando da fronteira junto ao Nimrodel.

Haldir partiu com seus melhores arqueiros, secretamente aliviado por não levar os irmãos. Era uma força pequena: a situação se precipitara antes que estivessem devidamente preparados, e a ameaça da sombra os impedia de desguarnecer Lothlórien ainda mais.

Os elfos marcharam céleres atravessando a Terra dos Cavaleiros, mas mesmo quando se apressaram para ultrapassar as hostes de Isengard seus mantos os esconderam até que suas trombetas soassem sob os Portões da Fortaleza de Helm.

Era uma pena que o primeiro lance houvesse partido do inimigo, e as chances da resistência de Rohan frente à horda que logo chegaria não iludiram Haldir; mas os galadhrim haviam-se convencido de que reforjar a antiga aliança era a única chance de deter Sauron, e sentiriam-se honrados se da chama do seu sacrifício tal liga poderosa fosse restaurada. Elfos e homens já haviam perecido combatendo o mesmo inimigo antes.

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IRMÃOS NO ÚNICO

Sua força ínfima não era maior que a dos súditos do Rei Théoden, mas ainda assim sua chegada aqueceu os corações que o desespero enregelava.

- Você é muito bem vindo Haldir! – e Aragorn o abraçou.

Aquilo foi totalmente inesperado, e por um momento Haldir simplesmente não soube o que fazer. Já tinha visto o gesto, é claro, mas subentendia uma confiança, uma intimidade, uma amizade, enfim, para a qual o Capitão da Aliança não estava preparado. O homem destinado a ser o grande líder de seu povo lhe oferecia mais que respeito ou admiração, lhe oferecia seu afeto.

Subitamente reconfortado da sina mortal a qual conduzira seus soldados mais leais, Haldir retribuiu o abraço de Aragorn. A perspectiva de morrer lado a lado selando os laços de uma amizade transcendente. Por sob a armadura dos guerreiros, refulgia a fraternidade dos irmãos em Iluvatar.

- Temos orgulho de lutar ao lado dos homens uma vez mais.

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CONTINUA...