Desculpem tantas amigas que preciso agradecer, mas vou ser bem rápida, ou não tem capítulo nenhum esta semana.
Indicações permanentes:
Sadie Sil – VIDAS & ESPÍRITOS (depois de tanta emoção e sofrimento, a gente descobre o seguinte: era só preparação, o clímax da história ainda está por acontecer. Estou aguardando eletrizada depois do último capítulo) ; MACHAS VERMELHAS; AFETO ROUBADO, VERDADE REVELADA (as short fics acabaram relegadas, tão tantalizante está V&E)
Nimrodel Lorellim – CRÔNICAS ARAGORNIANAS (saiu da lista de atrasados com o bravo e belo capítulo "Valle 2"... e sua história pode tomar qualquer rumo agora)
Kwannom - HALDIR E HALETH – VERSÃO REVISADA (O quê vocês estão esperando para ler?!!!)
Elfa Ju Bloom – MÚSICA FÚNEBRE; ROSAS ARMAS AMOR E SANGUE (YES!!!!)
Kiannah – ESTRELA SILENCIOSA- VERSÃO REVISADA (Já saiu o 2º capítulo)
Vick Weasley – BITTERSWEET (se não atualizar até a próxima semana, entra na confraria do atraso)
Lady Éowyn – OS JARDINS DE ITHILIEN
Lady Liebe
Kika-Sama – O ADEUS A ELESSAR; APRENDENDO (campeã indesculpável do atraso)
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A PAIXÃO DOS EDAIN – 3ª PARTE
Capítulo XX - O Reclame de Haldir
O CLAMOR DOS HARADRIM
Sob as estrelas do descampado, os homens de Harad haviam construído um largo tablado de madeira oval, agora cercado de tapetes e peles de animais, onde os haradrim começavam a se sentar.
Ainda aguardavam pela resposta de Gondor; ainda depositavam esperança em encontrar algumas de suas filhas refugiadas nos oásis; ainda confiavam que o Sul do Harad escapara daquele flagelo; mas tudo que realmente tinham naquele momento era Darai.
Sua mãe fora Ravai, de dança lendária, e a filha crescera para se tornar mais bela do que as lendas, como Raor previra. Era quase certo que não pudesse ter filhos, mas muitos dos que ali estavam já tinham garantido a continuidade da própria Casa, e queriam a mais nobre das flores do deserto para enfeitá-la.
Mesmo os jovens pediam aos pais por ela. Talvez um homem de Harad lhe fizesse filhos afinal.
E ainda que não, sua coragem e energia ganharam os corações dos que marcharam até Isengard. Testemunhas do horror ao qual escapara para resgatar o povo do deserto, refém da mais traiçoeira das mentiras, tanto tempo junto à peçonha das criaturas do Inimigo, que já nem se apercebiam da sombra que se instalara em suas vidas naquela aliança maligna, que detestavam mas não conseguiam romper, enredados pelo Olho...
Mães, esposas, filhas, quantas irmãs queridas mortas, mas em Darai um pouco de cada uma delas sobrevivia. Era uma heroína que inspirava nos homens do sul o desejo de honrá-la como esposa. E era bela: os anos haviam feito da menina que dançava ao lado de Ravai uma beldade soberba, digna da melhor tradição de Harad.
Daror fez distribuir o vinho de Sua Casa aos homens já inquietos.
- Onde está minha noiva, Daror?!
- O peso de Darai em ouro, é a oferta de minha casa!
- Traga-nos a filha de Ravai, Daror!
Daror sorria, mandando acomodar os mercadores de Gondor, que certamente iam presenciar um espetáculo jamais visto no Norte. A estrela de Sua Casa refulgiria aquela noite em Darai.
Os músicos terminavam de afinar os instrumentos, os archotes estavam todos acesos, os homens começaram a bater no tablado.
- Darai! Darai! Darai!
E a princesa do deserto rodopiou abrindo a roda de sua saia vermelha ao longo do tablado. Os longos cabelos negros afastados da face pela tiara triangular de ouro maciço e rubis de Sua Casa; ouro nos braços e dedos das mãos e dos pés.
Não fosse o saque e a pressa, seu sutiã também seria de ouro, mas Darai tivera de improvisar com as escamas de uma malha de bronze usada na batalha. Sua figura tremia e as peças de ouro e bronze tilintavam ao ritmo da música, sob as palmas e os gritos dos homens.
Fechava os olhos e estava novamente ao lado de sua mãe e tias, e agora era uma delas, hipnotizando os homens com o meneio de seus quadris, a graciosidade de seus braços, a força das pernas e a dança de seus cabelos. Via em sua mente o orgulho exultante de seu pai à medida em que os homens gritavam seu nome e batiam no tablado, chamando-a para fazer seu solo em frente a eles, a oferta dos chefes à Sua Casa aumentado.
Sim, Raor haveria de exultar, pensava Daror, e também sua mãe: Darai deixava-se possuir totalmente pelo ritmo dos tambores e pela melodia das cordas, Sua Casa glorificada.
- Daror – Terair agachou-se onde o Chefe de Sua Casa estava sentado – o Rei de Gondor está aqui.
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O PEDIDO DO REI
Embora o povo de Harad não prezasse as artes da diplomacia e da gentileza, Daror sentiu-se profundamente honrado com a presença de Aragorn-Elessar, e não se furtou a demonstrar isso.
- Harad saúda Gondor – disse na língua comum, ao chegar à comitiva do rei.
- Gondor saúda Harad e seu patriarca Daror – respondeu Aragorn.
- O Rei de Gondor e seus homens chegam em boa hora, minha irmã está dançando para seus pretendentes. Uma vez que a virem, jamais se esquecerão – convidou-os Daror.
- É esse o assunto que nos traz aqui, Senhor de Harad – falou Aragorn – Dentre os amigos que me acompanham esta noite, além de Gimli, filho de Glóin, e de Legolas Thranduilion, está o maior dos guerreiros do belo povo, Haldir do Reino de Lothlórien, onde a senhora Darai encontrou abrigo após fugir de Isengard.
Daror aquiesceu com a cabeça e Aragorn prosseguiu:
- Lá meu amigo desposou a senhora Darai, e com ela teve dois filhos. Portanto a princesa de Harad já é casada: Haldir gostaria de esclarecer essa situação com o grande Daror e de obter sua benção para levá-la com ele.
Daror, que era mais alto e mais forte que qualquer outro, um condutor de grandes animais, mirou de alto a baixo o galadhrim, que lhe sustentou o olhar com a mesma arrogância.
- Entre meu povo não existe casamento sem o consentimento das Casas dos noivos – declarou por fim.
- A senhora Darai não tinha memória de quem era na ocasião, e foi nesta circunstância que Haldir desposou-a nos costumes de Lórien – Aragorn escolhia cuidadosamente as palavras, sentindo a beligerância entre o homem de Harad e o elfo. – Gostaríamos de poder obter também a benção de seu povo para esta união que já produziu dois frutos.
- Os filhos pequenos pertencem à mãe e lhe devem ser devolvidos – falou Daror – não dão ao homem direito à mulher nos costumes de Harad.
Aragorn pôs a mão no ombro de Haldir: os amigos sentindo-lhe o ímpeto de desafiar o gigante de Harad e seus guerreiros ali mesmo, nenhum deles viera preparado para isso.
- A Senhora Darai foi a emissária de uma mensagem de paz e boa-vontade entre Harad e Gondor. Faço-me agora portador da mesma solicitação ao rei de Harad.
- Darai também foi portadora da resposta de que Gondor não vende suas filhas. Pois Harad não negocia suas tradições – respondeu Daror.
– Entretanto – acrescentou calmamente - em deferência ao Rei de Gondor, depois Daror considerará a proposta do amigo do rei, junto com as dos demais pretendentes de Darai. Agora minha irmã dança, e são todos meus convidados. Venham!
E Daror conduziu-os, fazendo com que caminho e assento se abrissem para o Rei de Gondor e seus companheiros até os pés do tablado onde a princesa de Harad dançava a tradição de seu povo.
