Queridos aventureiros que continuam insistindo em me acompanhar nessa jornada, esta semana estou sofrendo de um pequeno problema de junta em meu computador, portanto espero que tantas amigas talentosas me perdoem: afinal de contas as recomendações já são conhecidas, certo? Portanto desta vez as troco por outro tipo de aviso: MANTENHAM UM BACK-UP ATUALIZADO DE TODOS OS SEUS TRABALHOS... Eu posso ser vocês amanhã.
De qualquer forma, antes do final de semana espero já estar com tudo resolvido, e encontrar bastante reviews do capítulo.
Até lá, vocês são meus convidados para...
A PAIXÃO DOS EDAIN – PARTE 3
Capítulo XXIII - O Casamento de Darai
A VINGANÇA DE DAROR
- Irmão! Não acredito que me mandará de olhos vendados para este casamento! Quem você escolheu?
- Doce irmã, agradeça ao destino por as circunstâncias terem limitado minha vingança a isso. Já que não posso mais arruinar a sua pele depois dos pretendentes terem feito sua oferta pelo estado perfeito e belo em que a viram dançar, entregarei você na tradição antiga. A mãe casou assim.
- Ravai casou assim em prova de submissão de sua Casa, tu sabes que o Pai não me teria obrigado a fazê-lo.
- O Pai da Casa de Daror é Daror, e ele decide como casam as filhas enganadoras de Sua Casa que já se deitaram com estrangeiros. Não quero me preocupar com suas maquinações. Beba!
- Eu não o desobedecerei Daror, nem estou maquinando nada, mas meu coração não aceita...
- Beba! Seu coração nunca aprendeu a obedecer. E a tradição faz a decisão definitivamente inconteste entre o nosso povo, não vou arriscar uma guerra por ti.
- Oh meu irmão – disse Darai já tonta após engolir a bebida – diga-me ao menos a Casa em que acordarei amanhã.
Mas Daror já se retirara, após certificar-se de que ela bebera todo o conteúdo da taça.
Faltando uma hora para o sol se pôr, a comitiva de Gondor aproximou-se do acampamento dos haradrim, onde Daror aguardava.
O elfo não lhe falhara, sorriu o Chefe de Harad, sabia que não conseguiria ignorar o desafio; reconhecera no estrangeiro a altivez e o brio de sua própria Casa.
O Rei de Gondor vinha à frente, ladeado pelos mesmos amigos que o acompanhavam três dias atrás e por uma fileira de soldados. Atrás vinham as mulheres, mais do que esperara, algumas em carroças, a maioria a pé, poucas a cavalo.
À frente de todas, uma beldade vestida com riqueza não conseguia esconder seu tremor, montada num cavalo de estirpe, sua figura frágil encoberta por um véu delicado.
E olhando para ela, Daror adivinhou sua história: pois que outro fado conduziria aquela flor de estufa aos homens do deserto?
Os haradrim se aproximavam do grupo que chegava, avaliando-o. Muitas Casas prefeririam valer-se das beldades negras do Extremo Harad, os mais ciosos buscavam acreditar que alguma mulher de Harad havia de ter encontrado refúgio nos oásis mais distantes, como as crianças de sua capital.
Daror também queria acreditar nessas possibilidades, mas para si mesmo elas de pouco serviriam. Por mais bela que fosse a filha de Harad que pudesse ainda encontrar, seus olhos rasgados não seriam tão rasgados quanto os olhos dela; seus cabelos negros não seriam tão negros quanto os cabelos dela, nem seus lábios vermelhos tão vermelhos, ou seus seios tão redondos; seus quadris magníficos não seriam tão magníficos, nem seu porte tão altivo quanto o porte altivo dela.
Então Daror voltou novamente seus olhos para a dama que vinha à frente das damas de Gondor, para aquela pele alva e delicada que temeria o sol tanto quanto seus olhos claros agora temiam o olhar dos homens de Harad. Seus cabelos eram loiros, seu corpo delgado, o ar tímido e assustado, em tudo diferente de sua irmã, e Daror decidiu tomar para si aquela que jamais seria comparada com a única que não poderia ter.
- Saudações, Rei Elessar de Gondor – falou Daror quando Aragorn desmontou.
- Saudações, Senhor de Harad. Minas Tirith reviu algumas de suas crenças, num gesto de boa vontade para com o povo do deserto.
- A amizade é mais preciosa que o ouro – respondeu Daror, cumprimentando Haldir com um sorriso – e paga um dote do mais alto valor. – embora pouco da sentença emitida no idioma de Harad pudesse ser literalmente compreendida por seus interlocutores, estes intuíram seu sentido
O elfo levou a mão direita ao peito, no cumprimento formal dos elfos, mas nada disse.
- Seu amigo é temerário, Rei de Gondor, de pretender minha irmã como esposa. Seus filhos devem ser orgulhosos e altaneiros. – Já esta frase, toda na língua comum, Daror a Havia ensaiado bem.
- Meus filhos são meu bem mais precioso, e me ligam à senhora sua irmã, quer o Senhor de Harad queira quer não. – Os olhos de Haldir procuravam por Mornfinniel, tomaria sua esposa pela força caso aquele bárbaro não lha desse.
- Minha irmã já está pronta para ser entregue à minha escolha agora – falou Daror, contente com a reação do elfo. Sim, gostara dele, tinha sangue correndo nas veias, apesar de pertencer àquela raça estranha, e Daror esperava que só em seus braços a irmã encontrasse a felicidade.
Pois só com ela longe os haradrin poderiam encontrar a sua própria felicidade também. Os clãs não tinham mais o que ofertar por Darai. A Casa que a levasse ficaria por demais empobrecida frente às outras por uma única noiva, e os descontentes se voltariam contra a sua escolha. Com ela longe, e voltados para as mulheres de Gondor, os homens de Harad poderiam se ocupar de reconstruir sua riqueza destruída, suas cidades saqueadas.
Só com ela longe Daror poderia procurar a própria paz.
Aragorn pousara a mão no ombro de Haldir uma vez mais. Legolas e Gimli entreolhavam-se nervosos; liam a disposição do amigo em suas mãos crispadas sobre a espada, mas não sabiam se o melhor a fazer era ajudá-lo ou impedi-lo, caso a situação chegasse às vias de fato.
- Entretanto, assim como às mulheres de Gondor, a ela também será permitido abandonar um mau marido. Espero ver vocês dois de novo daqui a cinco anos, neste mesmo lugar – fez-se entender o gigante de Harad.
- Não pode entregá-la a um estrangeiro, Daror!
- Um do outro povo, têm escamas pelo corpo!
- Bebem o sangue dos homens!
- Não tem masculinidade para oferecer a uma mulher de Harad, são criaturas de sangue frio!
- Homens de Harad, escutem-me! O tesouro de Raor só poderia pertencer a um, agora muitos poderão ficar satisfeitos!
- Ora, Daror! Não viu o refugo que mandaram para nós? São magras e pálidas.
- Não aguentarão o sol!
- Não valem seu peso em ouro!
- Quem não as quiser, que não as despose! Não são mesmo suficientes para todos. Aqueles que quiserem alguma, apontem-na logo, entretanto, e tratem de depositar o peso da escolhida aos pés do rei de Gondor. Daror falou, que as Casas que são filhas de Minha Casa se curvem.
Daror aproximou-se de Míriel e segurou a rédea de seu cavalo, que pateava inquieto ante a insegurança crescente da amazona.
- De quantos meses está, mulher?
A moça engoliu em seco. Sua vergonha era completa, achara que poderia enganar os homens do deserto até estar longe de Gondor, mas falhara, e agora teria de cumprir a ordem de sua mãe, que a amaldiçoara e previra o que estava acontecendo.
- T-três meses, meu senhor.
- Seu filho será meu filho. Deixe-me pesá-la, vou desposar você – disse Daror tomando-a pela cintura de sobre o cavalo.
E os homens de Harad seguiram-lhe o exemplo.
A TRADIÇÃO
Haldir postava-se em frente a Daror, cada um encabeçando uma fileira de homens que descia serpenteando por uma pequena colina próxima ao acampamento de Harad. Atrás de Haldir, seus amigos. Atrás de Daror, os homens de sua casa. No topo da colina uma pequenina tenda de fino linho, descoberta, iluminada por dentro com diversas lamparinas.
No caminho entre as fileiras ela surgiu, carregada aos ombros por oito de seus primos, as pernas cruzadas, sentada sobre o estrado de madeira. A tiara triangular de ouro e rubis adornando-lhe a cabeça, dezenas de colares cobrindo-lhe os seios, uma cortina de fios de ouro pendentes do cinturão que cingia-lhe os quadris escondendo seu sexo.
Sua mente vagava longe, sem direção. Havia algo...havia algo, mas o quê? Seus sentidos haviam-se dispersado; os olhos viam mas não enxergavam, seus ouvidos ouviam mas não escutavam. Não sabia onde estava, não sentia o que tocava.
Ela está nua! – pensou Haldir.
- Haldir de Lórien – iniciou Daror um longo discurso de que o elfo compreendia muito pouco, exceto as expressões como filha de minha casa e honra de minha casa, que já se lhe estavam tornando familiares.
Ela estava nua na frente de todos! Será que aquele tormento não terminaria nunca?
– Eu lhe entrego Darai, filha de Raor, na tradição, e na tradição você deve tomá-la. - Daror pegou Darai nos braços e estendeu-a a Haldir.
- Leve-a para a tenda e a possua, deve fazer isso no testemunho do meu clã - disse-lhe Daror na língua comum.
E Haldir entrou na tenda carregando Darai.
O único móvel era uma curta mesa de madeira, e Haldir compreendeu o que esperavam dele. Que barbarismo aviltante! Hesitou o elfo com Darai ainda nos braços. E ela nem parecia estar consciente, os olhos abertos, mas perdidos.
Haldir apertou-a contra o peito antes de deitá-la na mesa.
Haldir! - Gritou sua mente ao respirar a essência do elfo - Haldir meu amor, você veio! - Darai chamou-o num gemido.
O ruído de prazer enlouqueceu Haldir de cólera – mal pode esperar para ser possuída por quem quer que seja, devassa! – E o elfo desnudou o vulto de sua masculinidade para as testemunhas que observavam a tenda semitransparente, afastando os fios de ouro que cobriam o sexo de Darai e penetrando-a em meio ao véu de linho iluminado, sob as estrelas.
