Saint Seiya Zero
Proteger o Fraco
Guarda Real do Gigante Amarelo, este grupo de soldados é temido em vários territórios. Trata-se de um grupo de mercenárias que serviam ao rei, são pessoas malévolas e sanguinárias, neles não se vê escrúpulos nem compaixão. Eram pessoas desalmadas, eram o que pareciam. Eles seguiam ordens de Vincent e Téo. Estes últimos eram os mais fortes e fiéis de todo o grupo dos Raposas Reais, o grupo recebia este nome pois usavam caldas de raposas cinzentas presas nos elmos. Téo e Vincent era rapazes jovens, porém com um cargo de muita responsabilidade.
Téo comandava o grupo dos raposas vermelhas, e Vincent o grupo de raposas cinzentas. Vincent era demasiado ambicioso, queria ser o melhor dos soldados, queria comandar o exercito e não apenas um grupo, para ele tomar conta daqueles soldados era uma tarefa, maçante e sem recompensas. Já para Téo era um privilégio comandar aquele povo, ele era querido por eles, todos o amavam, embora fossem rudes e grosseiros demais para admitir algo que considerava feminista, no entanto eles demonstravam isto em seu modo rude e grosseiro, lhe davam presentes, bebidas, alimentos, Téo no entanto sempre cordial devolvia tudo. Téo gostava de seu amigo de infância Vincent, eles viveram juntos desde pequenos, a semelhança entre ambos era extraordinária, tanto na aparência quanto no jeito de se portar. Vincent era o mulherengo, a cada dia estava com uma mulher diferente a seus pés, já Téo era mais reservado e procurava o amor verdadeiro.
Téo, meu amigo Téo, chego a pensar que ainda acredita em contos de fadas .
Vincent sempre lhe dizia estas palavras, ele não concordava com Téo quando este dispensava mulheres belíssimas. Téo tinha cabelos longos e sedosos numa cor loira, porém opacos, quase brancos, ao contrario de Vincent que tinha cabelos brancos como neve, Vincent e Téo tinham olhos astutos de caçadores, Téo por ter estas qualidades e ser belo tanto como amigável, sempre atraía as mais belas donzelas da aldeia. Mas sempre que estas se declaravam ele as recusava, isto causava furor em Vincent que não entedia o porque deste voto de castidade, mas relutante concordava.
Vejo mais que olhos azuis Vincent, não é um rosto de uma linda donzela que me enganara pelo resto da vida.
Téo era fiel ao seu amigo, tinha esta meta em seu coração, ser fiel e proteger Vincent, já que ambos não tinha ao menos lembranças de seus pais.
Ambos tinham um lugar de privilegio na guarda real, nunca em todos os anos de reinado alguém conheceu dois jovens com aquela idade, serem lideres de um bando de mercenários, e muito menos serem ambos os soldados de maior confiança do rei.
Vincent caminhava pelo castelo, como de rotina ele acompanhava Leonor para suas aulas de piano. Leonor era uma jovem princesa, tinha dezesseis anos e uma bela aparência, seus cabelos roxos atingiam os joelhos. Não gostava muito de vestir como uma nobre princesa que era, sempre em trajes humildes que lhe caiam bem, usava sempre roupas claras e uma tiara de ouro que lhe circulava a cabeça como uma coroa, naquele dia tinha um torque dourado enlaçando seu fino e delicado pescoço, as jóias lhe traziam uma elegância majestosa, seus olhos verdes eram grandes e belos em seu rosto delicado. Sua palidez tinha um toque rosado tornando seu rosto frágil, seu corpo era bem torneado, seu vestido de seda lhe caia suave desenhado suas curvas. Leonor tinha o dom da presença, mesmo que esta estivesse triste e abatida, mesmo que estivesse melancólica ou sorridente ela alegrava qualquer ambiente. Dava importância a cada um como se devia, não fazia distinção de escravo criado ou seu pai, era uma garota muito amada pelo pai e por todos que a conheciam.
Ali estava ela e Vincent caminhando pelos corredores do castelo, ambos conversavam animadamente sobre vários assuntos, mas ela sempre citava um em especial que de certa forma ofendia e machucava Vincent.
Onde esta Téo? Há tempos não o vejo... - dizia ela sorridente.
Sinceramente não sei senhorita... - amargamente respondeu Vincent, pois ele amava Leonor, e sentia-se infeliz quando esta demonstrava seu amor por Téo.
Deve estar treinando seu pessoal como de rotina.
Assim que o ver mande que me procure, desejo vê-lo ainda hoje.
Sim senhora, ele será avisado. - Vincent sabia que talvez iria ferir-se com sua curiosidade, mas decidiu arriscar...
Posso adiantá-lo de alguma coisa senhorita?
Não, o assunto é em particular, mas diga-o que é importante.
Vincent apenas assentiu, mas sabia, ou deduzia do que se tratava, ele estava furioso com Téo, primeiro por ele ter o amor de sua amada, segundo por desprezá-la como faz com uma garotinha vulgar, terceiro por dividir um batalhão com ele.
Leonor era definitivamente apaixonada pelo Téo, mas este não a dava a mínima importância, não para o que ela sentia, por um juramento que fez ao rei, deveria entregar sua alma se a segurança de Leonor depende-se dela, Téo cumpria com seus deveres, se concentrava apenas nisso. Leonor estava a cada dia mais apaixonada por ele, pois era o único que a negava, mesmo sendo ela princesa e bela como era, isso encantava ela, não por ser negada, mas sim por ter segurança ao lado dele, sentia-se feliz com a sinceridade dele, sabia que se um dia conseguisse fazer com que ele a ama-se, ela o teria fiel e apaixonado ate a morte.
Vincent seguiu seu caminho assim que a princesa entrou em uma sala onde sua instrutora de piano a aguardava, ao passar pelo corredor, se deparou com uma porta entre aberta, ia fechá-la quando ouviu vozes vindo do interior, entre a fresta da porta ele conseguiu ver Téo e o rei Murgo, este era baixo e calvo, estava em vestimentas reais, era um rei generoso e amava seu povo, fazia de tudo para que eles vivessem bem e com dignidade. Téo tinha uma taça com vinho em uma das mãos, estava em vestimentas impróprias para uma audiência com o rei, mas ambos estavam a rir alegres e sóbrios, o rei estava sentando em um dos tronos e Téo mantinha a postura de um verdadeiro guarda real.
Téo, meu filho, realmente gostaria que fosse meu filho, adoraria tê-lo como genro e casá-lo com minha adorada filha Leonor, mas vejo que o destino não o quis não e mesmo? - dizia o rei sorrindo e enquanto bebia mais um pouco de vinho.
Seria muito honra para mim senhor, casar com sua filha seria um privilegio, mas eu sempre soube onde é meu lugar, e como disse amo Tália e vamos nos casar em breve.
Te desejo boa sorte meu filho, apesar da desfeita enorme que me faz, mas amo tanto a você como a minha filha e não quero vê-la casada por obrigação ou ordem minha, e com isso que seja infeliz ao lado de quem ama e não sendo amada.
O rei Murgo era um velho que tinha uma vida marcada pelas doenças, tinha uma bela filha e já não tinha mãe, sua esposa, esta falecera a um ano deixando-lhe muitas saudades, tanto pra ele quanto pra sua filha, a princesa Leonor.
Que dia se casam meu filho?
Em dois dias!! - disse Téo agitando o liquido da taça em movimentos circulares, olhando para o liquido revirar-se dentro da mesma.
Tão cedo? Porque a pressa meu filho?
Quero viajar na primavera para o sul, Tália tem alguns parentes naquela região silvestre, e desejo conhecê-las na primavera, Tália deseja me mostrar alguns lugares que ela considera encantadores.
Tão cedo e já governado pela mulher.
O rei começou a rir, mas logo cessou os risos e os substituiu por uma tosse roca, sua asma não lhe permitia tais esforços. Téo o pegou pelo braço sorrindo junto a ele, dando-lhe um pouco de vinho que parou um pouco a tosse.
Meu filho, sentirei sua falta. - seus olhos lacrimejavam como resultado da tosse.
Sentirei muito sua falta.
Senhor meu rei, virei visitá-lo sempre que puder, e também tem Vincent, que é um nobre homem.
Vincent tem agido estranhamente, suas atitudes estão me entristecendo, fiquei sabendo que conspira com seu bando contra você Téo, ao que me parece quer tomar seu lugar.
Boatos meu rei, apenas boatos, mas lhe asseguro que se isso se confirmar, eu impedirei Vincent com minha espada em nome da família Real.
Vincent que estava a porta, achando o bastante saiu furioso, não se conformava com a ameaça de Téo a sua vida, considerou que seu melhor amigo o traia, e desde então traçou um plano para que o rei o expulsasse do batalhão e do castelo. Preocupado com seus planos macabros esqueceu-se de momento o pedido de Leonor, Téo ainda conversava com o rei.
Senhor meu rei, não poderei mas tomar conta de seu reino, te peço que cumpra o desejo de Vincent e o coloque em meu lugar, ele com certeza tem capacidade ainda mais que eu pra o fazer, e senhor, devo alertá-lo que Vincent é apaixonado por Leonor, diga isso a ela, ficaria feliz e muito honrado se concedesse a mão de sua princesa a meu melhor amigo, não se arrependerá, lhe garanto.
Eu o farei meu filho, eu o farei seu sucessor e se Leonor concordar também o farei príncipe a seu pedido.
Muito grato meu senhor, e serei pelo resto de minha miserável vida se o que pedi se confirmar. - Téo beijou o anel real na mão do rei cordialmente.
Meu senhor devo voltar aos meus afazeres, tenha um bom dia.
Téo saia do castelo desatento, Vincent que o esperava se aproximou montado trazendo o cavalo de Téo consigo.
Vamos amigo temos muito o que fazer hoje.
Desculpe a demora, estava falando com o rei. - disse Téo montando e começando a cavalgar no cavalo calmamente.
Ele esta cada vez pior, temo pela saúde dele.
Sobre o que falavam Téo?
Estava lhe dizendo que estou para me casar em breve e outra coisas. - Téo deixou a parte de que ele ia sair da guarda real , queria que fosse uma surpresa.
Lhe desejo boa sorte e meus parabéns Téo! A propósito, Leonor deseja lhe falar mais tarde, aliás, em poucas horas, assim que ela sair da aula de Piano.
Téo percebeu que tinha algo de errado em Vincent, este parecia estranho, mas preferiu não comentar.
Bom, sendo assim acho que retornarei para o castelo, a aula acaba em breve, você pode dizer a Duball que me substitua por alguns minutos?
Sim, claro.
Téo acompanhava silencioso Leonor no jardim do castelo, esta estava com as mãos unidas sobre o vestido entre as pernas, seus cabelos estavam soltos ao vento, enfim ela se sentou em um banco de mármore, Téo parou em sua frente olhando o horizonte, esta se decidindo se sentava-se ou permanecia em pé, ate que sentou ao lado dela pondo suas mão nos bolsos das calças.
Tudo bem, Téo? Há tempos não o vejo, por acaso está tentando me evitar? - ela sorria ao dizer suas palavras, Téo a acompanhou no sorriso.
Ando muito ocupado senhorita.
Ocupado? Em me proteger?
Em proteger o rei e seu reino.
Eu faço parte do reino de seu rei, portanto me protege, porque não diz? Tem medo de mim Téo?
De maneira alguma.
Não entendo, Vincent diz que me ama, tanto o seu batalhão como o dele se destruiriam em disputa de minha mão, no entanto eu o amo e você não vê meus sentimentos. - ela o olha nos olhos.
Téo, não sou mais aquela criancinha de antigamente, posso não ser tão madura, mas me esforço, o que posso fazer para conseguir seu amor?
Senhorita, vou me casar...
Antes que pudesse terminar, ela dera um tapa em seu rosto, agora com as mãos sobre o rosto chorava.Vincent que assistia tudo à distância, tocado pela cena de sua amada chorando correu até onde estavam, antes de chegar retirou sua espada, parecia cego de ódio.
Téo e Leonor o viram correr, ambos se assustaram com a cena antes de Téo ir em direção a Vincent, virou-se pra Leonor.
Ele a ama, mais que seu pai e mais do que possa imaginar, o que vê não é um homem furioso e sim um homem apaixonado.
Téo corre até Vincent. Vincent não havia percebido, mas uma bola de fogo branca vinha em direção a ele. Téo saltou sobre Vincent, este por estar com sua espada, feriu Téo na costela, um corte pequeno pois Téo conseguiu amortecer o golpe. Após caírem a bola de fogo atinge uma estatua pulverizando-a, Vincent assusta-se com a cena ficando paralisado, Téo levanta-se rápido, Leonor assustada corre até Vincent e Téo. Ela vê o ferimento de Téo e tenta tocá-lo, este a empurra sobre Vincent.
Leve-a daqui Vincent! - este levanta-se rápido.
Mas e você?
A pouco tentou me matar, então não se preocupa tanto comigo, salve a pessoa que realmente gosta.
Téo salta sobre as arvores até chegar próximo a uma criatura imensa. Era um gigante, ele tinha uma armadura branca com detalhes em amarelo. Trazia três mulheres, que Téo reconheceu. As três eram Nimo, Lane e Tália sua noiva. As três tinham suas mão amarradas nas costas, o gigante as acompanhava até o castelo, ele havia disparado aquela bola de fogo contra Vincent.
Quem é você, o que faz no jardim do rei sem autorização?
Não preciso e nem vou dar satisfações a você humano, quem pensa que é para me interrogar desta forma?
Eu sou Téo o guarda real do rei Murgo, portanto me deve satisfações.
Tália, assustada tremia quieta e apavorada, sabia o que o gigante fez no vilarejo, assim como ela, Nimo e Lane também estavam assustadíssimas, Lane não agüentando desmaiou, as outras duas se ajoelharam em volta dela, o gigante fez menção de bater em ambas. Tália olha a mão do gigante se aproximar e um jorro de sangue lhe cobrir o rosto. O gigante se afasta com as mãos sobre o rosto, Téo o cortara com sua espada e agora pegava Tália no colo e saltava por entre as árvores, o gigante ainda cego, pois o sangue lhe cobria os olhos, desferiu um de seus golpes contra ambos.
Cuidado Téo!!
Téo pousou em um galho de árvore de frente para a bola que vinha em direção a ele, impulsionou seu corpo para trás saltando de costas, deu uma cambalhota no ar e caiu conseguindo se esquivar do ataque, porem a bola cósmica derrubou a copa de algumas arvores, estas estavam prestes a esmagá-los quando de súbito pararam no ar. Téo olhava pra cima vendo a copa flutuar não acreditando.
Você esta vendo isto, Tália? Não é incrível?
Ele vira-se para ela e a vê com dois dedos na testa de olhos fechados e uma das mãos abertas em direção à copa flutuando. Téo fica pasmo, percebe que Tália suava muito e já estava trêmula, mais que depressa ele corre e a pega nos braços saltando novamente, a copa cai fazendo um enorme estrondo. Téo continua com ela em seus braços.
Às vezes me esqueço que você é uma deusa.
Téo, ele não era comum, eu senti a força do cosmos no corpo dele, possivelmente é um deus ou filho de um. - Téo assusta-se com o relato de Tália, mas decide que podem conversar outra hora, no momento a prioridade era fugir, não só do gigante como da cidade.
O gigante amarelo dominou o reino de Murgo, agora ele estava em seu trono com seus soldados cercando-o, dois de seus homens escoltavam um terceiro. Este foi posto de joelhos perante o gigante, estava bastante machucado e rasgado.
Qual seu nome humano ?
Vincent é meu nome.
Diga "Meu Senhor" quando for dirigir sua palavra a mim!
Vincent se negou a fazer, mas com um sinal do gigante um de seus homens que o trouxe ate ali o chutou no estômago, Vincent curvou-se expelindo sangue pela boca, com dificuldades ele se recompôs e disse em voz quase inaudível.
Meu nome é Vincent, meu senhor...
Assim está bem melhor. Ouvi boatos de que você comanda este pelotão de incompetentes?
Sim, eu comando estes honrados homens.
Esta me contrariando Vincent? Diga "Meu senhor" toda as vezes que se referir a mim! E eu disse que são incompetentes e você deve concordar!
E por que concordaria?
Ah sim, lógico, porque concordaria?... - o gigante sorriu apenas com os lábios e fez outro movimento.
Tragam ela.
Dois homens trouxeram Leonor, ela estava inconsciente, com outro sinal do gigante a levaram de volta. Vincent pasmo e trêmulo, não sabia como agir diante daquela situação.
Agora entende porque deve concordar comigo? Bom, vamos direto ao assunto, quero a cabeça de um tal de "Téo", e que me traga aquela linda mulher que ele me roubou.
E se eu não fizer isso?
A garota morre, terá o mesmo fim que aquele velho que chamavam rei, e acho que você não quer isto... ou quer?
Não, meu senhor... - O gigante sorriu ao ouvir que suas ordens estavam sendo cumpridas.
Bom, gostei de você Vincent, de agora em diante se quiser que a garota viva, terá que comandar meu exercito.
Está bem, eu o farei. Mas se me garantir que nada acontecerá com a garota.
Sim, nada acontecerá com ela, eu lhe asseguro. Agora vá e me traga o que te pedi.
Vincent, como um jovem cristão, no dia seguinte vai há igreja para confessar seus mal feitos antes de cometê-los, ele leva consigo alguns de seus homens, ao chegar na igreja vê que tem um alvoroço incomum, pergunta a alguns e tem a noticia de que Téo estava se casando ali, naquele lugar e dia.
Vincent desce de seu cavalo e manda que seus homens arrombem a porta que a pouco havia sido fechada, ele entra, e fica a encarar Téo com desprezo e rancor, ele estava sob o comandando da equipe de homicidas do Gigante Amarelo. Em poucos instantes a igreja estava cercada pelos guardas, eles portavam lanças, espadas, e alguns traziam arcos e flechas, Vincent os comandava da porta.
Quem é Tália?
Vincent tinha voz autoritária, e após ter feito sua pergunta, olhou nos olhos daquele povo que já sabia o que buscava, porém sua pergunta caiu no vazio, pois ninguém respondeu.
Quem é Tália? Se não me entregarem eu em nome do Gigante queimarei a igreja e todos os que nela estiverem! - Estava nervoso, tenso e arrependido, de certa forma não queria ferir seu amigo, mas ao pensar em Leonor, a mulher que Téo fez chorar, na morte do rei Murgo e no que Téo havia dito, considerou que Téo não merecia seu perdão e nem piedade.
A noiva é Tália!
Vincent ouve uma voz no meio da multidão reconhecendo-a, aos poucos foi se abrindo um vão no meio da multidão revelando Téo, que surgia portando sua espada, ele previu que o Gigante não os deixaria em paz pela afronta. Ele caminhava no meio da multidão e ficou no centro do corredor, todos se afastaram ao verem os arqueiros se posicionarem, Téo parou a poucos metros de Vincent.
Minha noiva é Tália, senhor. O que deseja com ela?
Vim em nome do meu senhor, o Gigante Amarelo, buscá-la, pois não mais a pertence e sim ao Gigante.
Não me pertence? Meu senhor lhe peço desculpas, mas quem lhe disse que minha noiva não me pertence? Téo não o considerava mais seu amigo, pois alem de tê-lo salvo do gigante, teria que enfrentá-lo em seu casamento, não se conformava com Vincent querer matá-lo mesmo depois de tudo o que fez por ele.
O Gigante Amarelo. Senhor destas terras em que você pisa e contamina com suas pegadas. - Vincent começa a ficar enfurecido, ele faz outro sinal com as mãos para que seus homens abaixem suas armas, ele quer resolver isso de homem a homem com seu ex-amigo.
Se ele quer minha noiva, e se ela pertence a ele e não a mim, mande-o vir buscá-la. - Téo vira-se de costas para Vincent não vendo razão para continuar com aquilo , ele olha para sua noiva recolocando a espada na bainha.
Não terminei de falar com você, civil!- diz Vincent provocativo.
Meu nome e Téo, e não me importa o que ira me falar, para mim suas palavras são insignificantes e irrelevantes, não fala por si, não age por si, está apenas como um cão representando seu dono. - Diz Téo em resposta a afronta de Vincent, suas palavras foram aceitas como uma facada por Vincent, este parecia enfurecido e perdendo o controle sobre a situação.
Téo, me entregue Tália e me acompanhe até meu senhor, ou senão...
Ou senão...? Vai matar a todos os inocentes aqui presentes? Vejo tochas, ira queimar a todos? Leal e justo guarda real, foi para isso que se tornou oficial de justiça? Para matar inocentes?
Basta! Vamos embora.
Vincent retira-se da igreja assim que todos os seus homens já estavam fora, assim que ele sai seus homens fecham as portas da igreja lacrando-as fazem o mesmo com as janelas, enfim ele manda que seus homens incendeiem a pequena igreja. Gritos desesperados e socos nas paredes da igreja eram escutados pelo lado de fora, Vincent tinha trinta homens cercando a igreja e mais dez ao seu lado, a igreja estava em chamas, parecendo uma imensa fogueira, os gritos no interior cessaram. Vincent estranhou por terem parado tão rápido, ele mandou que cinco de seus homens que estavam a seu lado fossem verificar o que havia acontecido, assim que se aproximaram da porta , ela veio abaixo despedaçada por uma lamina de espada, esta também pôde ferir mortalmente alguns dos soldados que haviam se aproximado .
Uma multidão corre de dentro da igreja, os guardas tentam impedi-las, Vincent ordena que as deixem passar, mas isso já era tarde pois a matança dera inicio, varias pessoas tombaram mortas e Vincent aos berros ordenava que parassem, após a situação ter se normalizado, eles tinham dez civis mortos fora mulheres e crianças, Téo conseguiu fugir junto com Tália. E Vincent, se culpando pela chacina indesejada, se ajoelha entre os mortos ficando horas ali, ele desvia seus olhos para o lado, e identifica uma criança que teve seu coração perfurado por uma espada, ele passa sua mão pelo peito ensangüentado da criança, abaixa a cabeça e desprende algumas lágrimas, jura a si mesmo que matará Téo. Vincent o culpa por aquilo ter acontecido, se Téo tivesse se entregado seria diferente, ele não poderia deixar de capturar Téo pois a vida de Leonor dependia da morte dele. Ele nota que seus soldados o olham curiosos, enfim ele se levanta limpando as lágrimas fingindo não tê-las derramado. Ele ouve uma voz desafiadora ecoar.
O que foi soldado? Esta chorando pela sua brutalidade? Não é pra isso que serve ao gigante... para matar inocentes?! Por que esta chorando então?!
Vincent o olha furioso, e fica ainda mais nervoso ao ver Téo sorrir.
Você os matou, se tivesse se entregado nada teria acontecido.
Vincent levanta-se, retira sua espada da bainha determinado a lutar com Téo, este faz o mesmo, os guardas de Vincent também retiram suas espadas, mas logo as guardam a mando de Vincent, apensas John mantém sua espada fora da bainha, Vincent olhou para ele e ordenou pela segunda vez que guarda-se sua espada, ele continuou com a espada ereta porém virou-a para Téo.
Por sua culpa alguns de meus parentes estão aos pés de meu senhor mortos e não vou te perdoar não importa o preço que irei pagar, vingarei meus parentes.
John corre em direção a Téo com a lâmina de sua espada virada para seu inimigo. Téo fica imóvel apenas abaixa a cabeça e vira sua espada em direção a John. Vincent grita para que John não se aproxime, mas já era tarde, John desceu sua espada com fúria na cabeça de Téo, porém este conseguiu se esquivar e subir na espada de John que cravou no chão, Téo poupou-lhe a vida, mas com dois movimentos fez um risco no rosto de John, este cobriu o rosto com as mãos imediatamente soltando a espada, Téo salta para trás e joga uma pedra com um bilhete para Vincent.
Vincent corre para ajudar John, este tira a mão do rosto a mando de Vincent, o risco trata-se da inicial de Téo, um risco que lhe cortava a testa e outro que descia pelo nariz até a ponta. Vincent lê o bilhete, trata-se de um duelo de vida ou morte a meia noite na avenida principal: "sua morte será meu troféu", assim termina o bilhete que Vincent amassou entre os dedos.
Vincent mandou um de seus soldados levar a mensagem de que a captura de Tália foi mal sucedida, como resposta o Gigante mandou a cabeça de seu mensageiro dentro de um saco que pingava sangue, dentro da boca do pobre infeliz tinha um bilhete com o sinal do Gigante, um grande borro de cera com a marca do anel do falecido rei Murgo, ele abriu e todos perceberam seu espanto, mas ninguém pôde ler o que estava escrito, pois ele jogara nas chamas da fogueira que a pouco acenderam, e só se afastou dela depois que o papel sumiu entre as chamas.
Ele ficou acuado a noite toda, John fez os curativos estava com metade do rosto coberto por faixas, havia apenas dois buracos para os olhos, o sinal do rosto dele estava visível pelo sangue que brotava do ferimento. Este estava sentado à beira da fogueira com uma pequena faca na mão fazendo riscos no chão, seus olhos estavam fixos na fogueira, com a outra mão ele coçava o ferimento freneticamente, fazendo brotar mais sangue, Vincent julga que sanidade dele havia se esgotado, agora ele estava sedento por sangue e vingança. Vincent decide que se sobrevivesse àquela noite de duelo, deveria mandar John para a Ilha da Rainha da Morte, o lugar onde mandavam os loucos, naqueles tempos.
Vincent chega ao local, e vê duas pessoas duelarem, ambos conversam sobre algo que Vincent não distinguiu, porém reconheceu a voz de Téo, que o observa surgir das sombras, ele reconhece Vincent pelo brasão da Guarda Real do Gigante Amarelo.
O que ouve Téo, não me reconhece mais? - este retira sua espada da bainha.
Hoje te coloco em seu lugar: na prisão.
Vincent vê que o rapaz que estava com Téo, sente sua cabeça doer e se ajoelha no chão, Vincent furioso ataca Téo quando este ia socorrer o jovem. Ambos entram floresta adentro se golpeando, a cada golpe dado e bloqueado eles são arremessados para trás, eles agora estão sobre um tronco de árvore escorregadio, um em cada ponta, abaixo do tronco um rio turbulento carrega folhas, flores e pedaços de madeiras, Téo e Vincent estão com suas espadas baixas, um está medindo ao outro com os olhos.
Chegou a hora Vincent, boa sorte.
Dispenso sua sorte assassino. Agora você pagará pelas almas daquele povo que morreu na igreja!
Almas que morreram pela sua espada e não pela minha.
Cale-se!
Vincent avança e Téo hesita por um instante calculando o golpe, quando avança para golpeá-lo ambos escutam um grito infantil.
Téo, não...
Téo e Vincent desviam seus olhos para Miara, uma garota que seguiu Téo até ali, e agora estava a gritar por ele.
Vincent se recompõem, mas escorrega no tronco e cai no rio junto com Téo, ambos são levados pelas correntezas, Vincent bate com a cabeça numa pedra e desmaia. Desmaiado ele é levado até a presença de Athena, esta manda que o levem para a casa de leão.
Athena vê que a estrela de Virgem também caiu, e manda que uma de suas ninfas vá pegar seu novo cavaleiro, esta volta em poucos minutos trazendo uma mulher nos braços.
Uma mulher?
Sim deusa Athena, ela possui o sinal de virgem!
Mas como pode? - ela fica temerosa por ser uma mulher, julga que não conseguirá cumprir seus deveres como guerreira, mas o pensamento de que Zeus, seu pai, quem a escolheu a conforta e a dá ânimos.
Que seja! Esta é a vontade de meu pai, leve-a para a casa de virgem, e coloquem uma máscara nela, ela será uma amazona em homenagem as Amazonas, se estas mulheres guerreiras lutam com bravura esta moça também poderá lutar, bom levem-na para seu lugar, e cuidem de lhe arrumar uma máscara.
Sim senhora. - a ninfa retira a moça para a casa de virgem rapidamente.
Faltam seis ainda, espero que meu pai tenha escolhido certo meus guerreiros...
