Capítulo II

Na casa dos Black

Tonks aparatou bem no meio do quarto de Harry. O garoto estava sentado na cama esperando por ela. Desde o início das férias, a cada três dias alguém da Ordem vinha vê-lo. Ele recebia o aviso de quem viria e a que horas; o visitante aparatava no seu quarto, para evitar atritos com os Dursley - que não estavam gostando nada de ter a casa invadida por bruxos. Os amigos de Harry, no entanto, estavam irredutíveis: ele não podia mais ficar isolado da Ordem como no verão anterior.

Tonks vinha pela primeira vez, e adotara o visual mais surpreendente que Harry já vira nela. A transmorfa criara um nariz que mais parecia um bico, e o cabelo tinha um tom castanho muito estranho, com o corte mais esquisito do mundo.

-Sua coruja falante chegou! – Tonks anunciou num tom de voz animado e bem alto, enquanto estendia a Harry um pacote de cartas. De fato, ela estava parecendo uma coruja humana. – Tem carta de todo mundo aí.

A imitação de coruja fez Harry rir, coisa que andava muito difícil desde a morte de Sirius e tudo o que vinha acontecendo com ele no último mês.

-Tonks, você está uma figura!

-Tudo bem, Harry? – A jovem bruxa reassumiu sua habitual forma: cabelos pink e curtinhos e um nariz mais normal.

-Eu tou legal.

-Molly mandou isso também. – A já esperada caixa de sanduíches e bolos que a senhora Weasley sempre enviava. – A Mione chegou hoje, vai ficar até o fim das férias. O professor Dumbledore já está preparando uma forma de buscar você.

-"timo. Está todo mundo bem?

-Todos inteiros e trabalhando. Remus e o professor Snape resgataram Draco Malfoy da mansão do pai dele.

-Como é?!

-Ele deve chegar a Grimmauld Place hoje à noite. Pelo que a Molly disse, o garoto estava bem machucado. Parece que Você-Sabe-Quem ia matá-lo com o consentimento do pai.

-Sério? Engraçado, no final das aulas o Malfoy estava todo orgulhoso da volta do Voldemort e furioso comigo pela prisão do Lucius Malfoy.

-A coisa foi feia, ele ainda está de cama. A mãe tentou salvá-lo e foi morta. – Harry se lembrou de que Narcisa Malfoy era irmã da mãe da Tonks. – Arthur e Molly conversaram sério com os gêmeos, Rony e Gina que não era hora de provocar o garoto. Afinal Dumbledore oferecera a proteção da Ordem para ele.

-É, só que quem começa é sempre o Malfoy. Era bom alguém dizer a ele para ficar quieto.

-Leia suas cartas, Harry, eu levo as respostas. –Tonks não queria discussões.

Harry ainda tentou dar um sorriso amigável para Tonks, mas a dor súbita na cicatriz o fez curvar o corpo para frente e sentar na cama gemendo. Segurando a testa, Harry tentava se concentra para bloquear, mais uma vez, a tentativa de invasão de sua mente por Voldemort. O bruxo não tentava possuí-lo como no Ministério, mas sim provocar imagens em sua mente, imagens que magoavam muito o rapaz. Se Voldemort conseguisse descontrolar Harry completamente antes de ele próprio perder as forças, poderia extrair informações da mente do rapaz.

Nas primeiras vezes, Harry fora obrigado a ver as cenas da morte de seus pais da mesma forma que Voldemort vira, e ouvir a risada dele ecoando. O bruxo também o fizera rever as mortes de Sirius e Cedrico, e projetara cenas de Rony, Hermione mortos. O garoto o sentia tentando, ainda sem conseguir, ler em sua mente mais informações sobre a profecia, a Ordem, ou mesmo mais alguma coisa que ele pudesse usar para ferir Harry.

Mas alguma coisa acontecera naquela noite no Ministério. Oclumencia ficara mais fácil para Harry, ele podia se bloquear mais facilmente. E treinava. De forma obstinada e constante, o rapaz treinava oclumencia; tinha pavor de ser enganado outra vez por Voldemort. Ele conseguira distinguir que a cena em que Hermione aparecia morta era falsa. Não havia nada que indicasse claramente por que aquilo era falso, ele apenas sabia.

Nos ataques seguintes, e foram muitos, Harry já podia mantê-lo fora da sua mente. Mas a dor era intensa, e ele ficava extremamente fraco depois. Via que Voldemort também ficava fraco, e percebia o medo crescente no bruxo das trevas de que ele conseguisse, enfim, bloqueá-lo de vez. Voldemort agora intensificara os ataques, e os levava até o limite das próprias forças.

Tonks, como todos os membros da Ordem, sabia disso. Sabia também que não havia nada que pudesse fazer a não ser esperar, olhando impotente, o garoto muito pálido gemendo encolhido na cama. Tentar confortá-lo durante o ataque de Voldemort só piorava as coisas.

Harry abriu os olhos, ainda mais verdes por causa da palidez mortal de seu rosto.

-Não. Você não vai conseguir. – A voz de Harry estava estranhamente adulta e rouca. Mas funcionou. Quase cinco minutos depois do início, ele conseguiu repelir a mente intrusa do mago das trevas.

Tonks acomodou o garoto exausto na cama, fazendo com que ingerisse a poção que o ajudaria a descansar. A jovem bruxa ficou com ele até o garroto adormecer, sem poder se furtar a pensar o quanto ele era novo para tudo aquilo. "Só 16 anos! É uma criança." Tonks passou a mão com carinho no rosto do menino adormecido antes de disparatar dali.

A Mansão dos Black.

Harry odiava estar ali. Era quase tão ruim quanto estar na casa dos tios. Por isso Dumbledore hesitara tanto em buscá-lo, só fazendo isso quando agosto já começara - sabia que as lembranças de Sirius seriam terríveis para Harry. Ele chegara há quinze dias e passava mais tempo com Bicuço do que com qualquer pessoa. A notícia boa era que, aparentemente, o feitiço Fidelius atrapalhava a conexão de Voldemort com Harry. Não houve mais ataques, que antes aconteciam com freqüência assustadora.

O relacionamento dos membros mais novos com Draco Malfoy era estranho. Mal se falavam; apenas as ordens da senhora Weasley e o pedido de Lupin evitavam que discussões explodissem a todo instante. Draco se continha a custo; seu orgulho não engolia bem os olhares atravessados dos Weasley, e o fato de estar "devendo uma" para eles o incomodava. O jovem sonserino se fechou em seu luto e na sua solidão. Seus pesadelos ainda o atormentavam; ele ainda acordava chorando, e só se acalmava quando via Lupin. Criara com o lobisomem um laço de confiança que nunca havia sentido na vida.

Harry estava tão fechado quanto ele. O garoto não conseguia falar com os amigos sobre a profecia e se sentia mal por isso; era como mentir para eles depois de tudo o que haviam passado juntos. As memórias de Sirius e sua própria cota de pesadelos, que mesmo sem os ataques diretos de Voldemort ainda o atormentavam, também não contribuíam para torná-lo mais comunicativo.

No entanto, inesperadamente, ele e Draco toleravam muito bem a presença um do outro. Quando Harry se refugiava no sótão da mansão, muitas vezes encontrava Draco lá. Resmungavam um arremedo de saudação e se ocupavam, cada um em seu canto, em manter silêncio.

Draco folheava os velhos e empoeirados livros, muitos deles totalmente dedicados à magia negra, enquanto Harry rabiscava alguma coisa em folhas de pergaminho. Draco acreditava que eram desenhos, mas nunca se importou em perguntar, assim como Harry nunca perguntou o que ele lia. Bastava aos garotos que a presença silenciosa do outro fosse suportável.

A rotina foi quebrada quando, numa tarde, quatro dias antes do reinício das aulas, Draco ouviu um gemido vir do canto do sótão onde Harry estava. Quando olhou, viu o grifinório com uma mão na testa, os olhos fechados de dor e a outra mão tapando a boca para se impedir de gritar. A palidez mortal, típica das batalhas mentais contra Voldemort, já se espalhava pelo rosto do garoto.

"Merda! Só falta o Cicatriz ter um treco e eu levar a culpa agora."

-Oh, Potter, o que você tem? – Draco se aproximou desconfiado.

Quando Harry abriu os olhos, a expressão deles era algo próximo à loucura; Draco percebeu que, o que quer que fosse, era muito sério.

Da saleta do primeiro andar, Remus escutou os gritos de Draco.

-Lupin, o Potter está tendo um treco.

Antes mesmo que Draco voltasse para o sótão, Remus e Molly já haviam aparatado lá, e os mais jovens subiam as escadas correndo.

-Não vão fazer nada? – Draco fitava o rosto angustiado e tenso do ex-professor.

-Ele tem que sair disso sozinho. Nós não podemos ajudar.

Lentamente a respiração de Harry se normalizou. O olhar determinado substituiu a expressão enlouquecida de antes.

-Ele não conseguiu. Eu o afastei. – Harry, que parecia mais forte do que depois de qualquer outro ataque, deu um sorriso feroz. – Acabou. Ele não consegue mais.

-Harry, tem certeza? – Lupin se aproximava, solícito.

-É como se uma peça se encaixasse em minha mente. Ainda posso sentir os ecos dele, mas existe uma barreira que o impede de me atingir. Eu também não posso mais entrar na mente de Voldemort.

Só agora Draco entendeu do que se tratava. Ouvira, é claro, os outros falando sobre esses ataques de Voldemort à mente de Harry, mas nunca supôs que o Garoto Cicatriz fosse derrotá-lo nesses combates. Na realidade nem mesmo acreditava que eles eram reais.

Draco só havia visto Voldemort uma vez, um dia depois de Lucius fugir de Azkaban, quando o Lord das Trevas exigira sua vida. Mesmo antes de saber da exigência do bruxo, Draco o temeu. A aura de maldade de Voldemort o atingiu fisicamente, provocando uma forte dor de cabeça, e os olhos que o esquadrinhavam parecendo ler sua mente o fizeram se sentir invadido. Vendo Harry pálido, mas firme, após esse confronto, Draco pela primeira vez pensou que talvez houvesse algo mais no outro rapaz, algo mais além da fama.

Rony dava uns tapinhas nas costas de Harry perguntando se ele se sentia bem, enquanto sua mãe tirava todos dali e mandava o jovem mago descansar:

-Muito bem, Harry, mas mesmo assim você vai se deitar. – O rapaz protestou, mas Molly Weasley não aceitou argumento nenhum. – Vou avisar o professor Dumbledore, e vocês vão lá para baixo sem muito barulho.

Na pressa de fazer Harry descansar, Molly acabou chutando para longe uma das folhas de pergaminho dele. Quando o garoto recolheu as outras e saiu do sótão, aquela ficou para trás. Draco a pegou e pôde ver que realmente era um desenho, quase concluído: um enorme cão negro olhava do alto de uma rocha um campo sob o céu com uma única estrela.

"Até que o cretino leva jeito." E enfiou o desenho no bolso da calça.

-Draco, venha aqui, eu preciso falar com você. – Lupin chamou o garoto para uma saleta vazia, assim que Draco desceu do sótão. – Sente-se.

O sonserino entrou desconfiado e se sentou tenso em uma poltrona. Não se lembrava de nenhuma vez em que fora chamado para uma conversa com seu pai que não fosse para ser censurado.

Remus buscou uma cadeira e se sentou em frente ao garoto. Não parecia zangado ou nervoso, apenas sério e muito abatido.

-Draco, em quatro dias vocês vão para Hogwarts; o professor Snape virá amanhã lhe dar instruções sobre sua segurança, e sobre quem ele considera confiável dentro da Sonserina. Acredito que ele será perfeitamente capaz de cuidar de você; ele e Dumbledore estão traçando alguns planos. Na realidade, acredito que você irá descobrir ser muito mais capaz do que imagina – Fez-se uma pausa. Lupin parecia procurar as palavras e Draco tentava se recuperar da surpresa: não fora chamado para ser cobrado, censurado e nem castigado; se não estava enganado, fora até elogiado!– O que me preocupa são seus pesadelos.

Draco corou fortemente. Mostrar fraqueza a um aliado não era algo confortável ao jovem sonserino.

-Eu vou dar um jeito. – O garoto tentava demonstrar uma segurança que não sentia.

-Eu sei. – Novamente Lupin confiava na capacidade de Draco. – Só acho que por enquanto você vai precisar de ajuda, e acredito que tenho algo que pode ajudá-lo. – O lobisomem buscava as palavras tentando falar de algo difícil da forma menos rude possível. – Quando eu fui mordido e me tornei lobisomem, eu era bem novo. Mesmo nas noites em que não havia lua cheia, eu não conseguia dormir. Meus pesadelos não me davam paz.

Draco estava surpreso. Nunca lhe ocorrera que Lupin algum dia lhe falasse tão abertamente sobre a licantropia dele. A expressão melancólica do bruxo mais velho mostrava o quanto aquela conversa era difícil.

-Meu pai me deu um Protetor de Sonhos. É um objeto mágico pouco conhecido. Se você dormir com ele no pescoço e tiver um pesadelo, ele fará aparecer no seu sonho uma figura protetora, um guardião que afastará o sonho ruim. Com o tempo quem o usa deverá ir deixando de dormir com ele; aos poucos, à medida que os pesadelos forem espaçando. E nada impede que volte a usar. – Lupin tirou de um bolso de suas vestes velhas um cordão de aparência antiga. Nele havia a figura de um homem alado segurando uma lança, com as asas meio fechadas em torno do corpo e uma expressão serena e firme. A pequena imagem não tinha mais que dois centímetros, mas mesmo sem tocá-la Draco podia sentir uma força cálida vindo dela. Lupin estendeu o cordão para ele. – Eu não uso faz anos, mas sua magia continua tão forte quanto quando foi feito. Gostaria que ficasse com ele.

Draco tocou o amuleto e sentiu um suave calor, que de alguma forma lhe lembrou Lupin.

-Eu... é... bem eu... Obrigado, Professor. Eu vou usá-lo, sim.

-Mantenha-o oculto, Draco.–Draco pôs o cordão e ficou olhando para a figura do amuleto. - Ele tem um benefício adicional: se alguém se aproximar com má intenção em relação a você durante o seu sono, ele vai fazer seu guardião acordá-lo. Se a pessoa tiver boas intenções, ou conseguir ocultá-las, ele não fará nada. Acredito que vá achar isso também bastante reconfortador.

-Obrigado novamente. – Draco escondeu a imagem entre suas vestes. – Esse guardião tem a aparência do amuleto?

-Não. Como diversas coisas na magia, Draco, cada bruxo tem um guardião com uma aparência única, que pode inclusive variar com o tempo. Use-o hoje à noite.

-Mas o senhor vai estar aqui, não vai?

-Não, Draco. Hoje é a primeira noite de lua cheia, eu não vou estar aqui.

Vendo Remus se retirar, Draco não consegui refrear a curiosidade.

-Professor, eu sei que não é da minha conta, mas quantos anos o senhor tinha quando... quando.... ah...

-Quando me tornei um lobisomem? Oito anos.

E o caos se instalara de vez em Grimmauld Place. Cinco malões em variados estados de conservação enchiam o saguão. O barulho vindo de duas gaiolas com corujas agitadas e de uma cesta com um gato inquieto já seriam suficientes para enlouquecer qualquer um, mas juntava-se a isso os gritos histéricos da matriarca dos Black, o vozerio da escolta de segurança, a natural agitação dos gêmeos Weasley, o tumulto de quatro grifinórios tentando ficar prontos a tempo e os gritos da senhora Weasley apressando a todos. Draco, que até então sempre fora para a estação 9 e ¾ usando uma chave de portal, com elfos carregando sua bagagem e o habitual silêncio frio de seu pai, estava sentado em seu malão, completamente aturdido pela zorra geral na casa. "Se eles sempre fazem essa confusão para viajar, é impressionante que não percam o trem todos os anos."

-Harry querido, eu vou encontrá-lo, não se preocupe, e mando para você na escola. – Draco supôs que o Garoto Cicatriz estivesse procurando o desenho que estava muito bem guardado em seu malão. Devia ter deixado o desenho onde estava, mas por alguma razão se apegara a ele, e não queria devolver.

"Algum dos feitiços que recebi enquanto estava preso devem ter mexido com minha cabeça, mas o desenho é tão bonito, tão triste. Olhar para ele é como olhar para o Potter."

-Os carros já chegaram, devemos ir agora. – A voz de Lupin, que entrava apressado na casa, tirou Draco de sua auto-análise. Remus estava abatido e muito pálido depois das noites de lua cheia.

-Remus! Oh, Merlim! Você está bem? – A voz de Draco era pouco mais que um sussurro: havia o espanto pelo abatimento do outro bruxo e uma nota inequívoca de genuína preocupação. Apenas Remus e Harry ouviram.

-Vou ficar bem, Draco. – Lupin respondeu no mesmo tom baixo.

-Muito bem, meninos, - A voz rouca de Olho Tonto sobressaiu em meio ao tumulto. – Harry, Draco, Tonks e Lupin vão no primeiro carro. Hermione, Rony, Gina, eu, Arthur e Molly no segundo que é bem maior. Vamos, os do primeiro carro podem sair.

Quando Harry entrou no carro, reparou em um membro da ordem no volante e outro sentado ao lado dele, com a varinha a postos. Ele e Draco ficaram sentados entre Remus e Tonks, que vigiavam as redondezas.

-Harry, o professor Dumbledore já conversou com você sobre o ED? – Lupin perguntou logo que o carro começou a andar.

-Sim, Remus. Eu disse a ele que vou fazer o que me pediu.

-Eu agradeço muito. – Remus parecia aliviado pela decisão do rapaz. – Draco, no ano passado alguns alunos fundaram um grupo de estudo em Defesa Contra as Artes das Trevas; os professores Snape e Dumbledore gostariam muito que você entrasse para esse grupo. Harry vai, a pedido do professor Dumbledore, colocar você no grupo e cuidar de minimizar os possíveis atritos.

-Mas Remus, aqueles caras vão querer me massacrar!

-Não sem razão... – Harry começou, mas foi interrompido.

-Está vendo! Ele vai ser o primeiro a aprontar comigo.

Lupin conteve a resposta do indignado Harry e fez Draco se calar.

-Harry não vai aprontar com você, Draco, e ele tem razão em dizer que você não plantou muitas amizades fora de sua casa. Confio que Harry vai cumprir o que prometeu a Dumbledore, e gostaria de lhe fazer um pedido.

-O quê?

-Não provoque. Apenas não provoque. Harry vai evitar as retaliações e as provocações vindas do restante do grupo, mas você precisa colaborar.

-Oh, droga! OK, eu vou ficar na minha.

-Eu acredito que vá. Tudo bem para você, Harry?

-Se você diz, Remus. – Os olhos verdes do grifinório estavam fixos nos do sonserino. Alguma coisa nos olhos de Harry lembrava a Draco a expressão de Dumbledore. Subitamente, Harry deu um meio sorriso. – Acredito que ele vai cooperar.

Antes que Draco conseguisse sair do estado de perplexidade em que estava, Tonks anunciou a chegada à estação.

-Mas que inferno é esse!!!

A voz de Draco soara histérica, e ele fitava a estação como se fosse a boca do próprio inferno. Harry, Tonks e Remus o olhavam sem entender.

-A estação, ué! Qual é o problema, Malfoy?

-Potter, isso está cheio de trouxas! – O garoto estava dividido entre o pânico e a indignação.

-Como todo ano, Malfoy.

Então Tonks começou a rir.

-Malfoy, você sempre veio para a estação usando chave de portal?

-É claro!

-É isso, Harry! Ele nunca viu a parte trouxa da estação.

Depois de atravessar uma estação repleta de trouxas com um Draco completamente desorientado, uma guarda de bruxos tentando parecer com esses mesmos trouxas, dois malões e uma coruja, Harry se viu na plataforma se despedindo dos amigos e ouvindo uma última recomendação de Lupin.

-Draco vai viajar na mesma cabine que vocês. Tentem não brigar até chegar na escola. Seu primeiro teste de administração de conflitos, Harry.

Conseguiram achar uma cabine vazia onde deixaram seus malões.

-Harry, eu, Rony e Gina temos a reunião dos monitores, mas já voltamos. Você guarda os lugares da gente? Você também vem, não é, Malfoy?

-Sim, Granger. Eu ainda sou monitor. – Era óbvio que Draco estava tentando se conter, e era óbvio que isso não ia ser fácil.

-Oi, Harry, tem lugar para mim? – A chegada de Luna Lovegood, a nova monitora da Corvinal, foi demais para Draco, que saiu na frente para a bendita reunião.

É isso ai, o segundo capítulo no ar. Obrigado pelos reviwes. Continuem mandando, façam um autor de fic feliz!

Morticia Sheldon: Obrigado pelo Review, que bom que você está gostando. Eu torturei o Draco um pouquinho, mas só algo assim para acordá-lo. Meu Draco não vai ser tão romântico quanto o seu delicioso Draco poeta, mas espero que vc se divirta com ele.

Minha ortografia não é das piores, mas minha pontuação não presta sem a Ptyx, minha super beta, que além de muito boa em português, saca HP como poucas.

Eu vou escrever meu perfil, é que eu não tenho muita paciência para falar de mim, mas qualquer dia desses eu escrevo.

Loneliness: Pode deixar, eu vou continuar com essa. Que bom que gostou da outra tb

Anna-Malfoy: Não Anna, o Lupin não é o pai do Draco. (hummm mas seria interessante alguém fazer algo assim em outra fic, se bem que o Lucius e o Draco são muito parecidos fisicamente.) O fato é que o Remus é generoso demais e o Draco ainda não está pronto para entender isso.