N/A: bem, mais um cap final. Beijos a todos que leram e curtiram.
Viv
CAPÍTULO 3 – Uma Doce Ilusão
Naquele dia, quando ele chegou com a poção, coincidentemente ele a esperou beber e dormir. Quando já ia saindo...
-Prof. Snape, gostaria de falar com você.
-O que deseja? – a ruga ali.
-Venha comigo. – e curiosamente ele foi. Seguiu-me até próximo do lago. Onde havia um banco. – Aqui está ótimo! – sorri.
-"Ótimo" para quê? Posso saber? - (será que a ruga não saia?)
-Tem uma coisa que eu tive vontade de fazer desde que cheguei aqui. Comungar-me com a energia da natureza daqui.
Ele rígido.
-Bem, não é nada estranho para um bruxo. Nos sentarmos aqui, respiramos fundo e com as mãos com as palmas das mãos próximas criamos um cordão de energia que nos permite trocar de energia com o ambiente ou tentar telepatia.
-Como? – ele parecia mais rígido.
-É como o Legilimens que vocês fazem. Mas eu só vejo o que deixar. E não usamos varinha.
-Você quer entrar na minha mente? – não entendia nada. – Ficou louca? – seco.
-Não. – ri. - Já falei. Você controla o que quiser que eu veja. É legal. E pode parar quando quiser. Por favor! – insisti meiga.
Acho que ele acreditou verdadeiramente no que eu disse. Ou então achou que seria capaz de "virar o jogo". Pois se sentou no banco num consentimento mudo. Então comecei. Sentei-me com as pernas dobradas, uma sobre a outra. Ele fez o mesmo. Pedi que estendesse as mãos com as palmas para cima, sobre os joelhos. Coloquei as minhas com as palmas voltadas pra baixo, bem perto das dele, mas sem tocar. Inspirei e expirei profunda e suavemente. Ele imitou ainda receoso.
-Relaxe! – falei. E aos poucos ele relaxou.
Concentrei-me de vagar no céu claro que estava à minha frente e fui aos poucos escurecendo. Imaginei-nos voando perto das estrelas. Mirei o mar. As ondas brilhando na penumbra. Voei mais alto e mais rápido, subindo e descendo. Tocando de leve nas águas e nas estrelas. Recomecei. Mas agora abri os olhos. Ele estava levemente ofegante. De olhos fechados.
(UAU! Que homem!)
Ele abriu os olhos de repente. Suas mãos tremiam. Mas ainda estávamos lá no céu escuro e estávamos ali também. No céu, vi nossas mãos unidas. E giramos próximo das águas. Ele, na minha frente estremeceu. No céu paramos um pouco nos encarando também. E então sem nem mesmo pensar, flutuei para mais perto e o beijei ali. Tendo como testemunha a lua , as estrelas, o mar, e nós mesmos. Sentados no lago. Eu sorrindo, ele com a respiração suspensa. E sem quebrar o contato visual, juntei nossas mãos que se atraíam pelo campo magnético do cordão. Ele parecia assustado.
-O que você fez? – chocado.
-Isso é o que chamamos de sugestão e telepatia. Gostou? – divertida.
-Não gosto disso! A oclumência não funcionou! – frustrado. – Você tem certeza de que é trouxa?!
Eu gargalhei e só então soltei as mãos dele.
-Na verdade, já disse que não sou "trouxa". Digo que não sou bruxa, mas nós também temos nossas mágicas. – pisquei.
Ele estava atordoado. Eu ri.
-Relaxa! Bem está na hora do almoço. Tenho que ir. Celly me aguarda. A gente se vê.
E fui. Deixei-o lá. Foi melhor que esperava. (Mas repito, não façam em casa sem uma pessoa treinada ou podem acabar se afogando, por exemplo!)
O dia seguinte era o parto do meu afilhado. Lupim veio. Seria batizado pelo modo bruxo e depois no modo comum. Mas isso foi depois e é outra história.
Não estava nervosa, porque na noite anterior fiz meu primeiro contato energético com Viny, no ventre materno e ele estava bem. Foi um parto longo, mas quando o menino loiro nasceu percebemos que realmente tudo estava bem.
Íamos embora na tarde daquele dia. Pois uma poção dada pelo delicioso (digo, prestativo) Prof. Snape, impediria de ter qualquer complicação na mãe e no bebê no pós-parto.
Estávamos para ir embora, e fui me despedir de todos que conheci em Hogwarts. Trelawney com seu sorriso e olhar misterioso; Minerva com seu jeito reservado, mas simpático; Pomfrey com muitas dicas para minha profissão no mundo não-mágico (me recuso a dizer trouxa!!); Filch com ar de "já vai tarde" (terrível!); e Snape. Ele nos acompanhou até o carro de Lupim.
-Prof. Snape obrigada pelas poções, por tudo. Esse bebezão também agradece. – e Celly deu um abraço num desconcertado professor.
Lupim se esforçou pra não rir. Tive que dar um crédito a ele.
-Snape. Foi um prazer. – sorri. – Espero que se lembre de mim quando houver uma noite clara, com lua cheia e muitas estrelas.
-Um momento. – segurou meu braço antes que eu entrasse no carro. – Acho que devo devolver algo que deixou comigo. Em minha mente.
E me puxou pelo pescoço e me beijou loucamente! Intensamente! Apaixonadamente! (Ah! Tá bom, apaixonadamente é exagero, mas foi maravilhoso!)
E quando nos separamos ele tinha um sorriso maroto nos lábios e eu estava com as pernas bambas. Entrei no carro às duras penas.
Voltamos para Londres. Fiquei o resto do mês paparicando meu afilhado. Vimos Lupim mais algumas vezes. E então voltei pra casa. Pro mundo "real". Pro meu trabalho, meu marido amado. Mas sempre que vejo a lua cheia, com as estrelas brilhando, lembro de dois beijos mágicos que nunca vou esquecer.
FIM
